quinta-feira, 15 de março de 2012

REZAR HUMILDEMENTE DIANTE DE DEUS

Sábado, 17 de Março de 2012

Texto de Leitura: Lc 18, 9-14

Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de , rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque eu não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e eu dou o dízimo de toda a minha renda’. 13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.

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Estamos na parte do evangelho de Lucas na qual se fala do caminho de Jesus para Jerusalém onde será morto e ressuscitado (Lc 9,58-19,28). Jesus está na etapa final de seu caminho (Lc 17,11-19,28). Durante esse caminho Jesus dá muitas lições importantes para seus discípulos. Na passagem do evangelho deste dia Jesus continua a enfatizar sobre a importância da oração perseverante e humilde (Lc 18,1-14) que se iniciou na passagem anterior deste texto. Para falar da oração humilde Jesus conta uma parábola na qual ele coloca em confronto dois tipos de atitude diante de Deus representados por um fariseu e um publicano, como protagonistas da parábola: o fariseu que se elogia desprezando o outro e o publicano que simplesmente pede a misericórdia de Deus sem desprezar ninguém, porque ele tem consciência de seus pecados.

Na “oração” do fariseu, Deus ficou esquecido e somente o EU predomina: Eu não sou como os demais, eu jejuo, eu pago o dízimo. A arrogante consciência de ter feito alguma coisa, o faz acreditar que Deus se tornou seu Devedor, mas é inútil. Ele abusava da oração para demonstrar sua própria grandeza a fim de se colocar em destaque diante dos demais. É um verdadeiro exibicionista. O exibicionismo é a linguagem que demonstra a ausência de um valor. Quando um valor cresce na experiência espiritual de uma pessoa, ela ama discrição, que é a linguagem do tesouro escondido, e se comunica pelo caminho da simplicidade e da discrição. Toda a arrogância é contra ao amor fraterno que é essencial para uma convivência mais humana.

É curioso comprovar que os santos, os que estão de verdade mais perto de Deus, se consideram sempre uns grandes pecadores, pois eles compreendem verdadeiramente o que o pecado significa. Somente à luz de Deus é possível reconhecer a própria miséria. O aproximar-se de Deus consiste em perder ou em abandonar nosso egoísmo e auto-suficiência para encontrar a felicidade de Deus.

Na parábola o publicano se sente pequeno, não se atreve a levantar os olhos ao céu, e por isso, sai do templo engrandecido. Reconhece-se pobre e por isso, sai enriquecido. Reconhece-se pecador e por isso, sai justificado. Com razão o Livro de Eclesiástico afirma: “Quem serve a Deus como Ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. A prece do humilde atravessa as nuvens” (Eclo 35,20-21).        

Somos fariseus quando vamos à igreja não para escutar Deus e suas exigências, mas para convidá-Lo a  nos admirar pelo bom que somos. Somos fariseus quando esquecemos a grandeza de Deus e nosso nada, e cremos que as virtudes próprias exigem o desprezo dos demais. Somos fariseus quando nos separamos dos demais e nos cremos mais justos, menos egoístas e mais puros/limpos que os outros. Somos fariseus quando entendemos que nossas relações com Deus têm de ser quantitativas e medimos somente nossa religiosidade pelas missas das quais participamos e não pelo amor que vivenciamos com os demais. A vaidade nos faz perder tempo em coisas fúteis e sem valor.

Sempre que nós rezamos de verdade, a nossa oração é eficaz não porque modificamos Deus, mas porque nos modificamos, assim saímos diferentes do que entramos do templo.    

Reflita o que São Paulo escreveu: “Verdade é que a minha consciência de nada me acusa, mas nem por isto estou justificado; meu juiz é o Senhor” (1Cor 4,4).

P. Vitus Gustama,svd

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