sábado, 26 de outubro de 2019

29/10/2019
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A PALAVRA DE DEUS TEM PODER DE TRANSFORMAR NOSSA VIDA E NOSSO FUTURO
Terça-Feira da XXX Semana Comum


Primeira Leitura: Rm 8,18-25
Irmãos, 18 eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19 De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20 Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21 também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22 Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23 E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24 Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25 Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.


Evangelho: Lc 13,18-21
Naquele tempo, 18 Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19 Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20 Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21 Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
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A Vida Gloriosa Que Teremos Nos Leva a Viver Na Esperança


No texto da Primeira Leitura do dia anterior (Rm 8,12-17), São Paulo nos disse que o Espirito divino nos torna filhos e filhas de Deus em Jesus Cristo. Ser filhos e filhas de Deus estando aqui na Terra já é algo maravilhoso para nós. E Deus que se revela através de Jesus Cristo como nosso Abbá (Papaizinho) nos dá serenidade em encarar as coisas cotidianas sabendo que nosso Papaizinho nos acompanha permanentemente.


Mas São Paulo não pára apenas nesta certeza. No texto da Primeira Leitura de hoje São Paulo nos apresenta uma pespectiva ainda otimista: a nossa filiação é destinada a uma plenitude muito maior do que imaginamos. A palavra “plenitude” evoca a perfeição na abundência.


Se somos destinados à plenitude, para a perfeição na abundância como filhos e filhas de Deus, logo estamos em estado de boa esperança. A esperança é igual às estrelas: não brilham nos momentos claros da vida e sim nos mais escuros. Durante o dia, as estrelas aparentemente desapareceram, mas à noite escura elas brilham. E aqui é que adquire todo o significado da esperança.  Diante daquilo que está por ver e por vir, no horizonte da esperança, não cabem medos nem chantagens de segurança nem conservadorismo. A fé é confiança na promessa de Deus. É esperança. E a esperança está sempre na nossa frente que nos chama a caminhar e a sair de nosso cantinho para sermos missionários da esperança. O homem de esperança sempre acredita que tudo pode. Nesse “poder” há força. A esperança sempre repousa num poder que possibilita a transformação da existência de si e dos outros ao redor. Nesta esperança estamos aguardando a manifestação completa de filhos e filhas de Deus na glória de Deus. Por isso, logo no início da Primeira Leitura de hoje São Paulo afirma: “Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós”.


São Paulo amplia ainda sua reflexão sobre a esperença. Segundo ele, não somente nós, mas toda a criação está em uma atitude de esperança alegre. De acordo com São Paulo, o cosmos está em gestão, num estado de boa esperança, grávida de vida: ”Sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto”. Agora gememos como em dores de parto esperando o tempo para ser filhos e filhas de Deus em plenitude.


A imagem da Igreja, da humanidade e até de toda a natureza cósmica gravida, com dores de parto, esperando para iluminar um mundo novo, é uma imagem poderosa e ousada que São Paulo nos apresenta. Que visão tão dinâmica e comprometedora da vida cristã! Uma visão de marcha e de caminho, de crescimento e amadurecimento, de gestação de uma nova vida.


A partir dessa visão que importância pode ter os sofrimentos e as provações no tempo presente? Saõ Paulo mesmo nos diz hoje: “Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós”. A vida gloriosa que teremos um dia tira o poder paralisador dos sofrimentos e das provações. A vida glorificada por Deus que experimentaremos nos dá força para continuar avançar no bem que devemos fazer. No âmago da nossa confiança naquilo que Deus nos promete encontramos a força para nos superar enfrentar as provações. A promessa de Deus nos faz vivermos na perseverança, isto é, acreditar numa transformação possível, apesar das aparências contrárias. A promessa de Deus nos faz vivermos nossa fé profundamente. A verdadeira fé nos leva a nos libertar, a nos assumirmos e a nos manter de pé com determinação. Se não aprendermos a nos olhar a partir desta perspectiva, nós nos impediremos de ir cada vez mais longe, mesmo sendo apazes.


O Salmo Responsorial de hoje (Sl 125) nos deixa contaminar de alegria: “Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria! ... encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria”.


A Palavra De Deus Vivida Tem Poder De Transformar Nossa Vida


Continuamos acompanhando Jesus no seu caminho para Jerusalém, durante o qual escutamos Suas últimas e importantes lições para nossa vida como cristãos (Lc 9,51-19,28).


A passagem do evangelho de hoje fala de duas parábolas: a semente da mostarda e o fermento. As duas querem sublinhar claramente que a graça de Deus cresce em extensão (grão de mostarda) e em intensidade (fermento na massa). No entanto, elas não sublinham apenas sobre o crescimento, mas também sobre todo estado final que apontam para um valor escatológico. Elas servem, por isso, para animar qualquer cristão, qualquer comunidade para não desistirem em levar adiante a causa de Jesus apesar de se sentirem tão pequenos no meio dos “poderosos” deste mundo, pois no final Deus é quem tem a última palavra.


O Reino de Deus é como a semente de mostarda, que um homem pega e lançou no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos(Lc 13,19), assim Jesus disse-nos hoje.

Lançar semente à terra é um gesto absolutamente natural, apaixonante e misterioso. É um gesto de esperança e de aventura. Basta a semente estar na terra, começa, então, em segredo e em silêncio uma serie de maravilhas, pouco importa que o semeador se preocupe ou não com a semente. Cada semente lançada na terra surge a esperança no coração do semeador de ver a semente brotar e crescer em alguns dias. O semeador é aquele que crê na vida, que tem confiança no porvir. E ao ver a semente que se transformou em plantinha, a alegria inunda o coração do semeador a ponto de ele “conversar” com a plantinha quase diariamente. E com cuidado ele vai capinar ao redor dela para facilitar o crescimento saudável da plantinha a fim de ela dar bons frutos. O semeador é aquele semeia a mãos cheias para que a vida se multiplique que se transforma em alimento para cada família. O semeador é aquele que investe no porvir.


Jesus está consciente de estar fazendo isto: semear, lançar, esperar com paciência!  Ele empreende uma obra que tem porvir. Ele semeia a Palavra de Deus em cada coração. E aquele que escuta e se deixa guiar pela Palavra de Deus, vai produzir muitos bons frutos para a convivência fraterna.


A Palavra de Deus tem dentro de si uma força misteriosa que apesar dos obstáculos encontrados no seu caminho vai germinar e dar fruto. Com esta parábola Jesus quer sublinhar a força intrínseca da graça e da intervenção de Deus.


O Reino de Deus é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”.


Ao falar da pequenez de uma semente como a de mostarda, Jesus quer nos convidar a rever os nossos critérios de atuação e a nossa forma de olhar o mundo e os nossos irmãos. Por vezes, naquilo que é pequeno, débil e aparentemente insignificante é que Deus se revela (cf. Mt 11,25-28). Deus está nos pequenos, nos humildes, nos pobres, nos que renunciaram a esquemas de triunfalismo e de ostentação; e é deles que Deus se serve para transformar o mundo.


O Reino de Deus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”, acrescentou Jesus.


Esta comparação tem em conta a potência de transformação do fermento apesar de sua invisibilidade: assim que o fermento se mistura com a massa, a massa se transforma em tamanho maior para se transformar em pão para a mesa de cada família: os começos são modestos, mas o resultado final é surpreendente.


Através das duas parábolas, Jesus quer nos dar lição de que os meios podem ser muito pequenos, como a pequena semente de mostarda ou como o fermento, mas podem produzir frutos inesperados, não proporcionados nem a nossa organização nem a nossos métodos e instrumentos. A força da Palavra de Deus vem do próprio Deus e não de nossas técnicas. Quando em nossa vida há uma força interior, a eficácia do trabalho cresce notavelmente. Mas quando essa força interior é o amor que Deus nos tem, ou seu Espírito ou a Graça salvadora de Cristo ressuscitado, então, o Reino de Deus germina e cresce poderosamente. O que devemos fazer é colaborar com nossa liberdade. Mas o protagonista é Deus. Necessitamos trabalhar com o olhar posto em Deus, sem impaciência, sem exigir frutos a curto prazo, sem absolutizar nossos méritos, meios e técnicas e sem demasiado medo ao fracasso. Há que ter paciência como a tem o lavrador esperando a colheita.


O evangelho de hoje nos ajuda a entendermos como conduz Deus nossa história. Não teríamos que nos orgulhar nunca, como se o mundo se salvasse por nossas técnicas, métodos e esforços. Não podemos esquecer aquilo que São Paulo nos aconselhou: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer. Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer. O que planta ou o que rega são iguais; cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu trabalho.  Nós somos operários com Deus. Vós, o campo de Deus, o edifício de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo” (1Cor 3,6-11). 


Os frutos da graça de Deus se produzem às ocultas, em pequenos gestos e projetos bem simples sem que ninguém se dê conta. Nossa tarefa é semear a bondade constantemente, catar um pedaço de felicidade diariamente para compartilhá-la com aqueles que não conseguiram catar nenhum pedaço. A fé vivida na obediência à vontade de Deus é capaz de operar uma transformação total da pessoa, uma reestruturação de todo o ser, como a semente que se transforma totalmente em uma planta. Nos fatos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na história e que oferece aos homens caminhos de salvação e de vida plena. Não podemos deixar nenhum dia sem semear a bondade nos corações de pessoas.
P. Vitus Gustama,svd

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