quarta-feira, 18 de setembro de 2019

23/09/2019
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SER CRISTÃO É VIVER UMA VIDA CAPAZ DE ILUMINAR OS OUTROS
Segunda-Feira da XXV Semana


Primeira Leitura: Esdras 1,1-6
1 No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor moveu o espírito de Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação: 2 “Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. 3 Quem, dentre vós todos, pertence a seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho e suba a Jerusalém, e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que está em Jerusalém. 4 E a todos os sobreviventes, onde quer que residam, as pessoas do lugar proporcionem prata, ouro, bens e animais, além de donativos espontâneos para o templo de Deus, que está em Jerusalém”. 5 Então se levantaram os chefes de família de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e os levitas, todos aqueles que se sentiram inspirados por Deus para ir edificar o templo do Senhor, que está em Jerusalém. 6 E todos os seus vizinhos lhes trouxeram toda espécie de ajuda em prata, ouro, bens, animais e objetos preciosos, sem falar em todas as doações espontâneas.


Evangelho: Lc 8,16-18
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16 “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17 Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. 18 Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.
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Deus É Providente Para Quem Deposita Sua Fé Nele


O Senhor, Deus do Céu, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá... construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que está em Jerusalém”, disse o edito do rei Ciro dirigido para os israelitas.


Durante três semanas acompanharemos as Primeiras Leituras tiradas do Antigo Testamento. A partir de hoje até Quarta-feira que vem a Primeira Leitura será tirada do livro de Esdras.


No livro de Esdras-Neemias podemos ler os acontecimentos vividos pela comunidade judaica desde o edito de Ciro, imperador persa (538 a.C), até as proximidades do ano 400 a.C em que o povo judeu começa a se reconstruir depois da volta do exílio na Babilônia (Esdras 1,2-5).  Trata-se de uma época da restauração da nação israelita e do nascimento do judaísmo.


O ano 538 a.C, tendo derrotado estrondosamente o império de Babilônia, o rei Ciro publica o edito, que lemos hoje, permitindo a repartição aos judeus. Os reis persas, novos donos da situação, tiveram, não somente com Israel e sim com outros povos submetidos a seu império, uma política bastante tolerante para suas liberdades e autonomia, sobretudo, referente à religião.


Essa libertação foi interpretada pelos israelitas como uma providência divina. Na introdução do edito lemos que a motivação do edito e sua interpretação teológica: A eleição de Ciro representa o cumprimento da promessa divina e é sinal do senhorio de Deus sobre a história. Que Deus se serviu do rei Ciro para Seus planos de salvação. Essa volta para Jerusalém é um novo êxodo da escravidão para a liberdade. Deus vai escrevendo sua história para a salvação de todos. O desterro durou uns cinquenta anos: uma geração. Os anos do desterro foram pesados social e religiosamente, como recorda o Salmo 136(137),1-9. Mas as promessas de Deus se cumprem e começa de novo a história do povo israelita. Deus nunca deixa as portas fechadas para todos os que creem nele. A alegria dessa libertação se reflete no Salmo Responsorial (Sl 125): “Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções”.


A volta dos israelitas para Jerusalém permite que se conserve a única religião monoteísta e não se rompa a linha das promessas messiânicas. Nem todos voltaram para Jerusalém, pois se instalam na nova terra.


Quando não se espera em Deus, se desespera. Quando não se ocupa com coisas de Deus, se preocupa com o futuro sem sentido. Quando não se ocupa no espirito do Senhor, se preocupa. Será que somos nós que se desesperam facilmente pelo futuro da Igreja, da vida religiosa, da juventude? Será que contamos sempre com Deus em tudo que fizermos ou contamos apenas com nossas forças e técnicas e métodos? Temos que aprender da história do povo israelita que, pela Sua providência, também Deus é capaz de conduzir a história, muitas vezes, por meio de pessoas que não esperaríamos, como os reis pagãos de Persia. Por pior que seja nossa situação, se mantivermos nossa fé em Deus da Vida, tudo terminará bem. Nenhuma provação é insuperável para quem acredita em Deus firmemente. A fé nos leva a nos libertar, a nos assumir, a nos manter de pé, com determinação. Sua fé é capaz de realizar milagres, quando permite que você se abandone a uma força superior que se chama Deus. No âmago da nossa confiança naquilo que Deus nos deu, encontramos a força para nos superar e enfrentar as provações da vida. A fé nos faz vivermos na esperança. E a esperança é acreditar numa transformação possível, apesar das aparências contrárias e da revolta inicial. Mas os sentimentos negativos e os pensamentos negativos podem nos convencer de que não há mais nada a fazer. Os sentimentos negativos e os pensamentos negativos tiram o gosto de seguir em frente e fazem nos sentirmos como pessoas acabadas. Não há nada pior do que ser enganado pelas próprias percepções emocionais tão negativas. Embora você não controle os ventos da vida, você ainda pode guiar e direcionar seus pensamentos para direção certa.


Estejamos atentos e abertos para o Espirito de Deus que sopra através de tantas pessoas e de acontecimentos diários de nossa vida. A volta do povo israelita para Jerusalém para a reestruturação de sua nação nos ensina que devemos estar sempre dispostos a começar tudo de novo, confiando nos planos de Deus apesar de nos encontrarmos no meio da turbulência da vida. Cada novo dia é o dia de recomeço, de reestruturação de nossa vida. Temos que transmar nossas lamentções em novas forças para reconstruir nossa vida e nosso futuro.


O Modo De Viver Do Cristão Deve Servir Como Luz Para Guiar Os Outros Para Deus


A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso(Martin Luther King). Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros(António Vieira)


Os breves ensinamentos de Jesus no texto do evangelho de hoje são continuação do ensinamento de Jesus no texto anterior (cf. Lc 8,4-15 sobre a parábola da semente).


Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz”, assim Jesus nos diz hoje.


Através deste ensinamento Jesus quer que sejamos luz que ilumine os demais. No Sermão da Montanha Jesus define nosso ser como sal e como luz: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,13-14). Nossa presença como luz e sal é nossa essência como cristãos. Trata-se de uma presença indispensável para os demais. Dentro de nós há luz, dentro de nós há algo saboroso para uma convivência fraterna, pois o próprio Senhor declara que somos luz e sal neste mundo. Um cozinheiro pode colocar todos os tipos de tempero na comida, mas basta o sal estar ausente, o resto fica sem sabor. Alguém pode querer andar para qualquer lugar, mas sem a luz nada poderá acontecer nem poderá chegar ao endereço desejado. Se cada cristão tiver consciência do seu ser e de sua importância neste mundo, ele usará seu tempo de vida para iluminar a vida dos outros e para dar sabor à vida dos demais. Sua vida é para os demais. O cristão existe para os outros como Cristo existiu para a humanidade. Um cristão egoísta deixa de ser um verdadeiro cristão, pois a alma de todo projeto de Cristo é a partilha. Cristo se dá para que os outros tenham vida em abundância (cf. Jo 10,10).


Mas para ser luz para o próximo o cristão precisa ser, primeiro, iluminado pela Luz divina que é o próprio Cristo (Jo 8,12) para que possa ser reflexo dessa Luz para os outros. Contemplar permanentemente Cristo, Luz do mundo por excelência, é uma forma de manter nossa vida luz para os demais.  a partir do memento em que deixarmos de contemplar Cristo, Luz do mundo, deixaremos de ser reflexos de Cristo para o mundo ao nosso redor. É ser refletido por Cristo para eu ser reflexo de Cristo para os demais. Aquele que contempla Cristo será reflexo do próprio Cristo.


O que o cristão recebe de Deus é para a edificação dos demais e não para o proveito próprio. O cristão não pode viver só para si: “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama”. Ele precisa ter consciência de sua missão como luz para os demais: “... ao contrário, coloca-a (luz) no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz”. O cristão deve fazer-se público, mostrando seu rosto como cristão para iluminar as pessoas ao seu redor. O modo cristão de viver a vida serve para iluminar os demais e para acordar quem viver adormecido. Se temos uma certa tendência de privatizar a fé, Jesus nos convida a darmos testemunho diante dos demais publicamente de acordo com a vocação de cada um de nós na sociedade: político, médico, artista, esportista, professor e assim por diante. Sua presença em qualquer lugar deve ser como a presença da luz: iluminar. Pode até criar a sombra com a presença da luz, mas até a sombra é iluminada também pelos raios da luz. “A principal missão do homem, na vida, é dar luz a si mesmo e tornar-se aquilo que ele é potencialmente” (Erich Fromm).


Se o cristão não viver de acordo com sua essência como sal da terra e luz do mundo, ele vai se cumprir nele o que Jesus diz hoje: “A quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. Os dons que não se fazem frutificar se perdem. Os músculos que não se fazem atuar se atrofiam. E a fé se apaga aos poucos quando não se coloca em prática. A vida sem amor se apaga. A vida sem abertura para o crescimento se esteriliza. Quem não avança no desenvolvimento se infantiliza.


No dia de nosso Batismo cada um acendeu a vela no círio pascal, tomando a luz do Círio pascal, símbolo de Cristo. É um gesto que nos recorda nosso compromisso, como batizados, de dar testemunho dessa Luz diante das pessoas ao nosso redor. O Concílio Vaticano II chamou a Igreja de Lumen Gentium, luz das nações. Isto quer nos dizer que o que devemos ser, na realidade, conforme nossa essência é comunicar a luz, a alegria e a força que recebemos de Deus para os outros. Sendo luz do mundo e sal da terra, o cristão se tornará um amigo que sabe animar e dizer uma palavra orientadora para as pessoas ao seu redor. O cristão jamais obscurece o caminho dos outros, pois ele é enviado para ser luz do mundo (Mt 5,13-14).


Cada momento e cada circunstância devem ser, para o cristão, ocasião para renovar a opção do primeiro momento (Batismo) para não encontrar-se ao final da existência com as mãos vazias merecedoras das duras palavras de Jesus: “Àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. A existência vivida na fidelidade, pelo contrário, faz realidade na vida de cada cristão a verdade da afirmação confortante e asseguradora do Senhor: “A quem tem alguma coisa, será dado ainda mais”.
 
P. Vitus Gustama,svd

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