terça-feira, 25 de setembro de 2018


01/10/2018
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VIVER COMO JUSTO E TER AUTORIDADE E SER PARCEIRO DO BEM
Segunda-Feira da XXVI Semana Comum


Primeira Leitura: Jó 1,6-22
6 Um dia, foram os filhos de Deus apresentar-se ao Senhor; entre eles também Satanás. 7 O Senhor, então, disse a Satanás: “Donde vens?” “Venho de dar umas voltas pela terra”, respondeu ele. 8 O Senhor disse-lhe: “Reparaste o meu servo Jó? Na terra não há outro igual: é um homem íntegro e correto, teme a Deus e afasta-se do mal”. 9 Satanás respondeu ao Senhor: “Mas será por nada que Jó teme a Deus? 10 Porventura não levantaste um muro de proteção ao redor dele, de sua casa e de todos os seus bens? Tu abençoaste tudo o que ele fez, e seus rebanhos cobrem toda a região. 11 Mas, estende a mão e toca em todos os seus bens; e eu garanto que ele te lançará maldições no rosto!” 12 Então o Senhor disse a Satanás: “Pois bem, de tudo o que ele possui, podes dispor, mas não estendas a mão contra ele”. E Satanás saiu da presença do Senhor. 13 Ora, num dia em que os filhos e filhas de Jó comiam e bebiam vinho na casa do irmão mais velho, 14 um mensageiro veio dizer a Jó: “Estavam os bois lavrando e as mulas pastando a seu lado, 15 quando, de repente, apareceram os sabeus e roubaram tudo, passando os criados ao fio de espada. Só eu consegui escapar para trazer-te a notícia”. 16 Estava ainda falando, quando chegou outro e disse: “Caiu do céu o fogo de Deus e matou ovelhas e pastores, reduzindo-os a cinza. Só eu consegui escapar para trazer-te a notícia”. 17 Este ainda falava, quando chegou outro e disse: “Os caldeus, divididos em três bandos, lançaram-se sobre os camelos e levaram-nos consigo, depois de passarem os criados ao fio da espada. Só eu consegui escapar para trazer-te a notícia”. 18 Este ainda falava, quando chegou outro e disse: “Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho, 19 quando um furacão se levantou das bandas do deserto e se lançou contra os quatro cantos da casa, que desabou sobre os jovens e os matou. Só eu consegui escapar para trazer-te a notícia”. 20 Então, Jó levantou-se, rasgou o manto, rapou a cabeça, caiu por terra e, prostrado, disse: 21 “Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou: como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor!” 22 Apesar de tudo isso, Jó não cometeu pecado nem se revoltou contra Deus.


Evangelho: Lc 9,46-50
Naquele tempo, 46 houve entre os discípulos uma discussão, para saber qual deles seria o maior. 47 Jesus sabia o que estavam pensando, pegou então uma criança, colocou-a junto de si 48 e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”. 49 João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. 50 Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós, está a vosso favor”.
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Viver Como Justo Apesar Dos Sofrimentos, Pois Deus É Justo


"Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou: como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor!”.


Durante vários dias vamos acompanhar, nos dias da semana, a leitura de outro livro sapiencial: o Livro de Jó. Este livro não pode ser lido superficialmente nem fragmentariamente. Este livro é para ser lido com uma profunda reflexão. Cada leitor é chamado a se colocar no lugar de Jó, o proganista do livro, para compreender sua situação, suas reações psicológicas e sua fé. Trata-se de um livro que questiona uma fé baseada apenas nos conhecimentos ou teorias, não alinhada com a experiência da vida cotidiana com sua complexidade, com Deus que se manifesta nos acontecimentos e na História e portanto, é um Deus que nos acompanha diariamente (Cf. Mt 28,20).


O Livro de Jó, um livro sapiencial do século V antes de Cristo, é um dos mais impressionantes do Antigo Testamento. Os críticos creem que o livro foi escrito nos tempos posteriores ao exílio, e reflete as inquietudes das escolas de “sábios” que se preocupavam com os problemas pessoais do individo como tal, revisando as teses conformistas tradicionais.


Não conhecemos o nome do autor deste maravilhoso livro sapiencial, mas sem dúvida nenhum, é um judeu que conhece as leis mosaicas.


A figura central do livro é Jó, um homem justo e paciente. Neste livro, o relato é organizado a modo de parábola sapiencial, como desenvolvimento de uma interrogação que preocupa a humanidade em todos os tempos: o problema do mal: Por que Deus permite que os inicentes, os justos passem por tantas desgraças?


O livro é composto de um prólogo e epílogo muito poético, enquanto o corpo central, quarenta capítulos, é um entrelaçamento de solilóquios e orações de Jó, de conversas com seus amigos e a resposta de Javé (Deus).


Os amigos repetiram a Jó sua interpretação: Jó sofre porque cometeu algum delito na presença de Deus. mas o autor do livro não crê nessa explicação e continua buscando outra resposta sobre a existência do mal: deve ter outra razão misteriosa, a não ser que Deus seja caprichoso e cruel.


Mas nem sequer as palavras finais que o autor coloca nos lábios de Deus fornecem uma solução completamente convincente. Lembre-se de que estamos no AT: todavia,ainda não se tem uma ideia clara da outra vida, nem se acendeu a luz da Páscoa de Jesus, o verdadeiro Inocente que experimenta uma injustiça maior do que a de Jó, a morte.


Este livro poético-didático e maravilhoso gira em torno da tragédia de um justo em Israel que foi submetido a provações terríveis por Deus para avaliar sua virtude. De fato, o problema teórico que surge nesta obra é o sofrimento do justo nesta vida, uma questão que tinha sido levantada nas várias literaturas da antiguidade. Hagiógrafo, em vez de colocar o problema em abstrato, ele prefere apresentar a história de um justo irrepreensível, que, apesar de sua verdadeira virtude, sofre as mais terríveis penalidades: perda de riquezas materiais, da família e da própria saúde. No entanto, ele aceita a prova resignada, porque tudo vem de Deus: o bem e o mal.


A tese tradicional na sociedade israelita era que Deus recompensa a virtude nesta vida e castiga o vício. Aos cumpridores da lei divina são reservados todos os tipos de bens temporais: longevidade de vida, prosperidade material, numerosa posteridade ou descendência, enquanto que  aos pecadores lhes  espera a morte em plena juventude, a perda de seus bens e a esterilidade. Por outro lado,  se estabelece uma relação causal entre o pecado e o sofrimento, de modo que aquele que sofria contrariedades de ordem física ou moral tinha por causa o pecado indefectível. A história do justo Jó será a prova irrefutável de que essa tese, geralmente aceita pela sabedoria tradicional, não tem validade em todos os casos e, portanto,não se deve atribuir necessariamente a infelicidade e a enfermidade ao pecado como causa.


O livro começa, como lemos na Primeira Leitura de hoje, com um prólogo que é um conto dramatizado. No céu, na presença de Deus, tem lugar como um conselho pastoral, em que Satanás, “o adversário”, põe em dúvida a solidez de Jó, e desafia Deus para testar Jó, para ver se ele é tão fiel quanto parece.


Todos os tipos de calamidades recaem sobre o pobre homem, Jó. E, no momento, sua reação é consistente com sua reputação como paciente. Suas palavras têm sido um slogan para tantas pessoas ao longo dos séculos: "Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou: como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor!”.


O Salmo Responsorial de hoje (Sl 16) reflete a fidelidade de Jó: “Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, escutai-me e atendei o meu clamor! Inclinai o vosso ouvido à minha prece, pois não existe falsidade nos meus lábios!”.


Não é fácil ver as coisas a partir desta perspectiva. No momento, Jó na se rebela contra Deus. Porém, mais adiante ele terá crises profundas.


A desgraça e a dor são uma realidade com que tropeçamos frequentemente. Os ensinamentos do Livro de Jó são sempre atuais. Jó era uma homem temeroso de Deus que recebia inumeráveis bênçãos. Satanás insinua que a virtude de Jó é interesseiro e que desapareceria com a destruição de suas riquezas. Jó foi despojado de todos os bens e de sua saúde. Sua conformidade com a vontade de Deus e sua fé se manteve firme apesar das sombarias que ferem que saíram da boca de sua mulher: “Se recebemos de Deus os bens, não deveríamos receber também os males?” (Jó 2,10).


Hoje pode ser uma boa oportunidade para que examinemos nossa postura diante do Senhor, quando, em nós ou naqueles que amamos, acontecem a desgraça e a dor. Deus é nosso Pai e por isso, sabe muito bem o que fazer com nossa situação. Basta manter nossa fé nele que nem sempre é fácil neste tipo de situação. A pergunta fica para nós: será que nos comportamos como filhos agradecidos na abundancia e na escassez, na saúde e na enfermidade?


Muitas vezes, fora da fé, o sofrimento do inocente e do justo casa desconcerto. Enquanto que a vida dos outros que viveram longe de Deus, está sorrindo a eles. A Paixão de Cristo é a única que pode iluminar este mistério do sofrimento humano, de modo particular do inocente. Na Cruz de Cristo não somente se cumpriu a redenção mediante o sofrimento e sim que o próprio sofrimento humano ficou redimido. Os padecimentos de Jesus forma o preço de nossa salvação. desde então, nossa dor pode se unir à dor de Jesus e participar na redenção da humanidade inteira.


Nunca a dor passa ao nosso lado deixando-nos como antes. Ao contrário, ela purifica nossa vida e aumenta o grau de união com a vontade divina em Jesus Cristo e nos ajuda a desapegarnos de de nossos bens materiais. Temos que aprende a olhar para Cristo em meio de nossas provações e tribulações.  Nos fixemos, pelo menos, na Cruz de Jesus e daremos passo ao amor. E entenderemos que carregar a Cruz tem sentido quando a levarmos junto ao Mestre Jesus. Ao pés do Crucificado compreenderemos que não é possível amar sem sacrifício.


É Preciso Ter a Autoridade e Não o Poder


O Evangelho deste dia nos narra a parte final da atividade de Jesus na Galileia. A partir de Lc 9,51-19,28 Jesus sairá da Galileia rumo a Jerusalém onde será crucificado, morto e glorificado.


Na primeira parte do evangelho lido neste dia o evangelista Lucas nos relatou que entre os discípulos houve uma discussão sobre quem era maior ou quem tinha mais poder. Em outras palavras, eles tinham ambição de ter o poder na mão. Isso significa que até então eles ainda não captaram o essencial da mensagem de Jesus que é preciso pensar no outro e fazer tudo pela sua salvação.


Quem tem o poder geralmente impõe aos outros suas decisões, muitas vezes através dos meios injustos como opressão, repreensão, tortura, ameaça, execução etc.. O poder não respeita a liberdade humana, por isso ele não faz que os homens se tornem bons.  O poder obriga e impõe o silêncio. Quem tem poder geralmente não se preocupa com a ética e com a humanidade. Aquele que tem poder sempre tem tendência de manipular as pessoas e dirigi-las para seus próprios objetivos e sua necessidade de poder. O ambicioso pelo poder, quando dominado pelo vício, não suporta competidores, nem admite rivais e por isso, ele procura todos os meios para humilhá-los e eliminá-los. Ele considera “justo” e “honesto” o uso da violência para atingir seus objetivos. Ele não tem consciência de que o poder é passageiro. Quem desejar ser o primeiro a todo custo não pensa na justiça e na honestidade nem na necessidade dos outros. O respeito aos outros está ausente na vida de um ambicioso.


O contrário do poder é a autoridade. A autoridade está ligada ao crescimento. A palavra “autoridade” vem do latim “augere”, que quer dizer “crescer”. Exercer a autoridade significa sentir-se realmente responsável pelos outros e por seu crescimento sabendo que eles são pessoas que tem um coração, nas quais existe o Espírito de Deus (cf. 1Cor 3,16-17) e que são chamadas a crescer na liberdade da verdade e do amor. Na linguagem bíblica, a autoridade é uma rocha que dá apoio. É o pastor que conduz o gado para o bom pasto (cf. Sl 23 sobre o bom pastor; cf. Jo 10). Os membros da comunidade são essencialmente o rebanho de Jesus: “Apascenta as minhas ovelhas” (cf. Jo 21,15-17). Os membros de uma comunidade logo sentem quando os responsáveis (autoridade) os amam e querem ajudá-los a crescer e não quando estão presentes apenas para administrar, impor sua lei e sua própria visão. A autoridade é o autêntico serviço para a comunidade. A crise de liderança geralmente surge da crise da autoridade.


O grande não é reinar e sim servir no espírito de Jesus. Para Jesus servir é coisa grande e faz quem serve grande diante de Deus, pois servir o mais desprezado dos homens é servir a Deus (cf. Mt 25,40.45). É imitar Jesus.


Os discípulos de Jesus, mesmo estando com Ele, nunca abandonaram suas pretensões de poder. E nós, será que também nós não abandonamos nossas pretensões de poder ao estar na Igreja? Ou usamos a Igreja para facilitar o alcance de nosso poder?


Hoje necessitamos criar uma catequese que realmente cultive o conhecimento de Jesus e a prática de suas atitudes, pois o que Jesus queria era criar um grupo de pessoas que, ao atender a chamada de Deus, proporcionam novas alternativas de vida.


É Preciso Ser Parceiro do Bem


A segunda parte do Evangelho de hoje nos relata que o discípulo João se queixa por ter visto alguém “expulsando demônios” em nome de Jesus, mas esse alguém não pertence ao grupo dos discípulos. A reação de João é imediata: proibir que se faça o bem, pois não é membro da comunidade dos seguidores de Cristo. Com essa proibição os discípulos mostram seu comportamento incompatível com o Reino de Deus: arrogância, sectarismo, intransigência, intolerância, ciúmes, mesquinhez, pretensão de monopolizar Jesus e a sua proposta.


Diante desse comportamento dos discípulos Jesus disse-lhes: “Não o proibais, pois quem não está contra vós está a vosso favor”. Com esta exortação Jesus quer que os discípulos superem o sectarismo na prática do bem.  A comunidade cristã deve ser colaboradora na prática do bem e acolher todas as pessoas que praticam o bem independentemente de pertencer ou não à Igreja. Cada cristão deve ser parceiro do bem e por isso, deve reconhecer o bem praticado por qualquer pessoa. Se realmente alguém pratica o bem é porque tem algo de Deus dentro dele, pois Deus é o Bem supremo. E tudo que Ele criou era bom (cf. Gn 1,1ss).


O Espírito de Deus é livre e atua onde quer e como quer. Ele não está limitado por fronteiras, nem por regras, nem por interesses pessoais, nem por privilégios de grupo. Nenhuma Igreja ou religião ou grupo tem o monopólio do Espírito Santo, nenhuma instituição consegue controlá-lo nem prendê-lo. O Espírito não é privilégio dos membros da hierarquia; mas está bem vivo e bem presente em todos aqueles que abrem o coração aos dons de Deus e que aceitam comprometer-se com Jesus e o seu projeto de vida.


Somos convidados a abandonar atitudes como o fanatismo, a intolerância, a intransigência, preconceitos, etc. , pois elas fazem fechar os olhos e o coração diante da manifestação do amor de Deus em tantas pessoas de boa vontade mesmo que se digam não acreditar em Deus, mas Deus acredita nelas por causa do bem que elas praticam. Não temos que sentir-nos ciumentos se Deus quer agir no mundo através de pessoas que não pertencem à nossa Igreja. É preciso ser parceiro deste tipo de pessoa.


Os cristãos são chamados a constituir uma comunidade sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, pois estes sentimentos e atitudes são incompatíveis com a opção pelo Reino: “Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5,5b;Pr 3,34).
  P. Vitus Gustama,svd

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