sexta-feira, 20 de julho de 2018

27/07/2018
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SOMOS CHAMADOS A SEMEAR A BONDADE
Sexta-Feira Da XVI Semana Comum


Primeira Leitura: Jr 3,14-17
14 ”Convertei-vos, filhos, que vos tendes afastado de mim, diz o Senhor, pois eu sou vosso Senhor; vou tomar-vos, um de uma cidade e dois de uma família, e vos reconduzirei a Sião; 15 eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentarão com clarividência e sabedoria. 16 Quando vos tiverdes multiplicado e crescerdes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, não se falará mais da ‘arca da aliança do Senhor’; ela não virá à memória de ninguém, não se lembrarão dela, não a procurarão nem fabricarão outra. 17 Naquele tempo, chamarão Jerusalém Trono do Senhor, em torno dela se reunirão, em nome do Senhor, todos os povos; eles não se deixarão mais levar pelas inclinações de um coração mau”.


Evangelho: Mt 13,18-23
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18 “Ouvi a parábola do semeador: 19 Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20 A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21 mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22 A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23 A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem outro sessenta e outro trinta”.
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Deus Nos Ama e Quer Nossa Volta Aos Seus Braços Apesar De Nosso Afastamento Dele


Convertei-vos, filhos, que vos tendes afastado de mim, pois eu sou vosso Senhor; vou tomar-vos, um de uma cidade e dois de uma família, e vos reconduzirei a Sião; eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentarão com clarividência e sabedoria”. É a fala do Senhor para quem se afasta d´Ele, quem lemos na Primeira Leitura.


Percebe-se o contexto histórico do Exílio, da dispersão. O profeta Jeremias anuncia o retorno dos deportados. Anuncia-se o reencontro com todos na cidade santa Jerusalém.


O tema do “reencontro” faz parte do desejo profundo da humanidade. O ser humano é um ser vincular. O vínculo é a medula de sua existência. Para tornar-nos aptos, competentes, necessitamos, imprescindívelmente, de colaboração e de ajuda dos outros. O vínculo nos leva a termos o sentimento de pertença. Através da vivência desse sentimento de pertença aprendemos a receber algo de bom dos outros e a dar aos outros o que temos de bom. O perigo, hoje em dia, é esquecer-se desta consciência de pertença e acreditar que somente sou eu o centro de tudo e que os outros devem viver para mim e girar em torno de mim. Conseqüentemente, nós nos convencemos de que sejamos melhores que os outros. É preciso fazer desaparecer essa forma de egoísmo destruidor para que renasça o amor fraterno que nos ensina a receber e a dar. Todos na comunidade são chamados a partilhar seus dons e receber os dos outros e a descobrir a altura e a profundidade da sabedoria, da beleza e do amor de nosso Deus que criou tudo por amor. Quando não se procura a glória de Deus e sim a própria glória, a rivalidade e a competição se instalam, suscitando a inveja na comunidade. E a inveja, por sua vez, gera o ódio e a guerra, e consequentemente acontecerá a dispersão e divisão. Quando não há mais união, nada pode ser alcançado.


Mas o profeta Jeremias não só anuncia o reencontro na cidade santa, Jerusalém, mas também a vinda do Messias. Por isso, ele usa a expressão “naqueles dias” ou “naquele tempo”: “Quando vos tiverdes multiplicado e crescerdes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, não se falará mais da ‘arca da aliança do Senhor’; ela não virá à memória de ninguém, não se lembrarão dela, não a procurarão nem fabricarão outra”.


A Arca da Aliança era o objeto de culto mais sagrado: um cofre de madeiras preciosas no qual estavam guardadas as “Tábuas da Lei” de Moisés, o símbolo mais explícito da Presença de Deus no Templo. Em 587 a.C junto com o Templo a Arca foi queimada pelos invasores caldeus.


Segundo Jeremias, de agora em diante, a Presença de Deus estará no coração da comunidade: “Naquele tempo, chamarão Jerusalém Trono do Senhor, em torno dela se reunirão, em nome do Senhor, todos os povos”.  Deus não está em nenhum objeto e sim se encontra onde se vivem relações interpessoais na união fraterna baseada no amor.


Nós cristãos lemos esta profecia do profeta Jeremias sabendo que, em Jesus, Deus fez sua morada entre nós (Cf. Jo 1,14). E antes de se despedir nos assegura: “Eu estarei convosco até o fim do mundo” (Mt 28,29). Não vemos o Senhor com os olhos nus, mas o Senhor ressuscitado está conosco ao longo do nosso caminho neste mundo. Se acontecer que nós desandamos o caminho que nos afasta do Senhor, ouçamos antetamente a Palavra de Deus: “Convertei-vos, filhos, que vos tendes afastado de mim, pois eu sou vosso Senhor”. seja qual for nossa situação, sempre é possível o regresso, o retorno a Deus, nosso Pai.


O texto da Primeira Leitura nos assegura que, com Deus, temos solução, que com Deus este mundo tem solução, que com Deus a juventude de hoje tem solução, que com Deus nossa comunidade tem solução. Por parte de Deus, a porta está aberta, como os braços do pai para o filho pródigo. Os planos de Deus são de alegria e de vida: “Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra”, lemos no Salmo Responsorial tirado do próprio livro do profeta Jeremias (Jr 31).


Somos Bons Sementes De Deus Neste Mundo


Jesus nos dá hoje um exemplo da interpretação espiritual necessária para entender o significado da parábola do semeador. Jesus compara os homens com quatro tipos/classes de terreno: a mesma semente, a mesma Palavra de Deus, mas dá resultados mais ou menos profundos conforme a resposta de cada pessoa à Palavra de Deus ou à semente semeada por Deus.


O evangelho é uma palavra viva porque o Autor do evangelho, Aquele que nos fala através das palavras proclamadas está vivo Hoje: Jesus Ressuscitado. Ele se dirige a nós pessoal e comunitariamente. Por isso, o evangelho não é uma coleção de ideias ou uma coleção de pensamentos bons apenas. O evangelho é o encontro com Alguém. Se nós acreditamos que Jesus ressuscitou e por isso, está vivo, o evangelho é sempre atual, pois trata-se das Palavras de Quem está conosco Hoje. Por isso, é preciso dar ouvido e abrir o coração para Aquele que está falando sobre nós aqui e agora, Hoje. Seria falta de respeito, falta de educação, falta de sensibilidade humana não prestar atenção para aquele que está falando, muito mais ainda para Aquele que é o nosso Salvador. Por isso, cada um há que perguntar ao Senhor na sua meditação e oração: O que eu descobri de ti, Senhor, através da passagem do evangelho proclamada para mim hoje?


Alguns começaram a meditar a Palavra de Deus com entusiasmo e alegria, pois no início encontraram nela consolação. Porém, é necessário perseverar. Não basta seguir o Senhor, quando isto parece agradável e fácil. É preciso também seguir o Senhor nas provações com perseverança, pois “aquele que perseverar até o fim, esse será salvo”, assim o Senhor prometeu (Mt 10,22). Um conhecimento profundo de Deus somente se adquire com uma longa e incansável frequência com o evangelho, lido, meditado e voltar a meditá-lo. O Senhor não se contenta com nossos fervores passageiros. Ele espera nossas fidelidades perseverantes.


E no seguimento do Senhor, há que saber escolher. “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”, alerta-nos o Senhor (Mt 6,24). O descobrimento de Deus é uma maravilhosa aventura que implica muita renúncia e nossa entrega e nosso compromisso total: as preocupações mundanas, o prazer desenfreado, o afã de riqueza podem sufocar a Palavra de Deus. A riqueza promete muito, mas também decepciona muito.


Não há diploma sem estudo. Não há vitória sem luta. Não há colheita sem semear a semente e trabalhar pelo seu crescimento. Jesus fala de outra maneira: “A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse produz fruto” (Mt 13,23). Um grão de trigo que colocamos num terreno fértil é capaz de produzir centenas de grãos. Então, depende de nós. Depende de mim. Depende de você. Tudo que Deus criou era bom (cf. Gn 1,1ss). Você foi criado por Deus. Logo você é bom. Consequentemente, você é capaz de fazer algo de bom para os outros. Seja você um terreno fértil transformando suas fraquezas em adubo para seu próprio crescimento e para o bem de todos. Se não conseguir produzir um por cem, você pode produzir um por sessenta ou um por trinta. Repito: a única coisa que nos faz crescer e nos faz bem e faz bem para os outros é fazer o bem. Não pode deixar para amanhã o bem que você deve fazer hoje mesmo, pois Deus quer você hoje e não amanhã e por isso, Ele fala para você diariamente.


“O importante é semear: Pouco, muito, tudo... Semeie seu sorriso, para que resplandeça ao redor de você. Semeie suas energias, para enfrentar as batalhas da vida. Semeie sua coragem, para reerguer a coragem do outro. Semeie seu entusiasmo, sua fé, seu amor para encorajar quem acha tudo perdido. Semeie as coisas mínimas, aquilo que não conta mas com amor. Semeie e tenha confiança: Cada grão enriquecerá um cantinho da terra” (desconhecido).
 
P. Vitus Gustama,SVD

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