quarta-feira, 30 de maio de 2018

02/06/2018
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TENHA NO SENHOR EM TODOS OS MOMENTOS!
Sábado Da VIII Semana Comum

Primeira Leitura: Judas 17.20b-25
17 Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. 20b Edificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e rezai, no Santo Espírito, 21 de modo que vos mantenhais no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22 E a uns, que estão com dúvidas, deveis tratar com piedade. 23 A outros, deveis salvá-los arrancando-os do fogo. De outros ainda deveis ter piedade, mas com temor, aborrecendo a própria veste manchada pela carne... 24 Àquele que é capaz de guardar-vos da queda e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor: glória, majestade, poder e domínio, desde antes de todos os séculos, e agora, e por todos os séculos. Amém.


Evangelho: Mc 4,35-41
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes ?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
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Somos Chamados a Estar Vigilantes Diante Dos Falsos Doutrinas


Hoje lemos na Primeira Leitura um dos escritos mais breves do Novo Testamento: a Carta de São Judas. Carta de São Judas tem apenas 25 versículos. Não sabemos com segurança quem é seu autor. Não parece ser o apóstolo são Judas. Talvez seja Judas, o irmão de são Tiago e portanto, primo de Jesus, que sucedeu são Tiago como responsável da comunidade de Jerusalém. Seguramente pertence ao tempo imediatamente depois dos apóstolos.


Nesta pequena Carta são Judas adverte a todos para não seguirem ensinamentos falsos e inaceitáveis, pois capazes de criar divisão dentro da própria comunidade. Segundo o autor dessa Carta, aqueles que seguem as doutrinas falsas e inaceitáveis são comparados com “os anjos caídos”, “nuvens sem água que os ventos levam”, “arvores sem frutos” (cf. vv. 11-13). Alem disso, nessa Carta, o autor encoraja os leitores para não terem medo diante das dificuldades e desafios, pois Deus vai guardar Seus fieis (v. 24). É preciso ter fé em Deus (v.20). Mas, ao mesmo tempo, o autor pede que andemos pelo caminho de indulgência: “Vocês, porém, amados, construam sobre o alicerce da santíssima fé que vocês têm; rezem movidos pelo Espírito Santo; mantenham-se no amor de Deus, esperando que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna. Procurem convencer os vacilantes: salvem a uns, arrancando-os do fogo; tenham compaixão de outros, mas com temor. Detestem até a roupa contaminada pelos instintos egoístas dos ímpios..." (vv. 20-23).


Lemos os versículos finais, em que o autor anima os cristaos a manter-se fieis em sua fé, sem fazer caso dos desvios. Por uma parte, vê-se claramente que fala das três pessoas da Trindade: “Movidos pelo Espírito Santo; mantenham-se no amor de Deus, esperando que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna”. Também parece como se quisesse reunir num mesmo programa de vida as três virtudes teologais: “Construam sobre o alicerce da santíssima que vocês têm. ... mantenham-se no amor de Deus, esperando que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna”.


Cada geração cristã necessita permanecer alerta diante dos falsos mestres e dos movimentos que não vem do Espirito de Deus. Por isso, é preciso manter-se vigilante e exercer com sabedoria o oportuno discernimento, guiado pelo magistério dos que Cristo pus como pastores e responsáveis na comunidade. O próprio Jesus nos alerta na conclusão do Sermão da Montanha com as seguintes palavras: “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7, 15-20).


Faremos bem em escutar são Judas em seu dinâmico programa: continuar edificando solidamente a fé, manter o amor, deixar-nos ganhar pela esperança, apioar-nos em Deus que é “Aquele que é capaz de guardar-vos da queda e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos”. E em tempos que corremos, tão difíceis como os primeiros, temos que nos ajudar mutuamente, apoiando-nos diante das dificuldades por amor.


A Fé Em Deus Torna-nos Perseverantes e Fortes Diante Das Dificuldades, Pois Deus Está Conosco


Depois que terminou o discurso das parábolas, Jesus ordena aos discípulos para cruzarem o mar da Galiléia com ele: “Vamos para outro lado do mar”. Jesus convida os discípulos a ir a “outro lado do mar”. “Do outro lado” estão os pagãos, ou o território não- judeu. Jesus convida os discípulos para esse território para que possam semear também entre os pagãos a Boa Notícia do Reino. Atravessar, ouir para outro lado”, então, significa sair de si mesmo, pensar nos outros e não ficar apenas no nosso lado. Precisamos ir a “outro lado”. "Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros. O grande mistério da santidade é amar muito" dizia Santo Tomás de Aquino. Quem sabe no “outro ladoem vez de evangelizarmos os outros, seremos evangelizados. Travessia é muitas vezes sinônimo de abertura ao novo e diferente.


Na travessia Jesus parece ausente, dorme e parece estar completamente alheio à tragédia do mar (v.38a). O sono tranqüilo de Jesus simboliza uma confiança total em Deus. Assustados, os discípulos acordam Jesus com uma ríspida pergunta que tem um tom de queixa e de censura: “Mestre, não te importas que pereçamos?”. Com seu poder Jesus acalmou o vento.


Depois que acalmou o vento, Jesus faz uma censura aos discípulos sob a forma de dupla pergunta retórica, assim correspondendo e contestando a censura deles que foi também em forma de pergunta retórica: “Por que tendes medo? Ainda não tendes ?”. O “ainda não” da pergunta de Jesus faz referência tanto para trás (passado) como para frente (futuro). Para trás(passado), refere-se à experiência prévia que os discípulos tiveram da poderosa palavra de Jesus demonstrada em ensinamentos e em milagres, uma experiência que deveria ter despertado a deles em Jesus, mas não aconteceu. Mas o “ainda nãotambém antecipa com expectativa algum momento futuro, quando os discípulos terão a . Com esta pergunta, Jesus exorta aos discípulos que confiem nele em todo momento e circunstância. Somente com a é possível manter-se firme diante da aparente ausência de Jesus. A falta de impede reconhecer a presença atuante de Deus no cotidiano.


Depois destas palavras os discípulos ficam “muito cheios de medo”. É um medo diferente do anterior. Antes eles temiam que as forças ameaçadoras, as forças da morte não pudessem ser vencidas, por isso ficavam paralisadas e impotentes diante delas. Agora o medo os atinge ao perceberem tais forças vencidas. Esse medo é o temor reverencial diante do mistério da força e do poder de Deus. Esse temor de Deus indica a aceitação da impossibilidade humana de vencer forças poderosas de morte e ao mesmo tempo o reconhecimento de que Deus pode superá-las.


Ainda não tendes ?”, Jesus perguntou retoricamente aos discípulos. Segundo a Carta aos Hebreus: ”A é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem” (Hb11,1). Trata-se de uma fórmula admirável! A é um paradoxo. Ela nos faz “possuir o que não temos e nos faz “conhecer” o que está fora da capacidade de nossos sentidos. A é Deus no homem que nos leva ao entusiasmo (entusiasmo= Deus está dentro: em + theos); é um inicio do céu; é a alegria eterna, presente no seio da monotonia cotidiana. A é um dinamismo vital extraordinária; uma aventura em companhia do Invisível; é a familiaridade com um imenso entorno de realidades invisíveis; é um novo modo de conhecimento, uns “olhos novospara ver tudo com profundidade. A é confiar na palavra de alguém; é pôr-se em caminho; é atravessar a noite até a luz; é viver e esperar uma cidade perfeita onde tudo será edificado sobre o amor. A é crer na fecundidade de minha vida com a ajuda divina, apesar das aparências contrárias; é trabalhar segundo meus meios e confiar nas promessas de Deus que é muito fiel a Si próprio. “Ainda não tendes ?” é a pergunta dirigida a cada um de nós que nos chama a verificarmos até que ponto temos realmente . "Quanto mais um ser se afasta de Deus, tanto mais ele se aproxima do nada. Quanto mais se aproxima de Deus, tanto mais se distancia do nada" dizia Santo Tomás de Aquino.


No Evangelho de hoje Jesus nos convida a um ato de nele. Talvez seja necessário que estejamos numa barquinha agitada pelo vento para que percebamos a presença de Deus. Há cristãos que pensam em Deus quando ficam doentes, quando atingidos por alguma desdita (falta de sorte). então rezam com toda a devoção e pedem a Deus para que ele venha socorrê-los. Quando tudo corre bem o ser humano corre o risco de se tornar auto-suficiente. É a pedagogia da provação.
P. Vitus Gustama,svd

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