sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Domingo,04/11/2018
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AMAR DE CORAÇÃO
XXXI DOMINGO COMUM DO ANO B
(Para os lugares que celebraram a Solenidade de Todos os Santos no dia 01 de Novembro)
 


Primeira Leitura: Dt 6,2-6
Moisés falou ao povo dizendo: 2 “Temerás o Senhor teu Deus, observando durante toda a vida as suas leis e os seus mandamentos que te prescrevo, a ti, a teus filhos e netos, a fim de que se prolonguem os teus dias. 3 Ouve, Israel, e cuida de os pôr em prática, para seres feliz e te multiplicares sempre mais, na terra onde corre leite e mel, como te prometeu o Senhor, o Deus de teus pais. 4 Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 5 Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. 6 E trarás gravadas em teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno.


Segunda Leitura: Hb 7,23-28
Irmãos: 23 Os sacerdotes da antiga aliança sucediam-se em grande número, porque a morte os impedia de permanecer. 24 Cristo, porém, uma vez que permanece para a eternidade, possui um sacerdócio que não muda. 25 Por isso ele é capaz de salvar para sempre aquele que, por seu intermédio, se aproximam de Deus. ele está sempre vivo para interceder por eles. 26 Tal é precisamente o sumo-sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mancha, separado dos pecadores e elevado acima dos céus. 27 Ele não precisa, como os sumos-sacerdotes oferecer sacrifícios em cada dia, primeiro por seus próprios pecados e depois pelos do povo. Ele já o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo. 28 A lei, com efeito, constituiu sumos-sacerdotes sujeitos à fraqueza, enquanto a palavra do juramento, que veio depois da Lei, constituiu alguém que é Filho, perfeito para sempre.

Evangelho: Mc 12,28-34
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”. Jesus respondeu: “O primeiro é este: 'Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'. O segundo é este: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Nãonenhum mandamento maior que estes”. Disse-Lhe o escriba: “Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e nãooutro além d'Ele. Amá-lo com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”. Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: “Não estás longe do reino de Deus”. E ninguém mais se atrevia a interrogá-Lo.
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“Perguntavas, quiçá, de que amor ou que tipo de amor está falando? Escutas em outro texto: O fim do preceito é o amor que procede de um coração puro.” Amarás o teu próximo como a ti mesmo! “. Com efeito, se te amas a ti mesmo mal e de forma inútil, amando assim ao próximo, de que lhe aproveitas? Se amas a iniqüidade, podes pensar que te amas a ti mesmo? Te equivocas… Não busques na Escritura nenhuma outra coisa; ninguém os ordene nada mais. Nos textos obscuros da Escritura está oculto este amor, e nos textos claros, está claro este amor (Santo Agostinho).


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O Evangelho de hoje (Mc 12,28-34) e a Primeira Leitura (Dt 6,2-6) nos apresentam o “primeiro mandamento”, o critério básico da vida cristã. São palavras centrais que não deveriam passar por alto, por muito conhecidas que pareçam. “Escuta, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há nenhum mandamento maior que estes”.


São palavras dirigidas a nós, o mandamento que une inseparavelmente a Deus e ao próximo. Somos chamados a reconhecer Deus como “Único Senhor”. Ele é o Único seguro e definitivo que existe, o único que merece o amor “com toda a alma, com todo o ser”. Deveríamos repetir estas palavras como uma oração, como as repetia o povo israelita,  chamada “Shema”.


“Shema” é parte integrante da oração matutina e vespertina feita por qualquer israelita: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”. Mas esta oração é também a última confissão que termina a vida dos mártires judeus de todos os tempos. Milhões de judeus, sofrendo os horrores dos campos de concentração, rezavam ou murumuravam em meio aos tormentos mais hediondos, Shema. E em todos os tempos, também durante a vida de Jesus, grandes fariseus ou escribas como Nocodemos, José de Arimateia, Gamaliel e outros, procuravam algo maior do que a lei e a justiça: o amor e a equidade. A oração “Shema” era tão conhecida entre os israelitas como entre nós hoje, o Pai-Nosso.


E Jesus acrescenta, citando novamente a Bíblia: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Nosso Deus é um Deus de vida, um Deus que tem em seu coração a criação inteira. Um Deus que se revelou através de um homem como nós. Por isso, a verdade de nosso amor a Deus com todo nosso ser se traduz no amor ao próximo. E por isso, um homem que ama aos demais homens, ama já, de alguma forma, ainda que não diga, a Deus (Cf. Mt 25,40.45).


O Homem Morre Não Quando Deixa De Viver, e Sim Quando Deixa De Amar


Encontramos no evangelho de hoje um escriba sincero que se aproxima de Jesus não para criticá-lo, mas para dialogar com ele a respeito do maior de todos os mandamentos: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”, ele pergunta a Jesus. Nas escolas rabínicas se distinguiam entre mandamentos “graves” e “leves”. Tinha 248 preceitos positivos e 365 proibições legais. Por causa de sua grande quantidade, os rabinos investigaram qual de todos estes mandamentos era realmente importante, qual era o primeiro e principal como resumo de todos.


Jesus responde citando ao pé da letra a passagem do Dt 6,4-5 onde se encontra a seguinte afirmação: “Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças”. Ao mesmo tempo Jesus cita a passagem do Lv 19,8, também ao pé da letra, onde se encontra o seguinte mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. E para Jesus ambos os mandamentos são como um só inseparavelmente: “Não existe outro mandamento maior do que estes”. É um só porque não se pode amar a Deus sem amar ao próximo. Por isso, na sua primeira Carta são João nos diz: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20). Então, entre o mandamento do amor a Deus e o preceito de amar ao próximo existe uma conexão necessária. Inclusive os rabinos entendiam que o amor ao próximo era como um resumo da lei. Por exemplo, se atribui ao Rabino Hillel esta sentença: “Não faças ao outro o que não desejas para ti. Esta é toda a lei. O resto é interpretação”. Neste mandamento de amor se funda a única piedade verdadeira.


O amor se expressa com todas as faculdades do homem: coração, alma, mente, ser: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”.


Há que ter presente que na antropologia semítica o coração não se considera tanto como a sede dos afetos e dos sentimentos, mas principalmente da inteligência e da vontade. “Alma” quer dizer vida. E pode significar, além disso, da exigência de amar a Deus em todas as circunstancias da existência, também a de sacrificar a própria vida se for exigida a fidelidade. “Com todo teu ser” ou “Com todas as tuas forças” entende-se a vontade. Trata-se de amar com a totalidade plenitude. Há que amar a Deus com um amor que brota do centro da pessoas e invade toas as faculdades. A resposta do homem deve ser completa.


"Amarás a teu próximo como a ti mismo". É importante a pontualização “como a ti mesmo”. Sugere-se a possibilidade e inclusive, o dever de se amar a si mesmo. Obviamente é muito distinto de ser egoísta. Há um amor são a si mesmo que está na base do autentico amor aos demais. há uma boa relação consigo mesmo que constitui o fundamento das relações autenticas com os demais.


Amar! Este é o mandamento do Senhor. A acumulação dos termos: “coração, alma, mente, força” quer significar uma plenitude de amor que compreende todas as nossas faculdades de amar. É preciso que o amor arda em nossos pés à cabeça, em nosso espírito ao corpo, em nossa manhã até a noite, em nossa infância à velhice.


Amor é a essência para qualquer relacionamento com suas três direções: a Deus, ao próximo e a mim mesmo. Amor é relação, comunicação, encontro. Para eu poder valorizar o outro eu preciso saber me valorizar. Para eu poder amar o outro, eu preciso saber me amar. Para eu poder compreender o outro, eu preciso me compreender. Para eu poder fazer o encontro com o outro, eu preciso fazer o encontro comigo mesmo, reconhecendo tantos minhas capacidades e virtudes como também meus defeitos e limitações. Não basta amar a Deus, alguém tem que amar também o próximo. Não basta amar o outro, mas tem que saber se amar: “Amar a Deus com toda força e o próximo como a ti mesmo”. Não faça do outro como objeto de sua carência de amor. Isto não é amor. É exploração. Para amar tem que ser livre. O amor liberta, dá segurança e possibilita o crescimento. Quando uma pessoa começar a sufocar a outra pessoa é porque está faltando amor.


Por isso é que Jesus não fala de qualquer amor. Ele fala do amor ágape. Ágape é uma palavra grega que significa o amor que se dirige unicamente para o outro, incondicional, e que não espera nada em troca. É uma doação pura de si mesmo. Por isso, Jesus chegou a fazer uma afirmação muito extrema: “Amai vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5,43-44). A única coisa que se espera dos inimigos é o bem deles. Este é o amor-ágape. É o amor que salva e liberta. Com efeito, a atitude de fé é procurar descobrir o projeto de amor de Deus e corresponder a ele. Amar a Deus significa escutá-Lo, adorá-Lo, encontrar-nos com Ele na oração e na vida e amar o que ele ama. Amar o próximo não apenas significa deixar de fazer o mal, e sim estar pronto para ajudá-lo, acolhê-lo e perdoá-lo. Amor é o único meio que em si tem capacidade de convencer o outro, até os ateus, de que somos cristãos.


Amor é capacidade de sair de si mesmo, de transferir-se para outro ser, de participar de outro ser e de entregar-se por um outro ser. Aquele que ama está totalmente no outro, conservando sua identidade. O amor não pode realizar-se na esfera de um sujeito isolado. O verdadeiro amor é sempre como uma experiência de derrota que se transforma em vitória; uma experiência de entrega que se transforma em enriquecimento; uma experiência de sair de si que se transforma no mais profundo encontro consigo mesmo; uma experiência de morte que se transforma em vida. O ponto final do amor é a vitória sobre a morte. O ponto final do egoísmo é a morte, e a ausência do amor é a ausência de Deus.


Portanto, hoje Jesus nos oferece a chave fundamental para cumprir a vontade de Deus: o amor íntegro a Deus como único Senhor e o amor ativo e efetivo e desinteressado para próximo. São Paulo nos relembra através da Carta aos romanos: “Não fiqueis devendo nada a ninguém… a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei. De fato, os mandamentos: ‘Não cometerás adultério’, ‘Não matarás’, ‘Não roubarás’, ‘Não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, se resumem neste: ‘Amarás o próximo como a ti mesmo’. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,8-10).


Ao colocar o amor como o maior e o primeiro mandamento, Jesus quer nos dizer que o amor é parte essencial de nosso ser. Toda vez que amamos, afirmamos nosso ser. E toda vez que não amamos, negamos nosso ser. Sem amar não se pode Ser. Ao amar nos conectamos com nosso aspecto mais essencial e mais íntimo, poisDeus é amor” (1Jo 4,8.16). Ao amarmos revelamos nosso ser e com ele cultivamos nosso espírito. Não é por acaso que Victor E. Frankl afirma: “Amo, logo sou”.


Tudo na verdadeira vida se resume nesta palavra: amor! Por isso, devo orar a partir desta palavra: amor. Devo olhar para a minha vida e para a minha convivência a partir desta palavra. Devo liderar, orientar e governar a partir desta palavra. Devo corrigir os outros a partir desta palavra. Devo olhar para tudo que faço a partir desta palavra, “pois não importa se você faz muito ou pouco, mas que você coloque o amor naquilo que você faz. Não importa se vocêmuito ou pouco, mas que você coloque o amor naquilo que você dá” (Madre Teresa de Calcutá).


Portanto, “Amor” é a mensagem central do cristianismo e é o eixo sobre o qual giram todas as virtudes e doutrinas do NT. Todas as virtudes lhe servem de alimento e nenhuma virtude subsiste sem o amor. Alguém pode ter todas as virtudes e habilidades, mas sem o amor, todas elas servem apenas como instrumento de exibicionismo e de vaidade pessoal de quem as tem. Na linguagem de São Paulo pode-se dizer que aquele que tem todas as virtudes, mas sem o amor, ele se transforma em nada; a pessoa deixa de ter valor para Deus (cf. 1Cor 13,1-11). Por isso, dizia Santo Agostinho: “Põe amor nas coisas e as coisas terão sentido. Retira-lhes o amor e se tornarão vazias”. Quando o egoísmo pessoal, o egoísmo de grupo e o exibicionismo tomam conta de nossa vida é porque há um vazio crescente de amor dentro de nós e dentro do grupo. O egoísmo e o amor não convivem. Nós nos tornaremos solitários à medida que nos preocuparmos com o egoísmo ou com a vaidade.


Hoje Jesus nos oferece a chave fundamental para cumprir a vontade de Deus: o amor íntegro a Deus como único Senhor e o amor ativo e efetivo e desinteressado para próximo. São Paulo nos relembra através da Carta aos romanos: “Não fiqueis devendo nada a ninguém… a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei. De fato, os mandamentos: ‘Não cometerás adultério’, ‘Não matarás’, ‘Não roubarás’, ‘Não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, se resumem neste: ‘Amarás o próximo como a ti mesmo’. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,8-10).


O homem morre não quando deixa de viver, mas quando deixa de amar. E Jesus nos alerta que no fim de nossa vida seremos examinados precisamente a partir do amor vivido ou praticado (cf. Mt 25,31-46). O amor ao próximo em nome de Cristo nos leva a fazermos aos irmãos o que o próprio Deus está lhes fazendo. Em outras palavras, não apenas fazer o que Deus manda, mas olhar como Deus olha o nosso próximo, suportá-lo como Deus o perdoa, conquista-lo como Deus o procura (Cf. Lc 15,4-10).
P. Vitus Gustama,svd

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