sábado, 21 de outubro de 2017

23/10/2017
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A FÉ NOS FAZ USARMOS OS BENS MATERIAIS TEMPORARAIS CORRETAMENTE
Segunda-Feira da XXIX Semana Comum



Primeira Leitura: Rm 4,20-25
Irmãos, 20 diante da promessa divina, Abraão não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus, 21 convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu. 22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça. 23 Afirmando que a fé lhe foi creditada como justiça, a Escritura visa não só à pessoa de Abraão, mas também a nós, pois a fé será creditada também a nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, nosso Senhor. 25 Ele, Jesus, foi entregue por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação.


Evangelho: Lc 12,13-21
Naquele tempo, 13 alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14 Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” 15 E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
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A Fé Incondicional Em Deus, a Exemplo De Abraão, Nos Torna Justificados


Irmãos, diante da promessa divina, Abraão não duvidou por falta de fé, mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus, convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu”.


São Paulo continua citando Abraão como exemplo que lhe é muito válido para reafirmar sua doutrina da salvação pela fé incondicional em Deus e não pelas obras com o intuiro de comprar um “bilhete” para entrar no céu. O bem tem que ser praticado como uma concretização da minha fé em Deus que criou tudo generosamente para o homem. E o homem deve viver na permanente ação de graças por tudo que Deus criou. Cada homem deve ser uma pessoa eucarística, isto é, aquela que vive agradecendo a Deus da bondade.


A fé do grande patriarca Abraão não foi precisamente fácil. Ele teve um grande mérito, porque as duas promessas de Deus (a paternidade para sua idade avançada e a possessão da terra) mantinham Abraão fiel ao Deus das promessas. Como dizia São Paulo na Primeira Leitura do Sábado passado que Abraão creu “Contra toda a humana esperança” e contra toda aparência.  Esta fé que se louva em Abraão, a fé que é agradável a Deus. Essa fé incondicional é que torna Abraão justificado. Quando São Paulo fala de “justiça” e de “justificação”, não se refere ao que agora poderíamos chamar de ser objeto de uma decisão judicial. Aqui “justiça” equivale à santidade, graça e ser agradável a Deus. Com razão Abraão é chamado de “pai dos crentes” e como modelo de homem de fé para os cristaos, os judeus e os muçulmanos.


Abraão nos ensina a pormo-nos nas mãos de Deus e nos apoiarmos não em nossos méritos e forças e sim em Jesus Cristo morto e ressuscitado para nossa salvação. A fé não é, primeiramente, conhecimento humano numa determinada conduta e sim a entrega a Deus incondicionalmente provocada por um apelo de Deus. A fé é uma chamada a sair de nossa situação existente para caminhar na direção de Deus apesar das obscuridades e aparências não favoráveis porque sabemos em em acreditamos sobre quem nos apoiamos. A fé é um ato de compromisso do home com Deus, que dá vida aos mortos. Esta é a fé que é elogiada em Abraão. Abraão se tornou assim o protótipo do cristão que cre no Deus que ressuscitou Jesus dos mortos para nossa justificação.


Será que nossa vida e nossas escolhas de cada dia são agradáveis para Deus? Será que, como Abraão, somos capazes de manter nossa fé contra toda esperança e aparências?


Temos Apenas o Usufruto Dos Bens De Deus Neste Mundo


Ainda estamos na seção chamada Lições do Caminho (Lc 9,51-19,28). Jesus passa para nós suas últimas e mais importantes lições no seu caminho (êxodo) para Jerusalém. Esse caminho nos mostra que a vida é uma peregrinação rumo à vida glorificada. Desse caminho a presença da cruz ou das cruzes é inevitável. Mas ao olhar para a vida glorificada mostrada por Jesus, antecipadamente (cf. Lc 9,28-36), teremos condições e forças para superar as barreiras e ultrapassar os obstáculos. A vida glorificada antecipada nos renova nossas forças permanentemente. Se o nosso objetivo é a vida glorificada, isto é, estar com Deus eternamente, o própria Deus vai nos ajudara a superarmos tudo (cf. Rm 8,28-39).


Na passagem do evangelho de hoje Jesus nos dá lição sobre como devemos nos comportar diante dos bens materiais. Essa lição nos mostra que nossa relação com as coisas não é de propriedade e sim de uso. Usaremos os bens materiais enquanto tivermos o direito de usufruí-los. Mas esse direito cessará assim que terminar nossa missão ou nossa existência neste mundo. Estejamos conscientes de que somos valorizados não pelos bens que possuímos ou pelo cargo que temos e sim pelos valores que vivemos.


Atenção! Guardai-vos de todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens”, alerta-nos Jesus no evangelho deste dia (Lc 12,15).


“Atenção! Guardai-vos de todo tipo de ganância”. Um dos sentidos lexicais da palavra “ganância” é a ambição exacerbada de ganho, de lucro. A ganância é um tipo de ambição violenta. Usam-se todos os meios, até os meios ilícitos para alcançar o que se deseja.


O homem é sempre tentado a buscar sua salvação nos bens, a pôr nas riquezas sua segurança. O cristão deve estar vigilante contra essa tentação insidiosa /cheia de ciladas. Os bens não asseguram nem a mesma vida, menos ainda a salvação. Num leito de morte toda riqueza e todo poder mundano caíram no chão. A felicidade não está nos bens e sim está no próprio homem e entre os homens numa convivência fraterna.


O homem da parábola dialoga consigo mesmo. Este diálogo falha na ordem de salvação. Faltam-lhe interlocutores. Não intervém Deus. Não intervêm os demais homens, pois esse homem fala consigo próprio (fala sozinho). O homem foi feito para a comunicação, foi feito para a comunhão. E o seu desenvolvimento depende da existência dos outros. Ninguém foi feito para o isolamento. A comunhão sugere calor, compreensão e abraço para que o homem possa se desenvolver. Quando ficamos isolados, estamos propensos a ser prejudicados. Sentir-se integrado mantém a pessoa em equilíbrio. Os antigos e eternos valores da vida humana: verdade, unidade, solidariedade, bondade, justiça, honestidade, amor e assim por diante, são afirmações da verdadeira comunhão ou integração. Podemos possuir tudo que o mundo tem a oferecer em termos de status, poder, realização, e bens, no entanto, sem nos sentirmos integrados, sem a convivência com os outros, tudo isso parece vazio e inútil.


Bloquear a vida! Este é o grande pecado do homem rico na parábola. Ele acreditava que podia comprar a vida, encerrá-la, dominá-la. Pensava “agarrar” a vida. Mas a vida se escapa dele: “Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?”, diz-lhe Deus (Lc 12,20).


A riqueza não é algo diabólica (diabólico é aquilo que divide o homem por dentro ou entre si. O contrário do diabólico é simbólico, isto é, duas coisas que se encaixam bem); o faz diabólico o uso que o homem faz dele. Tampouco é um poder que escraviza por si. A riqueza nenhuma tem poder de escravizar. O homem é que se faz escravo dos seus bens ou quem a utiliza para escravizar seus irmãos. O dinheiro é satânico quando o homem, ao servir-se dele, não tem outro horizonte. Mas o dinheiro é um bem quando o homem o utiliza para a felicidade dos demais. Mesmo sendo rico, quando o homem partir deste mundo, ele não terá mais poder sobre suas riquezas. São os vivos que determinarão o uso da riqueza deixada.


A cobiça pode ser de dinheiro, mas também de fama, de poder, de prazer, de ideologias e assim por diante. Mas sempre é idolatria, porque pomos nossa confiança em algo frágil e caduco e não nos valores duradouros, e isso nos bloqueia outras coisas mais importantes. Tudo isto não nos deixa sermos livres, nem sermos solidários com os demais, nem estarmos abertos diante de Deus.


Ser rico diante de Deus significa dar importância àquelas coisas que levaremos conosco na morte: as boas obras, a caridade praticada na verdade, a justiça e a honestidade que vivemos e assim por diante. É saber compartilhar com os outros nossos bens que é uma riqueza que vale a pena diante de Deus.


No fundo, Jesus quer nos dizer que nem o trabalho nem o capital (dinheiro) será a última palavra sobre o homem; tanto o um como o outro se fica sem resposta diante da morte, e a morte é a maior questão que persegue o homem. É preciso buscarmos as coisas do alto para superar esta questão, pois Deus rico em misericórdia, que vivificou Jesus, nos vivificará também.


Quase em toda a Bíblia se encontram termos que aludem à tensão em que vive o ser humano: graça e pecado, amor e desamor/ódio, verdade e mentira, autenticidade e falsidade, coerência e incoerência, generosidade e egoísmo, reconciliação e vingança, cautela e despreocupação e assim por diante. Em todo ser humano entram em luta permanente duas forças ou inclinações contrárias: o bem-virtude, e o mal-vício. O primeiro salva, e o segundo condena. Essas duas coisas sempre nos acompanham diariamente. Cabe a cada um escolher, e aceitar as conseqüências dessa escolha. O alerta sobre a importância da vigilância vale para todo momento de nossa vida. Sem a vigilância nos deixaremos levar sem saber o destino final.

P. Vitus Gustama,svd

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