sábado, 22 de outubro de 2011

CONVERTER-SE É CAMINHAR PARA A MATURIDADE NO AMOR

Sábado, 22 de Outubro de 2011
 
Texto de Leitura: Lc 13, 1-9


 Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? (os galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios). Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”, disse Jesus


A conversão é polivalente. Em sentido geral indica mudança de vida; deixar o comportamento habitual de antes para empreender outro novo; prescindir da busca egoísta de si mesmo para colocar-se a serviço do Senhor que se traduz no amor fraterno. Conversão é toda decisão ou inovação que de alguma forma nos aproxima da vida divina e nos torna mais próximos para com os outros.

         
Na Bíblia, a noção básica da conversão é a mudança. Envolve voltar-se do pecado, da morte e das trevas para a graça, a nova vida e luz. A ação dual de voltar-se sempre leva a pessoa a um novo nível de existência humana. É uma mudança total do próprio modo de pensar e de agir, uma renovação total e integral do eu. É um abandono total em Deus. Somente abandonando-se a Deus a ponto de se deixar transformar inteiramente por Ele e permanecer amistosamente abraçado com Ele. O móvel da conversão não é tanto a ameaça de castigo ou de perder a salvação, quanto a fascinação de penetrar na vida do amor trinitário divino. A conversão conduz as pessoas juntas à maturidade espiritual, que se reflete em sua aversão ao mal e sua atração pelo bem. Um aspecto da conversão específico do NT é estar intimamente ligado à pessoa de Jesus Cristo, em quem o Reino se realiza. A conversão é realidade cristológica. É união com o corpo de Cristo e íntimo conhecimento pessoal de Jesus Cristo como Senhor ressuscitado e Salvador. Esta conversão total não pode ser obra do homem; é tarefa que supõe dom e graça. pode realizar-se como participação do mistério pascal de Cristo. A conversão se realiza na ; propõe-se como resposta ao chamado de Deus, como correspondência à graça redentora.

                    
A conversão envolve mudanças internas (de atitude) e externas (comportamentais) na vida. A autêntica conversão cristã nunca está separada de ações concretas que espelham a realidade interior mudada. Assim, a conversão sempre leva a algum aspecto de responsabilidade e justiça sociais.

                   
A conversão é crescimento contínuo; não é um acontecimento instantâneo, pontual e de uma vez por todas; não é uma carreira acabada, mas que constitui um crescimento sem interrupção e ascendente. Por mais decidida que seja a entrega de um cristão ao Reino, ela tenderá sempre a ser precária. De um coração convertido aos valores do Reino e do Evangelho se seguirão naturalmente os frutos visíveis de uma conversão que atinge a realidade da vida.

                  
Jesus quer nos libertar dessa concepção que por um lado, impede-nos de enfrentar as verdadeiras causas dos males que ocorrem conosco ou na sociedade, remetendo-os a demônio para desviar alguém da própria responsabilidade ou a uma espécie de fatalidade que nos leva a nos afundarmos na passividade. Por outro lado, Jesus quer nos apresentar a imagem do Deus de amor e de vida e não um Deus de castigo.  Pecar é não dar fruto, não produz nada pelo bem da humanidade ou dos outros. Esta é a mensagem da parábola da figueira estéril. Esse Deus que Jesus nos apresenta espera com paciência, até o último minuto de nossa vida, os bons frutos que produzimos.

         
Para os ouvintes de Jesus era familiar a imagem da figueira infértil, para indicar o comportamento infiel do povo de Deus (cf. Jr 8,13;Mq 7,1). Mas esta imagem é atual ainda. A parábola da figueira estéril revela-nos um Deus paciente e bondoso conosco. Mas ele é paciente para esperar que produzamos bons frutos para o Seu Reino. Perante tamanho amor para com a vinha e para com a pobre figueira, somos convidados a responder e corresponder produzindo bons frutos para uma convivência mais fraterna. 
         

P. Vitus Gustama,svd

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