domingo, 21 de julho de 2013

 
JESUS É A RESSURREIÇÃO E A VIDA
 
FESTA DE SANTA MARTA
Segunda-feira,29 de Julho de 2013
                                       
Texto de leitura: Jo 11,19-27


Naquele tempo, 19 muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20 Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21 Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23 Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24 Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. 25 Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27 Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.

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O episódio da ressurreição de Lázaro inicia mostrando a sintonia que reina entre Jesus e a comunidade dos que nele acreditam, representada por Lázaro, Marta e Maria. De fato, esses três representam a comunidade do Discípulo Amado que crescem na fé em Jesus, e as comunidades que aderem a Jesus em todos os tempos.
    

Marta, cuja festa celebramos hoje, representa o tipo de discípulo de Jesus que precisa superar o preconceito da morte enquanto desfecho fatal. Ela crê na ressurreição do último dia, como a maioria dos judeus. Mas Jesus é a Ressurreição e a Vida aqui e agora. Esse é o desafio feito às duas irmãs e a todos nós: Jesus não é a Vida somente depois da morte, mas ele é a Vida em abundância para esta vida e para além dela.
   

Superado o preconceito diante da morte, Marta se torna missionária porque ela vai chamar sua irmã Maria, que está sentada em casa, recebendo os pêsames da sociedade que nada faz diante das pessoas senão tentar consolar com palavras. “Maria ficou sentada em casa” esta expressão quer dizer que para Maria a morte de seu irmão significa o termino de sua vida. A idéia da morte como fim paralisa a comunidade e a faz permanecer no ambiente da dor, cercada pelos que não tem fé em Jesus. Maria tem de sair dessa casa para se encontrar com Jesus, a Ressurreição e a Vida. Também Maria, abandonando a “casa do desespero”, torna-se missionária porque ela conduz os judeus a Jesus que após o sinal (ressurreição) passam a acreditar em Jesus (v.31).
   

Jesus não veio para dar pêsames, e sim para comunicar vida. Após ter agradecido ao Pai, fonte da vida que comunica vida por meio da ação libertadora do Filho, Jesus chama Lázaro à vida. Jesus não veio para prolongar a vida física que o homem possui. Ele veio para comunicar a vida que ele mesmo possui e da qual dispõe: “Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5,26). Esta vida é seu próprio Espírito, a presença Sua e do Pai naquele que o aceita e vive sua mensagem, e esta vida despoja à morte de seu caráter de extinção. Na frase de Jesus “Eu sou a ressurreição e a vida” o primeiro termo depende do segundo: ele é a ressurreição por ser a vida: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). A vida que ele comunica, ao encontra-se com a morte, a supera; isto se chama ressurreição.


A ressurreição de Jesus e a nossa ressurreição pela fé em Jesus ressuscitado é a chave de nossa vida cristã. Crer na ressurreição não é somente crer em uma doutrina. Temos que crer na ressurreição com a vida; não somente com a cabeça. Temos que fazer nossa a ressurreição fazendo nosso o juízo de Deus contra o mal. Temos que crer na ressurreição com nossa atitude e nossas obras. Em outras palavras, temos que fazer ressurreição.


Além disso, crer na ressurreição de Cristo é muito mais que afirmar que Jesus foi tirado por Deus do túmulo; é reconhecer que o projeto de Deus se realiza em cada homem. Crer na ressurreição é crer no Deus da vida. E não somente isso; é crer em nós mesmos como a verdadeira possibilidade que temos de ser algo de Deus. A ressurreição de Jesus é a primícias de que na morte se nasce já para sempre.


Lázaro voltou à vida por ação de Jesus. Mas sua ação libertadora quer comprometer todos os que o seguem. A ação libertadora de Jesus implica nossa prática de libertação: desamarrar todas as pessoas de todos os laços que as prendem a uma situação de morte. Somos chamados a respeitar e a proteger a vida desde seu inicio, na sua duração e no seu término, pois a vida é sagrada. Por ser sagrada, a vida não pode ser sacrificada em nome de ninguém. Assim agindo, estaremos continuando o que Jesus fez, a fim de que todos tenham vida em abundância (cf. Jo 10,10).



A morte de Lázaro pode ser um símbolo de nossa vida espiritual. É necessário que a Palavra de Jesus nos tire da tumba em que nós vivemos, nos liberte de nossas ataduras interiores para poder ter atitudes de vida com os demais. crer em Jesus e segui-lo é o que nos dá vida verdadeiramente e a vida em abundância. Marta crê nele. E graças a esta fé de Marta que Jesus fez Lazaro voltar a viver como uma nova criação.

 
Quais são as amarras que nos prendem a uma situação de morte? E como nos livrar dessas amarras? Quantas vezes nos comportamos como Maria que consideramos a morte como o fim de tudo (acabou tudo) e esta crença, conseqüentemente, paralisa nossa vida. Precisamos ouvir e viver sempre aquilo que Jesus nos diz: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim ainda que esteja morto viverá”. É preciso que voltemos a ser verdadeiros cristãos vivendo na profundidade o que Jesus nos ensinou. Por este caminho superaremos muitas coisas na vida. Com Jesus ressuscitado, a vida não acaba, mas continua. Para chegar a esta verdade nós precisamos recuperar nossa fé em Jesus que é a ressurreição e a vida.


P. Vitus Gustama,svd

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