quarta-feira, 7 de novembro de 2018

10/11/2018
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USAR OS BENS COM GRATIDÃO SEM SER POSSUIDOS POR ELES
Sábado Da XXXI Semana Comum


Primeira Leitura: Filipenses 4,10-19
Irmãos, 10 grande foi minha alegria no Senhor, porque afinal vi florescer seu afeto por mim. Na verdade estava sempre vivo mas faltava-lhe oportunidade de manifestar-se. 11 Não é por necessidade minha que vos digo, pois aprendi muito bem a contentar-me em qualquer situação. 12 Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando saciado ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. 13 Tudo posso naquele que me dá força. 14 No entanto fizestes bem em compartilhar as minhas dificuldades. 15 Filipenses, bem sabeis que, no início da pregação do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma Igreja, a não ser a vossa, se juntou a mim numa relação de crédito. 16 Já em Tessalônica, mais de uma vez, me enviastes aquilo de que eu precisava. 17 Não que eu procure presentes, porém, o que eu busco é o fruto que cresça no vosso crédito. 18 Agora, tenho tudo em abundância. Tenho até de sobra, desde que recebi de Epafrodito o vosso donativo, qual perfume suave, sacrifício aceito e agradável a Deus. 19 O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus.


Evangelho: Lc 16,9-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9 “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10 Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11 Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12 E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13 Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14 Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15 Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.
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Saber Ajudar e Agredecer Torna a Vida e a Convivência Agradáveis


Tenho até de sobra, desde que recebi de Epafrodito o vosso donativo, qual perfume suave, sacrifício aceito e agradável a Deus. O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus”, escreveu são Paulo aos Filipenses que lemos na Primeira Leitura de hoje.


Hoje lemos o final da Carta aos Filipenses. São Paulo dedica esta última página de sua Carta aos Filipenses para agradecer-lhes a ajuda material enviada por meio de Epafrodito para a prisão onde são Paulo está detido. Com esta ajuda são Paulo fica muito contente porque os Filipenses se lembram dele. Aparentemente, a iniciativa da ajuda partiu dos próprios Filipenses e não de pedido do Apóstolo Paulo. Por tal espontaneidade são Paulo agradece aos Filipenses: “Tenho até de sobra, desde que recebi de Epafrodito o vosso donativo, qual perfume suave, sacrifício aceito e agradável a Deus”.


Um coração agradecido nos dá condições de olhar a vida com mais alegria e confiança. Saber agradecer é saber ver que há espaço para esperança e bondade no mundo. Para os que sabem para que serve a sua vida, sabem também agradecer e não perdem o ânimo; enquanto os outros se arrasam pela vida de mau humor. Não existe um só dia em que Deus não nos conceda alguma graça particular e extraordinária. Pare e verifique! Agradecer é uma atitude própria de quem tem dignidade. Quem não sabe agradecer está mal preparado para conviver.


Porém, são Paulo aproveita também o momento de agradecimento para mostrar aos Filipenses sua atitude diante dos bens materiais. São Paulo quer também deixar bem claro que ele não busca de qualquer forma dinheiro (ser ganancioso). Neste sentido ele não tem necessidade dos Filipenses, pois aprendeu a se virar, quer precise ou não: “Não é por necessidade minha que vos digo, pois aprendi muito bem a contentar-me em qualquer situação. Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando saciado ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele que me dá força”. Só ele sabe a que preço custou-lhe manter, de fato, fidelidade a esse princípio. Até agora, saiu de todas as dificuldades. É precisamente isso, sem que seja necessário procurar profundidades teológicas, o que indica ao explicar: "Tudo posso naquele que me dá força". Ele tem certeza de que neste momento ele também teria se organizado.


É precisoesforçar-se para aprender a fim de poder se virar em qualquer situação. É preciso aprender a trabalhar. Através do trabalho o homem se distingue de outras criaturas. Com o trabalho o homem ganha seu pão de cada dia para sustentar a vida que é sagrado. Por isso, o trabalho é também sagrado. Também através do trabalho o homem mostra seu caráter social, pois entra em contato com os outros. O trabalho também é o lugar de encontro social. Através do trabalho o homem se transcende, pois o homem se esforça todos os dias para se superar. São Paulo sabe muito bem disso.


Esta Carta de são Paulo nos serve para valorizar os favores que os outros nos fazem para que aprendamos a judar os outros na sua necessidade. Uma das coisas que mais agradecemos é que os outros nos visitem e nos ajudem quando estamos enfermos ou em alguma situação como a de são Paulo na prisão. Uma presença no fortalece no momento de enfermidade ou de uma “perdd” de um ente-querido.


Para são Paulo, esta caridade é verdadeira liturgia, culto que agrada a Deus mais que os cantos e as festas: o que fizeram os Filipenses para são Paulo é “perfume suave, sacrifício aceito e agradável a Deus”.


Ao mesmo tempo, o texto da Primeira Leitura de hoje é também uma lição para que tenhamos uma atitude de uma certe indiferença diante dos bens materiais. Os bens materiais são necessários, mas nunca serão nossos amigos, pois eles continuam alheios a nós. Podemos possuir as coisas, mas elas não podem nos possuir para que não percamos nossa liberdade interior. Não sou mais do que o gerente de tudo que me foi confiado por Deus e tudo continua pertencendo a Deus. Não tenho direito de menosprezar os dons de Deus. Um dia terei que prestar contas das riquezas que não foram desenvolvidas ou não foram multiplicadas para o bem dos necessitados.


Usar Os Bens Materiais Sem Ser Usados e Dominados Por Eles


Continuamos a escutar as ultimas lições do Senhor no seu caminho para Jerusalém (Lc 9,51-19,28). E estamos na segunda parte de Lc 16 onde podemos encontrar o convite de Jesus a usarmos o dinheiro ou os bens materiais corretamente. É o tema central de todo capítulo 16 deste Evangelho.


O dinheiro é uma faca de dois gumes, conforme se usa para o bem ou para o mal, isto é, para Deus e para os outros, ou apenas para si próprio, excluindo os outros. Para viver como filhos da luz (cf. Lc 16,1-8), como filhos de Deus, temos de ser irmãos dos outros, algo impossível para o que idolatra o dinheiro. Uma vez um economista escreveu: “Capitalismo é um sistema que funciona, porque se baseia no egoísmo humano”. E sabemos que o egoísmo é o contrário do plano de Deus, pois a alma do projeto de Jesus Cristo é a partilha. Com efeito, o Reino de Deus se alicerça no amor que produz a justiça e transborda em fraternidade e partilha para que todos tenham liberdade e vida (cf. Jo 10,10). O reino do dinheiro, ao usá-lo erradamente, repousa no egoísmo que produz a injustiça e transborda em não-fraternidade e não-partilha, que dá origem ao poder que oprime e que dá origem à riqueza que explora. O dinheiro dá muito “poder” para quem o tem. E normalmente o dinheiro é usado para oprimir os mais fracos e pode ser usado para qualquer tipo de crime.


A advertência de Jesus sobre o perigo do dinheiro não é exclusivamente para os ricos. É para todos, pois todos têm o impulso natural que leva cada um a desejar alguma coisa ou dinheiro. O dinheiro é um deus que tem altar em quase todos os corações, tanto num adulto realista como num jovem idealista, tanto no rico como no pobre, tanto no leigo como no religioso/sacerdote. Até as crianças são educadas para ganhar dinheiro ao escolher bem uma profissão futura. Além disso, muitas vezes as brigas numa comunidade, seja familiar, seja civil, seja eclesial, surgem ou partem desse deus que se chama dinheiro. Por isso, Martinho Lutero observou astutamente: “Três conversões são necessárias: a conversão do coração, a da mente e a da bolsa”.


A segunda parte deste texto começa dizendo: “E eu vos digo: Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (v.9). Usar “o dinheiro da iniqüidade” para fazer amigos é metáfora de “dar esmolas”, isto é, dar aos necessitados. “vocês serão recebidos nas moradas eternas” é a promessa de Deus. A palavradexontai” (grego) é empregada aqui na forma passiva e refere-se ao ato de Deus (veja também Lc 6,32-36; 14,7-14). Por isso, podemos ler da seguinte maneira: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos (=esmola) para serdes recebidos por Deus nas moradas eternas” (cf. Mt 25,34-40). “Os famintos, os maltrapilhos, os mendigos, os peregrinos, os prisioneiros, os doentes... são teus “batedores” no Reino dos céus”, dizia Santo Agostinho (Serm. 11,6).


 Esta segunda parte termina com esta frase: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (v.13b; cf. também Mt 6,24). Aqui não há meio-termo: ou servir ao Senhor Deus ou servir ao senhor dinheiro. Um é incompatível com o outro, porque cada um tem as suas próprias regras. E não se diga que o Evangelho é ingênuo, porque ele não está criticando uma cédula de dinheiro, mas o capital, o acúmulo de dinheiro. “Servir a Deus” é uma dependência que nos faz livres para servir aos mais necessitados, enquanto que “servir ao dinheiro” é uma escravidão que esmaga à pessoa e perverte nossas relações com Deus e com os demais, como descreve a parábola do rico e Lázaro (Lc 16,19-31). O dinheiro pode se transformar num ídolo e por seu caráter totalizante impede o serviço autêntico a Deus e ao próximo.


Reflitamos:


Em primeiro lugar, Se você deprecia o dinheiro dos outros, pergunte-se se não o adoraria caso ele fosse seu. Não admiro o seu desprendimento pelo dinheiro que lhe falta por você não saber ganhá-lo com seu esforço; mas sim o admira se você é generoso com o dinheiro que ganha com seu trabalho. E se você tem dinheiro acumulado, pergunte-se como o ganhou e como o usa. Se você continua acumulando mais dinheiro do que precisa para viver, sabe para que você o faz? Os bens um dia nos escapam. Por isso, podemos ter os bens materiais, mas eles não podem nos possuir.


Em segundo lugar, “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado”. (Papa Francisco: Evangelii Gaudium n.2). “Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. De várias maneiras, estas alegrias bebem na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. Não me cansarei de repetir estas palavras de Bento XVI que nos levam ao centro do Evangelho: ‘Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo’” (Idem n.7).


“Possuamos as coisas terrenas sem deixar-nos possuir por elas. Que não nos deslumbre sua multiplicação nem nos afunde sua carência. Façamos que com elas nos sirvam sem fazer-nos seus servidores” (Santo Agostinho: Epist. 15,2).
 
P. Vitus Gustama,svd

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