quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

07/01/2019
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FÉ, CONVERSÃO E AMOR SE ALIMENTAM 
Segunda-Feira Após Epifania

Primeira Leitura: 1Jo 3,22-4,6
Caríssimos: 22 qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23 Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24 Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. 4,1 Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. 2 Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; 3 e todo espírito que não professa a em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele está no mundo. 4 Filhinhos, vós sois de Deus e vós vencestes o Anticristo. Pois convosco está quem é maior do que aquele que está no mundo. 5 Os vossos adversários são do mundo; por isso, agem conforme o mundo, e o mundo lhes presta ouvidos. 6 Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.

Evangelho: Mt 4,12-17.23-25
Naquele tempo, 12 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14 no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15 “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”. 17 Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 23 Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. 24 E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levaram-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epilépticos e paralíticos. E Jesus os curava. 25 Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão.
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Fé e Amor São Inseparáveis

Durante os dias depois da Epifania e antes da festa do Batismo do Senhor, a Primeira Leitura continuará a ser da Carta de são João, que dá unidade a todo o Tempo do Natal. E os evangelhos serão uma seleção de passagens dos quatro evangelistas em que lemos umas manifestações de Jesus Messias, como a multiplicação dos pães e a calma da tempestade como uma forma de prolongar a Epifania do Senhor aos Magos do Oriente e de preparar a festa do Batismo do Senhor.


Fé e amor são dois aspectos de um só mandamento: crer e amar. Não são dois preceitos, são o mesmo, “seu” mandamento. Para são João, a fé e a caridade não são duas virtudes distintas e sim uma só virtude: “ser filho de Deus”. A verdadeira fé se manifesta ou se concretiza no amor ao próximo. Quem tem fé em Deus, ama ao próximo, respeita o próximo, respeita a dignidade alheia, valoriza a vida do próximo como a própria. Será constitui tudo isso o fundo da minha vida?

O mandamento que nos dará a segurança diante de Deus e nos garante sua permanência em nós é duplo: crer no nome de Jesus Cristo e nos amar uns aos outros:  Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu” (1Jo 3,23).

Por isso, são João acrescenta: “Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele” (1Jo 3,24). Tenho que fazer essas palavras penetrarem profundamente em mim: “Permanecer em Deus”. Eu permaneço em Deus? Ou me afasto de Deus frequentemente? Virarei um galho seco para ser queimado, se eu não permanecer em Deus (cf. Jo 15,1-5). Será que por causa do pecado eu me situo fora de Deus? Será que eu não alimento minha fé com oração e meditação com amor ao próximo que me afasta de Deus e do bem que eu devo praticar?

Podemos conhecer experimentalmente que Deus mora ou permanece em nós pela maneira que guardamos os mandamentos de Deus. Esta observância dos mandamentos fará que nosso coração não nos acuse (1Jo 3,21), que estejamos seguros diante de Deus a ponto de poder pedir-Lhe com a segurança de ser escutados. A mesma doutrina encontramos em Jo 15,15-17.

Estes dois preceitos, nos apresenta são João de maneira que não parecem constituir senão um só. Com efeito, são João estima que não há duas virtudes distintas: a fé, por uma parte e a caridade, por outra, e sim que essas duas virtudes não são mais que as dimensões transcendente e imanente de uma só atitude (cf. Jo 13,34-36; 15,12-17): somos filhos de Deus por nossa fé, e a caridade entre irmãos deriva dessa filiação (1Jo 2,3-11).

O Reino De Deus Se Aproxima De Nós Através Da Conversão

Nos dois primeiros capítulos de seu Evangelho, Mateus narrou o nascimento de Jesus, e no terceiro nos apresentou a atividade de João Batista: o Batismo. No capitulo quarto, sem se preocupar em satisfazer a curiosidade dos que quiseram saber de todo o itinerário formativo de Jesus, nos apresenta Jesus atuando na Galileia, uma região ao norte da Palestina onde conviviam, com dificuldade, judeus e pagãos. Por isso, Mateus evoca o texto do profeta Isaias que fala da iluminação dos que “viviam nas trevas e nas sombras de morte”. A festa da Epifania nos mostra que a vinda de Jesus é em favor de todos os homens, sem distinção nem de etnia, nem de condições nem de crenças.

O evangelho deste dia nos relata que quando fica sabendo da prisão de João Batista, Jesus vai para a Galileia. A missão de João Batista como Precursor termina de modo semelhante a do próprio Jesus. Mais tarde Jesus será preso e morto. Diante da notícia da prisão de Joã0 Batista, Jesus se retira para a Galileia, estabelecendo o centro de sua atividade em Cafarnaum.

Galileia era um território longe de Jerusalém, do poder central legalista e intransigente. Galileia tinha fama de região pagã contaminada pelos pagãos, desinteressada da Lei e da oficialidade do Templo.

Na Galileia Jesus pode andar com liberdade, junto aos empobrecidos e marginalizados. Toda a história dos pobres gravitava sobre os pobres do tempo de Jesus: a fome, a carência de trabalho, a opressão política e militar dos Herodes e de Roma, opressão religiosa do Sinédrio (Sanedrin), o abandono e a marginalização. Esse povo pedia e exigia ser redimido. O que o povo esperava era respostas concretas para suas necessidades. Por isso, a figura de um rei poderoso, como Davi, continuava a alimentar o sonho do povo para libertá-lo de toda essa situação.

A pregação de Jesus se inicia, então, na “Galileia dos pagãos”, isto é, numa região onde a situação do povo é mais precária devido a uma grande quantidade de população pagã. É claro que o paganismo é muito mais no sentido do modo de viver do que no sentido de não pertencer a uma crença ou religião. Por isso, existem “pagãos” que se comportam como homens de Deus, por exemplo, o oficial romano (cf. Mt 8,5-13). Como também são muitos os que se dizem crentes (do Povo de Deus), mas se comportam como “pagãos”, sem nenhuma vivência da fraternidade, por exemplo, o sacerdote e o levita na parábola do bom Samaritano que não querem ajudar que está sofrendo (cf. Lc 10,31-32).

De propósito o evangelista Mateus inicia a missão de Jesus entre os pagãos para nos dizer que os primeiros destinatários da pregação de Jesus vão ser as pessoas necessitadas, os marginalizados, os excluídos, os pobres e os que ainda não conhecem a luz de Deus porque vivem nas sombras do paganismo. Jesus vai onde necessita de sua Judá. Aqui Mateus mostra a universalidade da pregação de Jesus. 

A mensagem de Jesus se resume nesta frase: “O Reino de Deus está próximo”. O Reino de Deus, expressão existente no povo de Israel, se contrapõe a todos os demais reinos ou poderes humanos que pretendem um domínio total sobre o povo e este mesmo poder é oferecido a Jesus em suas tentações (cf. Mt 4,8-10). O Reino que Jesus prega começou nele, pois ele veio para fazer reinar o amor fraterno (cf. Mt 23,8). 

O menino de Belém, adorado pelos magos, agora se manifesta como o Messias e o Mestre enviado de Deus que ensina, proclama o Reino de Deus, que cura os enfermos e liberta os possessos. A proposta do Reino de Jesus é diferente: tem que descobrir e destruir o egoísmo e as estruturas que o fomentam. Para que isso possa acontecer há uma exigência: convertei-vos!

Por isso, Jesus exige para todos os lados (dos poderosos e das vítimas do poder) que se convertam: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.

Converter-se significa aceitar com gratidão o dom da fé e torná-lo operativo através da caridade. Converter-se significa reconhecer Cristo como o único Senhor e Rei de nossos corações, de quem ele pode dispor. Converter-se implica descobrir Cristo em todos os acontecimentos da história humana, também da nossa história pessoal, sabendo que Ele é a origem, o centro e o fim de toda a história e que através Dele tudo foi redimido e Nele alcança sua plenitude. Converter-se significa viver de esperança, porque Ele venceu o pecado, o mal e a morte, e a Eucaristia é a garantia. Converter-se significa começar a amar a todos, pois todos são filhos do mesmo Pai do céu. Somos da mesma origem: Deus, e somos da mesma substância: substância humana.

Converter-se comporta amar a nosso Senhor acima de tudo aqui na terra, com todo nosso coração, com toda nossa alma e com todas nossas forças. Converter-se pressupõe entregar a Deus nosso entendimento e nossa vontade, de tal maneira que nosso comportamento faça realidade o lema episcopal do santo Papa João Paulo II: Totus tuus, isto é, Tudo teu, meu Deus; e tudo é: tempo, qualidades, bens, ilusões, projetos saúde, família, trabalho, descanso, tudo!

Os pobres, as vítimas, precisam construir um projeto de humanização sem ódio e por isso, Jesus coloca o amor como o maior mandamento (Jo 13,35; 15,12). Para os poderosos, que devolvam e respeitem a dignidade do povo, respeitando seus direitos. Em outras palavras, para Jesus o problema do Reino era um problema de transformação do coração. Trata-se de uma transformação real que deve se demonstrar na prática e se experimentar em todos os setores da vida.

O estilo da atuação de Jesus Cristo que ama e se sacrifica pelos homens deve ser o estilo de cada cristão: ajudando, curando feridas, libertando os outros de suas angústias e seus medos, anunciando a Boa Notícia do amor de Deus. E que somente o amor salva, enquanto que o egoísmo destrói e mata. O egoísmo mata a fraternidade e uma convivência mais humana. É preciso aprender a ver Deus nos demais (cf. Mt 25,40.45), sobretudo nos pobres e nos débeis, nos marginalizados e excluídos da sociedade. Trata-se de que esse amor fraterno que aprendemos de Jesus Cristo nós o traduzamos em obras concretas de compreensão e de ajuda. O amor não é dizer palavras solenes, bonitas e comovedoras, e sim imitar o amor de um Cristo que se entregou pelos demais. Este é o caminho da salvação. Por este caminho nãooutro que possa nos salvar e nos levar para o Céu, poisDeus é amor” (1Jo 4,8.16). A em Jesus Cristo e o amor aos irmãos são provas de autenticidade da que professamos.

Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. A conversão, dentro do contexto das leituras de hoje consiste em crer em Deus e amá-Lo amando o próximo. Crer e amar são duas atitudes básicas de cada cristão e são inseparáveis: “Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu” (1Jo 3,23). Quem crê verdadeiramente em Deus, ama o próximo. Quem ama o próximo, é porque pertence a Deus, mesmo que ele não tenha consciência disso. A e o amor coexistem e fecundam mutuamente. A linha vertical () se expressa na linha horizontal (amor fraterno). A que salva é a que atua pela caridade. Por isso, a e o amor devem configurar a vida de cada cristão. Não existe a sem o amor fraterno. E não existe o amor fraterno que não leve a pessoa que ama até Deus. Não existe uma verdadeira fé sem conversão permanente. A conversão e a fé não conhecem aposentadoria.
P. Vitus Gustama,svd

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