quinta-feira, 17 de outubro de 2019

19/10/2019
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VIVER NA ESPERANÇA E NA LEALDADE A CRISTO PARA ATINGIR A SALVAÇÃO
Sábado da XXVIII Semana Comum


Primeira Leitura: Rm 4,13.16-18
Irmãos, 13 não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16 É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós.17 Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”.

Evangelho: Lc 12, 8-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 8 “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. 9 Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado. 11 Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. 12 Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer”.
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Pela Fé Em Deus Somos Herdeiros Do Mundo Criado Por Deus


Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência”. É a frase do versículo 13 do texto da Primeira Leitura tirada da Carta de São Paulo aos Romanos.


A nova palavra-chave é promessa. Essa promessa se encontra em Gn 18,18: “Abraão se tornará um grande povo, e nele todos os povos da terra serão abençoados”. Pela “descendência” de Abraão podemos entender aqui a totalidade dos que creem que formam uma Igreja universal composta de judeus e pagãos convertidos. E essa promessa se realizou em Jesus Cristo.


Por isso, com este versículo 13 recomeça o desenvolvimento da prova de São Paulo sobre o tema da justificação pela fé. Para São Paulo não foi na base do cumprimento da lei que se fez a promessa a Abraão, ou à sua descendência de que ele seria o herdeiro do mundo, e sim na base da justiça da fé. Porque, segundo São Paulo, a Lei de Moisés somente chegou depois de Abraão. Abraão recebeu uma promessa segundo a justiça da fé. Sua fidelidade a Deus da promessa se manifesta através da rejeição em servir a outros deuses através dos sacrifícios exigidos por esses deuses, especialmente o sacrifício da vida humana no seu altar (Cf. Gn 22,1-19). Por isso, quem defende a vida se torna herdeiro da promessa. Os verdadeiros herdeiros da promessa só podem ser aqueles que creem neste Deus da vida.


Vivemos na esperança porque temos fé nas promessas de Deus. Deus pode tardar, mas nunca falha. O ritmo de Deus e o nosso ritmo nem sempre coincidem. Nisso precisamos ter paciência e perseverança a exemplo de Abraão que somente na sua velhice Deus cumpriu a promessa de ter Isaac como descendente de Abraão.


A Palavra de Deus é promessa. Geralmente, Israel entende as “aparições” de Yavé em função de uma promessa, isto é, não tanto como razão e motivo para santificar tempos e lugares, para instalar-se nas aparições, quanto como razão e motivo para confiar na promessa de Yavé e trilhar assim um caminho para o futuro certo.


A Palavra de Deus que é promessa, e a resposta de Abraão, que é fé, constituem a essência da Aliança que é aliança para o futuro. É crer no que está por ver e por vir. Trata-se de uma promessa de Dues, fiel e poderoso para cumprir o que promete. Cabe ao homem esperar com perseverança, pois cedo ou tarde tudo será cumprido. Quem tem fé, quem cre na promessa (de Deus), tem também esperança, uma esperança que não será confundida. Mas quem não cre, não tem outras aspirações que as terrenas.


A fé e a esperança andam de mãos dadas. A fé une o homem a Cristo, a esperança abre esta fé para o vasto futuro de Cristo. Por meio da fé, o homem entra no caminho da verdadeira vida, mas somente a esperança o conserva neste caminho. Quando afirmamos que “Cristo é nossa esperança” isto significa que sem o conhecimento de Cristo pela fé a esperança se torna uma utopia que paira em pleno ar; sem a esperança, no entanto, a fé decai, a fé torna-se pequena e pode se transformar em fé morta. A esperança renova e vivifica a fé sempre de novo e cuida para que sempre de novo se levante mais forte; para perseverar até o fim.


A declaração de São Paulo está notavelmente contraste com a suposição dos rabinos (rabis) segundo a qual todas as promessas foram feitas a Abraão na base do seu cumprimento da lei. Logo o judeu não aceitaria o argumento de São Paulo, pois para o judeu Abraão recebeu a promessa justamente por causa do seu mérito, e daquela promessa é que participariam os judeus, exatamente por serem a descendência de Abraão. Logo, cada um seria merecedor da salvação pelo cumprimento da lei e teria o direito de exigir de Deus a salvação para quem cumpriu as leis. Trata-se de uma religião de meritocracia.


Quando São Paulo, novamente com o exemplo de Abraão, contrapõe “fé e obras”, não está querendo dizer que não temos que atuar e praticar o bem. Jesus disse que “Nem todo aquele que me diz ´Senhor, Senhor´ entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). E a vontade de Deus Pai consiste na vivência do amor fraterno (cf. Jo 13,34-35; 15,12).


A lei é boa e necessária para uma boa convivência. Mas não é a lei que salva. “Tudo é uma graça”, dom de Deus, para Abraão e para nós todos. É bom imitar este grande homem chamado Abraão que se abriu e se entregou totalmente a Deus e a Sua vontade que nos deu um exemplo admirável de fé, contra toda esperança e contra toda aparência. As promessas de Deus pareciam impossíveis de conseguir, e no entanto, Abraão creu. Foram possíveis por causa da fé firme em Deus.


São Paulo quer enfatizar que a Igreja universal, ou seja o novo povo de Deus, é composta de judeus e pagãos, e a promessa feita a Abraão se realizou em Jesus Cristo. É preciso ter a fé em Jesus Cristo, em quem se cumpriram todas as promesas de Deus. Por isso, no versículo 16 São Paulo escreveu: “É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós”.


A vida nova em Deus se alcança pela fé n´Ele, como escreveu o Papa Francisco na Carta Enciclica Lumen Fidei: “A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. A fé, que recebemos de Deus como dom sobrenatural, aparece-nos como luz para a estrada orientando os nossos passos no tempo” (n.4). O encontro com o Deus vivo resulta na graça de ter olhos novos para enxergar o sentido da vida e nos abre a visão de nosso futuro em Deus. Para o Papa Francisco, na mesma encíclica, “A fé é a resposta a uma Palavra que interpela pessoalmente, a um Tu que nos chama por nome” (n.8). Somos herdeiros do universo criado por Deus pelo fato de darmos a resposta para a Palavra de Deus que nos apela e interpela.


Tanto em nossa vida espiritual como em nosso trabalho apostolico, não teríamos que nos apoiar em nossos próprios talentos e recursos e sim na graça e na força salvadora de Deus. Somos o que somos pela graça de Deus, como escreveu o próprio São Paulo (Cf. 1Cor 15,10). Temos um duplo motivo para acreditarmos em Deus: a promessa feita a Abraão e a Aliança Nova que concedeu à humanidade na Páscoa de Seu Filho. O que diz o Salmo Responsorial de hoje, podemos reperti-lo com maior alegria: “Deus se lembrou de seu santo juramento, que fizera a Abraão, seu servidor. Fez sair com grande júbilo o seu povo, e seus eleitos, entre gritos de alegria” (Sl 104). Se crermos em Deus e não nos basearmos em cálculos comerciais humanos, também seremos pais de numerosa descendência na fé. E o impossível será possível.


Ser Testemunha De Cristo e De Seus Ensinamentos Para Ser Reconhecido Na Vida Eterna


Continuamos acompanhando Jesus na Sua última viagem para Jerusalém, pois ele será morto nessa cidade. Ao Mesmo tempo continuamos a ouvir Suas últimas e mais importantes lições para nossa vida de cristãos (Lc 9,51-19,28). Hoje Jesus nos dá a lição sobre a importância do testemunho dos seus ensinamentos, pois tudo isso tem conseqüências para a vida eterna (salvação).


Nos versículos anteriores do texto do evangelho de hoje (Lc 12,1-7) Jesus animava o discípulo, cada cristão, a ser valente (sem medo) na hora de dar testemunho, isto é, ser discípulo fiel até o fim, porque Deus cuidaria dos seus filhos até nos mínimos detalhes (até os cabelos estão todos contados por Deus).


Hoje Jesus nos dá outro motivo para sermos intrépidos (corajosos) na vida cristã de cada dia: o próprio Jesus dará testemunho a nosso favor diante da presença de Deus (Pai), no dia do juízo (final). Isto quer nos dizer que nossa autêntica existência e nossa sorte definitiva, sorte escatológica, depende da opção que fazemos por Jesus neste mundo: “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus”. O julgamento de Deus será realizado a partir da lealdade ou deslealdade a Cristo na nossa vida diária neste mundo. Em outra parte do evangelho Jesus expressa o mesmo pensamento de outra forma: “Quem não está comigo, está contra mim” (Lc 11,23). Quem se colocar a favor de Jesus nesta vida, pode ter certeza de que Jesus estará ao seu lado para defendê-lo no juízo (final).


Mas renegar Jesus neste mundo significa a perda definitiva (não será reconhecido por Jesus diante de Deus Pai): “Mas aquele que me renegar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus”.  O homem se destrói ao renegar Jesus e seus ensinamentos. Querendo salvar sua vida ao renegar Jesus o homem acaba por perdê-la (cf. Lc 9,24-26). O gesto de renegar Jesus é, na verdade, uma expressão da falta de fé. E renegar Jesus na terra significa recusá-lo de ser defensor do cristão no juízo (final).


A partir da afirmação de Jesus no evangelho de hoje percebemos claramente que ninguém crê impunemente. Ao mesmo tempo, o texto quer nos relembrar que nossa conduta diária deve corresponder à nossa fé. Consequentemente, a fé é para a vida e não algo meramente privado.


Jesus sabe que em determinadas situações a fé do cristão é posta em xeque. Nessas situações a vida do cristão é que está em jogo. Mas tendo uma fé forte e coragem suficiente e tendo diante dos olhos o reconhecimento de Jesus no juízo, o cristão será capaz de testemunhar sua fé, sem medo, publicamente. No juízo constante, implacável do mundo contra Jesus, quem tiver o valor de optar por Jesus, terá a seu favor o testemunho de Jesus no juízo de Deus contra o mundo (cf. Lc 9,26; Mc 8,38; Jo 16,6-11).


O texto do evangelho quer também nos relembrar que quando vivermos fielmente os ensinamentos de Cristo, nós seremos perseguidos: “Todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, serão perseguidos” (2Tm 3,12). O próprio Jesus nos avisa em outro evangelho sobre a mesma sorte ao dizer: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (Jo 15,18-19). Para o cristão a perseguição não é um acidente de percurso e sim, sinal de fidelidade aos ensinamentos de Cristo.


Mas Jesus nos consola e fortalece com a presença de outro protagonista que Jesus apresenta para o cristão no momento em que sua fé é posta em xeque é o Espírito de Deus: “Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer”. Assim se completa a aproximação do Deus Trino na vida do cristão. O Pai que não se esquece de nós, Jesus que nos defenderá no juízo (final) e o Espírito Santo que nos inspirará quando estivermos diante dos magistrados e autoridades para dar razão de nossa fé. O Espírito Santo é quem dará ao cristão forças para proclamar, com destemor, sua fé. Somente no Espírito Santo se pode confessar que Jesus é o Senhor.


Quem renega esta fé, peca contra o Espírito, e por isso, já não tem salvação porque a fé acompanhada com as obras salva o homem: ”Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado”.


“Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado”.  Blasfemar contra o Espírito Santo não é uma ação acidental, ocasional ou uma simples ofensa ao Espírito. Trata-se de uma opção existencial e fundamental contra toda a revelação de Deus em Jesus Cristo que consiste na atividade salvífica de Deus para o homem.  O Espírito divino continua manifestando e revelando a vontade de Deus através de múltiplas maneiras e diversos acontecimentos na vida do homem. Esta frase nos adverte sobre a possibilidade de apostasia de alguns cristãos. E esta expressão quer nos transmitir muito mais como uma advertência pastoral do que uma afirmação teológica. O comportamento de Deus para o homem não é de um juiz e sim de um Pai que perdoa, desde que o homem volte novamente aos braços do Pai, pois Deus nãos se cansa de perdoar (cf. Lc 15,11-32).


Nos momentos em que sentimos medo por algo porque a vida é dura, será bom que recordemos estas palavras de Jesus, afirmando o amor concreto que Deus Trino nos tem para nos ajudar. Jesus acalmou tempestade, curou enfermidades e ressuscitou os mortos. Era o sinal desse amor de Deus que já está atuando em nosso mundo. Conseqüentemente, esse poder também nos alcança. Portanto, não temos motivos para nos deixar levar pelo medo ou pela angústia. “Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois, nessa hora, o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer” (Lc 12,11-12). “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto” (Lc 12,4). “Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus” (Lc 12,8)
P. Vitus Gustama,svd

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