quinta-feira, 23 de maio de 2019

30/05/2019
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DEUS CONTINUA A ESTAR CONOSCO ATÉ O FIM DO MUNDO
Quinta-Feira da VI Semana da Páscoa


Primeira Leitura: At 18,1-8
Naqueles dias, 1 Paulo deixou Atenas e foi para Corinto. 2 Aí encontrou um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que acabava de chegar da Itália, e sua esposa Priscila, pois o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo entrou em contato com eles. 3 E, como tinham a mesma profissão – eram fabricantes de tendas –, Paulo passou a morar com eles e trabalhavam juntos. 4 Todos os sábados, Paulo discutia na sinagoga, procurando convencer judeus e gregos. 5 Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à Palavra, testemunhando diante dos judeus que Jesus era o Messias. 6 Mas, por causa da resistência e blasfêmias deles, Paulo sacudiu as vestes e disse: “Vós sois responsáveis pelo que acontecer. Eu não tenho culpa; de agora em diante, vou dirigir-me aos pagãos”. 7 Então, saindo dali, Paulo foi para a casa de um pagão, um certo Tício Justo, adorador do Deus único, que morava ao lado da sinagoga. 8 Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com toda a sua família; e muitos coríntios, que escutavam Paulo, acreditavam e recebiam o batismo.


Evangelho: João 16, 16-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. 17 Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo’, e: ‘Eu vou para junto do Pai?’”. 18 Diziam, pois: “O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. 19 Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então disse-lhes: “Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis?’ 20 Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”.
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É Preciso Ser Colaborador Da Palavra de Deus Para Que Todos Conheçam o Caminho Da Salvação


O texto da Primeira Leitura se encontra no conjunto dos relatos da Terceira e última viagem missionária de Paulo (At 18,1-19,20). Nesta terceira viagem missionária a concentração recai sobre dois centros urbanos: o Corinto na Grécia e Éfeso, na Ásia Menor. Estas duas cidades são centros internacionais que se caracterizam pela riqueza de seu comércio e a vitalidade cultural e religiosa.


Em Corinto Paulo se encontrará com a autoridade central romana, o procônsul Galião (At 18,12-17) através do qual o cristianismo receberá um reconhecimento público, graças a este procônsul. A fundação da comunidade de Corinto para São Paulo é um posto estratégico avançado para o desenvolvimento posterior no mundo ocidental cuja capital é Roma. Corinto é uma cidade muito importante da Grécia e a sede do governador romano. Nesta cidade internacional (Corinto) São Paulo consegue implantar uma das comunidades cristãs mais vivas e sólidas. Os cônjuges Áquila e Priscila, em cuja casa São Paulo se aloja que são colegas de trabalho, se tornarão também os missionários colaboradores de São Paulo na comunidade de Éfeso (cf. At 18,18-19; 1Cor 16,19; Rm 16,3). Em Corinto São Paulo ficou um ano e meio, entre os anos 49 e 51.


Diferentemente de Corinto, em Éfeso, onde se encontram os escritos mágicos, o cristianismo entrará em choque com a ambiguidade religiosa (At 19,11-20). Geralmente, onde há ambiguidade religiosa, há também o sincretismo. O sincretismo é uma confluência de vários elementos religiosos heterogêneos (divindades, doutrinas, ritos, etc.), sua incorporação a uma forma religiosa distinta da sua procedência e seu desenvolvimento conjunto. Muitas vezes, essa assimilação de diversos elementos religiosos pela nova religião é uma prática com fins oportunistas, isto é, praticar duas religiões simultaneamente para ficar bem com as duas. Portanto, há ausência de uma posição precisa. Por exemplo, uma pessoa vai a Igreja por medo do inferno. Mas ela tem que praticar alguns ritos culturais para que os antepassados não fiquem com raiva dela quando não lhes der alguma oferenda.


Nestes ambientes novos São Paulo vai descobrindo novos métodos para evangelizar. Ele prega não somente no local religioso (sinagoga), mas também no local “profano”, aberto para todos.


É impressionante a habilidade de São Paulo em ter e criar colaboradores na evangelização. Ele não é um lutador solitário. É por isso que as comunidades sobrevivem, pois as próprias comunidades através de seus líderes criados por São Paulo mantém as comunidade vivas. Não é por acaso que mais tarde São Paulo escreverá aos coríntios: “O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos... Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: ‘Não preciso de você’; e a cabeça não pode dizer aos pés: ‘Não preciso de você’ ... Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria. Ora vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar” (cf. 1Cor 12,14.20-21.26-27). Dependemos dos outros todos os dias. Sem os outros morreríamos imediatamente. Por natureza o ser humano é um ser vincular; é um ser em relação. Somos o outro dos outros. Não podemos nem conseguimos impedir nossa relação com os demais. É atitude egoísta e ignorante afirmar que não precisamos de ninguém! Essa autossuficiência orgulhosa que queremos ter é sinal de fraqueza, pois sabemos muito bem que somos fortes somente no grupo e com o grupo, na comunidade e com a comunidade. O crescimento da comunidade também depende de mim e de você juntos.


Além disso, São Paulo apesar das contínuas decepções e perseguições, jamais larga sua missão de evangelização. Onde está o segredo de sua perseverança? São Paulo é um homem que se deixa guiar totalmente pelo Espirito de Deus. Viver de acordo com o Espirito de Deus torna São Paulo um homem in cansável na evangelização. Ele chegou a escrever: “Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). Um pensador nos deu o seguinte conselho: “Se quiser triunfar na vida, faça de perseverança, a sua melhor amiga; da experiência, o seu sábio conselheiro; da prudência, o seu irmão mais velho, e da esperança, o seu anjo da guarda” (Joseph Addison, um poeta e ensaísta inglês, 1672 -1719).


O Deus Em Quem Acreditamos É o Deus-Conosco!


O texto do evangelho lido neste dia pertence ao conjunto do discurso de despedida de Jesus de seus discípulos no evangelho de João (Jo 13-17). Ao ter consciência de sua iminente partida deste mundo (morte) Jesus dá alguns conselhos para seus discípulos que vão continuar a missão de Jesus como seus enviados ou missionários neste mundo (Jo 20,21).


No texto de hoje Jesus quer transmitir aos discípulos algumas certezas para a caminhada neste mundo. Em primeiro lugar, Jesus afirma conscientemente a certeza do término de sua vida terrena eminentemente. Cada história tem seu início como também tem seu término. Assim também a vida de Jesus na terra. A vida na história tem seu começo, sua duração e também tem seu fim. Para cada ser humano tem seu nascimento, também tem sua morte (cf. Eclesiastes 3,1-8). A idade sempre aumenta em cada segundo, pois o tempo não pára. A idade sempre aumenta e nunca diminui, mas pode também terminar em qualquer segundo. Tudo é para frente. Não há parada, pois a vida nos empurra por dentro. Estamos sempre em permanente viagem ou caminhada, mesmo que estejamos dormindo. Até as palavras ditas passam no tempo ou viram passado em segundos. Cada um vai criar seu caminho e sua própria história neste mundo. E o fim depende das opções feitas entre dois extremos: entre o início e o fim. O espaço dado a mim é o espaço entre o nascimento e a morte. Vou usar este espaço para o bem ou para o mal. Tudo depende de mim. Eu não tenho outro espaço. Além deste espaço (antes do nascimento e depois da morte) não tenho nenhuma competência. A maneira como eu vivo nesses dois extremos vai determinar de que modo vou terminar minha história.


Jesus não somente fala da certeza do término de sua vida terrena, mas também da certeza de sua glorificação ou de sua ressurreição. Por isso, ele afirma: “Eu vou para junto do Pai”. O Deus revelado por Jesus em quem acreditamos é o Deus do bem e por isso, é o Deus da vida que jamais termina (cf. Mt 22,31-32). Praticar o bem, viver o amor fraterno significa viver para sempre. A morte servirá apenas de passagem. “A vida não é tirada, mas transformada”, disse um dos prefácios da missa pelos falecidos.


Por que Jesus tem tanta certeza da comunhão plena com o Pai? Por que essa certeza? Porque a vida de Jesus foi dedicada somente para o bem de todos. Ora, quem se dedica a vida somente para o bem de todos, mesmo sem saber, ele está em plena sintonia com Deus.  A vida de Jesus é vivida de acordo com o Plano ou a vontade de Deus. E a vontade de Deus se resume no amor: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho para que todo o que nele crer tenha a vida eterna” (Jo 3,16). A partir de Deus o mundo é governado por amor e no amor. A única lei que rege a vida de qualquer cristão é a lei do amor fraterno: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). O amor é o único meio capaz de convencer e converter até os ateus. Nada compromete tanto como o amor, e ninguém é tão livre como aquele que ama. o amor é que nos leva para junto do Pai celeste. Mas trata-se do amor sem motivo conhecido como ágape, isto é, o amor direcionado somente para o bem sem esperar recompensa de quem é beneficiado por esse amor.


A certeza da comunhão plena com o Pai por ter vivido uma vida de acordo com a lei do amor faz com que Jesus tenha outra certeza: a sua nova presença no meio dos seus discípulos. Por isso, ele afirma: “E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. O amor possibilita uma presença eterna mesmo que aquele que é amado não esteja presente fisicamente. O amor é eterno, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16), mas as caricaturas do amor não duram. O amor não pode morrer, pois é o nome próprio de Deus. A morte é incapaz de eliminar a morte. Um dia a morte cessará, mas o amor é inextinguível, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Com a certeza do amor que não morre nós acreditamos que os nossos entes-queridos que nos precederam deste mundo continuam em plena comunhão conosco, com Cristo com sua Igreja que somos todos.


Por causa desse amor eterno é que Jesus nos garante: “Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. A fé não nos faz contornarmos nossa tristeza. A fé nos dá forças para atravessar nossa tristeza com a certeza de que Deus nos ama e nós amamos a Deus e cremos no Seu amor. O encontro do meu amor por Deus e do amor de Deus por mim resulta numa força tremenda capaz de superar aquilo que humanamente é impossível. “Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”, garante-nos o Senhor.


Vossa tristeza se transformará em alegria”. Os discípulos experimentaram a inquietude. A mesma inquietude dos primeiros discípulos, que se expressa profundamente nas palavras de Jesus (Jo 16,16) concentra ou resume a tensão de nossas inquietudes de fé, de busca de Deus em nossa vida cotidiana. Como os cristãos do primeiro século, necessitamos experimentar a presença do Senhor em meio de nós para reforçar nossa fé, esperança e caridade. Sem perceber podemos experimentar Deus em toda a beleza, em todo o gesto de amor, no bem praticado, no perdão dado, na pessoa que nos ajuda e nos anima, no coração que sabe amar e perdoar, no palpitar intacto de cada novo ser, na vida que não termina com a morte. Afinal, em tudo que é a expressão do amor, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Deus nos toca em cada gesto de amor e tocamos ou experimentamos o próprio Deus em cada gesto de amor que praticamos. “Experimentar Deus não é pensar sobre Deus. É sentir Deus a partir do coração puro e da mente sincera. Experimentar Deus é tirar o mistério do universo do anonimato e conferir-lhe um nome, o de nossa reverência e de nosso afeto” (Leonardo Boff).


Vossa tristeza se transformará em alegria” é o recado de Jesus para cada um de nós. Tenhamos certeza dessa palavra, pois ela saiu da boca do Senhor. Deus sempre prepara o melhor no fim para quem é perseverante no bem ou na vivencia do amor fraterno. O vinho melhor aparece no fim (cf. Jo 2,10). Vivamos perseverantes no Senhor para alcançar, no fim, algo melhor ou maravilhoso para nossa vida e salvação!
P.Vitus Gustama, SVD

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