quarta-feira, 17 de abril de 2019

Vigília Pascal,20/04/2019
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SÁBADO SANTO DA VIGÍLIA PASCAL


Oitava Leitura: Rm 6,3-11
Irmãos: 3 Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4 Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5 Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição.  6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7 Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. 8 Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9 Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10 Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11 Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.


Evangelho: Lc 24,1-12
1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas. 5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6 Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”. 8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram. 12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.
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A liturgia da Vigília pascal nos oferece uma visão global da passagem e da jornada da Primeira Criação para a Nova Criação em Jesus Cristo. Para nós são apresentadas umas perspectivas da salvação desde a criação do mundo até a plenitude. Com a Encarnação e a Ressurreição de Jesus Cristo o mundo todo sofre uma revolução e, ao mesmo tempo, a humanidade é capacitada para tomar parte da plenitude e da soberania de Jesus Cristo Ressuscitado com uma nova e melhor forma de existência. O bem, mesmo sofrendo, sempre vence o mal. Cristo é o primeiro fruto da nova criação. Sua vida, que culmina com sua ressurreição e glorificação pelo Pai, é como uma antecipação que permite vislumbrarmos nosso futuro vitorioso em todas as dimensões de nossa existência.


Com a ressurreição de Jesus começa o futuro escatológico, isto é, a plenitude e perfeição de paz, de bem, de amor, de vida, de justiça que serão o Reino de Deus já realizado com a chegada de Jesus Cristo; que já agora vivemos como início e em crescimento, e que chegará ao término definitivo e perfeito. Este término definitivo e perfeito não se realizará plenamente até que chegue “o Dia do Senhor”. Para chegar à plenitude, como Cristo para chegar à ressurreição é necessária uma vida de luta permanentemente pelo bem. São Paulo nos recorda que é necessária a fé, mas depois desaparecerá quando chegarmos à plenitude. É necessária a esperança, enquanto estivermos na luta de cada dia, que, na plenitude será desnecessária. É necessário o amor, que então chegará à sua plenitude, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16).


Por isso, a Vigília pascal é, segundo o Missal Romano, “a Mãe de todas as vigílias” e celebra o acontecimento culminante da história da salvação que é a ressurreição do Senhor.


“Ele Não Está Aqui. Ressuscitou!


Esta é a grande notícia que escutamos cada ano na Noite Santa da Páscoa que deve arder nosso coração e que este ano por boca do evangelista Lucas: Cristo passou através da morte para uma nova existência, definitivamente, e vive para sempre e vive conosco (cf. Mt 28,20).


Esta notícia é o motivo pelo qual hoje estamos reunidos aqui e somos felizes pela presença do Senhor Ressuscitado em meio de nós aqui e agora. Quantas vezes o presidente da celebração diz à assembleia: “O Senhor esteja convosco”, e ao que a assembleia responde: “Ele está no meio de nós”. O Senhor ressuscitado está aqui e agora conosco, ainda que não O vejamos fisicamente, pois estamos reunidos em nome d´Ele (Mt 18,20). Se os judeus se alegram ao celebrar a Páscoa, sua libertação da escravidão e de sua passagem para a nova vida na terra prometida, nós, os cristãos, nunca nos cansamos de celebrar que em meio da escuridão da noite, Cristo Jesus foi libertado da morte e cheio do Espirito de Deus, o Espirito da vida caminha conosco. Ele vive e vive no meio de nós. Com a ressurreição do Senhor e com Sua presença permanente no meio de nós não somos mais solitários e sim solidários, pois o Senhor está conosco e nós estamos com o Senhor que venceu o pecado e a morte.


Acabamos de ouvir que “Jesus ressuscitou! Ele vive!”.  Jesus é o Vivente por excelência, e nunca O encontramos entre os mortos nem entre o pecado. O cristianismo é uma mensagem de vida. Mais ainda, é comunicação permanente com o Vivente, Jesus Ressuscitado (Cf. 1Jo 1,1-4). Com Jesus de Nazaré também nós apostaremos pela vida e avançamos para a vida. Estamos ao lado de tudo o que é vida e lutamos contra tudo o que é morte: o compromisso batismal tem esse sentido. Aquele que acredita na ressurreição deve lutar contra tudo o que causa a morte (atentado, doenças, relações sociais, ataques à natureza); deve ressuscitar o que é digno, mas que está morrendo dentro de nós; deve sentar-se ao lado dos crucificados injustamente, onde Deus está, e não junto com aqueles que os crucificam; deve entrar em contato com a vida para criar mais esperança sobre esperança.


Em cada celebração eucarística afirmamos: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.


O caminho da Igreja é o anúncio do Mistério Pascal de Cristo a todas as nações. Esse anúncio não é feito apenas com a proclamação do Evangelho com os lábios e sim com uma vida irrepreensível que dê testemunho de que a salvação se torna realidade em nos. Como batizados somos criaturas novas. Não podemos, portanto, continuar realizando sinais de pecado e de morte. Sejamos construtores de um mundo novo e autores de uma vida nova em Cristo. Trabalhemos intensamente pela paz; vivamos fraternalmente unidos pelo amor; tiremos as barreiras de ódio que nos dividiu; sejamos capazes, inclusive, de dar nossa vida para que os demais desfrutem de uma vida mais digna e chegue a eles a própria Vida de Deus.


Se nós, como Igreja, não pudermos, com a Força do Espírito Santo que atua em nós, deixar no fim de nossa vida um mundo melhor do que o encontramos, decepcionaremos a confiança que Deus depositou em nós, ao confiar-nos o Evangelho da reconciliação e da graça. Se somos de Cristo, não o digamos apenas com os nossos lábios, mas manifestemos isso com a vida e com o nosso trabalho à altura dessa fé que decidimos professar.


Na Eucaristia nos sentamos à mesa dos filhos de Deus. O Senhor, morto e ressuscitado, nos faz participar de seu Mistério Pascal, libertando-nos da escravidão do pecado e dando-nos Vida eterna. Mediante o Sacramento da Eucaristia somos convertidos em sinais do Reino de Deus no mundo, sinais da Vida Divina que está em nós. Nossa vida, transformada em Cristo, se converte em luz das nações. Ao entrar em comunhão de vida com Cristo somos convertidos em um sinal da Morte e Ressurreição de Cristo para todos. O Senhor nos plenifica de sua graça para que sejamos construtores de um mundo que dia-a-dia seja um sinal mais claro de seu Reino entre nós. Nós, os batizados, feitos um com Cristo, devemos continuar sua obra de amor salvador entre nossos irmãos. Esta é a nossa missão de cada dia!


A Páscoa e o Batismo


Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição”. Assim lemos na Segunda Leitura desta noite santa (Rm 6,5-6). 


No Batismo fomos submergidos na morte-ressurreição de Jesus Cristo e fomos enxertados no dinamismo vivo de sua aventura. Nós morremos para o pecado (que levou Jesus à morte) e ressuscitamos para a vida que corresponde aos seus seguidores. Mas o Batismo não é um jogo simples de nossos propósitos e decisões: é a entrada no âmbito de Jesus Cristo, é o primeiro sacramento da Igreja. O Batismo é um mistério de comunhão ou de união com Cristo Ressuscitado. Quem vive intimamente unido a Jesus Cristo participa de sua Vitória sobre o pecado e a morte. Quem vive pecando não pode dizer que está em comunhão de vida com Cristo, verdadeiramente. “Busca o que é meramente humano no homem e encontrarás o pecado e a mentira. Se eliminas o pecado, eliminas a mentira e tudo mais não é próprio do homem, mas de Deus. Não ames, portanto, o que é teu, ama o que é de Deus em ti” (Santo Agostinho: Serm. 32, 10,10). “Muda teu coração e verás mudar tuas ações. Arranca a concupiscência e planta a caridade. Da mesma forma que a concupiscência é a raiz de todo mal, a caridade é a raiz de todo bem” (Santo Agostinho: Serm. 72, 4,4)


Mediante o Batismo o Senhor apagou nossos pecados e nos revestiu de sua própria Vida Divina, como criaturas novas. Quem é uma criatura nova em Cristo deve resplandecer com suas boas obras e dar testemunho da ressurreição do Senhor a partir de uma vida reta. Não encontramos Cristo entre os mortos, nem no pecado e sim naqueles que vivem guiados pelo seu Espirito Santo e já foram transformados para praticar o bem, para amar, para construir a paz, para destruir os ódios e para tirar as barreiras que impedem o amor fraterno e comprometidos com toda a humanidade.


Cremos realmente esta mensagem de salvação: Cristo ressuscitou e renovou nossa vida? Ou vamos procurá-Lo no sepulcro, naquilo que causa a morte pensando que Ele se afastou para não voltar, e nós, no lugar de dar testemunho da Verdade e da Vida, continuamos sendo testemunhas do pecado e da morte com uma vida desordenada? Que a Fé e o Batismo que nos unem a Cristo nos façam sairmos de nossos pecados e nos ajudem a caminharmos como filhos de Deus renovados em Cristo Jesus, Nosso Senhor!


Alguns Pensamentos Para Refletir


1.   Para nós cristãos morrer é abrir aquilo que vivemos na terra. Quem vive no banquete com os irmãos na terra será aberta para ele a porta do banquete do céu. A eternidade é uma opção na terra.


2.   Não pergunte se existe a vida após a morte. Pergunte antes, se existe a vida antes da morte; se você vive como irmão ou irmã dos outros durante a vida. Pois o sentido da morte somente se encontra no sentido da vida, no tipo de vida que você vive. A vida que você vive agora reflete logo o que vem depois, cedo ou tarde.


3.   Somente o amor permite afrontar a morte, pois amar é abrir-se aos outros, entrar no mundo do outro e do Outro, é passar para outro mundo. Amar é a única chave para abrir a porta do céu, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Se amarmos os outros bastante, nossa morte assemelha ao nosso amor. Abrir-se à morte é como abrir-se ao amor: ambos exigem sair de si. Quando nos esforçamos por ser através de amar discriminatoriamente, chegaremos para o estado mais que existir. Amar é uma forma de viver para sempre. Dizer a alguém: “Eu te amo” equivale a lhe dizer: “Tu nunca morrerás”. Como é bom amar em Deus, pois continuaremos a viver.


4.   A teologia da ressurreição nos leva à verdade que nós existimos no mundo, mas acima do mundo, no tempo, mas acima do tempo. O nosso Credo termina com uma afirmação de esperança: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”.


5.   A na ressurreição nos convida a valorizar o tempo e a boa convivência fraterna, a praticar o bem e a bondade para deixarmos marcas positivas no próximo, pois o Senhor em quem acreditamos passou a vida fazendo o bem (Cf. At 10,38).


6.   Aprendamos a valorizar o que temos, para não ser tarde demais em valorizar o que você teve. Às vezes você nunca vai saber do valor do momento até que se torne uma memória. Como um dia bem aproveitado traz um sono feliz, assim também a vida bem vivida no leva à glorificação. Se você quiser ter algo que nunca teve, faça algo que nunca fez. Você nunca vai ser corajoso, se nunca sofreu alguma ferida; você nunca vai aprender, se nunca errou na vida; e você nunca vai ser uma pessoa sucedida, se nunca falhou na vida. A grande tragédia não é a morte e sim algo valioso que está morrendo dentro de você enquanto você está vivo. FELIZ PÁSCOA! FELIZ RESSURREIÇÃO!


P. Vitus  Gustama,SVD

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