sexta-feira, 3 de maio de 2019

08/05/2019
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JESUS É O VERDADEIRO PÃO  QUE SACIA A SEDE DO SENTIDO DA VIDA
Quarta-Feira da III Semana da Páscoa


 
Primeira Leitura: At 8,1b-8
1b Naquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria. 2 Algumas pessoas piedosas sepultaram Estêvão e observaram grande luto por causa dele. 3 Saulo, porém, devastava a Igreja: entrava nas casas e arrastava para fora homens e mulheres, para atirá-los na prisão. 4 Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra. 5 Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. 6 As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos, unânimes, o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. 7 De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. 8 Era grande a alegria naquela cidade.


Evangelho: Jo 6, 35-40
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35 “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36 Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37 Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38 Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.
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A Graça da Perseguição e a Expansão Da Evangelização


Naquele dia, começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judeia e da Samaria” (At 8,1b), lemos na Primeira Leitura.


Esta frase é tão simples, porém expressa o começo da grande “expansão” missionária do Evangelho provocada pela perseguição. Começa a terceira perseguição contra os cristãos, novamente com a intervenção de Saulo, desta vez está cada vez mais ativa (Em At 8,1-3: Saulo é citado três vezes). Mas ao mesmo tempo, o movimento está em marcha: o Evangelho não fica preso no lugar de seu nascimento, Jerusalém, nem no seu meio primitivo, o mundo judeu. A Igreja, tal como Jesus quis, levará o Evangelho para os “confins da terra” (At 1,8), pois o Evangelho está destinado a todas as nações (cf. Mt 28,19) e deve ser proclamado em todas as línguas: se realizava já o símbolo do milagre de Pentecostes (At 2,1-13). O projeto de Jesus é universal.


Essa perseguição parecia que ia ser um golpe mortal para a Igreja, mas não o foi. Com essa perseguição, sem querer querendo, a comunidade se faz mais missionária e a fé em Cristo Ressuscitado se começa a estender por Samaria e mais longe: “Aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte, pregando a Palavra” (At 8,4). No dia da Ascensão Jesus lhes havia anunciado que iam ser suas testemunhas, primeiro em Jerusalém, logo em toda Judeia, em Samaria e até os confins do mundo (At 1,8). Agora começa a se tornar realidade.


Um dos diáconos helenistas que fugiu, Filipe, é que assume a evangelização em Samaria, e “Era grande a alegria naquela cidade” (At 8,8). Recordemos que os judeus desprezavam os Samaritanos, o povo que se mistura com os pagãos e, por isso, os Samaritanos são considerados como heréticos (Jo 4,9; 8,48). A pregação de Filipe (ainda que não saibamos do conteúdo) atrai muitos para o Batismo, e, então, os Apóstolos Pedro e João desceram de Jerusalém para completar esta iniciação, impondo as mãos e dando o Espirito aos batizados por diácono Filipe (At 8,14-17).


Desse acontecimento (perseguição e expansão da evangelização) aprendemos que não teríamos que ficar assustados demasiadamente pelas dificuldades e certas perseguições que a Igreja cristã sofre. A Igreja jamais estará isenta de qualquer perseguição, quando ela levar a sério os ensinamentos de Cristo. O próprio São Paulo, que era o grande perseguidor dos cristãos e passou a ser o pregador de Cristo, escreveu para Timóteo: “Todos os que quiserem viver com piedade em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3,12).


Para aquela comunidade de Jerusalém, o que parecia que ia ser o princípio do final, foi a grande ocasião da expansão do cristianismo. Tudo isto é atribuído à força do Cristo Ressuscitado que já tinha dito a Pedro: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno (Hades) nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Ninguém conseguiria lutar contra Deus: “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?” (Rm 8,31-39). Por isso, estando com Cristo, jamais podemos perder a força e o ânimo para continuar nossa luta pela dignidade e pelo bem comum. Com o Senhor sempre há outras portas abertas e o Espirito do Senhor continuará a conduzir sua Igreja.  O que para nós pode parecer catastrófico: os ataques contra a Igreja e seus pastores, a falta de vocações, a progressiva secularismo da sociedade, os momentos de tensão, será seguramente ocasião de bem, de purificação, de discernimento, de renovado empenho de fé e evangelização por parte da comunidade cristã, guiada e animada pelo Espirito Santo. Por onde passarmos, levemos a Boa Notícia para que haja a grande alegria de viver (cf. At 8,8). Para isso, é necessário que sejamos alimentados pelo Pão da Vida que é o próprio Jesus Cristo.


Jesus É o Nosso Pão Da Vida


O “discurso do Pão da Vida” que Jesus dirige a seus ouvintes depois da multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) entra em seu desenvolvimento decisivo. Esta catequese de Jesus tem duas partes muito claras: uma que fala da fé nele, e outra da Eucaristia. Na primeira, Jesus afirma “Eu sou o Pão da vida”; na segunda ele dirá, mais tarde: “Eu darei o Pão da vida”. Ambas estão intimamente relacionadas, e formam parte da grande pagina da catequese que o evangelista João nos oferece em torno do tema do Pão.


Hoje escutamos a primeira parte. Repetimos a última frase do texto do evangelho do dia anterior: “Eu sou o Pão da vida” que tem como conteúdo a fé em Jesus: “Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Notam-se, neste versículo, os verbos usados: “Quem vem a mim”, “quem crê em mim”, “quem vê o Filho e crê nele”. Todos estes verbos falam da fé. Trata-se de crer no Enviado de Deus que é Jesus Cristo. Aqui, nesta primeira parte, Jesus é chamado de “Pão” não no sentido eucarístico, e sim mais no sentido metafórico: para uma humanidade faminta, Deus envia-lhe seu Filho como o verdadeiro Pão que sacia a sede pelo sentido da vida. Basta crer em Jesus e viver conforme seus ensinamentos, qualquer um alcançará o sentido da vida que na linguagem do quarto evangelho é uma vida em abundância (Jo 10,10; 20,31). E esta vida está em Jesus (Jo 1,4) e o próprio Jesus é a vida para a humanidade (cf. Jo 11,25; 14,6). Jesus é o Pão da Vida.


A expressão “Eu sou o Pão da vida” se refere à dádiva (cf. Jo 3,16). A vida eterna simbolizada por este Pão é a própria vida. Jesus é o lugar e o fundamento da doação da vida dada por Deus ao homem. Não se trata do direito do homem em receber esta vida, mas trata-se da dádiva radical vinda de Deus para a humanidade gratuitamente (cf. Jo 3,16). Este dom é, ao mesmo tempo, a doação e a comunicação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo para a humanidade. Em Jesus Deus está totalmente à disposição do homem. Jesus compartilha a vida de Deus com o homem para que este seja salvo. Em Jesus, Deus quer estar à disposição do homem, quer se doar e compartilhar sem medida. Jesus se dispõe para me salvar, para eu poder chegar à eternidade. Mas eu preciso crer em Jesus, o Pão da Vida. O efeito do crer em Jesus é claro: quem crê n’Ele “jamais terá fome”, “não ficará perdido”, “será ressuscitado no último dia”, “terá vida eterna”.


“Eu sou o Pão da vida”. É uma formula de uma força extraordinária. A palavra ou os ensinamentos de Jesus são o verdadeiro alimento para nossa vida de cada dia. Ele próprio é o Pão da vida para nossa vida. Através desta afirmação Jesus pretende algo exorbitante e radical: ele se apresenta como a fonte suprema da salvação, em múltiplas formas que evocam o “Eu sou o que sou” do mesmo Deus (cf. Ex 3,14):
  • Eu sou o Pão da Vida (Jo 6,35. 48-51)
  • Eu sou a Luz do mundo (Jo 8,12; 9,5)
  • Eu sou a Porta das ovelhas (Jo 10,7-9)
  • Eu sou o Bom Pastor (Jo 10,11-14)
  • Eu sou a Ressurreição e a Vida (Jo 11,25)
  • Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).
  • Eu sou a verdadeira Videira (Jo 15,1-5)
Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”.


O paralelismo das duas frases permite aclarar a uma pela outra. Quem vem a Jesus, quem crê em Jesus não necessita ir para outra parte a fim de saciar-se. Já não tem mais fome nem sede de outra coisa. Jesus é fonte de equilíbrio e de gozo, fonte de sossego. A maioria de nossas tristezas e de nossos desequilíbrios acontece porque ainda não sabemos nos apoiar sobre a rocha da Palavra substancial do Pai que é Jesus Cristo (cf. Mt 7,24-25).


Ver, vir, crer: para que nossa Eucaristia seja frutuosa, antes temos que entrar nesta dinâmica de aceitação de Cristo, de adesão a sua forma de vida. O que nos prepara a “comer” e a “beber” com fruto o alimento eucarístico é o mesmo Cristo, que nos é dado primeiro como Palavra vivente de Deus, para que “venhamos”, “vejamos” e “creiamos” nele. Assim teremos a vida em nós. A Eucaristia tem pleno sentido quando se celebra na fé e da fé. A fé chega a seu sentido pleno quando desemboca na Eucaristia e consequentemente na partilha com os irmãos aquilo que temos e somos.


“Crer”, “ver” e “vir a Jesus” são apresentados aqui como equivalentes: com isso se põe em evidência o fato de que a fé é uma atitude vital de adesão para a pessoa de Cristo, muito mais do que ser o “assentimento intelectual a uma suma de verdades dogmáticas abstratas.


“Crer” é dar o próprio coração (Credo= latim: Cor, cordis: coração; Dare: dar). Credo significa eu dou o meu coração para Deus. O coração é o centro para o homem. A entrega do meu coração a Deus se expressa ou se concretiza no amor fraterno: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).


“Ver” Jesus é reconhecer suas relações profundas com o Pai a ponto de os dois se tornarem um só (cf. Jo 14,7.8b.10-11; 17,21-23). Ver Jesus também significa reconhecer no irmão outro Cristo com quem o Senhor se identifica, especialmente com o necessitado (cf. Mt 25,40.45)


 “Vir a Jesus” é imitá-lo, é reproduzir sua atitude, é viver sua vida de doação, é ser seu discípulo.


“Crer”, “Ver” e “Vir” são verbos referentes à fé em Jesus. A fé é o elemento sustentador para a vida e a salvação do homem. na comunhão com o Pão da Vida (Jesus), a fome de vida do homem é saciada como também sua sede de vida. A promessa de Jesus, para quem crê nele, de que “não terá mais fome e nunca mais terá sede” significa a vitória do homem sobre a morte e esta vitória já está presente na vida de quem crê em Jesus, o Pão da Vida.


Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Dá-me Sua força, Senhor, para que eu possa ir até a Ti. Dá-me Sua firmeza para que eu possa crer em Ti em todos os momentos de minha vida. E dá-me Sua capacidade para que eu possa te ver nos acontecimentos da minha vida.
P. Vitus Gustama,svd

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