segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SER COMPANHEIRO NA PARTILHA DO PÃO

 
Quarta-feira, 05 de Dezembro de 2012
 
I SEMANA DO ADVENTO

Textos: Is 25,6-10; Mt 15,29-37


Naquele tempo, 29Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se. 30Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. 32Jesus chamou seus discípulos e disse: “Tenho compaixão da multidão, porque faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho”. 33Os discípulos disseram: “Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?” 34Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete, e alguns peixinhos”. 35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37Todos comeram, e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

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A imagem do banquete descrito pelo profeta Isaias (Is 25,6-10) constitui um dos símbolos fundamentais para expressar a comunhão, a fraternidade, a festa, o diálogo, e a vitória.


O banquete anunciado pelo profeta Isaias para o final dos tempos celebra a vitória de Deus sobre os poderes que escravizam e excluem os homens. Com isso, o profeta quer nos dizer que a última palavra será a Palavra de Deus e não a do homem por poderoso que o homem pareça ser neste mundo. Feliz seja aquele que vive de acordo com a Palavra de Deus!

 
“Naquele dia, o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos” (Is 25,6). Que descrição bonita!

 
Nos costumes orientais e bíblicos, o banquete faz parte do ritual de entronização dos reis. Preocupa-se com qualidade de comida e de bebida.

 
Também nós festejamos nossas alegrias em família com uma comida especial, pouco diferente da normal por ocasião de alguma festa de comemoração. Para anunciar os tempos de salvação, Deus anuncia que será o anfitrião de sua própria mesa. E Jesus também faz da comida o sinal de sua graça.

 
Vem a pergunta: Será que eu estou consciente de que na Eucaristia Deus me recebe em sua própria mesa como um convidado especial? Tenho algo a comemorar ou a celebrar quando vou participar da Eucaristia? Será que sei valorizar a ação de graças?

 
O senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces...” (Is 25,8ª). Que grande consolação para nós todos!

       
No banquete divino, Deus celebra uma vitória ao nos convidar para esta festa celeste: a vitória sobre a morte. A morte é a grande obsessão da humanidade, o grande fracasso, o grande absurdo, o símbolo da fragilidade e do sofrimento. Também é a grande objeção ou recusa que os homens fazem para Deus: se Deus existe, por que existe o mal? Devemos escutar a pergunta e também a resposta de Deus. Há que dar a Deus tempo, e saber esperar sua resposta.

 
O senhor Deus eliminará para sempre a morte”. Tal é a Boa Nova de Jesus Cristo. Em cada Eucaristia comemoramos a vitória de Cristo sobre a morte e conseqüentemente, nossa vitória também. Mas será que cada Eucaristia é para mim um comida de vitória sobre a morte? Será que estou consciente da verdade daquilo que rezo na eucaristia: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor, Jesus!”? Através desta proclamação queremos anunciar ao mundo que a morte não é o fim do homem. O fim é a exultação, a alegria, a salvação. Isto é o que Deus quer; é o que Deus nos preparou.

       
Mas precisamos aprender a partilhar o que temos e somos, como Jesus fez na multiplicação dos pães (Mt 15,29-37), para que mereçamos estar com Deus eternamente. Não é por acaso que a multiplicação dos pães é narrada tantas vezes nos evangelhos. Os evangelistas Mateus e Marcos o relatam duas vezes no seu respectivo evangelho. Jesus multiplica comida porque é algo sagrado, porque mantém a sobrevivência da própria vida. O homem é chamado a partilhar e a comer à mesa com os seus irmãos (na multiplicação todos comem dos mesmos pães e peixes).  Somente quando o pão for partilhado é que ele deixará de ser motivo de disputas para transformá-lo em sinal de amor e de fraternidade. O pão consumido isoladamente faz parte somente do mundo animal, pois o animal come sozinho e briga bravamente pela comida. O homem é sempre o companheiro do outro, isto é, aquele que come do mesmo pão (partilha). Precisamos partilhar o que é sagrado com os outros para torná-los sagrados também. Para isso tudo precisamos primeiro nos alimentar do Pão da Palavra de Deus. Quando nos alimentarmos verdadeiramente do Pão da Palavra de Deus e do Pão eucarístico é que nos sentiremos irmãos e sairemos do mundo do egoísmo para começar a partilhar o que se tem.


P. Vitus Gustama,svd

 

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