terça-feira, 8 de outubro de 2019


10/10/2019

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SER PACIENTE E PERSEVERANTE NA ORAÇÃO
Quinta-Feira da XXVII Semana Comum

Primeira Leitura: Malaquias 3,13-20a
13 “Vossas palavras são duras contra mim, diz o Senhor, e ainda perguntais: 14 ‘Que dissemos contra ti?’ Vós estais dizendo: ‘É coisa inútil servir a Deus; que vantagem tivemos em observar seus preceitos e em levar uma vida severa na presença do Senhor dos exércitos? 15 Portanto, hoje os felizardos são os soberbos, pois consolidaram-se, praticando o mal, e, mesmo provocando a Deus, estão impunes’. 16 Vieram, entretanto, a falar uns com os outros, os tementes a Deus. O Senhor prestou atenção e ouviu-os; em sua presença foi escrito um livro de feitos notáveis, aberto aos que temem o Senhor e têm seu nome no pensamento. 17 Serão para mim o tesouro, diz o Senhor dos exércitos, para o dia que eu me reservar; hei de favorecê-los, como o pai ao filho que o serve. 18 De novo vereis a distância que há entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve. 19 Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo. 20ª Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas”.


Evangelho: Lc 11,5-13
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5 “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães,  6 porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7 e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8 eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9 Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11 Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12 Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
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Os Justos Brilharão Diante Do Juizo Justo De Deus


Vós estais dizendo: ‘É coisa inútil servir a Deus; que vantagem tivemos em observar seus preceitos e em levar uma vida severa na presença do Senhor dos exércitos? Portanto, hoje os felizardos são os soberbos, pois consolidaram-se, praticando o mal, e, mesmo provocando a Deus, estão impunes’”, disse o Senhor para o profeta Malaquias.


“Malaquias” em hebraico significa “Meu mensageiro”. As preocupações do livro do profeta Malaquias, o último profeta do AT, se centralizam nos pecados da religião e da vida social, os quais permearam a vida da comunidade de Jerusalém e de Judá no período após o exílio. A avaliação de Malaquias da situação como um todo é que tudo constituía violação da Aliança de Deus (Ml 2,8.10). Malaquias pediu ao povo que se arrependesse (Ml 3,7; 4,2.4), especialmente à luz do advento do mensageiro de Deus (Ml 3,1), aquele que precederia e anunciaria a vinda do Senhor e seu juízo (Ml 3,1; 4,1-6). Esse mensageiro, segundo o NT, foi João Batista, precursor e anunciador de Jesus Cristo, o Senhor (Mt 11,9-14). Deste modo o livro de Malaquias cria uma fonte muito apropriada entre a estrelidade da vida e do culto no AT, realizado apenas pro forma, e o Messias do NT, cujo advento tornou possível uma vida nova e um novo relacionamento com o Senhor por meio do Espirito Santo (Jo 4,24).


No texto da Primeira Leitura, o profeta Malaquias faz uma queixa frequente entre os fieis do AT, pois tem a impressão ou a evidencia de que para os maus: enganadores, caloteiros, egoístas, dominadores, injustos, as coisas vão bem, enquanto que os bons: honestos, justos, cumpridores da lei, não prosperam. É a questão do bem e do mal!


Por isso, como em Jó, aqui ressoam a dúvida: “É coisa inútil servir a Deus; que vantagem tivemos em observar seus preceitos e em levar uma vida severa na presença do Senhor dos exércitos?”. Os justos não parecem receber nenhum prêmio, enquanto que os maus prosperam. Vale a pena ser bom, deste jeito? Como foi dito, o texto se situa no tempo depois da volta do desterro, quando os israelitas já construíram o templo, mas as coisas naõ parecem que melhorem muito, e suscita o desânimo.


A resposta de Malaquias é apelar ao grande dia do juízo: “ardente como uma fornalha”, em que se decidirá o destino dos bons e dos maus: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los”. Enquanto “Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas”.


“Vale a pena servir a Deus?”, é a pergunta de Jó e a do profeta Jeremias e a de tantos e tantos, de então e de agora, que não entendem o silêncio de Deus, e que quiseram que o joio fosse já separado do trigo e que um raio queimasse os povos de Samaria que não recebem Jesus (Lc 9,54).


Mas Deus tem paciência. Jesus nos ensina a não nos precipitarmos e a não adiantarmos o juízo e sim a darmos tempo à liberdade e à conversão. No horizonte, cedo ou tarde, não o sabemos, Deus anuncia que se celebrará o juízo justo, e “De novo vereis a distância que há entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve”.


Malaquias nos assegura que Deus leva em conta nossas boas obras: “O Senhor prestou atenção e ouviu-os; em sua presença foi escrito um livro de feitos notáveis, aberto aos que temem o Senhor e têm seu nome no pensamento”. Apesar de aprecer calado, Deus sabe de tudo e dá conta de tudo: “Serão para mim o tesouro, para o dia que eu me reservar; hei de favorecê-los, como o pai ao filho que o serve”.


Tenha paciência! É o recado do profeta Malaquias. A paciência é o intervalo entre a semente e a flor; entre a flor e o fruto e entre o fruto e o amadurecimento. A paciência não é a habilidade de esperar e sim a habilidade de manter uma boa atitude enquanto se espera. “Dum Spiro Spero”: “enquanto eu respirar, tenho esperança”. Se queremos o desenvolvimento espiritual, a prática da paciência é essencial. Paciência significa esperar o tempo de Deus e confiar no seu amor. A paciência leva à perfeição. Paciência não é carregar e aguentar até não poder mais e explodir. Paciência é a arte de libertar-me de cargas emocionais para manter meu estado de paz. Impaciência nos faz pensar em objetivos de curto prazo, o que só nos permite resultados de pior qualidade. Impaciência nos impede de desfrutar da vida que nos conduz aos nossos objetivos ou metas. Impaciência aumenta afobação, e consequentemente, a quantidade de erros que cometemos. Paciência é entender que tudo tem seu tempo. Que tudo vem a seu tempo. É dar o tempo necessário para crescer, brotar, florescer. É aceitar o ciclo da vida e respeitar o fluxo do tempo. É manter a atitude correta. Uma atitude pode mudar uma história.


Rezar É Pedir, Buscar e Bater


Continuamos acompanhar Jesus no seu caminho para Jerusalém ouvindo suas últimas e importantes lições para nossa vida de cristãos (Lc 9,58-19,28). São suas ultimas lições porque Jesus será crucificado, morto e glorificado em Jerusalém.


Na passagem do evangelho de hoje, Lucas volta a falar da necessidade de rezar sempre insistentemente. Rezar é uma maneira mais eficaz para aproximar a terra ao céu; para encurtar a distância entre a humanidade e a divindade. A oração derruba o muro que nos separa de Deus, pois na oração conversamos diretamente com o céu, isto é, com Deus. Distanciar-se da oração significa distanciar-se do céu. É impossível chamar Deus de Pai sem conversar com Ele permanentemente. “Orar é sempre possível porque o tempo do cristão é o tempo de Cristo ressuscitado, o qual «permanece conosco todos os dias» (Mt 28,20). Oração e vida cristã são, por isso, inseparáveis” (Compêndio do Novo Catecismo, 576, ou Novo Catecismo, 2742-2745. 2757).  Como dizia São João Crisóstomo: “É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio sozinho, fazer oração freqüente e fervorosa. É possível rezar, mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, ou até mesmo a cozinhar”.


Nossa oração é certamente petição, mas não tem nada a ver com um regateio mercantil. Há que recorrer a Deus como pobre na necessidade. A oração é antes de tudo uma confissão da própria indigência: Senhor, eu não consegui alcançar tal objetivo, Senhor, eu ando buscando..., Senhor, eu não compreendo tudo..., Senhor, eu necessito de Ti.


“A oração é um dom da graça, mas pressupõe sempre uma resposta decidida da nossa parte, porque o que reza combate contra si mesmo, contra o ambiente e, sobretudo, contra o Tentador, que faz tudo para retirá-lo da oração. O combate da oração é inseparável do progresso da vida espiritual. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza” (Compêndio do Novo Catecismo, 572; Novo Catecismo, no.  2725).

Jesus nos convida a perseverar em nossa oração, a dirigir confiadamente nossas súplicas ao Pai. Ele nos recomenda que sejamos persistentes na oração não porque Deus seja surdo e sim porque nós necessitamos perseverar para alcançá-Lo. A natureza humana é geralmente caracterizada pela inconstância. Ficamos desanimados e apavorados diante do primeiro obstáculo que nos é apresentado na conseqüência de nossos projetos e metas. Abandonamos a nave diante do menor indício de tormenta. As coisas fáceis geralmente não são valiosas. Para vencer os obstáculos são necessárias a humildade, a confiança e a perseverança.


Por isso, o evangelista nos convida a crer em nossas aspirações e a fortalecer nosso espírito com a oração constante. O Reino de Deus exige muita qualidade pessoal e muito apoio comunitário que serve sempre de testemunho perseverante.


Se decidirmos cultivar uma atitude perseverante, uma entrega decidida, e uma sobriedade diante das dificuldades, nós veremos que ao término de nosso esforço se encontra a generosa vontade de Deus que nos tem acompanhado desde o início de nossa vida.


Há três verbos, que se encontram no evangelho deste dia, que só os simples praticam: pedir, buscar e chamar. Se nestes três verbos for acrescentado o advérbio “insistentemente” então temos um programa de vida de um verdadeiro seguidor de Cristo.


Pedir supõe reconhecer que não temos tudo daquilo que necessitamos. Pedir é um ato de humildade. E a humildade nos faz crescer na nossa humanidade. É tomar consciência de nossos limites e de nossas limitações, admitir que alguém tenha muito mais coisas do que as que temos. Os mendigos pedem. Os pobres pedem. A presença do humilde, do pobre, do necessitado, na nossa vida, corrige nossa arrogância e acelera nossa humanidade. Eles nos humanizam. Não pedem os auto-suficientes e arrogantes.


Buscar implica experimentar a atração de algo valioso, admitir que há um tesouro pelo qual vale a pena arriscar-se, sentir estimulado pelas perguntas pelas quais não existem respostas pré-fabricadas. Não buscam os que sucumbem à rotina, os desesperançados, os preguiçosos, os que não querem melhorar a qualidade de vida.


Bater a porta ou chamar é dirigir-se a alguém com confiança de que vamos ser escutados. Chamar é invocar uma presença que nos supera e que ao mesmo tempo se encarrega de nós. Não chamam os que temem que não haja nada do outro lado da porta, os que não são preparados para um mundo novo cheio de surpresas de felicidade.


Se Deus nos atender é para nosso bem. Se Deus não nos “atender” para aquilo que pedimos e que achamos que seja importante é também para nosso bem maior. Na Sua sabedoria infinita Deus sabe muito bem daquilo do qual necessitamos. Ser atendido ou “não ser atendido” por Deus é tudo para nosso bem maior e para a glória de Deus. Em tudo temos que agradecer a Deus, pois até na oração Ele nos corrige sobre aquilo que devemos pedir a Ele.


Comparando com os amigos, Jesus quer nos dizer que Deus é para nós um amigo sempre fiel que atende às nossas necessidades e é também o Pai bom. Mas desse Amigo fiel e desse Pai bom não devemos esperar sempre uma resposta idêntica à resposta esperada. Podemos pedir muitas coisas boas que talvez não sejam atendidas. No entanto, tenhamos certeza de que Deus responde sempre com um dom que é superior ao que temos pedido: o Espírito Santo que nos ilumina, purifica, transforma e salva. Com o Espírito Santo que Deus nos concede podemos ter força necessária para enfrentar as dificuldades que entrecruzam nossa existência. Acompanhados por Ele podemos superar as angustias e tudo que nos ameaça. Este é o fruto principal da oração que justifica nossa Constancia e nossa perseverança em sua prática.


A síntese de tudo que nós podemos receber e encontrar é o Espírito Santo, isto é, tudo do que necessitamos para dizer “Abbá”, “Papaizinho nosso no céu” e para reconhecer com nossos lábios nosso coração que Jesus é nosso Senhor. “Se a nossa oração se une à de Jesus, sabemos que Ele nos concede muito mais do que este ou aquele dom: recebemos o Espírito Santo que transforma o nosso coração” (Comp. do Novo Catecismo, 575. Novo Catecismo, 2734-2741).
P. Vitus Gustama,svd

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