segunda-feira, 28 de agosto de 2017

30/08/2017
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VIVER COM O ORAÇÃO PURO É VIVER NA AUTENTICIDADE


Quarta-Feira Da XXI Semana Comum


Primeira Leitura: 1Ts 2,9-13
9 Irmãos, certamente ainda vos lembrais dos nossos trabalhos e fadigas. Trabalhamos dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vós. Foi assim que anunciamos o Evangelho de Deus. 10 Vós sois testemunhas, e Deus também, de quão santo, justo, irrepreensível foi o nosso proceder para convosco, os fiéis. 11 Bem sabeis que, como um pai a seus filhos, 12 nós exortamos a cada um de vós e encorajamos e insistimos, para que vos comporteis de modo digno de Deus, que vos chama ao seu reino e à sua glória. 13 Por isso agradecemos a Deus sem cessar por terdes acolhido a pregação da Palavra de Deus, não como palavra humana, mas como aquilo que de fato é: Palavra de Deus, que está produzindo efeito em vós que abraçastes a fé.


Evangelho: Mt 23, 27-32
Naquele tempo, disse Jesus: 27 “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! 28 Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. 29 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30 e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. 31 Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32 Completai, pois, a medida de vossos pais!”
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 Trabalho Que Humaniza e Santifica o Homem É Um Trabalho Evangelizador


Irmãos, certamente ainda vos lembrais dos nossos trabalhos e fadigas. Trabalhamos dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vós”, escreveu São Paulo aos tessalonicenses que lemos na Primeira Leitura.


Nas Cartas aos Tessalonicenses São Paulo fala enfaticamente sobre a dignidade do “trabalho manual”. Ele chegou a escrever aos tessalonicenses na Segunda Carta: “Quem não quer trabalhar também não há de comer” (2Ts 3,10).


Os pagãos de cultura grega despreciava o trabalho manual, indigno de um homem livre (trabalho servil). Para São Paulo, ao contrário, o trabalho manual era não somente um fator complemntário do equilíbrio humano e sim, sobretudo, um meio de não ser peso para os demais: “Trabalhamos dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vós”.


No trabalho de evangelização São Paulo e seus colaboradores não têm nenhum interesse econômico, isto é, não querem explorar os tessalonicenses. Eles evangelizam trabalhando. Sabemos que São Paulo era um confeccionador hábil. Ele fez lonas para tendas (Cf. At 18,3). São Paulo não tinha vergonha dos calos de suas mãos ou do dinheiro que ganhava com seus trabalhos “para satisfazer suas necessidades e as de seus companheiros” (At 20,34).


O Papa João Paulo II, logo no início de sua Carta Encíclica: Laborem Exercens, escreveu a seguinte definição sobre o trabalho: “Com a palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade”.


O trabalho, todo trabalho é testemunho da dignidade do homem, de seu domínio sobre a criação. É ocasião de desenvolvimento da própria pessoa, e é fonte de recursos para sustentar a própria família. Com o trabalho o homem ganha seu pão de cada dia para sustentar a vida que é sagrada. Por isso, o trabalho é também sagrado.


O trabalho é vínculo de união com os demais seres humanos, e meio de contribuir para a melhoria da sociedade na qual se vive e o progresso da humanidade. Através do trabalho o homem mostra seu caráter social e entra em contato com os outros. O trabalho também é o lugar de encontro social.


Com o trabalho o homem humaniza o mundo em dois sentidos: No sentido de que o homem faz do mundo uma moradia mais habitável, hospitaleira e confortável. É também no sentido de que o mundo torna-se o reino do homem e não de outras potências e de outros seres, graças ao trabalho. O mundo é o material para trabalhar, pois no mundo o homem descobre tudo aquilo de que necessita para seu crescimento.


Através do trabalho, o homem participa da obra do Criador que continua trabalhando. “Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho”, disse Jesus aos seus adversários (Jo 5,17).  Isto significa que através do trabalho o homem se transcende, pois o homem se esforça todos os dias para se superar e para estar com Deus que continua trabalhando pela humanidade e pelo universo.


Quando fizermos um trabalho bem feito na honestidade para o bem comum e para ajudar os outros a crescerem, estaremos fazendo um trabalho de evangelização. Nisto santificamos o trabalho. Santificar o trabalho é fazer santa a atividade humana de trabalhar. Todo o demais são consequências imediatas: da santificação da pessoa que trabalha até a santificação das estruturas do mundo dos homens. “O trabalho bane estes três grandes vícios: tédio, vício e pobreza” (Voltaire, filósofo).


Viver Com Cristo É Viver Na Autenticidade


 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora aparecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão”.


Mais acusações de Jesus contra a hipocrisia dos fariseus e escribas: aparecer por fora o que não é por dentro.


Antigamente, hipócrita era quem, simulando virtudes, nobres sentimentos e boas qualidades, enganava as outras pessoas no intuito de conquistar a estima delas. Um hipócrita sempre quer parecer bom. Ele refugia na simulação de possuir virtudes. Ele não se preocupa em ser bom, mas em parecer bom. “Onde não há virtude não há retidão”, dizia Santo Agostinho. “A simulação de uma virtude é sacrilégio duplo: une à malicia a falsidade”, acrescentou Santo Agostinho.


Jesus critica duramente a distância que há em nós entre o “parecer” e o “ser”; entre o que deixamos que apareça de nossa vida e o que ocultamos. Se alguém falar muito de si pode ser uma forma de se ocultar. “Quem não sabe julgar o que merece crédito e o que merece ser esquecido presta atenção ao que não tem importância e se esquece do essencial” (Buda). Jesus quer que tenhamos o mesmo cuidado tanto de nossa aparência como de nosso interior. A dignidade da pessoa humana não consiste em parecer bom, mas em ser bom. De uma pessoa de bondade só saem as coisas boas. Mas um coração não convertido nunca produz frutos bons para a convivência.


Para denunciar a hipocrisia dos mestres da Lei e dos fariseus, Jesus serve-se, no evangelho de hoje, de uma expressão forte. Ele chama os fariseus e escribas de “sepulcros caiados”: belos por fora, cheios de podridão por dentro.


Os sepulcros, na cultura judaica, eram cuidadosamente pintados de branco, de modo a serem bem visíveis. Desta forma, evitava-se o contato das pessoas com o túmulo e, por extensão, com o cadáver nele sepultado. Se os sepulcros fossem tocados por inadvertência, impedia a pessoa de participar das atividades religiosas, pois ficou impura. É assim o formalismo: pecar sem saber. O formalismo cobre a consciência de que a pessoa está cometendo o pecado.


Jesus compara a vida dos mestres da Lei e os fariseus a um sepulcro. Não adianta querer esconder cadáveres no porão, porque eles acabam cheirando mal. Como sepulcros caiados, eles parecem justos por fora, mas por dentro estão repletos de hipocrisia e de maldade. De que adiantam a beleza exterior e esplendor externo quando há miséria interior?


Mas Jesus não se deixa enganar porque ele conhece o coração de cada ser humano. O olhar de Jesus é o de Deus: não fica na superfície, mas penetra profundamente, atinge o coração e vê o que está no íntimo do homem, a parte mais recôndita da alma. É iníquo quem atua contra a Lei de Deus e tem seu coração longe d’Ele.


O cristão que lê o texto do evangelho de hoje precisa voltar a ler conjuntamente Mt 6,1-6.16-18 onde Jesus disse três vezes aos seus discípulos que não vivam como hipócritas, e precisa ler novamente Mt 7,1-5 onde Jesus chama “hipócrita” o discípulo que espera dos demais o que ele mesmo não quer fazer. Isto significa que o perigo de ser como os fariseus está sempre presente na comunidade.


Não estamos isentos do exibicionismo e da hipocrisia dos escribas e fariseus. Se cada um de nós empregar na busca do bem todo o tempo e todas as energias que desperdiça em mendigar os louvores dos outros, talvez tenha a consciência tranqüila e a satisfação de ser admirado. Mas, preferindo os louvores em vez do bem, ele está convulsionando a ordem das coisas e acabará ficando com o coração vazio.


A dignidade da pessoa humana não consiste em parecer bom/boa, mas em ser bom/boa. O verniz encobre o mal, mas não o suprime; um sepulcro pintado de branco parecerá menos lúgubre, mas continuará um sepulcro.


Nós andamos, muitas vezes, preocupados com o que os outros pensam de nós. Mas na verdade devemos trabalhar pela pureza de nosso interior para que nossos atos e ações também sejam puros e não simplesmente para agradar ninguém. E nós mesmos também queremos, muitas vezes, que os outros se comportem como desejamos. Na verdade precisamos estar em sintonia com o querer de Jesus Cristo. Jesus quer que estejamos preocupados com a justiça, a fidelidade e a misericórdia, como ele falou no evangelho do dia anterior.


“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Completai, pois, a medida de vossos pais!”, assim terminou o texto do evangelho de hoje.


Esta última acusação é o ato de ruptura de Jesus com Israel e é um olhar panorâmico sobre toda sua história, uma história de sangue e de recusa contínua de todos os enviados de Deus como se manifestou na parábola dos vinhateiros assassinados (Mt 22,1-14). Mas os contemporâneos de Jesus não se sentem responsáveis: “Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas”. No entanto, sua atuação é uma hipocrisia total, pois eles repetem o passado e enterram para sempre a voz dos profetas que se faz ouvir em Jesus e estão prontos para enterrar a voz de todos os enviados de Jesus, matando-os. Desta maneira, eles completam a obra de seus pais.Os contemporâneos de Jesus fingem ser bonzinhos, mas seu coração está cheio de maldade que se manifesta no assassinato dos enviados de Deus.


A pergunta que cada um de nós deve fazer, como mensagem do evangelho deste dia: “Será que nossa aparência de piedade é autêntica ou falsa?”. O nosso modo de viver é que vai dar a resposta exata para esta pergunta. Porque é que você vira inimigo quando alguém fala a verdade? A mentira dói, mas a verdade liberta. É tão prazeroso viver com o coração limpo, pois podemos ter um sono sadio, a leveza para viver e lutar diariamente.

P. Vitus Gustama,svd

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