terça-feira, 6 de outubro de 2015

09/10/2015
 
ESTAR UNIDO A CRISTO É ESTAR UNIDO AO BEM

Sexta-Feira da XXVII Semana Comum

Evangelho: Lc 11, 15-26

Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16 Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os de­mônios. 19 Se é por meio de Bel­zebu que eu expulso demô­nios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa. 24 Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25 Quando ele chega encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.
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Estamos acompanhando Jesus no seu caminho para Jerusalém ouvindo suas ultimas e importantes lições para nossa vida de cristãos, seus seguidores (Lc 9,58-19,28). Desta vez Jesus nos pede que estejamos unidos a Ele para que possamos superar o poder do mal existente no mundo.


É Preciso Ter Fé em Deus


A mentalidade bíblica contempla a vida humana como uma luta entre dois espíritos: os espíritos que regem e dominam o homem natural, e o Espírito de Deus que o faz partícipe da liberdade humana. Expulsando o espírito do mal, Cristo revela que um novo Reino acaba de fazer sua aparição sobre a terra, um Reino capaz de destruir o reino do mal ou do satanás.


Para pertencer a este novo Reino é necessária uma opção ilimitada de fidelidade e de entrega a Jesus. Ao entregar-se a Jesus nenhum poder do mal sobre a face da terra será capaz de derrubar o homem. “Tenha coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33), Jesus nos relembra sempre para que tenhamos consciência da força de Jesus em cada um de nós. E São João na sua primeira Carta nos relembra: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5,4). O verbo “vencer”, aqui, é empregado no presente para dizer que em qualquer momento podemos vencer, sim, com a força de nossa fé. Mas ao mesmo tempo em qualquer momento precisamos renovar nossa fé com muita oração e muita leitura e meditação da Palavra de Deus e a participação dos sacramentos e a prática do amor fraterno. Ao praticarmos o bem, o mal se afasta de nós, pois em nós ele não tem vez.


Pessoa Desqualificadora Não Admite Que Outra Pessoa Tenha Sucesso


Pela experiência encontramos na convivência pessoas que gostam de menosprezar e rebaixar os outros. Elas sempre tentam desqualificar todos que estão a seu redor. O desqualificador gosta de controlar nossa autoestima. O desqualificador luta que nos sintamos nada perante os outros para que ele possa brilhar e ser centro de todos. Ao rebaixar os outros, o desqualificador pretende ser “perfeito”. Com efeito, o desqualificador jamais admite seus erros e por isso, não se sente culpado por nada, mesmo que os seus erros sejam evidentes. Quando conseguir menosprezar o outro, o desqualificador pode se sentir importante, mesmo que seja momentaneamente.


Para atingir seu objetivo o desqualificado faz papel de amigo, de colega... Ele finge interessado no que fazemos. Ele se esconde atrás de uma máscara para jogar melhor seu jogo. Seja como for, o desqualificador vai querer que pensemos, sintamos e ajamos só como ele quer.


Podemos encontrar os desqualificadores em todas as partes seja no trabalho, seja no campo social, seja na vida religiosa, seja na vida sacerdotal, seja dentro da família. Na verdade, eles são pessoas que projetam nos outros todas as frustrações e inseguranças que fizeram com que não crescessem e desenvolvessem seu potencial e seus sonhos. Como não conseguiram chegar à meta, o objetivo de um desqualificador é que você também seja como ele: tornar-se pessoa frustrada.


O evangelista Lucas nos relatou que algumas pessoas comentaram maldosamente sobre a atividade libertadora de Jesus. A libertação é evidente, mas eles veem tudo isso com o olhar negativo, pois seu coração está cheio de maldade. Trata-se de pessoas desqualificadoras encarnadas nos fariseus: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”, disseram. O termo “Belzebu” não se encontra na literatura judaica anterior. Sua origem é incerta. Na boca dos fariseus “Belzebu” é o príncipe dos espíritos maus. No pensamento dos fariseus, Jesus faria um tipo de aliança com o Belzebu para que Jesus pudesse expulsar os espíritos maus. Trata-se de uma acusação sem fundamento. Simplesmente eles querem que Jesus perca sua credibilidade diante do povo para que os próprios fariseus tenham brilho diante do povo. Mas o efeito é contrário, aumenta cada vez maior o número dos que seguem a Jesus porque ele “os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1,22). Toda a ação de Jesus é divina, pois humaniza e resgata as pessoas para o Reino de Deus que é o Reino do amor, da justiça, da fraternidade, da igualdade, etc..


É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”, assim os fariseus acusaram Jesus. Sempre tem os fofoqueiros de plantão em qualquer época e lugar. São aqueles que não são parceiros do bem. São aqueles que têm tanta coisa negativa na cabeça e no coração. Estão tão cheios de coisas negativas a ponto de as pessoas boas e as coisas positivas ficarem escondidas para seus olhos. Essas pessoas não fazem nada para o bem comum, nem colaboram com as pessoas do bem. Elas vivem criticando e menosprezando. Geralmente, nada dá certo na vida desse tipo de pessoas, pois elas somente processam coisas negativas na sua cabeça. Se você processar somente coisa negativas na sua cabeça, você será impedido de ter sucesso na sua vida.


Uma das maiores indigências é ser incompreendido ou ser desprezado; é ver deformados os bons propósitos como os de Jesus Cristo. E Jesus conhece esta classe de indigência. Imagine, eles até fazem acusação dura e depreciativa. Eles chamam Jesus, o Salvador do homem, de Belzebu, “Senhor das moscas”, príncipe de demônios. Quando não se tem a fé no coração, arruma-se qualquer justificativa, mesmo sem nenhum fundamento, para não crer naquilo que é óbvio aos nossos olhos. A vida do homem funciona da seguinte maneira: Quando queremos fazer qualquer coisa, procuramos qualquer jeito. Mas quando não queremos, arranjamos qualquer desculpa. Mas no fim, a verdade vai nos dizer sobre o que somos e o que não o somos.


É Preciso Manter a Unidade


“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra”, diz o Senhor. Nesta controvérsia Jesus sublinha a importância da unidade. Pela história sabemos que a guerra civil destrói muito mais os impérios do que os ataques exteriores. Quantos países usavam uma estratégia eficaz para dominar países estrangeiros, conhecido como um lema: “Divide et impera” (divide e impera) ou “Divide ut regnes” (divide para poder reinar).  Esta tática era adotada como lema por Luís XI, da França, por Catarina de Médicis e por outros governantes como a Holanda antiga. Quem usa a “ação de dividir” para atacar será destruído pela mesma divisão que recairá contra suas próprias tropas. Coração dividido é o coração ferido.


A unidade é a expressão e a prova mais evidente do amor. Por isso, o verbo “unir” ou “reunir” tem o sentido teológico de salvar. Quem estiver unido com Cristo que está unido ao Pai, jamais será causador da desunião e da divisão entre os cristãos ou entre as pessoas; ele buscará sempre a reconciliação. A comunhão com Cristo é impossível sem a vivência do amor fraterno. Assim como o amor fraterno cria unidade, assim também a comunhão com Jesus deve criar a comunhão entre os cristãos. “Quem abandona a unidade faz-se desertor da caridade”, dizia Santo Agostinho (Serm. 88,18,21). “Se vivem em discórdia, não louvem o Senhor. E, tampouco o Senhor os abençoa. Seus lábios desfiam louvores, mas seus corações o maldizem”, acrescentou Santo Agostinho (In ps. 132,13).


Santo Agostinho nos alerta: “A soberba gera a divisão. A caridade, a comunhão. Quem abandona a unidade se faz desertor da caridade. E se deserta da caridade, mesmo que possua tudo o mais, se reduz a nada. Em vão se possuem todas as coisas quando o único que interessa não se possui”.


Estar do lado da justiça, do bem e da verdade é estar do lado de Jesus


Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”, alerta-nos o Senhor hoje.


Na sua pregação o Apóstolo Pedro deu seu testemunho sobre Jesus dizendo que Jesus “passou a vida fazendo o bem” (At 10,38). Apesar disso Jesus enfrentou muitas oposições. Muitos se consideravam proprietários das boas obras, do poder divino, e demonizavam aquelas pessoas que não atuavam segundo seus parâmetros. Eles davam esmolas ou conselhos com intuito de ter o bom nome, o prestígio e a admiração (cf. Mt 23,1-36). Quando Jesus veio para dar sua vida generosamente sem esperar nada em troca, eles o consideraram como “demônio”, “Belzebu”. Era uma maneira fácil que eles encontraram para desprestigiar e eliminar o oponente, neste caso, Jesus. No entanto, Jesus os enfrentou com a verdade, o bem e a justiça.


Na atualidade continua sendo corrente a prática de demonizar o oponente, de desprestigiá-lo para aumentar o brilho próprio. Pois, atuar a favor dos demais sem buscar o bom nome e o prestígio é uma coisa que não chama a atenção de ninguém.


A Importância da Unidade
   

“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra”, diz o Senhor. Nesta controvérsia Jesus sublinha a importância da unidade. Pela história sabemos que a guerra civil destrói muito mais os impérios do que os ataques exteriores. Quantos países usavam uma estratégia eficaz para dominar países estrangeiros, conhecido como um lema: “Divide et impera” (divide e impera) ou “Divide ut regnes” (divide para poder reinar).  Esta tática era adotada como lema por Luís XI, da França, por Catarina de Médicis e por outros governantes como a Holanda antiga. Quem usa a “ação de dividir” para atacar será destruído pela mesma divisão que recairá contra suas próprias tropas. Coração dividido é o coração ferido.


A unidade é a expressão e a prova mais evidente do amor. Por isso, o verbo “unir” ou “reunir” tem o sentido teológico de salvar. Quem estiver unido com Cristo que está unido ao Pai, jamais será causador da desunião e da divisão entre os cristãos ou entre as pessoas; ele buscará sempre a reconciliação. A comunhão com Cristo é impossível sem a vivência do amor fraterno. Assim como o amor fraterno cria unidade, assim também a comunhão com Jesus deve criar a comunhão entre os cristãos. “Quem abandona a unidade faz-se desertor da caridade”, dizia Santo Agostinho (Serm. 88,18,21). “Se vivem em discórdia, não louvem o Senhor. E, tampouco o Senhor os abençoa. Seus lábios desfiam louvores, mas seus corações o maldizem”, acrescentou Santo Agostinho (In ps. 132,13).


O evangelho de hoje nos convida a estarmos do lado de Jesus, isto é, do lado do bem, da verdade e da justiça, da fraternidade e da comunhão, não para adquirir ganâncias pessoais e sim para sermos as mãos de Deus que atuam eficazmente no mundo. Por isso, o mundo de hoje exige que lutemos contra o mal com as armas da verdade, do bem, da honestidade, da solidariedade e da justiça. Não podemos combater o mal com suas próprias armas: a violência somente gera violência e a manipulação ideológica somente gera opressão e desequilíbrio mental. Necessitamos combater o mal, porém como o fez Jesus: com a bondade e generosidade de um Deus que defende incondicionalmente a vida das pessoas humanas e sua dignidade como seres humanos. O cristianismo e o mal e a maldade são incompatíveis. Fazer o bem permanentemente significa que estamos no Reino da verdade, da justiça e da caridade que é o Reino de Deus. Para viver uma vida autenticamente humana, temos que nos amar muito com a verdade, a justiça, o bem e a caridade que são, em certo modo, coisas sagradas que requerem ser tratadas com amor e respeito e são os valores que têm a marca de eternidade.


Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A Paz começa com um sorriso. Sorria pelo menos cinco vezes por dia para as pessoas a quem você normalmente não daria um sorriso. Faça isso pela paz. Irradiemos a paz de Deus e tornemo-nos o reflexo de Sua luz para extinguir no mundo e no coração dos homens toda espécie de ódio e o amor pelo poder. Sorria junto com os outros, embora isso nem sempre seja fácil” (Madre Teresa de Calcutá).

P. Vitus Gustama,svd

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