sexta-feira, 5 de outubro de 2018

08/10/2018
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SOMOS CHAMADOS A SER NOVOS BONS SAMARITANOS
Segunda-Feira Da XXVII Comum


Primeira Leitura: Gálatas 1,6–12
Irmãos, 6 Admiro-me de que tão depressa abandoneis aquele que vos chamou, pela graça de Cristo, e passeis a outro evangelho. 7 Não que haja outro evangelho, mas algumas pessoas vos estão perturbando e querendo mudar o evangelho de Cristo. 8 Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado. 9 Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado. 10 Será que eu estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo. 11 Irmãos, asseguro-vos que o evangelho pregado por mim não é conforme critérios humanos. 12 Com efeito, não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo.


Evangelho: Lc 10,25-37
Naquele tempo, 25 um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26 Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” 27 Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” 28 Jesus lhe disse: “Tu respondeste certamente. Faze isso e viverás”. 29 Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30 Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. 31 Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem no seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: 36 “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37 Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.
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Crer no único Cristo Que Nos Salvou e Viver Segundo O Mesmo  Evangelho Que Ele Nos Anunciou


Irmãos, Admiro-me de que tão depressa abandoneis aquele que vos chamou, pela graça de Cristo, e passeis a outro evangelho”.


Durante uma semana e meia (mais ou menos nove dias) vamos ler e meditar sobre a Carta de São Paulo aos cristãos de Galácia (a atual Turquia).  A região de Galácia foi evangelizada durante a segunda viagem missionária de Paulo (Cf. At 16,16.; veja Gl 4,13). E na  sua terceira viagem apostólica, são Paulo também percorreu a região da Galácia (Cf. At 18,23).


A Carta aos Gálatas é de autoria ou de próprio punho de São Paulo (Gl 6,11), e pode ser configurada como uma espécie de autografia de São Paulo, pois nitidamente se descreve a personalidade de são Paulo nesta Carta. A data da composição da Carta entre anos 54 e 56 ou nos anos 56-57. Não tem ano preciso.


Na região de Galácia chegaram alguns pregadores do Evangelho (depois de são Paulo) e colocavam em dúvida a validade e a legitimidade dos anúncios realizados por são Paulo. Nesta Carta são Paulo é acusado de pregar um Evangelho multilado, e ele é considerado como um mini-apóstolo. Segundo os acusadores, o Evangelho autêntico é o dos apótolos de Jerusalém, e convidam os Gálatas a observarem fielmente a lei de Moisés, inclusive o rito da circuncisão.  Estes acusadores são denominados de “judaizantes”. São Paulo considera o assunto muito grave e toma consciência deste perigo e por isso, decide escrever a Carta para os Gálatas e lutar para libertar os Gálatas deste tipo de doutrina.


A Carta aos Gálatas é chamada a Carta Magna da Liberdade Cristã. Segundo esta Carta, a verdadeira liberdade não vem da lei, e sim do poder de Deus, em Jesus Cristo, que nos resgatou da maldição da lei (Gl 3,13). O Espírito liberta e a letra escraviza (2Cor 3,6). Para a liberdade é que Jesus nos libertou (Gl 5,1).


No texto que lemos hoje, na Primeira Leitura, são Paulo escreveu aos Gálatas: “Admiro-me de que tão depressa abandoneis aquele que vos chamou, pela graça de Cristo, e passeis a outro evangelho” (Gl 1,6). Note-se que o verbo está na voz ativa e não na passiva, e que o tempo é o presente, não o passado.


A palavra grega “metatithêmi” é interessante, significa “transferir fidelidade”. É usada com referência a soldados do exército que se rebelam, e a pessoas que mudam de partido na política. É disso que são Paulo acusa os Gálatas. Trocar o anúncio da graça por outra coisa seria uma traição a Deus para seguir as coisas dos homens. “Metatithêmi”  indica a heresia e a apostasia. É uma atitude de quem nega, volta atrás e trai um compromisso, um pacto ou uma aliança.


Os Gálatas estavam abandonando aquele que os chamou para a graça de Cristo e abraçando um outro evangelho. O verdadeiro Evangelho é, na sua essência, o que são Paulo diz em Atos 20,24: “O Evangelho da graça de Deus”. Na graça Deus deu seu Filho para morrer por nós. Na graça Deus nos justifica quando cremos. “Tudo provém de Deus” (2Cor 5,18) significando que “tudo é de graça”. Nada é devido aos nossos esforços, aos nossos méritos ou às nossas obras. Tudo na salvação é devido à graça de Deus. Por isso, são Paulo chegou a escrever: “Pela graça de Deus sou o que sou” (1Cor 15,10). Para são Paulo há um só  Cristo e um só Evangelho. Por isso, não haveria razoes para trocar o Evangelho da graça recebido de graça por outras crenças. São Paulo enfatiza que não há outro Cristo e consequentemente, não pode ter outro anúncio diferente daquele que ele anunciou. Por não haver dois Cristos, não pode haver ambiguidades de propostas. Se há um só Senhor, há uma só fé e um só batismo (Ef 4,5).


São Paulo desautoriza duramente estes falsos mestres que se infiltram na Galácia: “Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado”.


Para a palavra “excumungado” usa-se a palavra “anátema”. O nátema era uma oferta votiva de sentido religioso na cultura grega (Cf. Cl 21,5). No contexto especifico de Gálatas 1,8-9, o sentido é claro de maldição.


São Paulo fecha a questão com as seguintes palavras: “Mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado”. Em outras palavras, nem nós, nem anjos, nem ninguém está autorizado a alterar ou adulterar os ensinamentos e prática de Jesus Cristo. Se alguém fizer isso, será contado entre os amaldiçoados.  Ninguém pode procurar a agradar os homens e abandonar Deus.


A Igreja transmite ao mundo, século atrás de século, a verdade que ela aprendeu da própria fonte da revelação: Cristo. Através dessa Tradição viva que já dura mais de dois mil anos, a comunidade de Jesus se mantém fiel a Cristo e  a seus ensinamentos, e a Igreja defenda a pureza dessa fé contra possíveis desvios em uma direção ou em outra direção.


Ao longo da história, as interrogações podem ser de distinta natureza. Sempre há a tendência a configurar a doutrina de Jesus segundo nosso gosto e nossa mentalidade. Ou seja, criar “um evangelho de origem humana”. A Igreja tem a obrigação de estar vigilante, como foi são Paulo, para não falsificar a graça e a salvação de Deus. Não podemos inventar outro Evangelho para atender ao nosso gosto ou interesse. O Evangelho de Jesus deve ser aceito e vivido na sua integridade. Um Evangelho “light” é uma maneira de faltar à verdade que, às vezes é mais perigoso do que heresia ou apostasia. Não podemos adaptar o Evangelho ao nosso gosto e mentalidade. Nossa vida deve se adaptar ou deve estar em conformidade com o Evangelho. São Paulo está seguro de que sua mensagem vem do próprio Cristo. nada nem ninguém deve mudar, porque está em jogo o ponto central e único do Senhor Jesus como único Salvador.


Como no caso do Concílio de Jerusalém (At 15,1-21) temos que ter o discernimento para distinguir o falso do verdadeiro sob a luz do Espirito Santo, e com um alto sentido de corresponsabilidade comunitária para não perder a riqueza e a força da Palavra revelada por Deus. o Salmo Responsorial de hoje (Sl 110) nos orienta nessa direção: “Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração! Suas obras são verdade e são justiça, seus preceitos, todos eles são estáveis, confirmados para sempre e pelos séculos, realizados na verdade e retidão”.


Quem contempla e compreende a obra de salvação de Deus por nós não pode continuar vivendo sob o regime do pecado e sim sob o regime da graça. Deus se converteu em Deus-Conosco. Por isso, abramos nosso coração para que a salvação de Deus se realize plenamente em nós. Não vivamos como filhos rebeldes e sim que, humildes e simples, escutemos hoje a voz do Senhor e não endureçamos diante dele nosso coração.


Roguemos ao Senhor que nos conceda sua graça, sua força do alto para que toda nossa vida se converta em um contínuo louvor de seu Santo Nome.


Somos Chamados a Fazer o Bem Em Qualquer Momento e Lugar e Para Qualquer Pessoa


O texto do Evangelho nos fala do bom samaritano. O que está em jogo no texto do evangelho lido neste dia que nos é proposto é uma pergunta de um mestre da Lei: “O que fazer, a fim de conseguir a vida eterna?”.


A resposta é previsível e evidente, de tal forma que o próprio mestre da Lei a conhece: amar a Deus, fazer de Deus o centro da vida e amar o próximo como a si mesmo. Certamente a maravilhosa parábola do bom Samaritano é um reflexo sobre como deve viver concretamente a lei do amor a Deus e ao próximo.


No entanto, a dúvida do mestre da Lei vai mais fundo quando se fala do próximo: “Quem é o meu próximo?”. Na época de Jesus, os mestres de Israel discutiam, precisamente, quem era o “próximo”. Naturalmente, havia opiniões diversas. Porém, havia consenso entre todos sobre o sentido exclusivo do próximo. De acordo com a Lei, o “próximo” era apenas o membro do Povo de Deus (cf. Ex 20,16-17; 21,14.18.35; Lv 19,11.13.15-18). No entanto, Jesus tinha outro conceito sobre quem é o próximo. É precisamente para explicar a sua perspectiva que Jesus conta a “parábola do bom samaritano”.


O que acontecerá comigo se eu não obedecer à lei ritual diante do homem meio morto?”. Esta é a pergunta do sacerdote e do levita nesta parábola. Mas Jesus convida cada cristão a fazer a seguinte pergunta: “O que acontecerá com meus irmãos, especialmente com os irmãos mais necessitados, se eu não fizer nada por eles?”. Esta é a pergunta do bom samaritano. Por isso, o bom samaritano se solidariza, se aproxima, e se arrisca pelo irmão, pelo necessitado.


O samaritano é um dos que a religião tradicional considerava um inimigo, um infiel, longe da salvação e longe da Igreja. No entanto, foi ele quem parou, sem medo de correr riscos ou de adiar os seus esquemas e interesses pessoais, que cuidou do ferido e que o salvou. Apesar de ser um “herege”, um “excomungado”, mostra ser alguém atento ao irmão necessitado, com o coração cheio de amor e, portanto, cheio de Deus. “Amando ao próximo você limpa os olhos para ver a Deus” (Santo Agostinho). “O amor é a única dívida que mesmo depois de paga nos mantém como devedores” (Santo Agostinho).


A base da fé é, certamente, estar aberto à realidade humana, ser capaz de pensar no outro e na sua necessidade, de respeitar a vida do outro, de sentir o que o outro sente ou o que o outro pode sentir. O samaritano reage com uma atitude de homem para homem, e se converte, deste modo, em realizador da misericórdia. Para Jesus o importante não é saber quem é meu próximo e sim fazer-se próximo dos demais, aproximar-se, ajudar o outro. O verdadeiro amor não faz exceção com ninguém. O amor aproxima e nos faz descobrir o próximo. O amor torna o outro meu próximo. Por isso, para quem ama, qualquer ser humano é seu próximo, independentemente de sua crença, religião, política, ideologia e assim por diante. A verdadeira religião que conduz à salvação passa por este amor sem limites ao próximo. O próximo é a passagem obrigatória para chegar até Deus. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do caminho que conduz a Deus. O “próximo” é qualquer um que necessita de nós, seja amigo ou inimigo, conhecido ou desconhecido, da mesma nação ou doutra qualquer; o “próximo” é qualquer irmão caído nos caminhos da vida que necessita de nossa ajuda e de nosso amor para poder se levantar novamente. Neste gesto do bom samaritano, a Igreja de todos os tempos reconhece um aspecto fundamental da sua missão: a missão de levantar todos os homens e mulheres caídos nos caminhos da vida. É a missão de cada cristão, seguidor de Cristo. O próximo é aquele em cujo caminho eu me coloco.


Neste gesto do bom samaritano, a Igreja de todos os tempos reconhece um aspecto fundamental da sua missão: a missão de levantar todos os homens e mulheres caídos nos caminhos da vida. É a missão de cada cristão, seguidor de Cristo. Qualquer pessoa ferida com quem nos cruzamos nos caminhos da vida tem direito ao nosso amor, à nossa misericórdia, ao nosso cuidado – seja ela branca ou negra, cristã ou muçulmana, ateu ou crente, fascista ou comunista, pobre ou rica…


Em um mundo no qual se encurtam as distâncias e se incrementam as comunicações para todos os níveis, muitos homens não conseguem ser próximos para os outros porque as atitudes interiores diversas não estão em consonância com a proximidade física. Quantos estão sós em meio do barulho das grandes e pequenas cidades.


É preciso que estejamos conscientes de que perderemos o tempo se nós buscarmos Deus tão somente nas práticas religiosas ou rituais, mas distantes da vida e dos irmãos. Ambos devem se complementar. O encontro com Deus na oração deve levar necessariamente cada cristão ao encontro com os irmãos. O amor cria vida para quem ama e amado.


Vale a pena repetir a pergunta para que cada um de nós possa estender a reflexão: “De quem sou próximo?”. Será que sou próximo de acordo com o critério de Jesus a exemplo do bom samaritano? Para quem se conforma com a pergunta “quem é meu próximo?”, o próximo não está mais próximo e sim está distante, está do outro lado de nossa curiosidade.


Portanto, a parábola do bom samaritano põe como modelo de ser humano um homem que era desprezado na cultura israelita da época. Esta contradição se propõe ressaltar o valor da vida humana acima de qualquer diferença cultural, étnica ou política.


Quando os três personagens: o levita, o sacerdote e o samaritano, encontram o homem ferido e abandonado no caminho, têm que discernir se optam por sua comunidade (religião) ou optam pela vida. Os dois primeiros passam indiferentes, pois ainda que tenham uma função religiosa no povo, sua maneira de pensar lhes impede de ver que sua religião deve estar a favor da vida do ser humano. O Samaritano pelo contrário, a partir de sua opção pela vida, auxilia aquele homem sem importar-lhe de qual religião ele é, ou a qual nacionalidade ou etnia ele pertence. Para o Samaritano o importante é que esse homem ferido moribundo é um ser humano necessitado de compaixão. Portanto, atua conforme uns princípios humanitários.


A parábola elimina o falso dilema a quem devo e a quem não devo fazer o bem. A parábola delineia  uma opção por defender a vida do ser humano como um valor absoluto. Todo este ensinamento se pode resumir no conhecido adágio popular: “Faz o bem sem olhar a quem”. Pois o absoluto de Deus é a vida do ser humano. Portanto, devem-se superar as diferenças étnicas, patriótricas ou de qualquer índole diante de um ser humano enfermo e abandonado e que necessita de um pouco  de bondade de seu próximo. Com efeito, o próximo é aquele em cujo caminho eu me coloco, em sua necessidade real.


Aqueles que não querem se comprometer com o irmão necessitado falam sempre da vida eterna. É como uma droga que os aliena dos deveres com a vida presente: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?”. O seguimento de Jesus tem exigências reais. Todos aqueles que se dedicam à libertação do homem, especialmente dos necessitados, estão com Jesus e sua causa.
P. Vitus Gustama,SVD

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