domingo, 20 de maio de 2018

23/05/2018
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QUEM PRATICA O BEM ESTÁ COM O DEUS DA BONDADE
Quarta-feira da VII Semana Comum

Primeira Leitura: Tg 4,13-17
Caríssimos, 13 e agora, vós que dizeis: “Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, negociando e ganhando dinheiro”. 14 No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece. 15 Em vez de dizer: “Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”, 16 vós vos gloriais de vossas fanfarronadas. Ora, toda a arrogância deste tipo é um mal. 17Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado.


Evangelho: Mc 9,38-40
Naquele tempo, 38 João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39 Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40 Quem não é contra nós é a nosso favor”.
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A Brevidade Da Vida e a Sabedoria De Viver Com Deus


Não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece”. São Palavras sábias de são Tiago que lemos na Primeira Leitura de hoje.


São Tiago se interessa tanto pelos pobres que nada possuem e gostariam de possuir (Tg 4,1-12), como pelos comerciantes que possuem e queriam ampliar sua fortuna (Tg 4,13-17) e pelos ricos que são incapazes de ajudar os pobres (Tg 5,1-6).


Na Primeira Leitura de hoje São Tiago se dirige aos comerciantes cristãos provindos do judaísmo. São Tiago não condena a profissão de comerciantes e sim a presunção que por vezes nela se instala e em cujo nome se fazem projetos de investimentos e de lucros sem se pensar que a vida é breve: “Não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece” (Tg 4,13-14; cf. Lc 12,16-21). A presunção consiste na falta de espirito de dependência para com Deus, oposta ao espirito de fé: “Em vez de dizer: ‘Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo’” (Tg 4,15). Na medida em que se confirma esta atitude preçunsosa, o pecado se instala na vida: “Aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado” (Tg 4,17). Na medida em que o apego à profissão, à condição social ou ao trabalho se absolutiza e se torna um fim em si, já não há mais lugar para a atitude de fé. É o alerta de são Tiago para todos os cristaos, para não dizer para todos os homens.


Do texto da Primeira Leitura temos um bom costume de dizer: “Se Deus quiser!” quando falamos do futuro. Estamos nas mãos de Deus. Não vale a pena absolutizar nada: nem os negócios nem os projetos nem nosso futuro. Tudo depende de Deus ou seja, “Se Deus quiser!”. A Palavra de Deus nos ensina a sermos menos autossuficientes e um pouco mais humildes.


O Salmo Responsorial de hoje (Sl 48/49) está em sintonia com o tema da Primeira Leitura de hoje: “Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens? Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal. Morrem os sábios e os ricos igualmente; morrem os loucos e também os insensatos, e deixam tudo o que possuem aos estranhos”. 

Trata-se de um Salmo que fala da instabilidade material. O autor do Salmo reflete, por uma pergunta retorica inicial, afirmando que não tem por que temer o ataque dos maus, pois eles morrerão: nem suas riquezas, nem seu poder, podem livrá-los do destino humano comum. Perante a morte todos morrerão nus; ninguém levará nada do que possui. Quem tem Deus se sente seguro e tranquilo, pois Deus o recolhe.


Viver Como Cristão É Passar a Vida Fazendo o Bem


Jesus continua ensinando seus discípulos. Desta vez Ele lhes ensina que não têm que ser pessoas zelosas nem cair na tentação do ponopólio de nada. Os discípulos pecam muitas vezes na impaciência e no zelo. Queriam arrancar logo o joio do campo. Desejam que caia a chuva de fogo do céu sobre o povo que não quer acolhê-los. Com muita paciência e com um coração generoso Jesus vais instruindo seus discípulos.


Mestre, vimos um homem que não nos segue, expulsando demônios em teu nome, e o impedimos porque não nos seguia”, são palavras de João, um dos discípulos de Jesus, no texto do evangelho de hoje.


É um tema muito atual e sempre atual. Este tema nos convida a olharmos para além dos confins da comunidade cristã, da Igreja e perceberemos que há muita gente que faz o bem independentemente de pertencer ou não a uma crença, a uma Igreja ou a uma religião. Fazer o bem não é exclusividade dos que pertencem a uma religião. Quem sabe, os que não pertencem a uma Igreja ou a uma religião fazem muito mais o bem do que os que se dizem crentes. Precisamos tomar parte dos que praticam o bem, pois eles são reflexos do Bem Maior que é o próprio Deus (cf. Mt 25,40.45). Quando está em jogo o bem, o primeiro dever daqueles que têm “poder” na comunidade ou dos que simplesmente pertencem à comunidade é não impedir o bem, mas ser parceiro do bem ou dos que o praticam. Ninguém pode ficar alheio do bem ou aleijado do bem, muito menos ser inimigo do bem. Não podemos odiar quem pratica o bem nem os que não o praticam. É preciso sermos parceiros do bem, da verdade, da solidariedade, da bondade, da compaixão, da caridade e dos demais valores semelhantes. Temos que ser educados ou instruídos no bem e temos que desistir da inveja diante de quem pratica o bem.


A reação de João, que é um dos discípulos de Jesus, é uma reação de domínio, uma vontade de poder, uma preocupação de conservar um monopólio. Anteriormente, os discípulos foram enviados por Jesus a pregar e a expulsar demônios (Mc 6,7-13).  João quer guardar para si só, monopolizar para o grupo dos Doze o poder de Cristo. É uma das tentações “dos bons”: monopolizar Deus, monopolizar seus dons e seus bens, sentir ciúmes porque os outros fazem algo melhor. João quer ver a atuação do Espírito de Deus enquadrado em um grupo definido para evitar a perda de prestigio, de poder e de influência.


Jesus rejeita esta tendência de monopólio ou a de exclusivismo: Não o impeçais, pois não há ninguém que faça milagre em meu nome e logo depois possa falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós”, responde Jesus a João. Para Jesus o bem não tem fronteiras, nem religiosas nem sagradas nem denominacionais nem ideológicas.


Quem não atua como inimigo da comunidade na qual vive Jesus já é, em certo sentido, parte da comunidade. Se alguém, que não é cristão, faz o bem invocando o nome de Jesus, isto significa que Jesus já está atuando nele e que um dia o unirá também visivelmente à sua comunidade (cf. Mt 25,34-40). Jesus não é monopólio da comunidade e sim construtor da comunidade mediante o Espírito e para fazer isto tem que atuar também fora dela. Temos que descobrir a presença de Jesus também fora da Igreja através do bem que as pessoas praticam.


“Ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim”, disse Jesus. Homem nenhum tem o direito de encurtar a mão de Deus e de projetar como instrumento exclusivo dele. Não somos os únicos bons. Não somos donos do Espírito de Deus. Quem é de Deus reconhece o que é divino no outro. Todos os homens de boa vontade, os que querem salvar a humanidade, embora não pisem nossos templos ou igrejas, são de Deus porque eles fazem aquilo que tem a marca divina: a bondade e o amor. Todos aqueles que amam seu próximo e lutam por um mundo melhor e mais fraterno e pelos direitos dos homens, especialmente pelos menos favorecidos fazem parte da família de Deus embora não pertençam a nenhuma Igreja e religião. Quem é de Deus é identificado não pela sua pertença religiosa, mas pelo modo de viver, pelas suas opções diárias. Mas quem pertence a uma Igreja ou a uma religião tem obrigação maior de fazer o bem. Se não fizer o bem, estará contra a própria Igreja ou a própria religião.


Quem de nós não teve alguma vez o sectarismo de grupo ou monopólio de grupo? Muitas vezes usamos a capa da solidariedade, da defesa pelo bem comum, mas escondemos nossos próprios interesses? Quem de nós não teve alguma resistência diante de uma capacidade dos outros, só porque não gostou deles? Não exageramos algumas vezes nossa tendência de monopolizar a verdade, o poder ou a razão?


A partir do ensinamento de Jesus no evangelho de hoje, nós devemos saber aceitar a parte ou a total razão dos outros, reconhecer seus valores, admitir que os outros possam e podem atuar de acordo com o Espírito de Deus. O Espírito de Deus não é propriedade de nenhum grupo, de nenhuma estrutura. Ele sopra para onde e por quem quer. Precisamos ter discernimento para ler as marcas onde o Espírito de Deus passa. Hoje em dia convivemos como vizinhos próximos de outras religiões e crenças. O Espírito ecumênico de Jesus deve nos levar a aceitarmos e reconhecermos com gozo a presença de Deus que atua em todos os povos. Quem não é contra nós é a nosso favor”. O bem praticado nos faz mais humanos, mais irmãos, mais próximos, mais solidários e consequentemente, mais divinos, pois praticar o bem nos identifica com o Bem Maior que é o próprio Deus. “O defeito moral não se define pelo mal que se isenta, mas pelo bem que se abandona” (Santo Agostinho: De civ. Dei. 2,8). "Todo homem é culpado por todo bem que ele não fez” dizia o filósofo Voltaire.


Portanto, faça todo o bem que puder. Por todos os meios que puder. De todas as maneiras que puder. Em todos os lugares que puder. Em todas as ocasiões que puder. Por todas as pessoas que puder. Por tanto tempo que puder. A bondade é o único investimento que nunca falha.
P. Vitus Gustama,svd

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