quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

02/02/2019
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APRESENTAÇÃO DO SENHOR NO TEMPLO


Primeira Leitura: Ml 3,1-4
Assim diz o Senhor: 1 Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2 e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3 e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4 Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos.


Evangelho: Lc 2,22-40
22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifícioum par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36 Havia também uma pro­fe­tisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
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1. Simeão: Um Homem Justo E Temeroso De Deus...


Aparece o ancião Simeão, homem justo e santo, de paciência a toda prova. Ele é homem de esperança inquebrantável.  Foi revelado que ele não morreria até ver o Messias. Os anos corriam, a velhice avançava e o Messias não chegava. Mas DEUS SEMPRE É FIEL A SUA PALAVRA. E como prêmio para as virtudes teologais do ancião (fé, esperança e amor), ele foi levado pelo Espirito de Deus ao Templo e ali se encontrou com a Luz em seus braços. Agora Simeão já pode descansar em paz. E isto não é pouco.


A virtude da esperança e de paciência, muitas das vezes está faltando na nossa vida. Por isso, facilmente ficamos irritados, impacientes, intolerantes a ponto de ficarmos violentos. Deus não chega para um coração irritado, impaciente, intolerantes. O lugar de Deus é o coração de fé, de esperança e de amor, a exemplo do ancião Simeão. Com a paciência e esperança em Deus tudo se alcança. Quem espera no Senhor não ficará defraudado.


2. Alma Sacerdotal Da Virgem Maria


A Apresentação do Senhor no Templo nos leva para a Escola de Maria, Mulher eucarística como enfatiza o Santo João Paulo II no Cap. VI de sua Encíclica Ecclesia de Eucaristia.


Ao apresentar Jesus no Templo, a Mãe de Deus exerce sua “alma sacerdotal”, que corresponde ao sacerdote real, comum a todos os fies pelo Batismo e pela Confirmação. Ela oferece Jesus ao Pai e se oferece a si mesma inteira com Ela, se faz um só coração, uma só alma, um só espirito com seu Filho. A Palavra de Deus os une fortemente. “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”, disse a Mãe do Senhor. “Meu alimento é fazer a vontade do meu Pai”, disse o Filho de Maria.


Esta oferta de Maria é uma antecipação do Calvário e da Eucaristia que será instituída. No oferecimento de Maria, de Jesus e de José estão os Três, inteiros, com toda sua vida temporal e com suas mortes futuras. As vidas de Jesus, de Maria e de José formam uma unidade maravilhosa e inefável, e sacerdotal.


Nós podemos fazê-lo também todos os dias: oferecer com Cristo nossa vida e nossa morte, como Deus quer, quando Deus quer, onde Deus quer, toda nossa existência terrena, com seu passado, presente e futuro, com tudo o que há de oração, de trabalho, de sacrifícios pelos demais, pequenos ou grandes. Assim resultará num sacrifício espiritual esplêndido aos olhos de Deus.


3. Jesus Se Oferece Ao Pai Desde A Concepção Até A Morte


Toda a vida de Cristo Jesus, desde o primeiro instante de sua entrada no mundo (Hb 10,5) até a sua consumação sobre o altar da Cruz (Jo 19,30), foi uma oferenda ao Pai. Porém esta oferenda habitual teve dois momentos fortes. A Apresentação no Templo foi uma delas. Podemos e devemos repetir que existe uma relação estreita entre a Apresentação no Templo e a Imolação sobre o Calvário. E nesta oferenda e imolação, a Virgem Maria está presente e operante (Cf. Lc 2,34035; Jo 19,25-27).


A tradição eclesial reconheceu tudo isto e, inclusive intenta sensibilizar os fiéis sobre sua consagração batismal. Nossa vida de batizados é toda uma consagração ao Pai pelo Filho no Espirito Santo. Por isso, quando fomos ou somos batizados, o sacerdote-ministro, depois das palavras, “Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”, não se acrescenta Amém. Porque toda a vida do cristão deve ser um contínuo AMÉM à vontade de Deus.


A festa do encontro de Jesus com a humanidade no Templo nos projeta para o futuro encontro com o Senhor. Por isso, o encontro com Jesus com a humanidade representada pelos anciãos Simeão e Ana prefigura nosso encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Nós, peregrinos de Deus, caminhamos penosamente através deste mundo, guiados pela luz de Cristo e sustentados pela esperança de encontrar finalmente o Senhor da glória no seu Reino eterno. Toda nossa vida cristã tem esse objetivo: encontrar-nos com o Senhor na vida eterna. Por este objetivo temos sempre força suficiente para superar tudo na nossa peregrinação terrestre. Estando com Cristo e seguindo seus passos nossa vida sempre será iluminada: “Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).


4. A Imposição Do Nome De Jesus


Lucas, neste relato, quer sublinhar a importância da imposição do nome de Jesus que se afirma na frase principal: “Foi-lhe dado o nome de Jesus” (v.21). O nome “Jesus” foi escolhido pelo próprio Deus (Lc 1,31;2,21; cf. Mt 1,21).


Para os judeus, o nome expressava a identidade e o destino pessoal que cada um devia realizar ao longo de sua vida.  E quando uma pessoa é eleita para uma nova missão, recebe um nome novo, em função da etapa de vida que começa (cf. Gn 17,5;17,15;32,29; Mt 16,18; cf. 2Rs 23,34;24,17; Is 62,2;65,15).


Nãonenhum nome que coincidiu tão perfeitamente com o nome como no caso de Jesus. Jesus significa Salvador. Desde o primeiro instante de sua existência até a morte na cruz, ele foi o que significa seu nome: Salvador.


Por isso, o nome de Jesus como Senhor e Salvador é invocado ao longo da história do cristianismo por bilhões de cristãos. O nome de Jesus é invocado, pois ele é o Senhor de tudo. Está acima de todo principado, de todo poder, de toda dominação e potência. Por mais poderoso que seja um político ou um atleta, um dia a morte o vencerá. Por mais rico que seja alguém, um dia a morte levará a melhor. Ao contrário, Jesus venceu a morte, pois ele ressuscitou. Por isso, São Paulo afirma: “Se confessas com tua boca que Jesus é o Senhor, e crês em teu coração, que Deus o ressuscitou dos mortos, tu serás salvo” (Rm 10,9; cf. Rm 8,35-39). Jesus é o Senhor porque vive uma vida sobre a qual a morte não tem poder algum. Ele detém a chave do segredo da vida e ilumina o mistério da vida.


A soberania do Senhor Jesus pode nos dar uma força imensa para combater o mal dentro de nós e o mal ao nosso redor. Jesus é Senhor exprime uma libertadora que tira de nossas vidas toda a angústia exagerada. Jesus é Senhor implica que ele é Senhor de nossa vida. Exprime uma entrega, um total abandono nas mãos do Senhor. Implica construir a vida sobre ele (cf. Mt 7,24-25) e não sobre os fundamentos fracos e frágeis (cf. Mt 7,26-27).
P. Vitus Gustama,SVD

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