segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VIVER E ENSINAR COM AUTORIDADE

 

Terça-feira da I Semana do Tempo Comum

15 de Janeiro de 2013
 
(Festa de Santo Arnaldo Janssen, Fundador da SVD e SSpS)
 
 
Texto: Mc 1,21-28

21bEstando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele”! 26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galileia. 

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Jesus e seus seguidores chegaram a Cafarnaum, numa população ao redor do lago Galiléia. Esta região vai se converter em centro da atividade de Jesus.  Num Sábado entrou numa sinagoga e teve oportunidade de comentar as leituras do dia.

       
Sem dúvida, Jesus apóia seu ensinamento nos fatos, dá uma nova dimensão à lei e valoriza as pessoas diante das instituições dominantes de seu tempo. As regras são feitas para valorizar mais as pessoas e não para oprimi-las. O foco da atividade de Jesus são as pessoas. Por isso, surgiu o comentário: “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ele ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da lei” (Mc 1,22).

       
A autoridade de Jesus não está a serviço de uma instituição, mas está a serviço do ser humano para que este reconheça sua própria dignidade, sua vocação à vida comunitária. A nova forma de Jesus ensinarcom plena autoridadeapela a valores e atitudes fundamentais do ser humano: apela à capacidade de convivência, ao reconhecimento respeitoso e tolerante do outro, ao desenvolvimento da auto-estima como condições para um autêntica libertação da situação de marginalização em que vive a grande maioria. Onde não houver um mútuo respeito, não haverá espaço para a mútua admiração.

       
Por isso, o episódio do homem possuído por um espírito impuro, mais do que demonstrar autoridade de Jesus sobre as forças do mal, quer mostrar como Jesus integra ao seio da comunidade aquele que era excluído e recusado como muitos outros em nome de um poder que desumaniza e pior ainda em nome de uma religião, poisDeus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Na verdade, Mc coloca aqui o possuído como representante dos fanáticos pelo poder. Para assinalar o fanatismo Mc usa a expressãoestar possuído por um espírito impuroem oposição ao Espírito Santo quevida, que anima, que capacita o ser humano a amar. A força que despersonaliza o homem e impede todo espírito crítico é uma ideologia contrária ao plano de Deus.

       
O possuído não pode negar a autoridade de Jesus (profeta), mas não admite que sua autoridade se oponha à instituição religiosa e a sua doutrina que despersonaliza o ser humano. Para o possuído a autoridade de Jesus deve estar a serviço do sistema. Apesar de sua resistência, Jesus o liberta de seu fanatismo ou convence este possuído do erro de sua postura. Ao aceitar o Espírito de Deus o homem se liberta de suas escravidões.

 
A autoridade está ligada ao crescimento. A própria palavra vem do latim “augere”, que quer dizercrescer”. Por isso, exercer a autoridade é sentir-se realmente responsável pelos outros e por seu crescimento, sabendo que eles não são nossa propriedade, nossos objetos, mas pessoas que têm um coração, nas quais existe a Luz de Deus, e que são chamadas a crescer na liberdade da verdade e do amor. O maior perigo para alguém que tem autoridade é manipular as pessoas e dirigi-las para seus próprios objetivos e sua necessidade de poder.

       
Jesus fala como quem tem autoridade. Há palavras que nos aproximam de Jesus. Quais são estas palavras? Sempre que pronunciarmos uma palavra viva, aquela que não é fingida, aquela que sabe detectar em cada momento o que o outro está necessitando, aquela que faz o outro melhorar e crescer, aquela que não semeia a discórdia, a palavra que humaniza, estaremos falando com autoridade. Sempre que pronunciarmos uma palavra compassiva, aquela que consola nos momentos de dificuldade, a palavra que anima quem está desesperado, a palavra sincera de querer ajudar, estaremos falando com autoridade. Sempre que pronunciarmos uma palavra solidária, aquela que coloca as coisas no seu devido lugar, aquela que sai do coração para aliviar a dor do outro, aquela que serena, estaremos falando com autoridade. Sempre que pronunciarmos uma palavra de esperança que diz que nem tudo está perdido, que o melhor está para vir porque Deus está conosco, estaremos falando com autoridade.

       
É bom cada um fazer um exame de consciência para saber se fala com autoridade como Jesus ou não? Se esta próximo de Jesus no modo de viver e de tratar os demais?


P. Vitus Gustama,svd
 
 
SANTO ARNALDO JANSSEN


Neste dia, 15 de Janeiro, a Congregação do Verbo Divino (SVD) a qual eu pertenço e as Servas do Espírito Santo (SSpS) celebram a festa de seu fundador, Pe. Arnaldo Janssen. Com Pe. José Freinademetz (primeiro missionário para a China) Pe. Arnaldo Janssen foi canonizado pelo Papa João Paulo II no dia 5 de outubro de 2003.    


Pe. Arnaldo Janssen é o fundador da Congregação do Verbo Divino no dia 08 de Setembro de 1875 e mais tarde mais duas congregações femininas: as Missionárias Servas do Espírito Santo (SSpS, 8/12/1889) e as Missionárias Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua (08/12/1896). Pe. Arnaldo nasceu no dia 15/11/1837. É o segundo filho de uma família de onze irmãos em Goch, uma pequena cidade alemã da Baixada Renância, junto à fronteira holandesa.

        
Os pais, Gerhard Janssen e Anna Katharina Janssen, educaram seus filhos numa atmosfera de profunda e oração. A mãe foi, acima de tudo uma mãe orante no sentido mais pleno da palavra. E o pai, tinha uma profunda adoração à Santíssima Trindade e especialmente ao Espírito Santo. Na oração da tarde a família lia muitas vezes o Prólogo do Evangelho de João. O rosário era rezado fielmente. Além disso, era uma prática comum ler, em voz alta, revistas das missões e das atividades missionárias durante encontro da família, à noite. A família tinha um grande interesse pelas missões. Assim, foi no contexto da família que a semente da vida de oração de Arnaldo foi semeada. E ele a nutriu e desenvolveu ao longo da vida.

        
Na época da fundação da SVD aconteceu um choque entre a Igreja e o governo, entre a hierarquia e o poder público(o Kulturkampf) no tempo do Imperador Guilherme II e o Prussiano Otto Bismarck, chanceler alemão e inimigo político do catolicismo. Durante 1874-1875 cinco dos onze Bispos estavam na prisão. Por meio das “Leis de Maio” as autoridades esperavam quebrar a resistência dos católicos mas sua oposição se tornou cada vez mais forte do que nunca.

        
Pe. Arnaldo Janssen sabia ler os sinais dos tempos e dar resposta viáveis aos desafios de sua época a partir de sua vida de . Ele reconheceu a situação como vinda da mão de Deus, de Sua Divina Providência e estava disposto a ser seu instrumento. Uma vez que percebesse uma ação como Vontade de Deus, não perdia de vista seu objetivo e a decisão de realizá-lo. Por isso, no decreto de sua Beatificação em 1975, o Papa Paulo VI louvava sua perseverança na busca incansável da Vontade de Deus dizendo: “Aberto aos sinais dos tempos e atento, procurava a Vontade do Senhor... Uma vez que reconhecesse o chamado do alto, deixava tudo, esquecia-se de si mesmo e dedicava todo o seu ser na sua realização...”

          
Tudo começou em Steyl, uma pequena aldeia da Holanda. Humanamente falando, foi difícil descobrir sua grandeza. A maioria das pessoas duvidaram de suas habilidades e qualificações. Até um bispo disse: “Arnaldo Janssen ou é um louco ou é um santo”. Com toda a sua humildade disse no início da fundação: “Se é que a casa vai dar alguma coisa agradecemos a Deus; se vai fracassar, resta-nos bater no peito, reconhecendo que não fomos dignos da graça”. Ele foi digno. Durante a sua vida, ele enviou missionários para a Ásia( hoje mais de 06 mil verbitas dos quais 20% são indonésios), África (mais 447 membros), Oceania(mais 45 hoje), América(mais de 788 hoje), e no próprio continente europeu tem mais 2065 membros. Somando tudo mais de 06 mil verbitas espalhados pelo mundo inteiro(20% são indonésios). Somando com as servas mais de 10 mil membros.

        
Estas são as características do nosso fundador, Arnaldo Janssen:

= Busca incansável da Vontade de Deus;


= Profunda vida de oração: Suas decisões eram fruto de oração sincera e genuína, que sustentava sua perseverança e tenacidade em segui-las .Quem reza, prende a Terra ao Céu”, dizia ele.

 
= Vida de e união com Deus: por meio destas, ele via o mundo. Era capaz de perceber as necessidades do futuro da Igreja. Com uma visão do mundo além dos limites da Província geográfica, ele provou estar bem além do seu tempo.

= Sinceridade nas suas observações: ele insistia com seus colaboradores para serem dignos de confiança, co-responsáveis.


= Caridade e humildade: Quando criticado e combatido, ficava calado em vez de contestar a seus rivais.

 
= Amor à verdade: ele era correto em todas as suas palavras e ações.


= Visão clara: na seleção de candidatos, manteve os seguintes critérios que julgava essenciais à vida religiosa: Amor à oração e união com Deus; Humildade como sinal da verdadeira adesão ao Senhor; e Amor aos companheiros na prontidão de servir aos outros.

         
A chave para entender o caráter de Arnaldo Janssen é seu sentido e seu juízo cem por cento religiosos. Para ele era normal olhar e julgar todas as coisas de um ponto de vista normal sobrenatural.

        
Neste dia citei algumas das frases de Arnaldo Janssen para nossa meditação:

= “Sabemos muito bem que com as forças que possuímos não podemos resolver os nossos problemas. Esperamos em Deus, nosso Senhor, que nosconceder tudo o que for necessário, fazendo de nós o que melhor lhe convier. Se sair algo de bom desta casa, vamos atribuir à graça de Deus. Se não sair nada de bom, vamos bater, humildes, no peito e reconhecer que fomos indignos da graça de Deus”( foi dita na inauguração da casa missionário)

 
=”Se não formos um coração e uma alma, a obra não poderá prosperar”.


=”A amabilidade é a palavra que anima, levanta, consola e fortalece. Assim como o orvalho refresca e embeleza as plantas que murcham”.


=”O verdadeiro amor e a autêntica confiança em Deus são a base de todo trabalho em equipe”.


=”Quanto mais santa é uma obra, tanto maiores as dificuldades que, normalmente, se apresentam”.


=”Se não nos tornamos pequenos, não podemos agradar a Deus. Esta é a grande lição de Natal”.


=”Que a santa vontade de Deus seja bendita para sempre! Temos que adorar esta vontade e abraçá-la com amor, se queremos agradar a Deus. Peço ao bom Deus que nos permita reconhecer sua santa vontade e nos conceda uma alegre serenidade em cumpri-la. Senhor, seja feita sempre a vossa vontade! A batalha da vida consiste em sacrificar muito daquilo que tínhamos desejado e planejado. Mesmo que a vontade de Deus não corresponda aos nossos próprios desejos, ela é sempre proveitosa para nós”.        


 =”A vontade de Deus é sempre salutar, mesmo quando não corresponde aos nossos desejos”.

 
=”Quando tudo se desagrega, é sinal de que algo de novo está para surgir”.


 =”No vigor da graça do Espírito Santo tudo se torna possível”.

 
=”Quem não está disposto a sofrer, não receberá a graça de trabalhar por Deus”.

 
Aqui na terra não podemos amar a Deus genuinamente sem dor e sofrimento. Nós amadurecemos não por meio do trabalho, mas também aprendendo a sofrer. Deus quer que o bem se desenvolva lentamente e no meio de dificuldades. As cruzes que Deus nos manda são pedaços da Cruz de Cristo para o bem de seus servos. As cruzes são golpes que Deus manda para aqueles que ama. Temos que aceitá-las com amor e gratidão, apesar da dor  que nos provocam, porque são anúncios das graças que Deus quer nos dar. Lembrem-se de que o dia de Páscoa veio depois da Sexta-feira Santa

 
=”Quem ama a Deus, confia Nele; quem não confia Nele, não O ama”.


=”Não são as longas orações e sim as ações generosas que comovem o coração de Deus”.


=”Para nós, pobres homens, o vigoroso amor do Espírito Santo é sólida base de confiante esperança”.


=”O anúncio do Evangelho é a primeira e a mais sublime das obras de caridade”.


=”Não sei o que o futuro me reserva, mas confio em Deus”.


= “A confiança é a chave do incomensurável tesouro de Deus. A confiança em Deus é a virtude da qual o missionário deve haurir toda força e todo auxílio. O missionário deve ser um autêntico herói da confiança em Deus”.

 
=”Como um filho deixa-se levar pela mão de Deus, a santidade consiste numa absoluta entrega a ele. É impossível que Deus traia a nossa confiança”.


=” É preciso agüentar qual valoroso soldado no lugar em que a Divina Providência nos colocou”.

 
=”Aprendemos algo de extraordinária importância para o desenvolvimento de nossa obra, nesta primeira construção. Futuramente, quando uma obra for idealizada não devemos perguntar: Há dinheiro?, e sim: É necessária?”

 
= “Quem vive sempre unido a Deus, o mundo lhe pertence e cada dia é um milagre”.


=”Sejamos católicos da cabeça aos pés”.

 
=”Quem reza, prende a Terra ao Céu”.

 
=”Cada um de nós deve esforçar-se para amar verdadeiramente o Espírito Santo com todo o coração e trabalhar para promover a glória dele em outros. Tudo é possível pelo poder da graça do Espírito Santo”.

 
= “Com o corpo e alma eu me ofereci em total sacrifício ao Espírito Santo e pedi a graça de reconhecer a grandeza de seu amor e de viver e morrer para ele. Que me ajude a passar por esta vida sem pecar e a cumprir perfeitamente a santa vontade de Deus em tudo”.

 
=”Devemos considerar o pecado mortal como o pior assassino, porque mata em nós a vida divina, e ao homem de verdadeiro filho de Deus transforma em filho do demônio. A graça santificante, porém, extingue o pecado grave e restitui a vida divina da graça”.


=”Pela graça santificante habita em nossa alma a Santíssima Trindade, que nos faz participar de sua misteriosa vida divina. Para conservar essa vida, é necessário que seja sustentada. A Santa Comunhão é o maravilhoso alimento. O Santíssimo Sacramento do altar é a árvore da vida, cujos frutos os nossos protoparentes não chegaram a saborear. Em virtude deste sacramento, recebemos coragem, força e perseverança para a grande caminhada até a pátria celeste”.


=”A Santíssima Trindade pela graça santificante penetra a alma como um raio de luz que atravessa o cristal, como o fogo que abrasa o ferro. Deus deseja morar no coração humano para fazê-lo puro, feliz e santo, para ali depositar a plenitude dos tesouros divinos”.


=”Que o nosso coração seja como um altar de onde o sacrifício de agradecimento suba incessantemente a Deus”.


=”Que Deus santo e imortal seja cada vez mais adorado em toda a terra. Viva Deus Uno e Trino em nossos corações!”


P. Vitus Gustama,svd

 

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