sábado, 3 de fevereiro de 2018

05/02/2018
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DEUS ESTÁ NO MEIO DE NÓS: É PRECISO TOCAR E DEIXAR-SE TOCAR POR ELE
 
Segunda-Feira Da V Semana Comum

Primeira Leitura: 1Rs 8,1-7.9-13
Naqueles dias, 1 Salomão convocou para junto de si, em Jerusalém, todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e príncipes das famílias dos filhos de Israel, a fim de transferir da cidade de Sião, que é Jerusalém, a arca da aliança do Senhor. 2 Todo o Israel reuniu-se em torno de Salomão, no mês de Etanim, ou seja, no sétimo mês, durante a festa. 3 Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca 4 e carregaram-na junto com a tenda da reunião, como também todos os objetos sagrados que nela estavam; quem os carregava eram os sacerdotes e os levitas. 5 O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, reunida em torno dele, imolavam diante da arca ovelhas e bois em tal quantidade, que não se podia contar nem calcular. 6 E os sacerdotes conduziram a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, no santuário do templo, ao Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, 7 pois os querubins estendiam suas asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e seus varais por cima. 9 Dentro da arca só havia as duas tábuas de pedra, que Moisés ali tinha deposto no monte Horeb, quando o Senhor concluiu a aliança com os filhos de Israel, logo que saíram da terra do Egito. 10 Ora, quando os sacerdotes deixaram o santuário, uma nuvem encheu o templo do Senhor, 11 de modo que os sacerdotes não puderam continuar as funções porque a glória do Senhor tinha enchido o templo do Senhor. 12 Então Salomão disse: “O Senhor disse que habitaria numa nuvem, 13 e eu edifiquei uma casa para tua morada, um templo onde vivas para sempre”.


Evangelho: Mc 6, 53-56
Naquele tempo, 53tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam salvos.
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Templo De Jerusalém e a Arca Da Aliança: Momento Da União Nacional Na Presença De Deus


Naqueles dias, Salomão convocou para junto de si, em Jerusalém, todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e príncipes das famílias dos filhos de Israel, a fim de transferir da cidade de Sião, que é Jerusalém, a arca da aliança do Senhor. Todo o Israel reuniu-se em torno de Salomão...”.


O mais característico do reinado de Salomão é que construiu o Templo de Jerusalém, o que Davi tinha querido edificar, mas que as circunstancias e a voz do profeta, aconselharam para deixar mais tarde.


Este templo, inaugurado uns mil anos antes de Cristo, foi destruído por Nabucodonosor quatro centos anos mais tarde, e logo reconstruído várias vezes. Nos tempos de Jesus o Templo estava em seu esplendor (cf. Mc 13,1-2; Mt 24,1-2; Lc 21,5-6). Mas logo no ano 66 d.C, os exércitos de Tito o destruíram novamente. Agora em seu lugar há uma grande Mesquita (muçulmana).


Hoje lemos como Salomão organizou a solene e festiva trasladação da Arca da Aliança para dentro do Templo na festa da dedicação do Templo recém-construido. A Arca da Aliança acompanhou o povo em sua época nômade pelo deserto e que logo havia depositado em vários templos e casas. A Arca da Aliança com as duas tábuas da Lei de Moisés é agora levada ao Templo, como símbolo da continuidade com o período das peregrinações, apesar de que o povo já tinha se assentado definitivamente. A trasladação da Arca da Aliança coincide com a festa dos Tabernáculos ou a festa das tendas (1Rs 8,2. Cf. Lv 26,29-43).


Quando a Arca é introduzida no Templo, Deus toma posse de sua casa. A nuvem (1Rs 8,9), associada à glória de Deus, é a manifestação sensível da presença do Senhor (cf. Ex 14,20; 19,16; 24,15-17). A partir dai, o povo de Israel está consciente de que o Templo é a sede da presença divina; o Templo é a “casa” de Deus. Essa fé do povo isarelita na presença de Deus em seu Templo é a razão do culto que aí é celebrado e das iniciativas dos fieis. A certeza de que Deus residia no Templo, a devoção para com a “casa de Deus” frequentemente são expressas nos Salmos, cujas ligações com o culto e com o Templo são evidentes. Mas essa presença de Deus no meio de seu povo é uma graça e será retirada se o povo for infiel.


Deus, que tomou posse de seu santuário com a entrada da Arca, se apresenta, ao mesmo tempo, como um Deus escondido (na nuvem) e um Deus manifestado (na luminosidade da glória).


Além de toda a assembleia de Israel que se encontra presente nesta festa (1Rs 8,2.5.13.22), têm um papel preeminente o conselhos de anciãos, os chefes de tribos, os chefes de famíliase, teoricamente, os sacerdotes e o rei (1Rs 8,1). Eles representam “todo o Israel” e legitimam o templo de Salomão como santuário nacional. O Templo, a santa Habitação, continuará o centro da piedade judaica.


Se os judeus estavam orgulhosos de seu Templo e da Arca da Aliança, nós temos, todavia, mais motivos para apreciar nossas igrejas como edifício sagrado onde podemos conversar com tranquilidade com Deus. É preciso respeitar o silêncio sagrado. Somente fala com autoridade quem aprende a calar-se no momento certo e quem aprecia o silêncio. Todas as obras primas são fruto de um longo silêncio.


Sabemos e temos consciência de que Deus está presente em todas partes do universo. Mas ter um espaço adequado, convenientemente separado do espaço profano nos ajuda para nossa oração e para a reunião da comunidade e para nosso encontro com Deus.


Além disso, a presença eucarística de Jesus Cristo que quer que participemos sacramentalmente de seu Corpo e seu Sangue na comunhão, e que prolonga esta presença no sacrário, sobretudo, para a comunhão dos enfermos ou moribundos, dá a nossas igrejas uma dinidade nova e entranhável. Cristo Jesus eucarístico é uma presença privilegiada, um sacramento visível de sua contínua e invisível proximidade como Senhor Ressuscitado. É nosso “viático”, alimento para o caminho.


Portanto, Deus não somente habita no Templo. Sua morada especial somos nós mesmos (cf. 1Cor 3,16-17). Ele nos consagrou como seus. Por isso, a glória de Deus deve resplandecer desde nosso próprio interior. A partir de sua encarnação, Deus veio viver entre nós. Já não é a nuvem que O representa e sim ele próprio no meio de seus. A partir de Sua presença em nós, nós nos convertemos em um sinal d´Ele no meio de nossos irmãos.


O Evangelho e Sua Mensagem


O texto do evangelho de hoje pode ser qualificado na categoria de “sumárioou síntese que o evangelista Marcos faz, de vez em quando, para resumir um período de atividade de Jesus e para unir as distintas partes de seu relato. Nesse sumário Jesus não toma nenhuma iniciativa nem se põe, como tantas outras vezes, a ensinar (cf. Mc 6,34). As pessoas se aproximam de Jesus para ser curadas por Ele.


Marcos nos relatou que Jesus visitou a região de Genesaré. “Genesaré” é figura da periferia do judaísmo, à margem da instituição judaica. Jesus entra em qualquer núcleo da população por pequeno que seja, pois Jesus é “Deus que visitou seu povo” (Lc 1,68; 7,16). Na região de Genesaré não se encontram os endemoninhados, isto é, fanatismos destruidores. Encontra-se mal (Mc 1,32;2,17): os enfermos que vivem excluídos pela sociedade legalista que espiritualmente mata todos os que padecem algum tipo de mal físico.


Anteriormente Jesus fez o milagre da multiplicação dos pães.  E esse milagre despertou o entusiasmo popular. Jesus e seus discípulos querem sair desse entusiasmo e vão para algum lugar para descansar. Mas Jesus e seus discípulos não têm como escapar das multidões. Jesus acaba as atendendo e deixa o descanso para mais tarde. Isto se chama a disponibilidade baseada na misericórdia. A misericórdia é sinônima de partilha íntima da dor dos que sofrem, dos desprezados, dos marginalizados ou excluídos. Por isso, a misericórdia cura e liberta. A verdadeira misericórdia obriga à ação. O preço da misericórdia divina é infinito: a encarnação de Deus em Jesus Cristo e sua morte salvadora na cruz.


“... levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava”, assim relatou o evangelista Marcos.


A enfermidade e os sofrimentos acompanham a vida do homem permanentemente e o situa numa terrível insegurança. Tudo isso simboliza a fragilidade da condição humana submetida aos riscos inesperados e imprevisíveis. A enfermidade contradiz o desejo de absoluto e de solidez que todos nós temos. Por isso é que a enfermidade guarda sempre uma significação religiosa mesmo para o homem moderno.


Em nossos dias a cura das enfermidades corresponde à ciência médica. Mas os antigos, em todas as civilizações do mundo, deram à enfermidade e à cura um significado religioso. As pessoas enfermas recorreram a Deus para ser curadas. Hoje em dia a primeira reação de quem se encontra enfermo é procurar ou chamar médico. Mas se refletirmos profundamente nós perceberemos que o homem com a inteligência que Deus lhe deu, e que combate o mal através de ajuda, de remédios capazes de curar etc. continua sendo um dom de Deus. A vocação de ser médico e enfermeiro é maravilhosa ao serviço da humanidade. Deus quer cuidar dos enfermos através de seus filhos médicos e enfermeiros.


Todos quantos tocavam Jesus, ficavam salvos”.  Esta frase tem um peso teológico. “Salvar” é ato próprio de Deus em relação ao homem. Por isso, esta frase vai muito além de uma simples cura. Toda proximidade de Jesus possibilita a passagem do homem para a nova condição de vida. Trata-se de uma total restauração do homem que se aproxima de Jesus com . A é simples: as pessoas querem tocar Jesus para ficar curadas de seus males. As pessoas dos contornos levavam os enfermos para Jesus para que pudessem tocar, ao menos, a barra de sua veste.  As pessoas, na sua simplicidade, acreditavam que somente o contato direto com Jesus é que se sentiam afetadas pelo poder de Jesus. Dessa maneira ficavam curadas.


Com estas curas o evangelista Marcos quer nos mostrar o efeito mais notável do anúncio do Reino de Deus: a Graça. A graça de Deus nos devolve a alegria de viver, pois em Deus encontramos o sentido de nossa vida, inclusive de nossas dores e enfermidade e nosesperança de estar em comunhão plena com Deus um dia. No seu ato de libertação Jesus nos apresenta o plano maravilhoso de seu Pai: o amor gratuito de Deus Pai para com o ser humano. Este amor gratuito não pode ser comprado nem exigido nem é resposta aos méritos que alguém crê ter acumulado. Diante da graça anunciada e vivenciada por Jesus, o sistema religioso de seu tempo, que se baseava na acumulação de méritos, entra em crise. Os pobres, os marginalizados e excluídos, por outro lado, são os maiores beneficiados pela proposta revolucionária de Jesus, pois são mais disponíveis e abertos diante da graça de Deus.


O amor gratuito, que Deus nos tem, desperta nossa consciência de que vivemos num mundo de gratuidade que nos faz vivermos agradecidos e gratos permanentemente ou nos faz vivermos uma vida eucarística. E essa consciência nos leva a ajudarmos gratuitamente os que se encontram “enfermos” nesta vida. Da experiência cotidiana percebemos que os que ajudam mais os outros, sem esperar nada de troca, são mais felizes do que os demais. “Quando perguntamos pela bondade de um homem, não perguntamos por suas crenças ou esperanças, mas por seus amores” (Santo Agostinho: De fide, spe et char. 31).


Todos quantos tocavam Jesus, ficavam salvos”. Nós, cristãos, temos que aprender a “tocar” Jesus, a não perder nenhuma maneira o contato direto com Jesus, porque Ele é a fonte do que somos e daquilo quesentido à nossa vida. Somente tocando Jesus, encontraremos a força para seguir adiante nesta vida e para segui-Lo pelos caminhos da vida.


Há, pelo menos, dois caminhos para nos encontrarmos com Jesus e tocá-Lo. Um é através da Eucaristia e da leitura e da escuta da Palavra de Deus. Em cada Palavra proclamada e meditada há sempre alguma palavra para minha vida se eu estiver aberto diante dela. Há sempre uma palavra que toca minha vida ou minha maneira de viver. Na Eucaristia a Palavra de Deus se faz alimento para minha peregrinação nesta terra rumo à casa do Pai, nosso lar definitivo.  Outra maneira é nos aproximarmos dos nossos irmãos e irmãs, especialmente dos mais pobres e desamparados, dos que sofrem. Eles são, hoje, sacramentos viventes da presença de Jesus no meio de nós (Mt 25,40.45). O contato físico, real, diário, com eles nos fará experimentar, sem dúvida nenhuma, a humanidade viva e real de Jesus que nos cura de nossas enfermidades.


O Senhor nos recebe em sua Casa e nos alimenta com sua Palavra e Seu Pão eucarístico. Mas ele nos envia para que demos testemunho de nossa , alimentando os demais com nosso amor gratuito para que eles possam voltar a viver com mais vigor como filhos e filhas amados do Pai.
P. Vitus Gustama,svd

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