sexta-feira, 3 de maio de 2019

09/05/2019
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COMUNGAR O PÃO DA VIDA NOS COMPROMETE  A PROPAGAR A PALAVRA DE DEUS E A PROTEGER A VIDA EM TODAS AS SUAS INSTÂNCIAS
Quinta-Feira da III Semana da Páscoa

Primeira Leitura: At 8,26-40
Naqueles dias, 26 um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: “Prepara-te e vai para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto”. Filipe levantou-se e foi. 27 Nisso apareceu um eunuco etíope, ministro de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém. 28 Ele estava voltando para casa e vinha sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. 29 Então o Espírito disse a Filipe: “Aproxima-te desse carro e acompanha-o”. 30 Filipe correu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo?” 31 O eunuco respondeu: “Como posso, se ninguém mo explica?” Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. 32 A passagem da Escritura que o eunuco estava lendo era esta: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro; e qual um cordeiro diante do seu tosquiador, ele emudeceu e não abriu a boca. 33 Eles o humilharam e lhe negaram justiça; e seus descendentes, quem os poderá enumerar? Pois sua vida foi arrancada da terra”. 34 E o eunuco disse a Filipe: “Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?” 35 Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura, anunciou Jesus ao eunuco. 36 Eles prosseguiam o caminho e chegaram a um lugar onde havia água. 37 Então o eunuco disse a Filipe: “Aqui temos água. O que impede que eu seja batizado?” 38 O eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco. 39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe. O eunuco não o viu mais e prosseguiu sua viagem, cheio de alegria. 40 Filipe foi parar em Azoto. E, passando adiante, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesareia.


Evangelho: Jo 6,44-51
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 “Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46 Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47 Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50 Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
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Meditar as Sagradas Escrituras Para Conhecer Melhor Jesus Cristo, o Salvador


“Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?” “Aqui temos água. O que impede que eu seja batizado?”. São duas frases pronunciadas pelo eunuco etíope dirigidas ao diácono Filipe.


O episódio do eunuco etíope a quem o diácono Felipe evangeliza e batiza é um relato tipicamente lucano (do evangelista Lucas). Este episódio é bastante paralelo ao episódio dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). No episódio dos discípulos de Emaús o próprio Jesus faz a catequese para os dois, e desemboca na fração do pão (Eucaristia). No episódio de hoje é o diácono Filipe quem anuncia a fé (catequese) para o eunuco etíope e termina com o Batismo.


A cena tem a intenção de apresentar o caminho da iniciação cristã: o anúncio de Jesus, a fé, a celebração sacramental e a vida cristã. Ou seja, evangelização, conversão, sacramento e vida.


O processo da iniciação cristã é bem descrito. O eunuco etíope, pagão, tem uma boa disposição religiosa. Por ser pagão, o eunuco não pode ser admitido ao povo de Israel, mas ele lê suas Escrituras. Ele tem curiosidade em saber quem é o Servo de Javé escrito no livro do profeta Isaías. O diácono Filipe entra em diálogo com ele e lhe explica o sentido do texto lido. Do AT o diácono Filipe lhe ajuda a passar para o NT e lhe dá a conhecer Jesus como o Messias, o Servo e o Salvador. O Servo de Javé de quem fala o profeta Isaías se refere a Jesus Cristo. A mesma coisa aconteceu com os dois discípulos de Emaús: Jesus explica aos dois as Escrituras a partir do AT para entender o sentido dos fatos atuais (NT).


O gesto sacramental realiza o que a Palavra de Deus proclama: o eunuco recebe o Batismo porque recebeu antes a Palavra de Deus e nasce para a nova vida cristã. Seu caminho toma um novo sentido, um sentido de alegria porque encontrou a plenitude da salvação de Deus em Jesus Cristo.


A caminhada catecumenal rumo ao descobrimento de Deus passa pelas seguintes etapas: Primeiro, uma pergunta formulada pelos acontecimentos, pela vida, por uma leitura, por um encontro. Segundo, uma resposta encontrada na Palavra de Deus comentada ou explicada pela Igreja e que dá um sentido novo à existência. Terceiro, o encontro com Deus termina com um rito, sinal sacramental que explicita o “dom que Deus” que leva o homem à vida eterna, para a salvação.


Depois que recebeu o Batismo, o eunuco etíope cheio de alegria segue seu caminho. E o diácono Filipe é conduzido pelo Espírito Santo para evangelizar em outro lugar. Não é por acaso que o Salmo Responsorial de hoje tem um tom missionário: “Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés”.


Se nossa vida é a vida de Deus, então jamais podemos nos cansar em levar as pessoas para Deus ajudando-os na sua dificuldade para entender o sentido das Escritas e dos acontecimentos atuais. Temos que estar conscientes de que Deus “é quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés” para evangelizar. É preciso cada cristão buscar o sentido cristão das Escrituras com a boa disposição, já que a Cristo se chega através das Escrituras e da catequese baseada nelas. É preciso meditar permanentemente as Sagradas Escrituras para que tenhamos condições de evangelizar os outros sem “vacilar nossos pés”, para ir ao encontro de quem necessita de nossa ajuda.


A conversão do eunuco etíope é muito importante para a imagem da Igreja primitiva e para nossa vida, pois é um exemplo como se propaga a Palavra de Deus no mundo. A mensagem sobre Cristo será levada pelo eunuco etíope ao sul distante. Temos recebido a mensagem de Cristo através dos retiros, pregações e de nossas próprias meditações. Esta mensagem não pode ser encerrada em nós, pois muita gente quer a mensagem da esperança para sua luta de cada dia. “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado”, alerta-nos o Papa Francisco (Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium n.2).


Jesus é o Pão Da Vida Que Nos Permite Alcançarmos a Vida Eterna


“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”.


O texto do evangelho de hoje faz parte do amplo discurso de Jesus sobre o Pão da Vida. A imagem do Pão da Vida está vinculada à fórmula “Eu Sou” ou “Eu sou o Pão da Vida”. É uma fórmula introdutória que há que relacionar com o discurso de Deus no Antigo Testamento (cf. Gn 28,13: “Eu sou o Senhor...; Ex 20,2.5: “Eu sou o Senhor teu Deus...”). O rasgo característico do evangelista João ao usar esta fórmula é assinalar que somente Jesus realiza plenamente o que ela significa. Jesus é a Palavra do Pai que se torna carne e habita entre nós (cf. Jo 1,1-2.14). A Palavra reveladora se relaciona com o sinal: o Pão da Vida com a multiplicação dos pães.


No texto de hoje o que se acentua é a fé em Jesus como condição para ter a vida eterna: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim possui a vida eterna”. A fé em Jesus faz com que o crente viva uma nova era cujas raízes de sua existência estão ligadas intimamente com a realidade vital de Cristo ressuscitado. Se Jesus superou a morte através de sua ressurreição, assim também aquele que crê em Jesus ressuscitado.


A passagem do evangelho deste dia se abre com uma afirmação categórica de Jesus sobre a intervenção do Pai na vida do cristão: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai”. O interessante desta afirmação é que Jesus a clarifica em seguida: “Não é que alguém tenha visto o Pai”. Isto nos estabelece a necessidade de saber entender a forma em que Deus intervém em nossa vida. sem o impulso de Deus a fé se torna impossível. Sem a resposta ou a abertura da parte do homem a fé se torna não efetiva. Nisto percebemos que a fé é um dom de Deus e a resposta do homem simultaneamente. Certamente Deus não o faz com aparições e sim no silêncio da vida cotidiana. Deus inspira e o homem responde.


Os verbos usados no texto anterior (Jo 35-40) são ver, vir e crer. E hoje se acrescenta um algo novo: a graça: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai”. “Vir a mim” é outra forma de crer em Jesus. Mas para vir a Jesus o homem necessita da graça de Deus: o Pai precisa atrair o homem. Esta afirmação quer dizer que a fé é um dom de Deus. E esse dom requer uma decisão pessoal. A graça é o papel divino. A correspondência a esta graça é o papel da liberdade humana. Com esta afirmação Jesus quer colocar em destaque a necessidade absoluta da graça de Deus: é necessária uma iluminação interior que vem de Deus para compreender as coisas de Deus, para vir a Cristo Jesus, para ter a fé. Esta iluminação divina é dada a todos, mas o homem pode resistir diante dela. É o grande mistério da responsabilidade livre do homem. Deus propõe e nunca impõe. Isto significa que a responsabilidade recai sobre o próprio homem. O homem é livre para aceitar ou para recusar. Mas o próprio homem vai assumir as consequências de sua liberdade, e não Deus porque com sua graça Ele oferece sempre o melhor para o homem. A partir disso, posso me perguntar: Será que eu escuto o Senhor? Será que eu respondo à graça de Deus? Será que eu me deixo instruir e a atrair pelo Pai?


Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai é outra afirmação de Jesus no evangelho de hoje. O que significa ver Deus?


A afirmação de Jesus de que vê o Pai não deve nos conduzir para uma definição da visão beatífica (visões particulares sobre algo celestial). Para “ver” Deus requer-se somente um conhecimento particular dos mistérios de Deus. E este conhecimento particular é que a Bíblia expressa pela metáfora “ver a Deus” (Jo 1,18). Com efeito, “ver a Deus” na Sagrada Escritura designa uma espécie de proximidade do homem e de Deus, estando o primeiro (homem) capacitado para compreender o desígnio do Segundo (Deus). Esta proximidade foi negada para o homem desde a queda (cf. Ex 33,20; 1Rs 19,11-15). Jesus restabelece esta proximidade e esta amizade, pois Ele vem de Deus e habita entre nós (Jo 1,14).


Precisamos seguir a Jesus vivendo conforme seus ensinamentos para que sejamos capacitados, de alguma forma, a ter esta proximidade com Deus para entender um pouco de Seus mistérios na nossa vida e na história da humanidade. É importante manter nossa disciplina em ler e meditar a Palavra de Deus para que sejamos inspirados permanentemente.


Em seguida Jesus fez outra afirmação: Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”.


O primeiro Livro da Bíblia, o Gênesis, afirma que Deus fez o homem para a imortalidade, pois estava num jardim onde havia a arvore da vida (cf. Gn 2,8-9). E o último Livro, o Apocalipse, afirma que Deus voltará a dar esta imortalidade (cf. Ap 2,7.11.17).


Agora Jesus afirma no texto do evangelho de hoje que esta imortalidade nos é dada de volta pela fé em Jesus e pela comunhão do Corpo do Senhor. A fé em Jesus supõe a observância de seus ensinamentos (cf. Jo 14,15.21.23) e supõe a prática do amor fraterno (cf. Jo 15,12). Nisto ter fé em Jesus significa não parar de existir, pois o amor não pode morrer porque é o nome próprio de Deus (cf. 1Jo 4,8.16): “Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna... Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente” (Jo 6,47.51). O alimento eucarístico, recebido na fé, põe o fiel em posição, já desde agora, no presente, de uma vida eterna à qual a morte física não a afeta absolutamente: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).


No final da leitura do evangelho deste dia mudou o discurso. Começou a soar o verbo “comer”. A nova repetição: “Eu sou o Pão vivo” tem agora outro desenvolvimento: “O Pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. O lugar onde Jesus entregou sua carne pela vida do mundo foi na cruz. Mas as palavras que seguem, e que leremos amanhã (Jo 6,52-59) apontam também claramente para a Eucaristia, onde celebramos e participamos sacramentalmente de sua entrega na cruz. A Eucaristia é antecipação da glória celestial como dizia Santo Inácio de Antioquia: “Partimos o mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, para viver para sempre em Jesus Cristo”.


Jesus pede a cada um de nós uma disponibilidade aberta a descobrir, a ler e a encontrar-se com Deus Pai no interior da própria vida. Isto é que permite abrir-se e deixar-se penetrar por uma mensagem que mudará a maneira de apreciar a realidade e a vida, de relacionar-se uns com os outros e de entender Deus e de captar o sentido da vida e dos seus acontecimentos. Segundo Jesus, há duas coisas que podemos fazer a partir da cotidianidade: escutar o Pai em Jesus, o Verbo divino feito homem e reproduzir as obras que Jesus fez através das condições que cada um tem.


“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”.  Se comungar o Corpo do Senhor é para viver eternamente, logo quem comunga o Corpo do Senhor, quem se alimenta da Palavra de Jesus deve respeitar, proteger e defender a vida em todas as suas etapas: no seu início (concepção), na sua duração (existência na história) e no seu fim na história (morte física). Jesus ama a vida, pois Ele é a própria vida (Jo 11, 25; 14,6). Logo, todo cristão deve amar a própria vida e a vida dos demais homens. Comungar é receber o Corpo de Cristo que se entregou pela vida do mundo. Por isso, comungar é incorporar-se pessoalmente a Cristo e engajar-se em sua missão salvadora e em seu sacrifício. A Eucaristia foi instituída à “noite antes de padecer” para que os discípulos ficassem comprometidos na mesma entrega que Jesus ia realizar definitivamente no dia seguinte. Comungar não é só comer e sim é crer e isto significa comprometer-se. Não há nada de sentimentalismo na comunhão do Corpo do Senhor.
P. Vitus Gustama,svd

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