sexta-feira, 8 de novembro de 2019

11/11/2019
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VIVER E CONVIVER COM SABEDORIA E RESPONSABILIDADE COMO CRISTÃOS
Segunda-Feira da XXXII Semana Comum


Primeira Leitura: Sb 1,1-7
1 Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração. 2 Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam. 3 Pois os pensamentos perversos afastam de Deus; e seu poder, posto à prova, confunde os insensatos. 4 Sabedoria não entra numa alma que trama o mal nem mora num corpo sujeito ao pecado. 5 O espírito santo, que a ensina, foge da astúcia, afasta-se dos pensamentos insensatos e retrai-se quando sobrevém a injustiça. 6 Com efeito, a Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua; 7 porque o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz.


Evangelho: Lc 17,1-6
Naquele tempo, 1 Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2 Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. 3 Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
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Viver Conforme a Palavra de Deus É Viver Com Sabedoria


Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração. Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam...  Sabedoria não entra numa alma que trama o mal nem mora num corpo sujeito ao pecado”. Assim lemos na Primeira Leitura.


Esta semana acompanharemos a Primeira Leitura tirada do Livro de Sabedoria, o último livro do AT. Era composta por um habitante judeu de Alexandria, por volta do ano 50 antes de Jesus Cristo. Alexandria, então capital do Egito, ficava às margens do Mediterrâneo, na foz do Delta do Nilo, e também era a capital da corrente cultural chamada "helenismo": uma civilização de prestígio das escolas filosóficas e literárias em pleno andamento, uma floração de cultos "místicos" que atraíam multidões.


A cultura grega, com seu humanismo refinado, também atrai elites judaicas "dispersas" e minoritárias naquele grande contexto pagão dominante. O autor do Livro da Sabedoria, influenciado pelo pensamento grego, cuja cultura ele assimilou, expressa em uma nova maneira sua fé tradicional.


O Livro de Sabedoria é dedicado aos judeus da diáspora, especialmente para aqueles que viviam em Alexandria de Egito em meio da cultura helenista com problemas para manter sua própria identidade como o povo da Aliança. Todo o livro é um canto à verdadeira sabedoria oposta à dos ímpios que não tem a mentalidade de Deus.


O livro de Sabedoria está já muito próximo e prepara o Novo Testamento. A linguagem deste livro sobre o Espirito e sobre a sabedoria de Deus se assemelham ao que nos será revelado sobre Jesus Cristo e o Espirito Santo. Também chegou, em sua gradual maturidade para vislumbrar claramente a doutrina sobre a vida futura e sobre o premio e castigo além da morte.


Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração”.


Por “justiça”, há que entender sempre na Bíblia, o pleno acordo do pensamento e da ação com a vontade de Deus. Assim, o primeiro conselho desse “sábio” é um convite a “pensar justamente”, a pensar como Deus, a “buscar Deus” na simplicidade do coração.


O Livro da Sabedoria, escrito originariamente em grego, em ambiente alexandrino, é o último livro do cânon cristão do AT. São Paulo depende também deste livro e são João tem com este Livro grandes afinidades de pensamento. O Livro é dirigido a todos os reis e governantes, aos que querem comunicar a sabedoria para que aprendam a implantar a justiça e a instaurar o Reino de Deus entre os homens: “Amai a justiça, vós que governais a terra...” (Sb 1,1; cf. 6,1-4.9.21). Salomão, em cuja boca se põe o livro, é o modelo de rei (cf. Sb 7,1-7).


Mas o livro da Sabedoria não é um tratado de prudência para os governantes. A sabedoria é o próprio espirito de santidade que procede de Deus, que penetra tudo e dá consistência ao universo: “o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz” (Sb 1,7). Mas, sobretudo, é um espirito amigo e companheiro do homem. Por isso, os justos, “os que amam a justiça”, os sábios, salvarão o mundo (Sb 6,24). Além dos governantes, o livro quer interpelar a todos os homens que se sintam chamados a ser ministros do Reino de Deus (Sb 6,4), isto é, a colaborar no estabelecimento e consolidação do reinado universal de Deus sobre toda a humanidade.


Em resumo, para governar de acordo com os designios divinos requer-se a sabedoria que penetra a intimidade de Deus e revela seus planos aos sábios. Porém, a sabedoria não pode se adquirir sem a justiça: “Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração” (Sb 1,1). O Senhor somente se dá a conhecer mediante sua sabedoria, aos simples, aos que não exigem provas nem desconfiança d´Ele.


Segundo o Livro da Sabedoria, ninguém pode estar a frente do Povo de Deus com um coração perverso. Por isso, deve-se buscar o Senhor para conhece-Lo, para deixar-se instruir por Ele e para que seu Espírito guie os passos pelo caminho do bem. Se muitas vezes tomamos decisões equivocadas que não somente nos afetam, mas também que destroem a paz e a justiça tanto na família como nos diversos ambientes em que se desenvolve nossa vida, é porque atuamos conforme nosso egoísmo, ou, guiados por nossas paixões equivocadas. Somente a Sabedoria, que procede de Deus, pode nos indicar o caminho que temos que seguir para que colaboremos na construção do Reino de Deus neste mundo, não conforme a nossas imaginações e sim conforme o plano de Deus sobre nossa vida. Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Por isso, temos que invocar sobre nós o Espírito de Sabedoria e temos que ser dóceis a Ele para que possamos realizar nossa vida social e pessoal conforme o Plano de Deus: que todos sejamos conforme à imagem de seu Filho Unigênito.


Todos necessitam da sabedoria, isto é, a intuição interior que nos faz ver as coisas com o olhar de Deus.


A sabedoria simplesmente significa a capacidade de fazer as escolhas corretas, de tomar as decisões certas, de escolher os valores verdadeiros de acordo com a vontade de deus que conduzem o homem à sua realização, e à sua felicidade e à sua salvação. A sabedoria é um tipo de "luz" que indica caminhos e que permite discernir as opções corretas a tomar. É ela que permite ao homem gozar os bens terrenos com maturidade e equilíbrio, sem obsessão e sem cobiça, colocando-os nos seu devido lugar e não deixando que sejam eles a conduzir a vida do homem e a ditar as suas opções.


A sabedoria de Deus somente pode penetrar nos corações transparentes: foge da falsidade, da maldade, das más línguas (maus lábios): “Com efeito, a Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua” (Sb 1,6). A sabedoria conhece tudo revela tudo, penetra tudo e nada se escapa: é “o espirito educar e santo” (Sb 1,5).


A Palavra de Deus, quando é escutada, meditada e vivida, nos ajuda a discernirmos o bem e o mal e a fazer as opções corretas. Ela ressoa no nosso coração, confronta-nos com as nossas infidelidades, critica os nossos falsos valores, denuncia os nossos esquemas de egoísmo e de comodismo, alerta o perigo de nossa prepotência, mostra-nos o sem sentido das nossas opções erradas, grita-nos que é preciso corrigir o nosso rumo/direção, desperta a nossa consciência, indica-nos o caminho para Deus. É preciso que a Palavra de Deus esteja no centro da nossa experiência de fé e da nossa caminhada existencial, pois é ela que nos questiona, que nos transforma, que nos indica caminhos, que nos permite discernir a vontade de Deus.


Somos Chamados a Conviver Como Irmãos, Filhos e Filhas do mesmo Deus


Continuamos a acompanhar Jesus na sua última viagem para Jerusalém, pois lá ele será crucificado, morto e glorificado (Lc 9,51-19,28). Ele aproveita essa viagem para nos passar suas ultimas e importantes lições para nosso seguimento como cristãos (Lc 9,51-19,28).


No texto do evangelho de hoje encontramos três lições que Jesus passa para todos nós, seus seguidores e para todas as pessoas de boa vontade. As duas primeiras lições se referem às relações fraternas: sobre o escândalo e a necessidade do perdão mútuo (Lc 17,1-4). A terceira lição se refere ao tema da fé (Lc 17,5-6).


1. Não Sejamos Ocasião De Tropeço Para Os Outros


“É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos”. Assim Jesus começou suas lições. Trata-se do tema sobre o escândalo.


A palavra escândalo provém do grego “skándalon” que significa pedra de tropeço que aparece ou que é colocada no caminho de alguém que o leva a cair ou que provoca a queda de alguém.


Há escândalo ativo  que é toda palavra ou ação contrária à caridade, que cria perigo de pecado para o próximo. Há também o escândalo passivo que é a própria queda do próximo prejudicado pelo comportamento do outro. A pessoa sofre dano espiritual porque é frágil, pouco instruída, propensa a interpretar erroneamente o comportamento alheio.


Há o escândalo direto quando alguém procura e deseja que o próximo peque; chama-se também sedução. Há também o escândalo indireto, isto é, um ato que em si não é mau, mas pode ter as aparências de mal, de modo que possa levar o próximo à queda (p. ex. hospeda em casa uma pessoa de má vida, embora não tenha más intenções).


Jesus pede que não sejamos ocasião de tropeço para os outros, especialmente para os pequenos (os pobres, os humildes, os que não têm recursos materiais ou espirituais etc.) por meio de nossas atitudes negativas e de nossos maus exemplos. Cada cristão tem uma missão de levantar as pessoas prostradas pelos problemas e dificuldades encontrados na vida e não para causar a queda de quem quer que seja.


Em outras palavras, cada cristão não somente tem responsabilidade sobre si próprio, mas também sobre os demais. A palavra “responsabilidade” tem sua origem etimológica no latim: “respondere” que significa “prometer”, “garantir”. O que garante a responsabilidade e o sentido da vida do ser humano são os valores. Ter responsabilidade significa ser coerente com os valores reconhecidos. Responsabilizar-se significa elevar a própria existência para uma dimensão superior por causa da vivência dos valores reconhecidos. Responsabilidade e valores sempre andam inseparáveis. Todo ato autenticamente responsável está em comunhão com os valores. Quem vive de acordo com a responsabilidade jamais se torna escândalo para os demais.


“Os pequenos” dos quais Jesus fala neste texto são os que ainda estão fracos na fé. Em vez de fazer escândalo contra eles, o cristão deve dar-lhes a atenção e acolhê-los e cuidá-los. A palavra “cuidar” sempre se refere ao amor, à atenção, à proteção e assim por diante. Os que têm mais maturidade na fé jamais podem ser causadores de qualquer tipo de escândalo (cf. Rm 14,13; 1Cor 8,9.13).


2. Necessidade Do Mútuo Perdão


“Se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. Esta é a segunda lição dada por Jesus neste texto.


A comunidade cristã não é feita de pessoas isentas de fraquezas e limitações. Por isso, a convivência se torna vulnerável, no sentido de que um é capaz de ferir o outro, muitas vezes por causa das limitações. Daí a exigência de reconciliação ou de mútuo perdão. Isto supõe o reconhecimento do pecado, por parte de quem ofendeu o irmão e a oferta de perdão e de reconciliação de quem se sentiu ofendido.


Para os cristãos e para quem acredita em Deus de amor e de misericórdia, o perdão não é apenas uma exigência moral, e sim o testemunho visível da reconciliação de Deus operando em cada um de nós. Porque a lei do perdão é vinculante, e não facultativa: é como um contrato firmado com o sangue de Cristo. Depende de mim ratificá-lo, derramando sobre os meus semelhantes aquilo que Deus me deu. Por isso, quando alguém perdoa o outro, na verdade, ele está agindo em conformidade com Deus que concede prodigamente o seu perdão para o ser humano. O perdão é a expressão máxima do amor. Se Jesus insiste no perdão mútuo como a expressão máxima do amor é porque somente o amor tem futuro e se conta diante de Deus. O mal não se conta diante de Deus e por isso, ele não tem futuro.


3. É Preciso Manter a Fé Firme Permanentemente


“Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa fé! ’. O Senhor respondeu: ‘Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria’’”. É a terceira lição que Jesus passa para todos os seus seguidores.


Para cada cristão não se tornar pedra de tropeço aos demais e para ser capaz de perdoar mutuamente é preciso manter a fé firme permanentemente.


Os apóstolos percebem que estão vacilando, sentem-se tentados a voltar atrás, como tinham feito muitos discípulos (cf. Jo 6,60). Eles reconhecem que somente a força da fé os permitirá aceitar, com todas as suas conseqüências, as exigências do perdão. Eis então que surge espontaneamente nos seus lábios o pedido de socorro: “Aumenta a nossa fé!” Os apóstolos têm certeza que só com a confiança ilimitada em Jesus é que eles podem realizar coisas impossíveis aos olhos humanos. Por isso, eles querem ter o poder de Jesus Cristo.


Os discípulos querem ter mais fé. A resposta de Jesus tira deles o conceito de maior ou menor em termos de fé para o conceito de uma fé genuína. Basta ter uma mínima fé, mas autêntica (como o grão de mostarda, Lc 13,19) para que o homem possa realizar grandes coisas. Se há fé real, então, os efeitos se segurarão. Não é tanto uma grande fé em Deus que é exigida, quanto a fé num Deus grande. A imagem da amoreira arrancada e transplantada no mar expressa plasticamente a força da confiança plena em Deus. Isto quer dizer que a fé genuína pode realizar aquilo que a experiência, a razão e a probabilidade negariam, se for exercida dentro da vontade de Deus. Quando a força humana terminar, a fé vai a continuar, pois a fé transforma os nossos limites em forças, pois a fé é a participação na vida divina. A fé nos dá a convicção de que estamos constantemente envolvidos pelo amor de Deus.
P. Vitus Gustama,svd

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