sábado, 7 de outubro de 2017

09/10/2017
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SOMOS CHAMADOS A SER NOVOS BONS SAMARITANOS
Segunda-Feira Da XXVII Comum


Primeira Leitura: Jonas 1,1–2,1.11
1,1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amati, que dizia: 2 “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até a minha presença”. 3 Jonas pôs-se a caminho, a fim de fugir para Társis, longe da presença do Senhor; desceu a Jope e encontrou um navio com destino a Társis, adquiriu passagem e embarcou com os outros passageiros para essa cidade, para longe da presença do Senhor. 4 Mas o Senhor mandou um vento violento sobre o mar, levantando uma grande tempestade, que ameaçava destruir o navio. 5 Tomados de pavor, os marinheiros começaram a gritar, cada qual a seu deus, e a lançar ao mar a carga do navio para o aliviar. Jonas havia descido ao porão do navio, deitara-se e dormia a sono solto. 6 O chefe do navio foi vê-lo e disse: “Como! Tu dormes? Levanta-te e reza ao teu deus; talvez ele se lembre de nós, e não morramos”. 7 Disseram entre si os marinheiros: “Vamos tirar a sorte, para saber por que nos acontece esta desgraça”. Lançaram a sorte, e esta caiu sobre Jonas. 8 Disseram-lhe: “Explica-nos, por culpa de quem nos acontece esta desgraça? Qual é a tua ocupação e donde vens? Qual é a tua terra, de que povo és?” 9 Ele respondeu: “Eu sou hebreu e temo o Senhor, Deus do céu, que fez o mar e a terra firme”. 10 Aqueles homens ficaram possuídos de grande medo, e disseram: “Como é que fizeste tal coisa?” Pelas palavras dele, acabavam de saber que estava fugindo da presença do Senhor. 11 Disseram então: “Que faremos contigo, para acalmar o mar?” Pois o mar enfurecia-se cada vez mais. 12 Respondeu Jonas: “Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar vos deixará em paz: eu sei que, por minha culpa, se desencadeou sobre vós esta grande borrasca”. 13 Os marinheiros, à força de remar, tentavam voltar à terra, mas em vão, porque o mar cada vez mais se encapelava contra eles. 14 Então invocaram o Senhor e rezaram: “Suplicamos-te, Senhor, não nos deixes morrer em paga pela vida deste homem, não faças cair sobre nós este sangue inocente; fizeste, Senhor, valer tua vontade”. 15 Então, tomaram Jonas e atiraram-no ao mar; e cessou a fúria do mar. 16 Invadiu esses homens um grande temor do Senhor, ofereceram-lhe sacrifícios e fizeram-lhe votos. 2,1 Determinou o Senhor que um grande peixe viesse engolir Jonas; e ele ficou três dias no ventre do peixe. 11 Então o Senhor fez o peixe vomitar Jonas na praia.


Evangelho: Lc 10,25-37
Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” 28Jesus lhe disse: “Tu respondeste certamente. Faze isso e viverás”. 29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. 31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem no seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: 36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.
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Cada Um, Com Seu Talento, É Chamado Por Deus Para Colaborar Na Missão Evangelizadora


 Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até a minha presença”, disse o Senhor para Jonas. Mas “Jonas pôs-se a caminho, a fim de fugir para Társis, longe da presença do Senhor”. Assim lemos no texto da Primeira Leitura. Durante três dias lemos na Primeira Leitura o texto de livro de Jonas.


O livro de Jonas é pequeno em amplitude (quarto capítulos), mas rico em conteúdo teológico. É um livro que faz parte dos “doze profetas menores”. O livro de Jonas não é um livro histórico no sentido estrito da palavra. O profeta Jonas existiu nos tempos do rei Jerobão II (cf. 2Rs 14,25), mas o relato, no qual o protagonista é Jonas, é uma parábola historizada, didática com uma intenção clara: mostrar que Deus tem planos de salvação não somente para Israel, mas também para os povos pagãos. Além disso, o livro quer nos dizer que, muitas vezes, os pagãos respondem melhor ao apelo de Deus do que os judeus, como o povo eleito (Cf. Mt 21,31-32).


Jonas em hebraico significa “pomba”. Ele é enviado por Deus a Nínive para pronunciar um oráculo: “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que sua perversidade subiu até a minha presença” (Jn 1,2). Mas ele embarca numa nave com direção diametralmente oposta: para Tarsis. Essa resistência em obedecer à ordem do Senhor faz parte de vários relatos de vocação profética (Moises, Isaias, Jeremias etc.). A resistência existe porque é penoso para o profeta cumprir a missão encomendada por Deus.


Durante a travessia, uma tempestade ameaça fazer a nave naufragar. E o capitão e os marinheiros invocam seus deuses para aclamar a tempestade. Finalmente, ficam sabendo de que a culpa é de Jonas, que de livre e espontânea vontade este pede para que seja lançado às águas: “Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar vos deixará em paz: eu sei que, por minha culpa, se desencadeou sobre vós esta grande borrasca”. Jonas é tragado por um “grande peixe” que o mantém em seu ventre durante três dias. O peixe lança Jonas em terra firme por ordem de Deus.


Estes três dias serão no Novo Testamento um símbolo dos três dias que Jesus esteve no sepulcro antes de ressuscitar. Mas a intenção da leitura de hoje é a conversão dos ninivitas, que Jesus comentará em Lc 11,29ss.


Como Jonas, outros resistiram em principio a cumprir o encargo de Deus, pondo justificativas, como Moisés ou Jeremias. O profeta Elias se refugiu no deserto e caminhou até o monte Horeb. Somente Jonas tomou um barco/navio em direção contrária a Nínive para onde Deus quer mandar Jonas.


É uma lição para nós todos. Cada um tem sua própria missão porque cada um nasce com seu próprio carisma (cf. 1Cor 12) para que, de alguma maneira, cada um possa ser testemunha do amor misericordioso de Deus neste mundo. Se eu colocar a resistência para um encargo que eu devo fazer por causa do meu carismo, quem vai fazer isso no meu lugar? Um parte da comunidade fica com uma carência que eu deixei de preencher com meu talento. Estamos no mundo para fazer o bem a partir de nossa capacidade. O resto vale apena a ser repensado.


É claaro que a missão é difícil porque a mensagem do Evangelho é exigente. Mas não temos que fugir de nossa responsabilidade. Quem foge é porque não está livre. Também para Cristo a missão lhe custa muito e teve momentos em que peia que afastasse dele o cálice de sofrimento, a paixão e a morte. Mas triunfou a obediência e a fidelidade ao seu Pai que o ressuscitou dos mortos e o colocou do lado direito do Pai.


Resta cada um perguntar-se: Eu me faço surdo quando Deus me chama a colobaorar na melhoria da comunidade e da sociedade? Em que “barco” nos refugiamos para fugir da voz de Deus?


Somos Chamados a Fazer o Bem Em Qualquer Momento e Lugar e Para Qualquer Pessoa


O texto do Evangelho nos fala do bom samaritano. O que está em jogo no texto do evangelho lido neste dia que nos é proposto é uma pergunta de um mestre da Lei: “O que fazer, a fim de conseguir a vida eterna?”.


A resposta é previsível e evidente, de tal forma que o próprio mestre da Lei a conhece: amar a Deus, fazer de Deus o centro da vida e amar o próximo como a si mesmo. Certamente a maravilhosa parábola do bom Samaritano é um reflexo sobre como deve viver concretamente a lei do amor a Deus e ao próximo.


No entanto, a dúvida do mestre da Lei vai mais fundo quando se fala do próximo: “Quem é o meu próximo?”. Na época de Jesus, os mestres de Israel discutiam, precisamente, quem era o “próximo”. Naturalmente, havia opiniões diversas. Porém, havia consenso entre todos sobre o sentido exclusivo do próximo. De acordo com a Lei, o “próximo” era apenas o membro do Povo de Deus (cf. Ex 20,16-17; 21,14.18.35; Lv 19,11.13.15-18). No entanto, Jesus tinha outro conceito sobre quem é o próximo. É precisamente para explicar a sua perspectiva que Jesus conta a “parábola do bom samaritano”.


O que acontecerá comigo se eu não obedecer à lei ritual diante do homem meio morto?”. Esta é a pergunta do sacerdote e do levita nesta parábola. Mas Jesus convida cada cristão a fazer a seguinte pergunta: “O que acontecerá com meus irmãos, especialmente com os irmãos mais necessitados, se eu não fizer nada por eles?”. Esta é a pergunta do bom samaritano. Por isso, o bom samaritano se solidariza, se aproxima, e se arrisca pelo irmão, pelo necessitado.


O samaritano é um dos que a religião tradicional considerava um inimigo, um infiel, longe da salvação e longe da Igreja. No entanto, foi ele quem parou, sem medo de correr riscos ou de adiar os seus esquemas e interesses pessoais, que cuidou do ferido e que o salvou. Apesar de ser um “herege”, um “excomungado”, mostra ser alguém atento ao irmão necessitado, com o coração cheio de amor e, portanto, cheio de Deus. “Amando ao próximo você limpa os olhos para ver a Deus” (Santo Agostinho). “O amor é a única dívida que mesmo depois de paga nos mantém como devedores” (Santo Agostinho).


A base da fé é, certamente, estar aberto à realidade humana, ser capaz de pensar no outro e na sua necessidade, de respeitar a vida do outro, de sentir o que o outro sente ou o que o outro pode sentir. O samaritano reage com uma atitude de homem para homem, e se converte, deste modo, em realizador da misericórdia. Para Jesus o importante não é saber quem é meu próximo e sim fazer-se próximo dos demais, aproximar-se, ajudar o outro. O verdadeiro amor não faz exceção com ninguém. O amor aproxima e nos faz descobrir o próximo. O amor torna o outro meu próximo. Por isso, para quem ama, qualquer ser humano é seu próximo, independentemente de sua crença, religião, política, ideologia e assim por diante. A verdadeira religião que conduz à salvação passa por este amor sem limites ao próximo. O próximo é a passagem obrigatória para chegar até Deus. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do caminho que conduz a Deus. O “próximo” é qualquer um que necessita de nós, seja amigo ou inimigo, conhecido ou desconhecido, da mesma nação ou doutra qualquer; o “próximo” é qualquer irmão caído nos caminhos da vida que necessita de nossa ajuda e de nosso amor para poder se levantar novamente. Neste gesto do bom samaritano, a Igreja de todos os tempos reconhece um aspecto fundamental da sua missão: a missão de levantar todos os homens e mulheres caídos nos caminhos da vida. É a missão de cada cristão, seguidor de Cristo. O próximo é aquele em cujo caminho eu me coloco.


Neste gesto do bom samaritano, a Igreja de todos os tempos reconhece um aspecto fundamental da sua missão: a missão de levantar todos os homens e mulheres caídos nos caminhos da vida. É a missão de cada cristão, seguidor de Cristo. Qualquer pessoa ferida com quem nos cruzamos nos caminhos da vida tem direito ao nosso amor, à nossa misericórdia, ao nosso cuidado – seja ela branca ou negra, cristã ou muçulmana, ateu ou crente, fascista ou comunista, pobre ou rica…


Em um mundo no qual se encurtam as distâncias e se incrementam as comunicações para todos os níveis, muitos homens não conseguem ser próximos para os outros porque as atitudes interiores diversas não estão em consonância com a proximidade física. Quantos estão sós em meio do barulho das grandes e pequenas cidades.


É preciso que estejamos conscientes de que perderemos o tempo se nós buscarmos Deus tão somente nas práticas religiosas ou rituais, mas distantes da vida e dos irmãos. Ambos devem se complementar. O encontro com Deus na oração deve levar necessariamente cada cristão ao encontro com os irmãos. O amor cria vida para quem ama e amado.


Vale a pena repetir a pergunta para que cada um de nós possa estender a reflexão: “De quem sou próximo?”. Será que sou próximo de acordo com o critério de Jesus a exemplo do bom samaritano? Para quem se conforma com a pergunta “quem é meu próximo?”, o próximo não está mais próximo e sim está distante, está do outro lado de nossa curiosidade.
P. Vitus Gustama,SVD

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