quarta-feira, 14 de agosto de 2019

17/08/2019
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OLHAR AMOROSO DO PAI DO CÉU NÓS DÁ A SERENIDADE PARA ENCARAR TUDO NA VIDA
Sábado da XIX Semana Comum


Primeira Leitura: Js 24,14-29
Naqueles dias, Josué disse a todo o povo: 14 “Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com um coração íntegro e sincero, e lançai fora os deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia e no Egito e servi ao Senhor. 15 Contudo, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. 16 E o povo respondeu, dizendo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor, para servirmos a deuses estranhos. 17 Porque o Senhor, nosso Deus, ele mesmo é quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão. Foi ele quem realizou esses grandes prodígios diante de nossos olhos e nos guardou por todos os caminhos por onde peregrinamos, e no meio de todos os povos pelos quais passamos. 18 O Senhor expulsou diante de nós todas as nações, especialmente os amorreus, que habitavam a terra em que entramos. Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”. 19 Então Josué disse ao povo: “Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus ciumento, que não suportará vossas transgressões e pecados. 20 Se abandonardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, ele se voltará contra vós, e vos tratará mal e vos aniquilará, depois de vos ter tratado bem”. 21 O povo, porém, respondeu a Josué: “Não! É ao Senhor que serviremos”. 22 Josué então disse ao povo: “Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolhestes o Senhor para servi-lo”. E eles responderam: “Sim! Somos testemunhas!” 23 “Sendo assim”, disse Josué, “tirai do meio de vós os deuses estranhos e inclinai os vossos corações para o Senhor, Deus de Israel”. 24 O povo disse a Josué: “Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e seremos obedientes aos seus preceitos”. 25Naquele dia, Josué estabeleceu uma aliança com o povo, e lhes propôs preceitos e leis em Siquém. 26 Josué escreveu estas palavras no Livro da Lei de Deus. A seguir, tomou uma grande pedra e levantou-a ali, debaixo do carvalho que havia no santuário do Senhor. 27 Então Josué disse a todo o povo: “Esta pedra que estais vendo servirá de testemunha contra vós, pois ela ouviu todas as palavras que o Senhor vos disse, para que depois não possais renegar o Senhor, vosso Deus”. 28 Em seguida, Josué despediu o povo, para que fosse cada um para suas terras. 29Depois desses acontecimentos, morreu Josué, filho de Nun, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos.


Evangelho: Mt 19, 13-15
Naquele tempo, 13 levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14 Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15 E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.
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Servir Apenas Um Só Deus Quem Me Dá o Sentida Da Vida E Abandonar Totalmente Outros Deuses


Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”, afirmou Josué.Nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus” é a resposta do povo na assembleia em Siquem.


Continuamos a acompanhar a leitura do dia anterior sobre a assembleia de todas as tribos hebreias em Siquém convocada pelo Josué. O lugar típico das experiências religiosas de Abraão e de Jacó, pais do povo, Siquém será agora o cenário para a renovação da Aliança religiosa de seu povo. A recordação do passado torna-se agora acordo com vistas ao futuro. Se em outro tempo adoraram outros deuses, ao entrar na Terra prometida que seu Deus lhes dá, os hebreus terão que prometer que irão abandonar todos os demais deuses. Os ídolos adorados em outros tempos, ou em outros lugares, são guias cegos que não conduzem a futuro algum. A verdadeira fidelidade ao Deus único e fiel, ao Deus da libertação da escravidão é exclusiva e excludente, isto é, não admite veneração de falsos guias/ídolos.


Na Primeira Leitura de hoje Josué quer que todas as tribos tenham um compromisso bem definido. O texto colocado na boca de Josué é uma autêntica profissão de fé no Deus que guiou seu povo: “Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com um coração íntegro e sincero, e lançai fora os deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia e no Egito e servi ao Senhor. Contudo, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24,14-15). Um homem fiel faz fieis outros mil.


Este compromisso consiste em escolher entre servir o Senhor, o único Deus com todas as suas consequências, ou servir os deuses da Mesopotâmia e os deuses dos amorreus, também com suas consequências. Josué e sua família optaram pelo Senhor, o único Deus que tirou o povo eleito do Egito.


Aqui Josué sublinha a liberdade de escolha, sem nenhuma pressão.mas cada escolha tem suas consequências, sejam positivas, sejam negativas. Como no nosso mundo moderno: a fé deve ser escolhida livremente. E percebemos que cada vez menos uma herança que se recebe e quase sem dar conta disso. Crer em Jesus Cristo será, cada vez mais, uma decisão tomada depois de ter intentado viver sem ele, como as outras tribos que viviam sem o Deus em quem Josué acreditava. Ser crente será cada vez mais viver com Deus depois que viver sem Deus. Um dia chegará o momento em que todas as coisas adquiridas materialmente ou profissionalmente não são capazes de acalmar a fome que se esconde dentro do coração do homem: a fome do sentido da vida: Para que viver? Que sentido tem a vida? Para onde a vida vai me levar? Existe a vida além desta que estou vivendo. Eu apenas existo ou eu realmente vivo?


Além da liberdade da escolha, Josué adverte a todas as tribos que o Deus em que Josué e sua família acreditam é um Deus santo que não admite mancha alguma. Este Deus é também ciumento que não tolera outro deus junto de sí. Uma vez escolher este Deus, o povo terá que abandonar todos os outros deuses. Se um dia voltar para os deuses abandonados, depois da escolha, sofrerá as consequências terríveis: este povo infiel será eliminado por este Deus.


Como a resposta o povo todo na assembleia se compromete em servir o Senhor: “Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e seremos obedientes aos seus preceitos”. A aliança se fez por escrito e se erigiu uma grande pedra debaixo do carvalho como testemunho no momento. No mesmo lugar Jacó havia enterrado os ídolos (cf. Gn 35,4).


Uma das conquistas mais importantes do povo de Israel é sua fé em Deus único, supremo, providente, meta de nossa existência. Esse Deus único e providente foi lhes se revelando pouco a pouco, e tem dimensões tão pessoais que não cabe confundi-Lo com outras falsas divindades de religiões ao redor. Mas a fidelidade fo homem será um problema sempre pendente. Se Deus não é seu único Deus, Israel não é o povo eleito.


Como cristãos, já fizemos nossa opção. O sacramento do Batismo foi o momento inicial em que foram, provavelmente, nossos pais que professarm sua fé em Deus e sua renúncia ao mal para comprometer-se a nos ajudar a crescer na vida de Deus que então recebemos. Nossos pais fizeram tudo de bom e escolherema o que é melhor para nossa vida e salvação. Temos que agradecer ao nossos pais por tudo de bom e de melhor para nossa vida. Plantaram em nós o que é bom e melhor e nós temos que cultivar tudo para que o bem e o melhor se multipliquem para o bem da humanidade, pelo menos para as pessoas ao nosso redor. Temos uma missão, então, de renovar nossa fé e essa renúncia já como nossa. Através dos sacramentos renovamos a graça de Deus para nosso caminho de fé.


Também nosso mundo moderno reafirma que a fé há de ser livremente escolhida e cada vez menos uma herança que se recebe, quase sem dar-se conta disso. Crer em Jesus Cristo será cada vez mais uma decisão tomada depois de ter tentado viver sem Ele. Ser crente será cada vez mais “viver com Deus”, conhecendo o que significa “viver sem Deus”. Somos desafiados cada vez mais na escolha entre ser um “fiel crente” ou um “ateu” com pleno conhecimento de causa.


Reconhecemos que conhecemos muito bem as tentações. Idolatrias de todo gênero nos ameaçam de todos os lados. Mas a palavra de Josué que lemos hoje precisamos pronunciar em cada momento de tentação: “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. Porque não podemos servir a dois senhores. Onde Deus for expulso, ai entram a violência, a injustiça, a corrupção, a desigualdade e assim por diante. São Paulo escreveu aos Coríntios que, depois de participar na Eucaristia há de evitar na vida toda idolatria: “Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1Cor 10,21). Temos que fazer nosso o bom proposito do salmista: “Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: Somente vós sois meu Senhor. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos” (Sl 15).


Deus Cuida De Nós Como Uma Mãe Cuida De Um Bebê


Algumas mães apresentam a Jesus seus pequenos filhos/crianças para serem abençoados (as) por ele. Os discípulos não gostam e as repelem porque as crianças menos de doze anos eram tidas como seres sem valor algum. Em outras palavras podiam atrapalhar os adultos. Os escribas também não davam atenção para as crianças como também para as mulheres, pois são propriedades de seus “donos” (pais e maridos respectivamente). Por isso, as crianças representam todos os pobres, excluídos e insignificantes ou sem valor para o olhar da sociedade.


Jesus se posiciona contra para esta visão distorcida. Por isso, ele afirma: “Deixai as crianças e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus”.  Se a sociedade fica sem o olhar de estima para elas, Deus os tem um olhar amoroso. Jesus exige aos discípulos para que as crianças possam chegar até Jesus: Deixai elas virem a mim. Jesus também aproveita nessa exigência a oportunidade para dar uma lição importante para os discípulos: “Delas é o Reino dos céus”. Isso quer nos dizer, literalmente, que o apelo e as promessas de Deus também são para elas. Ninguém está excluído das promessas (bênçãos) de Deus. Deus quer salvar todos.


 “Delas é o Reino dos céus”. Essa frase nos mostra que Deus tem para as crianças ou para os pequeninos uma elevada conta. Além disso, por serem puras, as crianças são o reflexo do Reino dos céus, segundo Jesus. As crianças são tabernáculo vivo no qual o pecado e a maldade não entram.


Os pobres, isto é, os mais carentes, os necessitados são objeto de particular predileção por parte do Senhor (cf. Lc 4,16-21). As crianças, os pequeninos são mais pobres dos pobres: são pobres de idade, de formação, de força (indefesos). A Igreja (todos os batizados) como Mãe deve exercer sua maternidade acolhendo, abrigando e velando sobre todos, especialmente sobre os mais necessitados.


“Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. As palavras de Jesus soam como uma reclamação ligeira. Para os adultos as “coisas de crianças” representam um segundo plano. Quando avançamos na idade e com a experiência da vida, os adultos começam a ver as “coisas de crianças” como comportamentos superados esquecendo-nos de algo importante numa criança: a pureza, a simplicidade, a sinceridade de sentimentos que são justamente as virtudes que Jesus valoriza mais. Se nós somos complicados, ambíguos e pouco coerentes, tudo isso não será uma consequência de não sabermos conservar as virtudes de nossa infância?


Seremos mais felizes e mais serenos, se pusermos em Deus nossa confiança e segurança como uma criança nos seus pais. Se tivermos fé firme em Deus e deixarmos Deus tomar conta de nossa vida (com nossa colaboração), e se mantivermos a pureza, a simplicidade e a sinceridade, nós encontraremos novamente a serenidade de nossa infância e viveremos como mais alegria e leveza.


“Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. O Reino anunciado por Jesus se funda na igualdade das pessoas. É um reino de comunhão e fraternidade. Portanto, não pode admitir a exclusão de quem quer que seja. Jesus diz que está reservado um lugar especial no Reino de Deus para as crianças. O Reino de Deus pertence a quem se pareça com as crianças. Não é que o ideal do discípulo seja ser ingênuo e infantil, e sim, ser capaz de confiar plenamente em Deus, não busca segurança por si mesmo, não ter o coração corrompido pela maldade. As crianças são, com efeito, protótipo de pessoas que têm fé e confiança em Deus muito mais que a inocência ou a pureza. Santo Ambrósio perguntou: “Por que se diz que as crianças são aptas para o Reino dos céus? Talvez porque geralmente não têm malícia, não sabem enganar nem se atrevem a enganar-se; desconhecem a luxúria, não desejam as riquezas e ignoram a ambição”. Se hoje em dia as criança têm o espírito de ganância é porque estão sendo contaminadas por seus pais ou pelos adultos. Se assim for, é hora para reeducar as crianças na graça e na sabedoria como foi educado Jesus por Sua mãe Maria (cf. Lc 2,52)


Para sermos como crianças, é necessário que nos disponhamos a mudar profundamente (conversão), e que assimilemos o ensinamento divino. Para isso, temos de cultivar em primeiro lugar uma firme vontade de nos comportarmos como filhos e filhas de Deus, dóceis à vontade de Deus com humildade e simplicidade de espírito.


Na vida cristã, a maturidade se dá precisamente quando nos fazemos crianças diante de Deus, filhos pequenos que confiam e se abandonam nele como uma criança que se abandona nos braços de seu pai. Então encararemos os acontecimentos do mundo como são, no seu verdadeiro valor. Esta piedade filial fortalece a esperança e a certeza de chegar à meta, e nos dá paz e alegria nesta vida. Perante as dificuldades da vida, não nos sentiremos nunca sozinhos. Esta certeza será para nós como a água para o viajante no deserto. Sem ela, não poderíamos prosseguir a viagem.


O texto do evangelho de hoje convida cada um de nós a “vir a Jesus”, isto é a crer nele para que possamos possuir o Reino, entrar nele e recebê-lo como uma criança: com sua pequenez.


“Deixem que as crianças venham a mim” não é somente um convite a fazer-se como crianças e sim uma declaração e uma verdadeira promessa feita a todos os que são como as crianças que fazem parte do Reino de Deus.


Que tenhamos um coração de uma criança diante de Deus, nosso Pai: uma confiança total e sem limite. Somente a partir da própria debilidade assumida é que é possível reconhecer o senhorio de Deus sobre a história humana e sobre nossa vida. Os autossuficientes e aqueles que consideram que podem tudo estão impossibilitados de reconhecer a realidade da graça de Deus. A qualidade essencial que nas crianças se destaca é a humildade, a impotência diante da vida, a necessidade que tem de seus pais. Tudo isto deve ser também nossa atitude diante de Deus. Sejamos como crianças em espírito simples e humilde.


O Senhor Jesus nos reúne ao redor da Mesa eucarística como irmãos seus (cf. Mt 12,48-50) para que juntos celebremos o Banquete do Reino dos céus que se iniciou entre nós estando ainda nós neste mundo. Para Jesus, nosso Senhor, não há espaço nenhum para qualquer diferença social. Ele ama a todos igualmente e ninguém pode se sentir um discriminado, um excluído, um desprezado por causa de sua pobreza, de seu pecado, de sua etnia, de sua cultura ou de sua nação. O Senhor experimentou nossas dores e fez suas nossas feridas (cf. Mt 8,17). Ele recorreu o caminho de entrega no amor até as últimas consequências.


Se quisermos dar-lhe um novo rosto à humanidade devemos seguir seus passos, carregando nossa própria cruz de cada dia até sermos glorificados junto com Ele. Na Eucaristia somos permanentemente convidados a ser nossas as palavras de nova e eterna aliança: “Isto é meu Corpo que se entregue por vós; isto é meu Sangue que é derramado para o perdão dos pecados”. Em outras palavras, ser vida para os outros.
 
P.Vitus Gustama,svd

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