segunda-feira, 22 de outubro de 2018

24/10/2018
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COMO COHERDEIROS DA PROMESSA DE CRISTO SOMOS CHAMADOS A VIVER NA PERMANENTE VIGILÂNCIA
Quarta-Feira da XXIX Semana Comum

Primeira Leitura:  Efésios 3,2-12
Irmãos, 2 se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3 como, por revelação, tive conhecimento do mistério, tal como o esbocei rapidamente. 4 Ao ler-me, podeis conhecer a percepção que eu tenho do mistério de Cristo. 5 Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens de gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6 os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho. 7 Disto eu fui feito ministro pelo dom da graça que Deus me concedeu no exercício de seu poder. 8 Eu, que sou o último de todos os santos, recebi esta graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo 9 e de mostrar a todos como Deus realiza o mistério desde sempre escondido nele, o criador do universo. 10 Assim, doravante, as autoridades e poderes nos céus conhecem, graças à Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11 de acordo com o desígnio eterno que ele executou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12 Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximar de Deus com toda confiança.


Evangelho: Lc 12, 39-48
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39 “Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41 Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” 42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”.
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A Fé Em Jesus Nos Torna Coherdeiros das Promessas De Deus



Irmãos, se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, como, por revelação, tive conhecimento do mistério, tal como o esbocei rapidamente”.


São Paulo não pode esconder o orgulho que sente por ter recebido a missão de anunciar o mistério de Cristo aos pagãos. São Paulo denomina essa missão de anunciar o mistério de Cristo como “dom da graça” (Ef 3,7). “Graça” é algo absolutamente imerecido e que provém da livre escolha e incomensurável misericórdia de Deus.


E são Paulo também fala do “conhecimento do mistério”. O termo “mistério” indica o plano soteriológico de Deus, que abrange o cosmo todo e começa a se realizar com o chamado dos gentios a ser coherdeiros da promessa de Cristo, junto com os judeus (Ef 3,6). E este mistério se realiza por meio do evento da cruz e da ressurreição de Jesus. É por Cristo que somos “filhos adotivos” (Ef 1,5); é pelo sangue de Cristo que “temos a redenção e a remissão dos pecados” (Ef 1,7); É em Cristo que ocorre a recapitulação cósmica de todas as coisas (Ef 1,10). O Cristo universal é, portanto, a personificação do próprio mistério de Deus.


Até então podia parecer que os únicos herdeiros da promessa de Deus eram os judeus. Agora são Paulo tem a alegria de “anunciar aos gentios a riqueza insondável que é Cristo” e proclamar que todos os que creem em Jesus, vindo do judaísmo ou do paganismo, “nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximar de Deus com toda confiança”.


Mas o mistério apresenta também uma dimensão eclesiológica. O âmbito da realização do “mistério” é a própria Igreja, para a qual começam a convergir judeus e gentios, que nela encontram a paz (Ef 3,6). Os cristãos vindos do paganismo se tornam “concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2,19) e fazem parte, com os hebreus convertidos, do Novo Templo escatológico que é o Cristo (Cf. Jo 2,19-22). Para são Paulo, a Igreja é, pois, o âmbito da confluência unificadora de grupos diversos, social e religiosamente diferentes, anteriormente divididos e inimigos. Os homens, os povos e as culturas são chamados a se reconciliar em uma unidade superior. A visão oferecida pela Carta aos Efésios é a união na diversidade e no pluralismo.


Nesse plano de salvação denominado como “mistério” de Deus que abrange todos os seres, Israel tem uma função toda particular. À luz de seu papel na história da salvação do Antigo Testamento, é o “primeiro” a ser convidado a participar do “mistério”. O adjetivo “primeiro” indica não somente uma dimensão temporal, mas especialmente o primado histórico do povo eleito.


Como são Paulo, todos nós deveríamos nos sentir satisfeitos, não somente pela sorte de crermos em Jesus Cristo, mas também pela oportunidade de podermos comunicar a todos a Boa Notícia de que todos nós somos “coherdeiros” de Jesus Cristo e que não há privilégios diante de Deus. Não importa a etnia e a idade nem cultura, mas se alguém crer em Jesus já é coherdeiro, ou seja, está chamado a compartilhar com os outros a vida que Deus nos tem preparado desde a eternidade.


Por nossa fé e nossa união a Cristo, a humanidade inteira se converte em coherdeira da mesma promessa em Jesus Cristo. A Igreja não somente é a portadora desta mensagem de salvação, mas também que distribui a graça de Deus em favor de todas as pessoas. No entanto, não podemos proclamar o Nome do Senhor somente a partir de nassas imaginações ou a partir de nossos estudos, por muito eruditos que sejam, pois a salvação somente é fruto do Espirito de Deus que habita em nós; Ele é o único que pode fazer que a Palavra de Deus se encarne em nós e que sua salvação não seja estéril em nossa vida. Por isso, o Senhor nos quer não como simples pregadores e sim como testemunhas de seu Reino no mundo.


Além disso, todos os membros da Igreja tem a missão de preservar a unidade e a paz tanto para os membros existentes como para os futuros membros, pois a Igreja é o âmbito da realização do “mistério” de Deus.


Como membros da Igreja devemos estar vigilantes, como enfatiza o Evangelho deste dia, pois o Senhor chegará em uma hora inesperada. Viver vigilantes na presença de Deus é aprender a orar como discípulos, escutando ao Senhor e pedindo que nos conceda sua graça para trabalhar decididamente por seu Reino de amor e de paz. Deus nos confiou muito e nos exigirá muito mais, pois seu Espirito Santo vai guiando nossa vida e nossas obras. Não apaguemos o Espirito Santo que habita em nós!


Quem Vive Na Graça Vive Na Permanente Vigilância


Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”.


Estamos acompanhando Jesus no seu caminho para Jerusalém, ouvindo atentamente suas últimas e mais importantes lições para todos os cristãos, seus seguidores.


Na passagem do evangelho de hoje Jesus continua a falar sobre a vigilância, como no evangelho do dia anterior (cf. Lc 12,35-38).


“Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”.


Novamente o Senhor nos pede para que estejamos vigilantes permanentemente. Vigiar significa estar constantemente alertas, despertos à espera. Significa viver uma atitude de serviço. Por isso, implica luta, esforço e renúncia. Não é em modo algum falta de compromisso ou indiferença. Trata-se, em outras palavras, de adquirir um certo modo de orientar nossa atenção para o que é verdadeiramente importante e essencial para nossa existência e para nossa salvação. Porque não sabemos do quando da chegada do Senhor do tempo e da vida, nós precisamos estar preparados vivendo nossa vida com responsabilidade. O alerta do Senhor sobre a vigilância quer nos relembrar sobre a provisoriedade de nossa existência aqui neste mundo. Tudo será deixado, mas que sejamos levados pelo Senhor para onde Ele estiver (cf. Jo 14,3).


Concretamente podemos dizer que vigiar significa pôr em prática as palavras de Jesus, especialmente o mandamento do amor. Significa enfrentar a tentação do egoísmo, que nos leva a convencer-nos da inutilidade de fazer o bem. Significa acreditar que vale a pena lutar para construir o Reino de Deus, a exemplo de Jesus, num mundo onde a injustiça e a maldade parecem falar mais alto. Significa estar sempre disposto a perdoar e a se reconciliar, revertendo a espiral da violência que assume proporções sempre maiores. Significa ser capaz de detectar tudo quanto possa desviar nossa atenção do convite de Deus para o encontro definitivo com Ele. Significa estar vigilante no que se deve falar e no que não se deve: ser vigilante nos comentários, nos julgamentos etc.. Vigiar é aprender a falar o necessário e fazer o mais essencial para nossa salvação.


“A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”


Mais uma vez Jesus exorta à vigilância, especialmente a todos os responsáveis da comunidade (v.41). Eles têm o encargo especial de velar pelos outros, como diz o autor da primeira Carta de Pedro (1Pd 5,2-4): “Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado. Tende cuidado dele, não constrangidos, mas espontaneamente; não por amor de interesse sórdido, mas com dedicação; não como dominadores absolutos sobre as comunidades que vos são confiadas, mas como modelos do vosso rebanho. E, quando aparecer o supremo Pastor, recebereis a coroa imperecível de glória”.  Isto quer dizer que os outros são as ovelhas do Senhor (cf. Jo 21,15-17: “Apascenta as minhas ovelhas”, diz o Senhor). Cuidar de cada ovelha do Senhor com carinho e responsabilidade é a manifestação do respeito pelo dono das ovelhas que é o próprio Senhor. Quem cuida das ovelhas deve estar consciente de que ele também é a ovelha e faz parte do próprio rebanho, mas com a função de velar sobre o resto do rebanho. A liderança eclesial tem o dever de dar testemunho de fé robusta que se expressa em cuidar bem dos irmãos que são ovelhas do Senhor.


Os que cuidam dos irmãos, ovelhas do Senhor, têm muito mais responsabilidade do que qualquer outro membro na comunidade. A palavra “responsabilidade” tem sua origem etimológica no latim: “respondere” que significa “prometer”, “garantir”. O que garante a responsabilidade são os valores. Ter responsabilidade significa ser coerente com os próprios atos, com os valores reconhecidos. Através dos valores o ser humano descobre e desenvolve seu sentido de vida. Responsabilizar-se significa elevar a própria existência para uma dimensão superior.


A tentação típica do ministério é a de esquecer-se de que todos, na comunidade, são apenas administradores. Temos tentação de atuar como se fosse dono das ovelhas do Senhor. É a tentação de explorar os outros e a de apascentar-se a si mesmo. Não se deve esquecer de que todos haverão de prestar contas diante de Deus. Cada administrador do Senhor recebeu encargo de maior responsabilidade. Mas recebeu também dons correspondentes. A medida da exigência de Deus aos homens se regula conforme à medida dos dons que se outorgou a cada um. Tudo que o homem recebeu é um capital que lhe é confiado para que trabalhe com ele: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”. Isto quer dizer que quanto mais alguém se aproxima de Jesus e se deixa interpelar por Ele, mais responsabilidade ele deverá ter de colocar em prática os ensinamentos de Jesus. Ao contrário, ele terá motivos sérios para ficar inquieto, pois chegará um dia para prestar contas.


Para qualquer cargo ou tarefa na comunidade se requer fidelidade e sensatez. Fidelidade porque cada um é apenas um administrador pelo qual deve trabalhar conforme a vontade do Senhor. Sensatez porque não deve perder de vista que o Senhor pode vir repentinamente e pedir-lhe contas. A vinda do Senhor é certa, o momento é incerto. Estejamos, então, vigilantes!


Portanto, a parábola do administrador, no evangelho deste dia, nos mostra que o tempo da espera da chegada da segunda vinda do Senhor é preciso, como tempo de serviço, porque o Reino de Deus se reflete já de forma decisiva em nossa vida. A todos é confiado um tipo de serviço no tempo dessa espera. A riqueza do Reino de Deus se traduz para todos a maneira de amor que dirige aos outros. Aquele que recebeu o grande tesouro que lhe faz rico para Deus começa a ser imediatamente fonte de amor para os demais homens.


A expectativa da vinda do Senhor que é inesperada ou o momento que é desconhecido e repentina, deve criar em nós uma forte consciência da responsabilidade nas tarefas que nos foram encomendadas. A consciência de sermos administradores e não donos deve nos levar a conceber nossa liberdade em termos de responsabilidade. Todas as nossas tarefas, portanto, concernem à administração dos bens que o Senhor nos confiou. A falta de responsabilidade é, no fundo, uma falta da vivência de fé diariamente.


As graças e as funções concedidas por Deus a cada um de nós não podem ser concebidas como uma honra, e sim como um dever a cumprir em favor do bem de todos para que todos possam chegar à comunhão plena com Deus na eternidade. Isso leva cada um a viver na fidelidade e na prudência.


Portanto, segundo Jesus no evangelho de hoje, a vida dos cristãos deve ser caracterizada por duas atitudes principais: a vigilância e a responsabilidade, porque o cristão é uma pessoa voltada para o futuro do qual espera a salvação. Por isso, ele deve estar preparado em todos os momentos. O futuro de um cristão não é uma utopia anônima. O futuro de um cristão tem nome e um rosto preciso: Jesus Cristo, o Salvador.


Fica a seguinte pergunta: Onde é que Deus não chegou ainda na minha vida? Porque Deus está onde eu O deixo entrar. Qual parte da minha vida que eu não deixo ainda que Deus entre?
P. Vitus Gustama,svd

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