terça-feira, 25 de setembro de 2018


01/10/2018
SANTA TERESINHA DE LISIEUX, DO MENINO JESUS E DA SANTA FACE
1 De Outubro


Teresa nasceu a 2 de Janeiro de 1873 em Alençon, uma cidade da Normandia, na França. É a última filha de Luís e Zélia Martin, esposos e pais exemplares, beatificados juntamente a 19 de Outubro de 2008. Tiveram nove filhos; quatro morreram em tenra idade. Permaneceram as cinco filhas, que se tornaram todas religiosas. Teresa, com 4 anos, ficou profundamente abalada com a morte da mãe (Ms A, 13r). Então, o pai transferiu-se com as filhas para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida da Santa. Mais tarde Teresa, atingida por uma grave doença nervosa, sarou por graça divina, que ela própria define o «sorriso de Nossa Senhora» (ibid., 29v-30v). Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida (ibid., 35r), e pôs Jesus Eucaristia no centro da sua existência.


A «Graça do Natal» de 1886 assinala a grande mudança, por ela chamada a sua «total conversão» (ibid., 44v-45r). De facto, ficou totalmente curada da sua hipersensibilidade infantil e começou uma «corrida de gigante». Aos 14 anos Teresa aproxima-se cada vez mais, com grande fé, de Jesus Crucificado, e começa a ocupar-se de um criminoso, aparentemente desesperado, condenado à morte e impenitente (ibid., 45v-46v). «Quis impedir-lhe de todas as formas de cair no inferno», escreve a Santa, com a certeza de que a sua oração o teria posto em contato com o Sangue redentor de Jesus. É a sua primeira experiência fundamental de maternidade espiritual: «Eu tinha tanta confiança na Misericórdia Infinita de Jesus», escreve. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com «um coração de mãe» (cf. pr 6/10r).


Em Novembro de 1887, Teresa vai em peregrinação a Roma juntamente com o Pai e a irmã Celina (ibid., 55v-67r). Para ela, o momento culminante é a Audiência do Papa Leão XIII, ao qual pede a autorização para entrar, apenas com 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, o seu desejo realiza-se: torna-se Carmelita, «para salvar as almas e rezar pelos sacerdotes» (ibid., 69v). Contemporaneamente, começa também a dolorosa e humilhante doença mental do seu pai. É um grande sofrimento que leva Teresa à contemplação da Face de Jesus na sua Paixão (ibid., 71rv). Assim, o seu nome de Religiosa — irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face — expressa o programa de toda a sua vida, em comunhão com os Mistérios centrais da Encarnação e da Redenção. A sua profissão religiosa, na festa da Natividade de Maria, a 8 de Setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimónio espiritual na «pequenez» evangélica, caracterizada pelo símbolo da flor: «Que festa bonita a Natividade de Maria para se tornar esposa de Jesus — escreve — Era a pequena Virgem Santa de um dia que apresentava a sua pequena flor ao pequeno Jesus» (ibid., 77r). Para Teresa ser religiosa significa ser esposa de Jesus e mãe das almas (cf. Ms B, 2v). No mesmo dia, a Santa escreve uma oração que indica toda a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu Amor infinito, para ser a mais pequena, e sobretudo pede a salvação de todos os homens: «Que nenhuma alma seja danada hoje» (Pr 2). De grande importância é a sua Oferta ao Amor Misericordioso, feita na festa da Santíssima Trindade de 1895 (Ms A, 83v-84r; Pr 6): uma oferenda que Teresa partilha imediatamente com as suas irmãs de hábito, sendo já vice-mestra das noviças.


Dez anos depois da «Graça de Natal», em 1896, vem a «Graça de Páscoa», que abre a última fase da vida de Teresa com o início da sua paixão em profunda união com a Paixão de Jesus; trata-se da paixão do corpo, com a doença que a levará à morte através de grandes sofrimentos, mas sobretudo trata-se da paixão da alma, com uma dolorosíssima prova da fé (Ms C, 4v-7v). Com Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais heróica, como luz nas trevas que lhe invadem a alma. A Carmelita tem a consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, por ela chamados «irmãos». Vive então ainda mais intensamente o amor fraterno (8r-33v): para com as irmãs da sua comunidade, para com os seus dois irmãos espirituais missionários, para com os sacerdotes e todos os homens, sobretudo os mais distantes. Torna-se deveras uma «irmã universal»! A sua caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda da qual nos revela o segredo: «Jesus, a minha alegria é amar-Te» (P 45/7). Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas mais pequenas coisas da vida quotidiana, a Santa realiza a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja.


Teresa faleceu na noite de 30 de Setembro de 1897, pronunciando as simples palavras «Meu Deus, amo-Te! », olhando para o Crucifixo que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da Santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor, expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma, como o pulsar do seu coração. As simples palavras «Jesus, amo-Te» estão no centro de todos os seus escritos. O ato de amor a Jesus imerge-a na Santíssima Trindade. Ela escreve: «Ah, tu sabes, amo-te Menino Jesus, / O Espírito de Amor inflama-me com o seu fogo. / É amando-Te que eu atraio o Pai» (P 17/2). [Veja AUDIÊNCIA GERAL do Papa Bento XVI, Quarta-feira, 6 de Abril de 2011)


 


Alguns Pensamentos Para Nossa Reflexão


(Veja Obras Completas De Santa Teresa Do Menino Jesus e Da Santa Face).
  1. A caridade me deu a chave da minha vocação. Se a Igreja possui um corpo composto de diferentes membros, não pode faltar o mais necessário, o mais excelente de todos os órgãos: penso que ela tem um coração e que este coração arde em chamas de amor. Vejo com clareza que somente o amor põe em movimento seus membros, porque, se o amor se apagasse, os apóstolos não anunciariam o Evangelho, os mártires recusariam derramar seu sangue... Compreendi que o amor abarca todas as vocações, que o amor é tudo, que o amor transcende todos os tempos e lugares porque é eterno...”.
     
  2. “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. O amor nos aproximará dele durante toda a eternidade”.
  3. Compreendi que o amor englobava todas as vocações, que o amor era tudo, que ele abraçava todos os tempos e todos os lugares... em uma palavra, que ele é eterno.
  4. Viver do Amor é banir todo temor, qualquer lembrança das faltas do passado. Dos meus pecados não vejo nenhum vestígio; num instante, o Amor tudo queimou... Chama divina, oh, dulcíssima Fornalha! Em teu ardor fixo minha morada. É no teu fogo que eu canto alegremente. “Vivo de Amor”.
  5. Viver de Amor é navegar sem cessar, semeando a paz e a alegria em todos os corações.
  6. Viver de Amor é imitar Maria, banhando com lágrimas e perfumes preciosos os teus divinos pés, que beija embevecida, enxugando-os com seus longos cabelos. Depois, levantando-se, quebra o vaso e embalsama tua doce Face, por sua vez. Quanto a mim, o perfume que derramo sobre tua Face é o meu Amor.
  7. “Quanto a mim, não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o amor. Viver de amor é navegar sem cessar, semeando a paz, a alegria em todos os corações. Viver de amor é dar sem medida, banir todo temor, toda lembrança das faltas passadas. Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, um martírio de amor. Só o amor conta. O fogo do amor é mais santificante do que o fogo do purgatório. Eu não morro, entro na vida”.
  8. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. ... Ele nos aproximará dele, durante toda a eternidade. Com amor não somente avanço, mas vôo.
  9. Ó Jesus, meu amor... Minha vocação, enfim, eu a encontrei, minha vocação é o amor!
  10. Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, uma martírio de amor.
  11. “Permanecer pequeno diante de Deus é reconhecer seu nada, esperar tudo do bom Deus, como uma criancinha espera tudo de seu pai, é não se inquietar com nada, não fazer fortuna. Permaneci bem pequena, não tendo outra ocupação senão a de colher flores, as flores do amor e do sacrifício, e oferecê-las ao bom Deus para seu prazer. Ser pequeno é não atribuir a si mesmo as virtudes que se pratica, crendo-se incapaz de alguma coisa, mas reconhecer que o bom Deus coloca este tesouro nas mãos de seu filhinho, para que ele se sirva dele quando tiver necessidade, mas é sempre o tesouro do bom Deus... Aquele que sobre a terra quis mais pobre, o mais esquecido pelo amor de Jesus, este era o primeiro, o mais nobre e o mais rico”.
  12. “Eu era pequena e fraca, e Jesus se abaixava para mim e me instrua em segredo sobre as coisas de seu amor... Minha alegria é ficar pequena. Assim, quando caio no caminho, posso logo me levantar, e Jesus me toma pela mão”.
  13. Minha vida não foi amarga, porque soube fazer minha alegria e minha doçura de toda amrgura.
  14. “Quero lhes ensinar os pequenos meios que me deram tanto êxito, dizer-lhes que há uma só coisa a fazer aqui na terra: jogar para Jesus as flores dos pequenos sacrifícios... Sua alma é extremamente simples, mas quando você for perfeito, você será ainda mais simples; quanto mais a gente se aproxima do bom Deus, tanto mais se simplifica”.
  15. Para mim, a oração é um elã do coração, é um simples olhar lançado em direção ao céu, é um grito de reconhecimento e de amor no meio da provação como também em meio à alegria; é, enfim, algo grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus. É só pela oração e pelo sacrifício que podemos ser uteis à Igreja. ah, é oração, é o sacrifício, que faz toda minha força; são as armas invencíveis que Jesus me deu, elas podem muito mais do que as palavras...
  16. Cada dia em vossa oração, falando ao Autor de todo bem, repetis: “Pai nosso! Dai-nos o pão cotidiano!”. Este Deus que se fez vosso irmão, como vós, fome padece. Escutai sua humilde oração; um pouco de pão ele vos pede. Oh, minha Irmã! Estai bem segura: Jesus só quer o vosso amor. Ele se nutre da alma pura. Eis aí o seu pão de cada dia.
  17. “Divino Salvador, no fim de minha vida, vem me buscar, sem sombra de atraso. Ah! Mostra-me a tua infinita ternura e do teu divino olhar, a doçura. Com amor, oh, que tua voz me chame, dizendo-me: vem, tudo está perdoado. Fica tranquila, minha fiel esposa. Vem ao meu coração; tu muito me amaste”. Não morro, entro na vida.
  18. Na tarde desta vida, comparecerei diante de vós com as mãos vazias, pois, eu não vos peço, Senhor, que conteis minhas obras.
  19. Peça ainda a Jesus que eu faça sempre sua vontade, para isso estou pronta a atravessar o mundo... e estou pronta também a morrer!
  20. Só no céu a alegria será sem nivens! Eu me coloquei nos braços do bom Deus como uma criancinha... Vejo que basta reconhecer seu nada e se abandonar como uma criancinha nos braços do bom Deus...
P. Vitus Gustama,SVD

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