quarta-feira, 16 de julho de 2014

 
JESUS É O AMOR ENCARNADO DE DEUS

Sábado da XV Semana Comum
19 de Julho de 2014
 
Evangelho: Mt 12, 14-21

Naquele tempo, 14 os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15 Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16 E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17 para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18 “Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19 Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20 Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21 Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.
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Continuamos com as controvérsias entre Jesus e as autoridades do seu tempo. Nos versículos anteriores do texto do evangelho deste dia Mt relatou a atividade de Jesus de curar muitos doentes no Sábado, dia sagrado para os judeus. Relatou-se que Jesus curou um homem de mão seca dentro da sinagoga (cf. Mt 12,9-13). Era proibido curar no Sábado, o dia sagrado. Para Jesus o sagrado é o ser humano (cf. 1Cor 3,16-17) e não o dia. Por isso, para Jesus salvar um ser humano está acima de qualquer lei religiosa, por mais sagrada que ela pareça ser. A lei religiosa existe em função do ser humano. Naturalmente os dirigentes do povo desaprovaram a atividade de Jesus. Por isso, decidiram matá-lo.


A hostilidade dos fariseus (Mt 12,14) é o ponto terminal do relato referido à atividade de Jesus durante o Sábado numa sinagoga. Diante da hostilidade, Jesus muda seu espaço: “Ao saber disso, Jesus retirou-se dali”, mas continua curando a todos. Sua tarefa é ajudar, socorrer e reviver a todos aqueles que se encontram ameaçadas na sua dignidade.


A maneira de atuar de Jesus é totalmente contrária à maneira de atuar dos fariseus. Observemos o contraste nesta controvérsia entre Jesus e seus adversários: Os adversários planejam matar Jesus, e Jesus planeja um serviço de caridade, de amor e de proximidade dos necessidades. Os adversários tomam atitudes violentas, e Jesus cumpre a visão profética de bendizer e de apreciar todos os detalhes da bondade que estão ao Seu alcance. O mal e o bem, chocando-se mutuamente, caminham em paralelo. O objeto da ação é o mesmo homem tanto para o bem como para o mal. Um coração que ama se enfrenta com um coração maldoso. Jesus será vítima disso, mas Deus bota a vida onde o homem põe a morte. Por isso, Jesus será ressuscitado por Deus, Seu Pai.


Jesus não lhes responde com ações violentas. Como verdadeiro Servidor de Deus, Jesus busca que a verdade brilhe sobre as trevas da morte e da miséria. A missão de Jesus é pacifista, solidária e defensora da justiça e do direito. Somente de um homem assim, sem pretensões mundanas é que o povo pode esperar a salvação.


Por que os dirigentes do povo defendem tanto a lei supostamente sagrada e não defende o ser humano, que é o filho de Deus, templo do Espírito Santo, segundo São Paulo? (cf.1Cor 3,16-17). É por causa do império dos interesses econômicos e sociais. Quando o dinheiro se torna o objetivo da vida de uma pessoa, ela não admite rivais.  E se tiver rivais, será eliminado. Quem se entrega ao dinheiro, não consegue ver mais ninguém senão a si mesmo. O dinheiro se revela uma arma mais letal do que as armas nucleares, quando usado unicamente em vista dos interesses de alguns. É por isso que Jesus disse que, ou se serve a Deus, ou se serve ao dinheiro (cf. Mt 6,24). Quem se preocupa com a própria glória não se preocupa com o bem do outro.


Jesus age como um profeta: falar em nome de Deus na defesa da igualdade e da fraternidade, embora Jesus seja mais do que um profeta, pois ele é a encarnação do amor de Deus, Deus-Conosco. Os profetas do Antigo Testamento com muita freqüência se atiram contra as prepotências dos ricos em relação aos pobres, por sensibilidade social, mas, sobretudo, por sensibilidade teológica no sentido de que as injustiças entre os homens quebram a relação com Deus. O mal que se faz ao homem é mal feito a Deus (cf. Mt 25,40.45).


O verdadeiro objetivo da vida de Jesus é amar para salvar (Jo 3,16). Esse objetivo se expressa da seguinte maneira: “Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito”. Jesus veio não para desencorajar e sim para encorajar. Ele veio não para ameaçar o fraco com condenação e sim com a compreensão. Jesus veio não para apagar “o pavio que ainda fumega” e sim para fortalecer sua luz a fim de clarear mais. Por isso, “Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”. Tudo em Jesus era manifestar o amor de Deus para os homens. Logo, tudo na vida de cada cristão deve ser a manifestação do amor de Deus, porque o amor humaniza e diviniza, cria a fraternidade e a comunhão, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16).


Como cristãos seguidores de Cristo, nós temos em Jesus nosso espelho para podermos nos ver melhor ou para comprovar se aprendemos ou não as principais lições de nosso Mestre Jesus. Temos que fazer chegar para as pessoas a mensagem de amor de Jesus. Mas não devemos impor, e sim propor, não gritar e sim anunciar motivando, respeitando a situação de cada pessoa.


Por isso, como cristãos, nós devemos ser contrários a toda a forma de luta violenta, mas também devemos agir energicamente com todas as iniciativas e meios não violentos, para afirmar a justiça, o respeito pelos direitos humanos, pela fraternidade, pela dignidade de cada pessoa e pela caridade no mundo. Podemos combater o pecado sem eliminar o pecador, pois Deus odeia o pecado, mas não se cansa de perdoar quem se converte: “Porventura, tenho Eu prazer na morte do ímpio? Porventura, não alcançará ele a vida se ele se converter de seus maus caminhos?” (Ez 18,23). A missão de cada cristão, a exemplo do mestre Jesus, é pacifista, solidária e defensora da justiça e do direito. É “Não quebrar o caniço rachado, nem apagar o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito”.

P. Vitus Gustama,svd

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