sexta-feira, 4 de maio de 2018


07/05/2018
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JESUS, ATRAVÉS DE SEU ESPÍRITO, PERMANECE CONOSCO NOS NOSSOS TRABALHOS DE EVANGELIZAÇÃO
Segunda-Feira da VI Semana da Páscoa

Primeira Leitura: At 16,11-15
11 Embarcamos em Trôade e navegamos diretamente para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte, ancoramos em Neápolis, 12 de onde passamos para Filipos, que é uma das principais cidades da Macedônia, e que tem direitos de colônia romana. Passamos alguns dias nessa cidade. 13 No sábado, saímos além da porta da cidade para um lugar junto ao rio, onde nos parecia haver oração. Sentados, começamos a falar com as mulheres que estavam aí reunidas. 14 Uma delas chamava-se Lídia; era comerciante de púrpura, da cidade de Tiatira. Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo. 15 Após ter sido batizada, assim como toda a sua família, ela convidou-nos: “Se vós me considerais uma fiel do Senhor, permanecei em minha casa”. E forçou-nos a aceitar.

Evangelho: Jo 15,26-16,4
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15,26“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. 27 E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. 16,1 Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. 2 Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. 3 Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. Eu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.
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Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo”. É uma das frases que lemos na Primeira Leitura de hoje. Esta frase nos mostra que a obra de salvação não é obra do homem. É a obra de Deus no homem. Deus é quem abre as mentes daqueles que escutam a seus enviados, para que entendam e aceitem, de um modo pessoal, a obra de salvação que Deus quer realizar neles. Tudo de bom na obra de salvação deve ser atribuído ao Senhor, pois somos apenas seus enviados e instrumentos neste mundo. Por isso, não somente devemos pedir a Deus que nos dê sua Sabedoria para poder proclamar dignamente sua Palavra, mas também temos que pedir por todos aqueles que nos escutarão para que possa ser semeada neles a Palavra de Deus e produza frutos de salvação abundantemente.


E a Palavra de Deus uma vez aceita/recebida deve traduzir-se em obras de serviço no amor fraterno, preocupando-nos de fazer o bem a todos, especialmente aos pobres, aos peregrinos, aos injustamente tratados. Quem viver assim, estará demonstrando com sua própria vida que sua fé é sincera, pois na verdade Deus transformou essa pessoa e se tornou sinal do amor misericordioso de Deus entre nós: “’Se vós me considerais uma fiel do Senhor, permanecei em minha casa’. E forçou-nos a aceitar”, disse Lídia, recém-convertida, para são Paulo e companheiros.


São João Crisóstomo comentou: “Que sabedoria de Lídia! Com que humildade e doçura fala aos apóstolos:’ Se vós me considerais uma fiel do Senhor’! Nada mais eficaz para persuadi-los que estas palavras havia suavizando qualquer coração. Mais que suplicar e comprometer aos apóstolos, para que vão a sua casa, obriga-lhes com insistência. Vede, como nela a fé produz seus frutos e como sua vocação lhe parece um bem inapreciável” (Homilia 35 sobre os Atos dos Apostolos).


A missão na Europa começa, então, por uma conversão. São Paulo prega, mas é Deus quem abre o coração de Lídia e a conduz à fé e ao Batismo. A hospitalidade de Lídia não é mera cortesia oriental e sim uma autêntica manifestação de caridade cristã, como verdadeiro fruto da fé.


O conteúdo do anúncio cristão para o qual Deus abre o coração e a mente do homem, é a vitória de Jesus Cristo sobre seus inimigos, especialmente sobre a morte. Por isso, nos alegramos com o Senhor e cantamos para Ele com o Salmo Responsosrial de hoje (Sl 149): “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei! Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória aos seus humildes. Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca, eis a glória para todos os seus santos”. A partir dessa presença do Senhor em nós, a partir de ser fortalecidos pelo Senhor nas ações litúrgicas, poderemos voltar para nossos lares e enchê-los de alegria e contentamento, pois a vida, a paz e o amor de Deus são infundidos em nossos corações.


O Evangelho de hoje nos convida a irmos atrás das pegadas de Cristo. Ele nos concedeu abundantemente seu Espirito Santo, isto é, Aquele que nos ensina todas as coisas referentes a Jesus, tanto a sua Pessoa como seu Evangelho de salvação. Aquele que realmente viver uma intensa experiência pessoal com o Senhor, será capaz de amar com toda verdade e se tornará testemunha decidida e valente. O Espirito Santo que recebemos não é um espirito de covardia e sim de valentia. Portanto, não podemos nos deixar acovardar pelas perseguições, pelas críticas ou pelas ameaças de morte: “Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim”.


O Senhor vai adiante de nós, carregando nossos pecados sob o peso de sua Cruz. Esse é o caminho de libertação que temos de seguir, não somente buscando nossa salvação e sim a salvação dos demais. Este amor com que nós fomos amados deve ser o amor com que nós amemos nosso próximo, impulsionados pelo Espirito Santo que habita em nós. Deixemo-nos conduzir pelo Espirito Santo!


Estendamos um pouco mais nossa meditação a partir de outros pontos de reflexão das leituras proclamadas hoje na nossa celebração!


Somos Chamados e Enviados Pelo Senhor a Ser Evangelizadores Em Qualquer Lugar e Tempo


No dia seguinte, ancoramos em Neápolis, de onde passamos para Filipos, que é uma das principais cidades da Macedônia, e que tem direitos de colônia romana. Passamos alguns dias nessa cidade”.


Um dia a Europa foi “terra de missão”. Graças a São Paulo, pois através dele a Europa conheceu o Evangelho. E a primeira cidade da Europa onde Paulo se instala é Filipos, capital de Macedônia. Esta cidade será a primeira comunidade cristã do continente europeia.


No sábado, saímos além da porta da cidade para um lugar junto ao rio, onde nos parecia haver oração. Sentados, começamos a falar com as mulheres que estavam aí reunidas”. É assim começou a missão na Europa: umas mulheres reunidas para rezar. São judias que respeitam o Sábado. São um pequeno grupo. Por o grupo ser pequeno demais não dá para dispor de uma sinagoga em Filipos, uma grande cidade pagã. Por isso, elas se reúnem fora, na saída da cidade à margem de um rio para orar. É ali Paulo as encontra. O acontecimento histórico da evangelização na Europa começa com elas. Provavelmente aconteceu em torno da primavera do ano 50.


Uma delas chamava-se Lídia; era comerciante de púrpura, da cidade de Tiatira. Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo”. Assim Lucas, o autor dos Atos continua seu relatoria. Lídia será a primeira europeia que crê em Jesus. Além disso, ela é uma mulher hospitaleira que convida Paulo e seus companheiros a hospedarem-se em sua casa.


A comunidade cristã de Filipos recebeu mais tarde uma das Cartas mais amáveis de Paulo: sinal de que guardava recordações muito positivos dessa comunidade.


O que aprendemos da maneira de evangelizar de São Paulo? São Paulo se adaptava à circunstâncias que ia encontrando. Às vezes pregava na sinagoga, outras vezes num cárcere, ou junto ao rio ou na praça de Atenas. Quando era recusado, São Paulo ia para outras cidades. Quando o aceitavam, São Paulo ficava naquele lugar até consolidar a comunidade. Mas sempre anunciava Cristo ressuscitado e se deixava guiar pelo Espirito Santo. A obra de salvação não é obra do homem. É a obra de Deus no homem. Deus é quem abre as mentes daqueles que escutam seus enviados para quem entendam e aceitem, deum modo pessoal, a obra de salvação que Deus quer realizar neles. Por isso, não somente devemos pedir a Deus que nos dê Sua sabedoria para poder proclamar dignamente Sua Palavra, mas também temos que pedir por todos aqueles que nos escutarão para que possa ser semeada eficazmente a semente da Palavra de Deus e produza frutos abundantes de salvação.


De São Paulo aprendemos que jamais podemos perder oportunidade para evangelizar em qualquer lugar e momento. Quando nos deixarmos guiar pelo Espirito do Senhor ressuscitado, seremos testemunhas de nossa fé em qualquer ambiente onde nos encontramos, desde nossa família até o trabalho e toda atividade social. Quem é guiado pelo Senhor não se cansa a praticar o bem para qualquer pessoa e em qualquer lugar e tempo a exemplo do próprio Jesus que passou a vida fazendo o bem (cf. At 10,38)


Como Testemunhas Dos Ensinamentos De Cristo Estejamos Preparados Para Ser Perseguidos


O evangelho de hoje pertence ao conjunto do discurso da despedida de Jesus dos seus discípulos (Jo 13-17). Nesse discurso Jesus dá as ultimas lições para seus discípulos.


No texto do evangelho de hoje Jesus alerta aos discípulos e a todos os cristãos que a perseguição faz parte do ser do cristão: “Todos os que quiserem viver com piedade em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3,12). Se o mundo opôs-se a Jesus Cristo, logo os cristãos experimentarão a mesma oposição. O mundo perseguirá os cristãos quando seus interesses forem afetados ou denunciados pelos cristãos. Até para fazer o bem o cristão é perseguido. Mas, do ponto de vista cristão, o tempo da perseguição é o tempo oportuno de testemunho. Tempo de provação e de perseguição é o tempo de expansão. O cristão é chamado a ser mártir no sentido pleno da palavra e para espalhar o amor. Viver no amor é viver em Deus, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Mas sem dúvida, os que fazem parte de pessoas de boa vontade aceitarão o anúncio cristão cuja essência é o amor fraterno e cujas expressões são a justiça, a honestidade, a fraternidade, a solidariedade, a compaixão, a igualdade e assim por diante. Morrer por causa da honestidade, da justiça, da solidariedade etc. é o maior testemunho para o cristão. Este tipo de morte será uma morte feliz e por isso, uma vida ressuscitada.


“Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. Eu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.


Este texto nos quer informar a verdade de que a perseguição foi a primeira experiência da Igreja nascente. Os discípulos de Jesus foram expulsos da sinagoga e perseguidos, primeiro pelos judeus e, depois, também pelos pagãos. A segunda obra de São Lucas que é o Atos dos Apóstolos descreve muito bem esta situação. A Igreja se espalhava sendo perseguida. É o ponto positivo da perseguição.


Para que os discípulos não fiquem abalados nem desorientados na sua ausência física, Jesus promete-lhes uma presença nova no meio deles. Com essa nova presença, Jesus quer dizer aos discípulos que eles não serão abandonados como órfãos, pois o amor do Senhor por eles e por qualquer cristão jamais morrerá. Jesus nos ama até o fim (cf. Jo 13,1). O amor de Cristo vai até além da morte. Em Jo 14,16-17 Jesus prometeu o envio do Paráclito, do Defensor, do Espírito da Verdade. Em Jo 15, especialmente no evangelho de hoje, aparece novamente esse Paráclito, o Defensor, o Espírito da Verdade.


Quem é o Espírito Paráclito, ou o Defensor, o Espírito da Verdade? A palavra “paráclito” em grego que é traduzida por “Defensor” em português. Ele é aquele que é chamado ao lado de quem se encontra em dificuldades com o fim de acompanhar, consolar, proteger e defendê-lo; em outras palavras: um ajudante, assistente, sustentador, protetor, procurador e, sobretudo, animador e iluminador no processo interno na fé. Mas o Espírito Paráclito é um dom de Deus oferecido para quem se abre a ele. A ajuda de Deus jamais faltará para nós, mas é preciso que tenhamos abertura diante dessa ajuda.


Esse Espírito Paráclito também recebe outro nome: “o Espírito da Verdade”.  Mas dentro de sua função de ajudar, de orientar, de animar, de proteger nas dificuldades, o Espírito da Verdade é entendido, sobretudo, como aquele que faz viver muito mais do que aquele que faz pensar. Pensar é uma coisa, viver é outra coisa.  Fazer um bom raciocínio é uma coisa; viver o que se raciocina é outra coisa. Orientar alguém para viver bem é uma coisa; perder a própria vida para que os outros possam viver é outra coisa. O mais importante não é o saber da vida e sim saborear a vida; não é sentir e sim o comprometer-se; não é o perceber e sim o decidir-se; não é o desejar e sim o querer. O Espírito da Verdade nos ensina a vivermos a vida na sua profundidade em cada momento. Ele não nos deixa presos no passado nem fugitivos do futuro; simplesmente vivemos na graça de Deus em cada momento de nossa vida. Por isso, o mais importante é fazer dos problemas, oportunidades; do passado, aprendizado; do amor, a experiência fundante e da vida, a arte de ser de cada dia.


É missão do Espírito Santo, então, revelar aos Apóstolos toda a verdade sobre Cristo, sobre suas obras, sua vida e sua morte, e fortalecê-los para que sejam capazes de dar testemunho. Ser testemunha é confessar com as consequências, expor-se, arriscar-se, encarar. É provar aquilo que se acredita até com o próprio sangue. É ser mártir.  “Testemunho” aparece no Novo Testamento com o sentido de “mártir”. Dar a vida é o grande testemunho; é confessar com sangue a Verdade. Não somente a morte por Cristo, mas também a vida cristã vivida com todas as suas consequências tem um valor de “martírio” e por isso, de testemunho.


Quem pode nos possibilitar para viver assim é o Espírito da Verdade. Por isso, precisamos pedir ao Senhor sua presença na nossa vida de cada dia e que estejamos abertos para a renovação no Espírito do Senhor que é o Espírito da Verdade, o Defensor de nossa vida toda vez que nos encontrarmos em qualquer dificuldade.


Mas quando a Igreja, em geral, e cada cristão, em particular, anda lado a lado, de mãos dadas com o mundo é sinal muito evidente de que a Igreja e cada cristão, particularmente, deixam de ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5,13-14). Desta maneira, a Igreja se torna surda diante da voz do Senhor e cega diante da Luz divina (Jo 8,12). É o momento de conversão e de renovar os compromissos batismais!
P. Vitus Gustama,svd

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