sábado, 5 de abril de 2014


MISERICÓRDIA DIVINA DIANTE DA MISÉRIA HUMANA
 
 
Segunda-Feira Da V Semana Da Quaresma
 07 de Abril de 2014
 
Primeira Leitura: Dn 13,1-9. 15-17.19-30.33-62

Naqueles dias, 41c a assembleia condenou Susana à morte. 42 Su­sana, porém, chorando, disse em voz alta: “Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas e sabes tudo de antemão, antes que aconteça! 43 Tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer, quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram a meu respeito! 44 O Senhor escutou sua voz. 45 Enquanto a levavam para a execução, Deus suscitou o santo espírito de um adolescente, de nome Daniel. 46 E ele clamou em alta voz: “Sou inocente do sangue desta mulher!” 47 Todo povo então voltou-se para ele e perguntou: “Que palavra é esta, que acabas de dizer?” 48 De pé, no meio deles, Daniel respondeu: “Sois tão insensatos, filhos de Israel? Sem julgamento e sem conhecimento da causa verdadeira, condenais uma filha de Israel? 49 Voltai a repetir o julgamento, pois é falso o testemunho que levantaram contra ela!” 50 Todo o povo voltou apressadamente, e outros anciãos disseram ao jovem: “Senta-te no meio de nós e dá-nos o teu parecer, pois Deus te deu a honra da velhice”. 51 Falou então Daniel: “Mantende os dois separados, longe um do outro, e eu os julgarei”. 52 Tendo sido separados, Daniel chamou um deles e lhe disse: “Velho encarquilhado no mal! Agora aparecem os pecados que estavas habituado a praticar. 53 Fazias julgamentos injustos, condenando inocentes e absolvendo culpados, quando o Senhor ordena: ‘Não farás morrer o inocente e o justo!’ 54 Pois bem, se é que viste, dize-me à sombra de que árvore os viste abraçados?” Ele respondeu: “À sombra de uma aroeira”.55 Daniel replicou: “Mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus, tendo recebido já a sentença divina, vai rachar-te pelo meio!” 56 Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro: “Raça de Canaã, e não de Judá, a beleza fascinou-te e a paixão perverteu o teu coração. 57Era assim que procedíeis com as filhas de Israel, e elas por medo sujeitavam-se a vós. Mas uma filha de Judá não se submeteu a essa iniquidade. 58 Agora, pois, dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?” Ele respondeu: “Debaixo de uma azinheira”. 59 Daniel retrucou: “Também tu mentiste com perfeição, contra tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para cortar-te ao meio e para te exterminar!” 60 Toda a assistência pôs-se a gritar com força, bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam. 61 E voltaram-se contra os dois velhos, pois Daniel os tinha convencido, por suas próprias palavras, de que eram falsas testemunhas. E, agindo segundo a lei de Moisés, fizeram com eles aquilo que haviam tramado perversamente contra o próximo. 62 E assim os mataram, enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente.
 
 
Evangelho: Jo 12,1-11 (Para o Ano "A" e "B")
 
Naquele tempo, 1 Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. 3 Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Levando-a para o meio deles, 4 disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5 Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?” 6 Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7 Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. 8 E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9 E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio, em pé. 10 Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” 11 Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
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As duas leituras de hoje nos apresentam um paralelismo. Trata-se de um juízo contra duas pessoas, duas mulheres: uma inocente, vítima de dois homens velhos e perversos (Suzana); outra, pecadora, adúltera. No evangelho de hoje Jesus salva uma mulher adúltera dos que a acusavam e queriam sua morte. O relato de Daniel, na primeira leitura, nos apresenta uma situação semelhante em que Daniel salvou não uma adúltera e sim uma mulher inocente, Suzana. As duas cenas têm muito em comum e nos ajudam a prepararmos a celebração da Páscoa que está próxima com o juízo misericordioso de Deus sobre nosso pecado. Somente Deus pode nos julgar retamente, pois Ele julga segundo o coração e não conforme as aparências. Deus sempre muito mais o nosso coração do que nossa aparência. Por isso, Deus, na sua infinita sabedoria, jamais erra no seu juízo.
     
No texto do evangelho de hoje os escribas e os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher que havia sido apanhada cometendo adultério. Eles a colocaram no meio e disseram: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés, na sua lei, manda apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”.
 
 
É surpreendente que não se fale do “parceiro” deste ato de adultério (porque é difícil cometer adultério sozinho). Por que o “parceirotambém não foi agarrado? É a história de sempre: a agressividade, a violência, as paixões sempre se descarregam sobre os mais fracos: os mais fortes sempre conseguem se safar ou se escapar por causa do poder social, cultural, político ou econômico. Os fracos sempre são vítimas porque eles não têm recursos em todos os sentidos. O único recurso dos fracos é o próprio Deus.
 
 
Diante da pressão da multidão, especialmente dos escribas e fariseus Jesus fica calado. Se Deus parece calar-se, acontece isso porque nos disse tudo: não tem mais nada a acrescentar. Deus deseja que escutemos com maior atenção a palavra que nunca chegamos a compreender perfeitamente. A Palavra de Deus não se gasta e é perpétua.  Se soubermos escutar atentamente a Palavra de Deus, jamais nos precipitaremos em nada. No ritmo acelerado de nossa sociedade habituamo-nos a um gasto colossal de palavras. Vivemos numa sociedade cada vez mais reacionária diante de tudo do que numa sociedade refletiva em que tudo precisa ser analisado calmamente. Estamos cada vez mais distante do valor de um silencia para escutar a ressonância de nossas palavras e atos. Quem é incapaz de entender o silêncio de um amigo, também nunca há de compreender suas palavras.
 
 
Por causa de tanta pressão da multidão Jesus abandona o silêncio para pronunciar a seguinte frase: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire-lhe a primeira pedra”.
 
 
O efeito destas palavras é marcante. Ao ouvirem isso, todos foram-se embora um após outro, a começar pelos mais velhos. Eles são acusados por sua própria consciência. O detalhe “a começar pelos mais velhospoderia referir-se à sua mais ampla experiência da fraqueza humana. Quanto mais vivemos, mais possibilidades nós teremos para cometer erros na vida.
 
 
A palavra de Jesus inibiu esses homens de cometer um ato de violência, e eles renunciam livremente. O fato de eles irem embora uma confissão implícita de seu pecado. Concretamente podemos dizer que Jesus é situado duplamente: em relação aos fariseus, a cilada é desfeita e em relação à mulher adúltera, a absolvição foi feita. Diante do pecado que é mais pesado que as pedras em que eles estão pegando, Jesus, vindo de fora, está só, enquanto a mulher está diante dele.
 
 
A cena do evangelho de hoje tem sua “ironia” divina. Aquele que é sem pecado (Is 8,46), Aquele que é a santidade participada sem limite e eternamente do Pai encontra-se com a pecadora numa atitude de perdão, de acolhimento. Aqueles, que vinham eles mesmos carregados de pecados, querem a condenação, sendo frustrados precisamente pelo choque com a inocência de Jesus, que os desafia. O rigor de nosso julgamento sobre o nosso próximo mostra que desconhecemos a nossa própria fragilidade e os nossos defeitos e a nossa condição de pecadores diante de Deus. Certas atitudes de rigor em relação ao irmão dificilmente conseguem encobrir alguma fraqueza ou miséria própria não aceita, não confessada. Aí está Jesus escrevendo no chão, seja revelando a cada um sua miséria, seja simplesmente desconversando uma acusação vinda de más intenções.
 
 
Também não te condeno. Vai em paz e de agora em diante não peques mais!”, disse Jesus à mulher pecadora. Trata-se, na verdade, de uma palavra poderosa de pleno perdão do pecado. Estas palavras finais de Jesus são dirigidas à mulher e aos pretensos juízes. Jesus fica ali para receber novamente a todos. Jesus não quer condenar, mas libertar. Com sua decisão, Jesus restitui a vida à mulher, dando-lhe uma nova coragem para viver, uma nova oportunidade para recomeçar. O que importa de verdade para a mulher é este novo começo.
 
 
Todos nós necessitamos que alguém nos diga: “Eu também não te condena: vai, e doravante não peques mais!” Tal é a palavra criadora de Jesus. Jesus nos torna capazes de aceitar nosso pecado para que iniciemos juntos uma existência reconciliada.
 
 
Há duas classes de homens: Uns, pecadores que se julgam justos e os outros, justos que se crêem pecadores. Em que grupo você está? A raiz do mal e da injustiça está dentro de cada um de nós; dentro de mim.  Se não reconheço isto, nada melhorará dentro e fora de mim.
P. Vitus Gustama,svd

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JESUS E SEUS ENSINAMENTOS SÃO A LUZ DE NOSSA VIDA

Segunda-feira da V Semana da Quaresma
07 de Abril de 2014
 

Primeira Leitura: Dn 13,1-9. 15-17.19-30.33-62

Naqueles dias, 41c a assembleia condenou Susana à morte. 42 Su­sana, porém, chorando, disse em voz alta: “Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas e sabes tudo de antemão, antes que aconteça! 43 Tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer, quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram a meu respeito! 44 O Senhor escutou sua voz. 45 Enquanto a levavam para a execução, Deus suscitou o santo espírito de um adolescente, de nome Daniel. 46 E ele clamou em alta voz: “Sou inocente do sangue desta mulher!” 47 Todo povo então voltou-se para ele e perguntou: “Que palavra é esta, que acabas de dizer?” 48 De pé, no meio deles, Daniel respondeu: “Sois tão insensatos, filhos de Israel? Sem julgamento e sem conhecimento da causa verdadeira, condenais uma filha de Israel? 49 Voltai a repetir o julgamento, pois é falso o testemunho que levantaram contra ela!” 50 Todo o povo voltou apressadamente, e outros anciãos disseram ao jovem: “Senta-te no meio de nós e dá-nos o teu parecer, pois Deus te deu a honra da velhice”. 51 Falou então Daniel: “Mantende os dois separados, longe um do outro, e eu os julgarei”. 52 Tendo sido separados, Daniel chamou um deles e lhe disse: “Velho encarquilhado no mal! Agora aparecem os pecados que estavas habituado a praticar. 53 Fazias julgamentos injustos, condenando inocentes e absolvendo culpados, quando o Senhor ordena: ‘Não farás morrer o inocente e o justo!’ 54 Pois bem, se é que viste, dize-me à sombra de que árvore os viste abraçados?” Ele respondeu: “À sombra de uma aroeira”.55 Daniel replicou: “Mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus, tendo recebido já a sentença divina, vai rachar-te pelo meio!” 56 Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro: “Raça de Canaã, e não de Judá, a beleza fascinou-te e a paixão perverteu o teu coração. 57Era assim que procedíeis com as filhas de Israel, e elas por medo sujeitavam-se a vós. Mas uma filha de Judá não se submeteu a essa iniquidade. 58 Agora, pois, dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?” Ele respondeu: “Debaixo de uma azinheira”. 59 Daniel retrucou: “Também tu mentiste com perfeição, contra tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para cortar-te ao meio e para te exterminar!” 60 Toda a assistência pôs-se a gritar com força, bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam. 61 E voltaram-se contra os dois velhos, pois Daniel os tinha convencido, por suas próprias palavras, de que eram falsas testemunhas. E, agindo segundo a lei de Moisés, fizeram com eles aquilo que haviam tramado perversamente contra o próximo. 62 E assim os mataram, enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente.

 
Evangelho: Jo 8,12-20 (Evangelho para o Ano "C")
 
Naquele tempo: 12 Disse Jesus aos fariseus: 'Eu sou a luz do mundo.Quem me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida.' 13 Então os fariseus disseram: 'O teu testemunho não vale, porque estás dando testemunho de ti mesmo.' 14 Jesus respondeu: 'Ainda que eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque sei de onde venho e para onde vou. Mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou. 15 Vós julgais segundo a carne, eu não julgo ninguém, 16 e se eu julgo, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou só, mas comigo está o Pai, que me enviou. 17 Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. 18 Ora, eu dou testemunho de mim mesmo e também o Pai, que me enviou, dá testemunho de mim.' 19 Perguntaram então: 'Onde está o teu Pai?' Jesus respondeu: 'Vós não conheceis nem a mim, nem o meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.' 20 Jesus disse estas coisas, enquanto estava ensinando no Templo, perto da sala do tesouro. E ninguém o prendeu, porque a hora dele ainda não havia chegado.
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 Eu sou a luz do mundo” diz Jesus.


A metáfora da luz se entende facilmente: é o contrário da escuridão/obscuridade e da cegueira. E no sentido simbólico, é o contrário do ódio e da mentira.


Todos nós temos a experiência da luz (menos um cego de nascença). A luz não só torna claro e mostra a beleza do universo, mas também ela é condição de sobrevivência. As plantas sem o sol morrem. Na escuridão ninguém pode produzir nada. A luz nos faz percebermos a beleza das cores. A luz serve para iluminar os objetos. A luz existe não para ser olhada diretamente, pois pode causar a cegueira. Não se deve olhar para a luz, mas para as coisas iluminadas ou caminho iluminado por ela.


No AT, Deus é o Criador da luz. Ao criar a luz e dividir o tempo entre luz e trevas, Deus acabou com o primitivo estado de caos (Gn 1,3). A luz é criada por Deus, por isso, ela é um sinal que manifesta visivelmente alguma coisa de Deus. Em outras palavras, a luz é o reflexo da glória de Deus. O Sl 104,2 descreve a luz como vestimenta em que Deus se envolve. Como luz, quando Deus aparece, seu esplendor é semelhante ao dia e de suas mãos saem raios (Hab 3,3s). A luz é, então, a glória ou esplendor de Deus.
   

No NT a luz é reflexo da divindade. A nuvem luminosa na transfiguração mostra a presença de Deus (Mt 17,5). Deus habita em luz inacessível (1Tm 6,16). Deus é luz (1Jo 1,5). E quem obedece aos seus mandamentos andam na luz (1Jo 1,7). A luz de Deus é vista em Jesus, que é a luz do mundo (Jo 3,19; 8,12; 9,5;12,35s.46). Jesus é a luz que ilumina todo homem (Jo 1,9) por meio da vida que ele tem dentro de si (Jo 1,4) e brilha para os homens (1Jo 2,8-10). Jesus é também a luz para guiar os pagãos (Lc 2,32). O cristão através de sua participação na luz e na vida de Deus por meio de Jesus transforma-se em instrumento de luz para aqueles que se acham nas trevas.


Para o AT e para o judaísmo, a luz era símbolo da Lei e da sabedoria. De ambas se dizia que eram a luz dos homens. No mundo helenista a luz simbolizava o conhecimento de Deus. Os primeiros cristãos consideraram o evangelho como a luz. Com sua auto-apresentação ou auto-revelação “Eu sou a luz”, Jesus atribui à sua pessoa o que se havia dito da lei, de sabedoria, do conhecimento de Deus e do evangelho. Jesus ilumina o mistério da existência humana e procura e traz a salvação para os homens que a haviam esperado da lei. Para Jesus é necessário que o homem aproveite a luz do dia, isto é, a presença de Jesus. Sua ausência significa a irrupção/invasão do mundo das trevas, do mundo antidivino. E a fé em Jesus, Luz do mundo, possibilita o homem enxergar a vida da maneira que Deus a vê.


Na série de afirmações de Jesus, o repetido “Eu sou” do evangelho de João, ouvimos hoje o “Eu sou a Luz do mundo: quem me segue não andará nas trevas” que repetirá também depois da cura do cego de nascimento.


Esta declaração de Jesus alude à cerimônia da festa judaica das luzes. A Luz é a designação do Messias, por sua obra de libertação, de felicidade e de alegria. A frase “Eu sou a Luz do mundo” significa que Jesus é o Messias e toma o posto da Lei, sendo ao mesmo tempo, o resplendor da vida: “O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens” afirma o Prólogo (Jo 1,4) e para toda a humanidade (Is 42,6s; 49,6.9).


No capitulo 7 (Jo 7,37-39), Jesus se apresentava como a fonte da água/Espírito; agora se define como o guia: “Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (8,12). Seguir a Jesus exige uma decisão pessoal para orientar a vida. Como guia para nosso caminhar pela vida, Jesus nos convida a segui-lo para caminhar sempre na claridade a fim de poder viver uma vida sempre iluminada. A pessoa de Jesus, seus ensinamentos, seus exemplos de vida são luz que ilumina toda nossa existência, tanto nas horas boas como nas horas de sofrimento ou de contradição. Seguir Jesus significa encontrar o Caminho que com segurança nos conduz ao Pai, ao Céu sem tropeços.


Vós Sois a Luz Do Mundo


Como discípulos seus, o Senhor nos convida também a sermos luz para o mundo; a levar a luz da esperança no meio das violências, desconfianças e medos de nossos irmãos; a levar a luz da fé no meio das obscuridades, dúvidas e interrogações; a levar a luz do amor no meio de tanta mentira, rancor e vingança.  Jesus afirma no Sermão da Montanha: Vós sois a luz do mundo. Uma cidade construída sobre a montanha não fica escondida. Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,14-16).


O cristão através de sua participação na luz e na vida de Deus por meio de ensinamentos de Jesus transforma-se em instrumento de luz para aqueles que se acham nas trevas. A glória de Deus não se manifesta mais no texto da Lei nem no lugar do templo, mas no modo de agir ou de viver dos que seguem Jesus. Os discípulos são a luz do mundo à medida que são os reflexos autênticos da vida e do ensinamento de seu Mestre Jesus, e não como os vaga-lumes que só piscam de vez em quando.


Mas os cristãos têm que estar conscientes de que não é para eles que os homens devem olhar, e sim para Deus de Bondade, fonte de todas as boas obras. Os discípulos devem permanecer discretos, pois se a luz bate diretamente nos olhos, somente prejudica, incomoda, irrita e cega.


As palavras de Maria, a Mãe do Senhor, nas bodas de Cana: “Fazei tudo o que Ele vos mandar” (Jo 2,5) são o caminho para que Jesus seja Luz do mundo e para que nós iluminemos o mundo ao nosso redor com esta mesma Luz. A vida de Deus que habita em cada um de nós deve ser manifestada através de nossas boas obras. Mediante elas Deus continuará nos iluminando. Não podemos nos converter em ocasião de pecado, de escândalo, de tropeço para os demais. O Senhor nos diz que somos a luz do mundo. Para sermos a luz do mundo precisamos contemplar a verdadeira Luz que é Jesus Cristo. Ao contemplá-lo, seremos reflexos seus no mundo.

P. Vitus Gustama,svd

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