segunda-feira, 17 de março de 2014

 
SÃO JOSÉ

SOLENIDADE

19 de Março


Primeira Leitura: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16


Naqueles dias, 4a Palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5a“Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13 Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14ª Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’”.


Segunda Leitura: Rm 4,13.16-18.22


Irmãos, 13 não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16 É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abra­ão, que é o pai de todos nós. 17 Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua prosperidade”. 22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.


Evangelho: Mt 1,16.18-21.24a


16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24ª Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.
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José: Um Homem Justo


“José, seu marido, era justo...”


O justo, biblicamente, significa aquele que é fiel aos mandamentos de Deus; aquele que tem fé nos anúncios dos profetas e espera com paciência seu cumprimento, pois Deus é fiel às suas promessas. Nada desvia José do caminho traçado por Deus. Embora passe por situações bastante dolorosas, José continua sendo firme como a rocha e sempre conta com a ajuda de Deus.
 
É justo o homem que olha para Deus e ordena a sua vida segundo os ditames da vontade divina. É justo o homem que cumpre a Lei divina de todo coração e com sincera alegria e leveza. O justo é o homem sábio e bondoso. O justo é, portanto, uma figura ideal do homem agradável a Deus e aos homens de boa vontade. Será que estou dentro deste critério?


José: Um Homem Que É Chamado A Entrar No “Sonho” De Deus
   

“Sonho” é um estado no qual a nossa atividade pessoal se detém ou pelo menos, está fortemente diminuída. No sonho não temos mais controle sobre a nossa vida e atividade. É um estado de profunda tranqüilidade, de profunda serenidade, ou podemos dizer, de profundo êxtase. Certamente, quando nos calarmos, Deus começará a falar para nós (cf.1Rs 19,1-18). Enquanto não ficarmos calados, Deus não terá chance para falar conosco e de nós. Deus pode muito mais facilmente irromper na nossa vida, quando soubermos nos calar.
     

José sabe criar o silêncio dentro de si para escutar melhor o que Deus quer dele numa situação complicada humanamente. Se dependesse de sua vontade, José abandonaria Maria e o Salvador no ventre de Maria: “José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo”. Mas José acredita muito mais na vontade de Deus do que na sua própria vontade. Por causa da sua fidelidade à vontade de Deus, ele deixa de lado os planos de raciocínios meramente humanos. José deixa de se preocupar consigo próprio para seguir a vontade de Deus. Ele cria um espaço interior para ouvir a voz de Deus. Ele deixa ser convidado a entrar no “sonho” de Deus. O “sonho” de Deus é salvar a humanidade, mas com a participação do próprio ser humano.


"Mediante o sacrifício total de si próprio, José exprime o seu amor generoso para com a Mãe de Deus, fazendo-lhe ‘dom esponsal de si’. Muito embora decidido a afastar-se, para não ser obstáculo ao plano de Deus que nela estava a realizar-se, por ordem expressa do anjo ele manteve-a consigo e respeitou a sua condição de pertencer exclusivamente a Deus (João Paulo II: REDEMPTORIS CUSTOS no. 20b).


É tocante a docilidade de José diante da vontade de Deus que ele nem pede nenhuma explicação de Deus, como Maria (Lc 1,34), nem diz uma única palavra. Simplesmente ele faz seus os desígnios de Deus. Por isso, na perspectiva de sua fé que o anima, a estrutura humana de José se torna gigantesca. Ele é realmente um homem-sinal e homem-missão que se expressa no respeito pelo mistério de Deus operado em Maria e na vocação de ser o pai legal de Jesus.


Da mesma forma, somos todos convidados, a exemplo de José, a participar no “sonho” de Deus. É bom sonharmos com Deus para que todos sejam salvos.


Maria e José: Duas Pessoas Que Se Deixam Guiar Pela Palavra De Deus


Não dá para falar de São José sem falar de Maria. Porque a existência de Maria ilumina a existência de José. E os dois são pessoas totalmente dominadas pela luz divina. Por isso, são José é chamado de o homem justo, isto é, aquele que vive totalmente de acordo com os mandamentos de Deus; é aquele se deixa guiar pela luz da Palavra de Deus.


Maria, mesmo antes de se casar com José, é uma jovem totalmente dominada pela graça de Deus. Por Maria estar totalmente plenificada pela luz da graça de Deus, o Anjo do Senhor a chama de “cheia de graça”. Trata-se de uma jovem que se deixa conduzir totalmente pela graça de Deus. Não é por acaso que, pela benevolência de Deus, o ventre da jovem Maria se torna o ninho do Salvador.


E só pode ser José, o homem justo, pode se tornar pai adotivo de Jesus. Somente dentro de uma família em que Maria como esposa cheia da graça e José, como esposo justo que vive de acordo com os mandamentos do Senhor é que o menino Jesus cresce em sabedoria e a graça diante dos homens e diante de Deus (cf. Lc 2,52).


Se quisermos encontrar uma jovem exemplar para ser espelhada pela juventude na preparação para formar uma família ou para seguir outra vocação, encontramos este exemplo em jovem Maria. Se quisermos encontrar um jovem para ser um futuro pai justo, encontramos em José. O casamento de duas pessoas de Deus: uma é cheia de graça e o outro vive de açodo com a Palavra de Deus, só pode ter como resultado uma geração cheia de sabedoria e da graça como Jesus.


O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa. Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Proteja os trabalhadores de todo o mundo, para que contribuam com as suas várias profissões para o progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a realizar com confiança e com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o cumprimento da obra da salvação.(PAPA BENTO XVI: Durante ANGELUS no III Domingo da Quaresma, 19 de Março de 2006)


Neste dia em que celebramos a sua solenidade, São José vem questionar nossa pouca fé, nossa infidelidade à vontade de Deus, nosso ceticismo em relação ao poder de Deus, nossas rebeldias contra Deus. São José vem sussurrar no nosso interior: “Confie em Deus, pois ele é fiel às suas promessas!”.  As almas mais sensíveis aos impulsos do amor divino vêem em José um exemplo luminoso de vida interior. Mais ainda, a aparente tensão entre a vida ativa e a vida contemplativa tem em José uma superação ideal, possível para quem possui a perfeição da caridade.” (João Paulo II: REDEMPTORIS CUSTOS no. 27).

P. Vitus Gustama,svd

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