sexta-feira, 13 de abril de 2018

18/04/2018
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PÃO QUE SACIA A SEDE DO SENTIDO DA VIDA
Quarta-Feira da III Semana da Páscoa


Primeira Leitura: At 8,1b-8
1b Naquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria. 2 Algumas pessoas piedosas sepultaram Estêvão e observaram grande luto por causa dele. 3 Saulo, porém, devastava a Igreja: entrava nas casas e arrastava para fora homens e mulheres, para atirá-los na prisão. 4 Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra. 5 Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo.6 As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. 7 De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. 8 Era grande a alegria naquela cidade.


Evangelho: Jo 6, 35-40
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35 “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36 Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37 Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38 Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.
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A morte de Estêvão, testemunha do Cristo Ressuscitado, narrada na Primeira Leitura do dia anterior foi um acontecimento lamentável, mas, ao mesmo tempo, uma oportunidade de expandir o Reino de Deus para outros lugares e culturas como narra a Primeira Leitura de hoje. A força do Espirito e da Ressurreição operava em forma admirável, mas os adversários não quiseram captá-la. A fuga ou a dispersão de muitos membros da nascente comunidade cristã de Jerusalém, perseguida, resultou numa insesperada expansão do conhecimento e seguimento de Cristo.


Nesse momento histórico, próprio de uma história de salvação, cada membro da Igreja foi um apóstolo que se dedicou a evangelizar ou anunciarr a Boa Notícia de Jesus Ressuscitado. Neste caso, o sangue derramado de Estêvão se converteu em semente de cristãos. Um dos frutos foi precisamente a conversão de Saulo, obcecado em sua perseguição ao Senhor nos cristãos.


Por isso, a Igreja, em geral e cada batizado em particular, jamais devem fugir do anúncio do Evangelho, especialmente quando sentem o vento contrário da perseguição ou da morte como consequência de sua fidelidade a Cristo. Somente o sangue dos mártires será semente de santidade. Jamais será a covardia disfarçada pelos belos discursos, e sim um compromisso real e concreto com o Evangelho que nos é confiado pelo Senhor (Cf. Mt 28,18-20).


O mar ele mudou em terra firme, e passaram pelo rio a pé enxuto. Exultemos de alegria no Senhor! Ele domina para sempre com poder!”. Assim rezamos no Salmo Responsorial de hoje (Sl 65/66). Deus sempre está disposto a nos libertar das mãos de nossos inimigos, pois Seu amor por nós é um amor eterno. Contemplemos Seu Filho, feito um de nós e cravado numa cruz para o perdão de nossos pecados e para que n´Ele tenhamos vida, e vida eterna. Deus nos ama e seu amor por nós é sem medida. Apesar de nossos inimigos se levantarem contra nós, Deus fará que atrevêssemos nosso próprio Mar Vermelho para caminhar rumo à liberdade. Mas temos que estar em caminho, em marcha, dando testemunho da vida nova que Deus nos concedeu através da ressurreição de Jesus. Não podemos nos instalar no nosso cantinho sem vida. Sempre será necessário ir além, pois nunca chegaremos à perfeição que é o horizonte para nossa vida.


No Evangelho Jesus se apresenta como o Pão da Vida: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.


Se nos alimentarmos na mesa de Cristo, Pão da Vida, não teremos fome ou sede do mundo e de seus interesses. Somente teremos a fome d´Ele, e viveremos tão intimamente unidos a Ele que sempre faremos a vontade do Pai. O Filho de Deus veio a nós para ser Luz, Pão, Caminho, Verdade e Vida, e quer que estejamos unidos a Ele como o galho ao tronco. No Evangelho de João, Jesus é identificado metaforicamente com os bens que o ser humano necessita: a luz (Jo 8,12), a vida (Jo 11,25), o caminho (Jo 14,6) e assim por diante. No Evangelho de hoje, Jesus se apresenta como o Pão da Vida e como aquele que satisfaz duas necessidades vitais: a fome e a sede. Mas há uma condição: é necessário aproximar-se dele e crer nele. Mas se nos alimentarmos da “carne”, não teremos apetite de vida no Espirito. Quando não temos o apetite da vida no Espírito já é um preanúncio de nossa destruição. Converter-se é sempre atual para que em nós tenha a vida divina.


Vamos estender um pouco mais nossa reflexão sobre alguns pontos das duas leituras de hoje!


Igreja Também Cresce e Se Fortalece Nas Perseguições: Igreja Em Saída


Naquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria”.


A Primeira Leitura de hoje é a continuação e a consequência da cena do martírio de Estêvão que lemos no dia anterior. Insinua-se que a perseguição à Igreja está vinculada à sua expansão e ao seu fortalecimento. Do sangue de Estêvão a Igreja haure força e vida para frutuoso crescimento: “Aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra. Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo.6 As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia”.


O sangue do mártir é a semente para a Igreja. Da morte nasce a vida. O grão de trigo precisa ficar maduro e cair na terra para produzir vários grãos (Cf. Jo 12,23s; leia também 2Cor 12,10). Da perseguição nasce uma Igreja multicultural. O movimento está em marcha. O Evangelho não fica encerrado no lugar de seu nascimento, Jerusalém, nem em seu meio primitivo, o mundo judeu. A Igreja não será uma simples prolongamento do judaísmo. A Igreja tal como Jesus quis levará o Evangeho até os “confins da terra”. O Evangelho está destinado a todas as nações e deve ser proclamado em todas as línguas simbolizado pelo milagre de Pentecostes.


Aqui percebemos o mistério da Igreja que leva a fraqueza exterior para a vitória interior; perseguida, mas ganha os parceiros do bem. Só pode ser fruto da ação misteriosa do Espirito Santo na vida da Igreja. É unicamente pela ação do Espirito Santo que Estêvão pode ver o céu aberto e contemplar a glória de Deus apesar de seu sofrimento pelo apedramento da parte dos adversários do Deus vivo.


Para aquela comunidade de Jerusalém, o que parecia que ia ser o princípio do final, foi a grande ocasião da expansão do cristianismo. O Espirito Santo continua conduzindo a Igreja de modo que nunca faltará o anúncio da Boa Nova e a vida de suas comunidades como testemunho diante do mundo. É preciso que deixemo-nos habitar pelo Espirito Santo. O Espírito repousou sobre Jesus e sua vida foi somente uma vida vivida de acordo com a vontade de Deus. Se a Igreja ou uma comunidade cristã está viva, as perseguições exteriores não fazem senão para estimular a Igreja ou a comunidade para buscar, no Espirito do Senhor, novos modos de evangelizar o mundo. O pior é se não são os fatores externos, e sim a pobreza interior que torna inerte o testemunho da Igreja ou da comunidade. Com o Senhor sob a condução de seu Santo Espírito o que para a Igreja pode parecer catastrófico, será seguramente ocasião de bem, de purificação, de discernimento, de renovado empenho de fé e de evangelização por parte da comunidade cristã.


Jesus É O Pão Da Vida Que Nos Alimenta Na Nossa Peregrinaçâo Para a Vida Eterna


O “discurso do Pão da Vida” que Jesus dirige a seus ouvintes depois da multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) entra em seu desenvolvimento decisivo. Esta catequese de Jesus tem duas partes muito claras: uma que fala da fé nele, e outra da Eucaristia. Na primeira, Jesus afirma “Eu sou o Pão da vida”; na segunda ele dirá, mais tarde: “Eu darei o Pão da vida”. Ambas estão intimamente relacionadas, e formam parte da grande pagina da catequese que o evangelista João nos oferece em torno do tema do Pão.


Hoje escutamos a primeira parte. Repetimos a ultima frase do texto do evangelho do dia anterior: “Eu sou o Pão da vida” que tem como conteúdo a fé em Jesus: “Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Notam-se, neste versículo, os verbos usados: “Quem vem a mim”, “quem crê em mim”, “quem vê o Filho e crê nele”. Todos estes verbos falam da fé. Trata-se de crer no Enviado de Deus que é Jesus Cristo. Aqui, nesta primeira parte, Jesus é chamado de “Pão” não no sentido eucarístico, e sim mais no sentido metafórico: para uma humanidade faminta, Deus envia-lhe seu Filho como o verdadeiro Pão que sacia a sede pelo sentido da vida. Basta crer em Jesus e viver conforme seus ensinamentos, qualquer um alcançará o sentido da vida que na linguagem do quarto evangelho é uma vida em abundância (Jo 10,10; 20,31). E esta vida está em Jesus (Jo 1,4) e o próprio Jesus é a vida para a humanidade (cf. Jo 11,25; 14,6). Jesus é o Pão da Vida.


A expressão “Eu sou o Pão da vida” se refere à dádiva (cf. Jo 3,16). A vida eterna simbolizada por este Pão é a própria vida. Jesus é o lugar e o fundamento da doação da vida dada por Deus ao homem. Não se trata do direito do homem em receber esta vida, mas trata-se da dádiva radical vinda de Deus para a humanidade (cf. Jo 3,16). Este dom é, ao mesmo tempo, a doação e a comunicação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo para a humanidade. Em Jesus Deus está totalmente à disposição do homem. Jesus compartilha a vida de Deus com o homem para que este seja salvo. Em Jesus, Deus quer estar à disposição do homem, quer se doar e compartilhar sem medida. Jesus se dispõe para me salvar, para eu poder chegar à eternidade. Mas eu preciso crer em Jesus, o Pão da Vida. O efeito do crer em Jesus é claro: quem crê n’Ele “jamais terá fome”, “não ficará perdido”, “será ressuscitado no ultimo dia”, “terá vida eterna”.


Eu sou o Pão da vida”. É uma formula de uma força extraordinária. A palavra ou os ensinamentos de Jesus são o verdadeiro alimento para nossa vida de cada dia. Ele próprio é o Pão da vida para nossa vida. Através desta afirmação Jesus pretende algo exorbitante e radical: ele se apresenta como a fonte suprema da salvação, em múltiplas formas que evocam o “Eu sou o que sou” do mesmo Deus (cf. Ex 3,14):
  • Eu sou o Pão da Vida (Jo 6,35. 48-51)
  • Eu sou a Luz do mundo (Jo 8,12; 9,5)
  • Eu sou a Porta das ovelhas (Jo 10,7-9)
  • Eu sou o Bom Pastor (Jo 10,11-14)
  • Eu sou a Ressurreição e a Vida (Jo 11,25)
  • Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).
  • Eu sou a verdadeira Videira (Jo 15,1-5)
    Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”.
    O paralelismo das duas frases permite aclarar a uma pela outra. Quem vem a Jesus, quem crê em Jesus não necessita ir para outra parte a fim de saciar-se. Já não tem mais fome nem sede de outra coisa. Jesus é fonte de equilíbrio e de gozo, fonte de sossego. A maioria de nossas tristezas e de nossos desequilíbrios acontece porque ainda não sabemos nos apoiar sobre a rocha da Palavra substancial do Pai que é Jesus Cristo (cf. Mt 7,24-25).
    Ver, vir, crer: para que nossa Eucaristia seja frutuosa, antes temos que entrar nesta dinâmica de aceitação de Cristo, de adesão a sua forma de vida. O que nos prepara a “comer” e a “beber” com fruto o alimento eucarístico é o mesmo Cristo, que nos é dado primeiro como Palavra vivente de Deus, para que “venhamos”, “vejamos” e “creiamos” nele. Assim teremos a vida em nós. A Eucaristia tem pleno sentido quando se celebra na fé e da fé. A fé chega a seu sentido pleno quando desemboca na Eucaristia e conseqüentemente na partilha com os irmãos aquilo que temos e somos.
    “Crer”, “ver” e “vir a Jesus” são apresentados aqui como equivalentes: com isso se põe em evidência o fato de que a fé é uma atitude vital de adesão para a pessoa de Cristo, muito mais do que ser o assentimento intelectual a uma suma de verdades dogmáticas abstratas.
    “Crer” é dar o próprio coração (Credo= latim:Cor, cordis: coração; Dare: dar). Credo significa eu dou o meu coração para Deus. O coração é o centro para o homem. A entrega do meu coração a Deus se expressa ou se concretiza no amor fraterno: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).
    “Ver” Jesus é reconhecer suas relações profundas com o Pai a ponto de os dois se tornarem um só (cf. Jo 14,7.8b.10-11; 17,21-23). Ver Jesus também significa reconhecer no irmão outro Cristo com quem o Senhor se identifica, especialmente com o necessitado (cf. Mt 25,40.45)
     “Vir a Jesus” é imitá-lo, é reproduzir sua atitude, é viver sua vida de doação, é ser seu discípulo.
    “Crer”, “Ver” e “Vir” são verbos referentes à fé em Jesus. A fé é o elemento sustentador para a vida e a salvação do homem. Na comunhão com o Pão da Vida (Jesus), a fome de vida do homem é saciada como também sua sede de vida. A promessa de Jesus, para quem crê nele, de que “não terá mais fome e nunca mais terá sede” significa a vitória do homem sobre a morte e esta vitória já está presente na vida de quem crê em Jesus, o Pão da Vida.
    Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Dá-me Sua força, Senhor, para que eu possa ir até a Ti. Dá-me Sua firmeza para que eu possa crer em Ti em todos os momentos de minha vida. E dá-me Sua capacidade para que eu possa te ver nos acontecimentos da minha vida.
    P. Vitus Gustama,svd

2 comentários:

Unknown disse...

Mt obg por suas publicações. Estou amando acompanhar todos os dias.

Vitus Gustama disse...

Deus a abençoe e a inspire, Tátila. Shalom.

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