quarta-feira, 9 de outubro de 2019

11/10/2019
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ESTAR UNIDO A CRISTO É ESTAR UNIDO AO BEM
Sexta-Feira da XXVII Semana Comum


Primeira Leitura: Joel 1,13-15; 2,1-2
1,13 Ponde as vestes e chorai, sacerdotes, gemei, ministros do altar. Entrai no templo, deitai-vos em sacos, ministros de Deus; a casa de vosso Deus está vazia de oblações e libações. 14 Prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia, congregai os anciãos e toda a gente do povo na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor: 15 “Ai de nós neste dia! O dia do Senhor está às portas, está chegando com a força devastadora da tempestade. 2,1 Tocai trombeta em Sião, gritai alerta em meu santo monte; tremam os habitantes da terra, pois está chegando o dia do Senhor, ele está às portas. 2 É um dia de escuridão fechada, dia de nuvens e remoinhos; como aurora espraiada nos montes, assim é um povo numeroso e forte, tal como jamais se viu algum outro nem jamais se verá, até os anos de gerações futuras”.


Evangelho: Lc 11, 15-26
Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16 Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os de­mônios. 19 Se é por meio de Bel­zebu que eu expulso demô­nios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa. 24 Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25 Quando ele chega encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.
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Voltar Para Deus É Direcionar a Vida Para o Bem e a Salvação


Ponde as vestes e chorai, sacerdotes, gemei, ministros do altar. Entrai no templo, deitai-vos em sacos, ministros de Deus; a casa de vosso Deus está vazia de oblações e libações”.


Hoje e amanhã lemos na Primeira Leitura o texto tirado do profeta Joel. “Joel”, em hebraico, significa “Javé é Deus”, “o Senhor é Deus”. Nada mais se sabe sobre o profeta Joel nem mesmo sua genealogia, a não ser a única identificação: “filho de Petuel” (Jl 1,1).


Joel é um dos seis livros dentre os doze Profetas Menores que não tem indicação cronológica. Para o profeta Joel, as grandes promessas dos profetas passados não deixarão de cumprir-se apesar das grandes catástrofes. É este o caráter consolador do profeta Joel. Teologicamente, Joel é uma mensagem de esperança. O Senhor está entre os seus e quer salvá-los. E por isso, o Senhor clama pela penitência a fim de mudar de destino.


Há duas partes importantes do livro de Joel. A primeira parte, Jl 1-2: contém a exortação para a penitência depois que aconteceram dois desastres históricos: a praga dos gafanhotos e o exército desolador. A segunda parte, Jl 3-4: fala da escatologia que trata da dimensão definitiva e universal da vida humana que inclui o anúncio do Dia do Senhor em seu duplo aspecto de juízo para as nações e de salvação: efusão do espirito, bem-estar e paz, para Israel.


O texto da Primeira Leitura é a chamada para a penitência. O profeta Joel interpreta a terrível invasão e a devastação de gafanhotos que deixam campos, vinhas, montes desolados como castigo de Deus. Por isso, o profeta conclama ao povo que entrem nos caminhos da lealdade (mudança, conversão) sobretudo para aqueles que assumem responsabilidade. Enquanto os reponsáveis, os dirigentes do povo, a comunidade não vai melhorar e não vai crescer para o bem. Somente com solidariedade e caridade o povo pode caminhar segundo a vontade de Deus. Somente a vida em dignidade, piedade, fraternidade, justiça pode prevenir e salvar o povo dessas misérias.


Às vezes, o pecado é comunitário e a decadência generalizada. Também hoje em dia pode-se dizer com o profeta Joel que “a casa de vosso Deus está vazia de oblações e libações”, porque se duidam das coisas fundamentais para gastar tempo e energia inutilmente nas coisas secundárias e acidentais. Mas a culpa pode ser também pessoal. Todos nós somos débeis e pecadores e necessitamos nos converter. Sem a conversão permanente viraremos criminosos em potência. Mas podemos nos converter a partir de nossas mediocridades e indolências.


Através da conversão e da penitência permanentes, somos chamados a aperfeiçoar nossa existência todos os dias, pois Deus nos inspira a pulsão para o ser-mais e melhor. Por isso, o homem somente é fiel a si mesmo quando aceita transformar-se todos os dias, pois ele está sempre em processo de amadurecimento. Nesse processo geralmente encontramos três tipos de homens: os inconformados, os conformistas e os sensatos. Os inconformados vivem amargurados, se afastam de tudo e não querem transformar nada. Os conformistas vivem resignados com tudo e deixam tudo como está. Normalmente na vida desses dois tipos de pessoas falta muito a alegria de viver. Somente os sensatos aceitam tudo como está, mas sempre procuram transformar o que é possível. Aqueles que têm medo da transformação para melhorar sua dignidade como pessoa é porque têm medo da vida e do seu crescimento.


Às vezes a conversão é um simples convite à vigilância e à mudança de vida que nos pode vir através do exemplo das pessoas que nos rodeiam, ou através da palavra dos responsáveis da comunidade. Quando não são pragas de animais, são outras coisas: enfermidades, desgraças pessoais ou coletivas, o falecimento de uma pessoa querida que nos servem para despertar em nós a chamada para uma mudança de vida mais digna. Tudo na vida, o bom ou o mau, e, sobretudo, a escuta da Palavra que nos dirige Deus na Eucaristia, deveria nos ajudar a reorientar nossa atenção aos valores fundamentais que tendemos a descuidar. Uma praga de gafanhotos permite o profeta Joel compreender uma realidade mais profunda: ve nela o anúncio do “Dia do Senhor”. A descrição da praga conclui com uma série de expressões que são clássicas para falar do “Dia do Senhor”: “O sol e a lua se escurecem” a terra treme”, “É um dia de escuridão fechada, dia de nuvens e remoinhos”. A expressão “Dia de Yahwe” ou “Doa do Senhor” começa com o profeta Amos (Amos 5,18-20) e ao princípio tem um sentido de castigo dos inimigos de Deus, sejam israelitas, sejam pagãos.


A conversão é prescindir da busca egoísta de si mesmo para colocar-se a serviço do Senhor através do serviço prestado aos demais irmãos, especialmente aos mais necessitados, aos últimos. Conversão é toda decisão ou inovação que de alguma forma nos aproxima da vida divina e nos torna mais conformes a ela para que sejamos mais humanos e mais irmãos com os outros.


É Preciso Ter Fé em Deus


Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino?”.


Estamos acompanhando Jesus no seu caminho para Jerusalém ouvindo suas ultimas e importantes lições para nossa vida de cristãos, seus seguidores (Lc 9,58-19,28). Desta vez Jesus nos pede que estejamos unidos a Ele para que possamos superar o poder do mal existente no mundo.


A mentalidade bíblica contempla a vida humana como uma luta entre dois espíritos: os espíritos que regem e dominam o homem natural, e o Espírito de Deus que o faz partícipe da liberdade humana. Expulsando o espírito do mal, Cristo revela que um novo Reino acaba de fazer sua aparição sobre a terra, um Reino capaz de destruir o reino do mal ou do satanás.


Para pertencer a este novo Reino é necessária uma opção ilimitada de fidelidade e de entrega a Jesus. Ao entregar-se a Jesus nenhum poder do mal sobre a face da terra será capaz de derrubar o homem. “Tenha coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33), Jesus nos relembra sempre para que tenhamos consciência da força de Jesus em cada um de nós. E São João na sua primeira Carta nos relembra: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5,4). O verbo “vencer”, aqui, é empregado no presente para dizer que em qualquer momento podemos vencer, sim, com a força de nossa fé. Mas ao mesmo tempo em qualquer momento precisamos renovar nossa fé com muita oração e muita leitura e meditação da Palavra de Deus e a participação dos sacramentos e a prática do amor fraterno. Ao praticarmos o bem, o mal se afasta de nós, pois em nós ele não tem vez.


Mas o evangelista Lucas nos relatou que algumas pessoas comentaram maldosamente sobre a atividade libertadora de Jesus: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. O termo “Belzebu” não se encontra na literatura judaica anterior. Sua origem é incerta. Na boca dos fariseus “Belzebu” é o príncipe dos espíritos maus. No pensamento dos fariseus, Jesus faria um tipo de aliança com o Belzebu para que Jesus pudesse expulsar os espíritos maus. Trata-se de uma acusação sem fundamento. Simplesmente eles querem que Jesus perca sua credibilidade diante do povo. Mas o efeito é contrário, cada vez maior o número dos que seguem a Jesus porque ele “os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1,22). Toda a ação de Jesus é divina, pois humaniza e resgata as pessoas para o Reino de Deus que é o Reino do amor, da justiça, da fraternidade, da igualdade, etc..


É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”, assim os fariseus acusaram Jesus. Sempre tem os fofoqueiros de plantão em qualquer época e lugar. São aqueles que não são parceiros do bem. São aqueles que têm tanta coisa negativa na cabeça e no coração. Estão tão cheios de coisas negativas a ponto de as pessoas boas e as coisas positivas ficarem escondidas para seus olhos. Essas pessoas não fazem nada para o bem comum, nem colaboram com as pessoas do bem. Elas vivem criticando. Geralmente, nada dá certo na vida desse tipo de pessoas, pois elas somente processam coisas negativas na sua cabeça.


Uma das maiores indigências é ser incompreendido ou ser desprezado; é ver deformados os bons propósitos como os de Jesus Cristo. E Jesus conhece esta classe de indigência. Imagine, eles até fazem acusação dura e depreciativa. Eles chamam Jesus, o Salvador do homem, de Belzebu, “Senhor das moscas”, príncipe de demônios. Quando não se tem a fé no coração, arruma-se qualquer justificativa, mesmo sem nenhum fundamento, para não crer naquilo que é óbvio aos nossos olhos. A vida do homem funciona da seguinte maneira: Quando queremos fazer qualquer coisa, procuramos qualquer jeito. Mas quando não queremos, arranjamos qualquer desculpa. Mas no fim, a verdade vai nos dizer sobre o que somos e o que não o somos.


É Preciso Manter a Unidade


“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra”, diz o Senhor. Nesta controvérsia Jesus sublinha a importância da unidade. Pela história sabemos que a guerra civil destrói muito mais os impérios do que os ataques exteriores. Quantos países usavam uma estratégia eficaz para dominar países estrangeiros, conhecido como um lema: “Divide et impera” (divide e impera) ou “Divide ut regnes” (divide para poder reinar).  Esta tática era adotada como lema por Luís XI, da França, por Catarina de Médicis e por outros governantes como a Holanda antiga. Quem usa a “ação de dividir” para atacar será destruído pela mesma divisão que recairá contra suas próprias tropas. Coração dividido é o coração ferido.


A unidade é a expressão e a prova mais evidente do amor. Por isso, o verbo “unir” ou “reunir” tem o sentido teológico de salvar. Quem estiver unido com Cristo que está unido ao Pai, jamais será causador da desunião e da divisão entre os cristãos ou entre as pessoas; ele buscará sempre a reconciliação. A comunhão com Cristo é impossível sem a vivência do amor fraterno. Assim como o amor fraterno cria unidade, assim também a comunhão com Jesus deve criar a comunhão entre os cristãos. “Quem abandona a unidade faz-se desertor da caridade”, dizia Santo Agostinho (Serm. 88,18,21). “Se vivem em discórdia, não louvem o Senhor. E, tampouco o Senhor os abençoa. Seus lábios desfiam louvores, mas seus corações o maldizem”, acrescentou Santo Agostinho (In ps. 132,13).


Santo Agostinho nos alerta: “A soberba gera a divisão. A caridade, a comunhão. Quem abandona a unidade se faz desertor da caridade. E se deserta da caridade, mesmo que possua tudo o mais, se reduz a nada. Em vão se possuem todas as coisas quando o único que interessa não se possui”.


Estar Do Lado Da Justiça, Do Bem E Da Verdade É Estar Do Lado De Jesus


Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”, alerta-nos o Senhor hoje.


Na sua pregação o Apóstolo Pedro deu seu testemunho sobre Jesus dizendo que Jesus “passou a vida fazendo o bem” (At 10,38). Apesar disso Jesus enfrentou muitas oposições. Muitos se consideravam proprietários das boas obras, do poder divino, e demonizavam aquelas pessoas que não atuavam segundo seus parâmetros. Eles davam esmolas ou conselhos com intuito de ter o bom nome, o prestígio e a admiração (cf. Mt 23,1-36). Quando Jesus veio para dar sua vida generosamente sem esperar nada em troca, eles o consideraram como “demônio”, “Belzebu”. Era uma maneira fácil que eles encontraram para desprestigiar e eliminar o oponente, neste caso, Jesus. No entanto, Jesus os enfrentou com a verdade, o bem e a justiça.


Na atualidade continua sendo corrente a prática de demonizar o oponente, de desprestigiá-lo para aumentar o brilho próprio. Pois, atuar a favor dos demais sem buscar o bom nome e o prestígio é uma coisa que não chama a atenção de ninguém.

A Importância Da Unidade


“Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra”, diz o Senhor. Nesta controvérsia Jesus sublinha a importância da unidade. Pela história sabemos que a guerra civil destrói muito mais os impérios do que os ataques exteriores. Quantos países usavam uma estratégia eficaz para dominar países estrangeiros, conhecido como um lema: “Divide et impera” (divide e impera) ou “Divide ut regnes” (divide para poder reinar).  Esta tática era adotada como lema por Luís XI, da França, por Catarina de Médicis e por outros governantes como a Holanda antiga. Quem usa a “ação de dividir” para atacar será destruído pela mesma divisão que recairá contra suas próprias tropas. Coração dividido é o coração ferido.


A unidade é a expressão e a prova mais evidente do amor. Por isso, o verbo “unir” ou “reunir” tem o sentido teológico de salvar. Quem estiver unido com Cristo que está unido ao Pai, jamais será causador da desunião e da divisão entre os cristãos ou entre as pessoas; ele buscará sempre a reconciliação. A comunhão com Cristo é impossível sem a vivência do amor fraterno. Assim como o amor fraterno cria unidade, assim também a comunhão com Jesus deve criar a comunhão entre os cristãos. “Quem abandona a unidade faz-se desertor da caridade”, dizia Santo Agostinho (Serm. 88,18,21). “Se vivem em discórdia, não louvem o Senhor. E, tampouco o Senhor os abençoa. Seus lábios desfiam louvores, mas seus corações o maldizem”, acrescentou Santo Agostinho (In ps. 132,13).


O evangelho de hoje nos convida a estarmos do lado de Jesus, isto é, do lado do bem, da verdade e da justiça, não para adquirir ganâncias pessoais e sim para sermos as mãos de Deus que atuam eficazmente no mundo. Por isso, o mundo de hoje exige que lutemos contra o mal com as armas da verdade, do bem, da honestidade, da solidariedade e da justiça. Não podemos combater o mal com suas próprias armas: a violência somente gera violência e a manipulação ideológica somente gera opressão e desequilíbrio mental. Necessitamos combater o mal, porém como o fez Jesus: com a bondade e generosidade de um Deus que defende incondicionalmente a vida das pessoas humanas e sua dignidade como seres humanos. O cristianismo e o mal e a maldade são incompatíveis. Fazer o bem permanentemente significa que estamos no Reino da verdade, da justiça e da caridade que é o Reino de Deus. Para viver uma vida autenticamente humana, temos que nos amar muito com a verdade, a justiça, o bem e a caridade que são, em certo modo, coisas sagradas que requerem ser tratadas com amor e respeito e são os valores que têm a marca de eternidade.     
P. Vitus Gustama,svd

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