quarta-feira, 30 de setembro de 2015

01/10/2015
SOMOS TODOS MISSIONÁRIOS DO SENHOR
 
FESTA DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Quinta-feira da XXVI Semana Comum

Evangelho: Lc 10,1-12


Naquele tempo, 1 o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. 10 Mas, quando entrardes nu­ma cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11 ‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12 Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.
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SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE
 
Santa Teresinha viveu uma vida que não foi fácil. Mas ela sabe aproveitar o que é sofrido para seu crescimento na santidade e no amor ao próximo, expressão de seu amor para Deus.

Nos primeiros anos de sua infância, Santa Teresinha era uma alegria só para sua família. A tristeza começou a invadir sua vida quando sua mãe morreu de câncer e Teresinha tinha apenas 4 anos de idade. Ela escolheu, então, Paulina, sua irmã, como sua “Segunda mãe”. Teresinha começou a se fechar sobre si mesma e sobre seu ambiente familiar. Mas recebeu uma boa formação de sua irmã, Paulina. Na procissão do Corpus Christi, em junho de 1878, aos 5 anos de idade, começou a se intensificar o seu amor à Eucaristia: ela gostava de jogar as pétalas de rosas na direção do ostensório durante a procissão. Quando tinha 9 anos de idade sua irmã, que é sua “segunda mãe” entrou no Carmelo de Lisieux. Teresa sofre com a perda de sua “segunda mãe”. Teresa começa a ter dores de cabeça, quase contínuas e sofre o desequilíbrio afetivo. Mas cura milagrosamente pelo sorriso da virgem Maria. Teresa assume, então, a Nossa Senhora  como Mãe ( aos 10 anos de idade). Aos 14 anos de idade, ela pede ao pai para ela entrar no Carmelo aos 15 anos de idade. Eles fazem, então, a viagem para Roma para pedir ao Papa Leão XIII para entrar no Carmelo com 15 anos. Foi aceito o pedido. Aos 15 anos Teresa começa uma das grandes purificações espirituais de sua vida. Aos 16 anos, estando no Carmelo, seu pai, Sr. Martin, tem uma crise de alucinação e é internado num hospício da cidade. Mas Teresa recebe uma graça de união à Santa Virgem Maria na ermida de Santa madalena. Aos 17 anos Teresa faz sua profissão religiosa e acrescenta “Sagrada Face” ao seu nome religioso e começou a ler as obras de São João da Cruz. Sua irmã, Paulina, foi eleita priora e Teresa é nomeada auxiliar da mestra de noviças aos 20 aos de idade. Quando Teresa tinha 21 anos de idade, seu pai morreu. Ela recebe sua irmã o caderno com citações bíblicas sobre “pequena via”. Aos 22 anos Teresa começa a ter as iluminações sobre Deus como Amor misericordioso. Um dos anos mais felizes de Teresa. No dia 30 de julho de 1897 recebeu a Unção dos Enfermos. E recebeu pela ultima vez a sagrada comunhão no dia 19 de agosto de 1897. E às 19h do dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos de idade, soltou o ultimo suspiro num êxtase de amor e partiu para junto do Deus de amor. Por isso ela escreveu: “Eu não morro, entro na vida”. Um ano antes de sua morte ela escreveu este poema:

“Divino Salvador, no fim de minha vida,
Vem me buscar, sem sombra de atraso.
Ah! Mostra-me a tua infinita ternura
E do teu divino olhar, a doçura.
Com amor, oh, que tua voz me chame,
Dizendo-me: Vem, tudo está perdoado.
Fica tranqüila, minha fiel esposa.
Vem ao meu coração; tu muito me amaste

Quando recebeu o retrato de Santa Teresinha de um bispo missionário, o Papa Pio X escreveu-lhe essa frase: “Ela é a maior santa dos tempos modernos”.  Ela é a maior santa porque sabe fazer-se pequena por amor de seu amado Jesus Cristo.  É um amor que busca agradar a Deus através da vivência em plenitude da vida cotidiana, procurando os seus sinais na cotidianidade da vida. É um amor que se manifesta na abertura aos irmãos e na delicadeza dos pequenos gestos no interior da comunidade

Depois que ela leu os capítulos 12 (que fala da Igreja como corpo composto por vários órgãos, no entanto trabalham em harmonia) e 13 da Primeira Carta de São Paulo aos corintians (que fala do amor sem o qual tudo se tornaria nada), ela escreveu ou comentou:

·        “Por fim, encontrei o descanso... A caridade me deu a chave da minha vocação. Se a Igreja possui um corpo composto de diferentes membros, não pode faltar o mais necessário, o mais excelente de todos os órgãos: penso que ela tem um coração e que este coração arde em chamas de amor. Vejo com clareza que somente o amor põe em movimento seus membros, porque, se o amor se apagasse, os apóstolos não anunciariam o Evangelho, os mártires recusariam derramar seu sangue... Compreendi que o amor abarca todas as vocações, que o amor é tudo, que o amor transcende todos os tempos e lugares porque é eterno...”.

·        “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. O amor nos aproximará dele durante toda a eternidade”.

        “Quanto a mim, não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o amor. viver de amor é navegar sem cessar, semeando a paz, a alegria em todos os corações. Viver de amor é dar sem medida, banir todo temor, toda lembrança das faltas passadas. Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, um martírio de amor. Só o amor conta. O fogo do amor é mais santificante do que o fogo do purgatório. Eu não morro, entro na vida”.
 
Que Santa Teresinha interceda por nós para que possamos viver no amor e na simplicidade para que possamos alcançar o céu que é o próprio Deus de amor .
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Reflexão Sobre o Evangelho Do Dia

O evangelista Lucas, como Mateus, fala duas vezes sobre a missão. Logo se strata de um tema importante para a Igreja. No capítulo anterior do evangelho lido neste dia, lemos que a missão antes foi confiada aos Doze (Lc 9,1-6). Mas a obra de Jesus não está encerrada e não se restringe para um grupo pequeno. Realiza-se e expande-se através dos setenta (e dois). Com o número setenta (e dois) Lucas quer nos dizer que a missão não é apenas exercida por um pequeno grupo de pessoas, mas todos os que seguem a Jesus, todos os batizados têm a mesma missão de continuar a obra de Jesus. Todos os cristãos têm a mesma missão. Missão significa que alguém é enviado. Jesus envia todos os cristãos ao mundo para serem testemunhas de tudo o que Jesus fez e disse, especialmente de sua morte e ressurreição por amor à humanidade. Por isso, a missão dos discípulos tem como primeiro princípio ser testemunho do amor, do perdão, da justiça e da verdade, dentro e fora da comunidade.


São enviados como cordeiros entre os lobos. O lobo é o símbolo da violência e da arrogância, da vontade de dominar e de corromper os outros. O cordeiro simboliza a mansidão, a fraqueza, a fragilidade. O cordeiro só consegue se salvar da agressão do lobo se o pastor intervém na sua defesa. Os discípulos não podem contar com a força, o poder e a violência. Devem estar sempre desarmados. Para isso, é necessário que os discípulos estejam vigilantes para que eles não sejam conduzidos a cumprir as ações dos lobos como o abuso de poder, as agressões, as violências etc..  Jesus salvou o mundo, comportando-se como cordeiro, e não como lobo.


Ao enviar 70 (e dois) discípulos para a missão Jesus dá as seguintes  recomendações:


Primeiro, Deus quer que mudem as relações entre os seres humanos; que todos se vejam como iguais e se tratem como irmãos, pois todos são filhos e filhas do mesmo Pai do céu. Por isso, eles têm que viver como uma família, sem competições e sem ambições. O Reino não é tarefa para gente solitária. Por isso, Jesus envia os 70 (e dois) de dois em dois para que se ajudem, se confrontem e se complementem. Quando se compartilhar o que se tem, haverá sobra. Esta é a experiência do grupo de Jesus e daqueles que querem ser discípulos de Jesus.


Segundo, o Reino de Deus que eles anunciarão vai vencer o mal e a morte, porque o Reino de Deus vai ter a última palavra e não o mal. Por isso, o mal não tem futuro. Deus quer que todos tenham vida (Jo 10,10). Por isso, todos têm que optar pela vida e não pela morte eterna, e pelo bem e não pelo mal. A bondade é o único investimento que nunca falha, pois ela faz parte do mundo de Deus.


Terceiro, todos devem pôr toda sua confiança no Pai celeste, mas nos meios humanos. Isso é condição fundamental para quem quer colaborar com o Reino de Deus. É a pobreza no espírito. Essa pobreza no espírito lhes dará liberdade e será um testemunho maior do que mil palavras de que o Reino não se impõe pela força e sim que se oferece como amor e por isso, livre de todo poder. E devem aprender a reconstruir as relações de confiança formando uma comunidade de irmãos como o próprio Deus quer. Devemos abandonar nossos egoísmos, deixar a auto-suficiência e nos entregar nas mãos de Deus para que o Reino de Deus aconteça aqui e agora.


O fundamental que os discípulos devem ter em conta é que eles estão trabalhando na construção do Reino de Deus e não por seu próprio reino. Se cada um se preocupar em construir o próprio reino, haverá guerra permanente e disputa permanente, pois cada um quer defender o próprio reino e não o Reino de Deus. Quem tem consciência de que trabalha pelo Reino de Deus, também acredita na providência divina. Quem acredita somente na própria força e técnica, um dia vai se cansar quando as próprias forças se esgotarem. As ovelhas são do Senhor, temos tarefa de apascentá-los. A vinha é do Senhor, somos apenas colaboradores para essa vinha.


O envio dos 70 (e dois) tem, então, como horizonte fundamental o Reino de Deus. Este constitui o conteúdo de toda pregação cristã e o horizonte que jamais devemos perder de vista quando referimos à ação da Igreja no mundo. A Igreja existe em função do Reino. A Igreja existe a serviço do Reino de Deus. A Igreja não é o Reino de Deus.


A missão serve tanto para formar missionários como para despertar os que são visitados para serem também missionários. Todos são enviados para fazer missão e para tornar o outro missionário.


É bom cada um perguntar-se: “O que é que tenho contribuído na missão do Reino de Deus? O que é que tenho feito até agora na evangelização? Qual é o lugar da Palavra de Deus na minha vida? Será que faço parte daqueles que criticam muito, mas nada colaboram?”.

 

Para Refletir:


·        “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se frente àqueles que só vêem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito” (Documento Aparecida da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, no. 11).

·        “Cada comunidade é interpelada e convidada a assumir o mandato, confiado por Jesus aos Apóstolos, de ser suas «testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo» (At 1, 8); e isso, não como um aspecto secundário da vida cristã, mas um aspecto essencial: todos somos enviados pelas estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos arautos do seu Evangelho. Convido os bispos, os presbíteros, os conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e grupo responsável na Igreja a porem em relevo a dimensão missionária nos programas pastorais e formativos, sentindo que o próprio compromisso apostólico não é completo, se não incluir o propósito de «dar também testemunho perante as nações», perante todos os povos. Mas a missionariedade não é apenas uma dimensão programática na vida cristã; é também uma dimensão paradigmática, que diz respeito a todos os aspectos da vida cristã (Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões de 2013).

P. Vitus Gustama,svd

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