sábado, 7 de dezembro de 2019

10/12/2019
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SOU AMADO POR DEUS: ELE É MINHA CONSOLAÇÃO
Terça-feira da II Semana do Advento


Primeira Leitura: Is 40,1-11
1 Consolai o meu povo, consolai-o! — diz o vosso Deus. 2 Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados. 3 Grita uma voz: “preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada do nosso Deus. 4 Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: 5 a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou”. 6 Dizia uma voz: “Grita!” E respondi: “Que devo gritar?” A criatura humana é feno, toda a sua glória é como flor do campo; 7 seca o feno, murcha a flor ao soprar o Senhor sobre eles. Sim, o povo é feno. 8 Seca o feno, murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus fica para sempre. 9 Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus, 10 eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. 11 Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães”.


Evangelho: Mt 18,12-14
Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 12 Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu?  13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
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Deus É a Nossa Verdadeira Consolação: Somos Chamados a Preparar o Caminho Para o Senhor


Consolai o meu povo, consolai-o! — diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados”, escreveu Isaías no texto que lemos na Primeira Leitura.


Nota-se que a passagem de hoje pertence ao “Livro da Consolação” do profeta Isaías (Is 40-55): seja ele em pessoa ou de um discípulo seu posterior, chamado o “Segundo-Isaías” (Deutero-Isaías) que profetizou no tempo do desterro na Babilônia. Entre a pregação do proto-Isaías ou Primeiro-Isaías (Is 1-39) e a obra do Segundo-Isaías transcorrem, pelo menos, cento e cinquenta anos.


O povo se encontra numa situação de extrema pobreza e em meio de uma história triste tanto política como religiosa (desterro). Além disso, ainda é obrigado a pagar os pesados impostos. Diante dessa situação, a mensagem do Segundo-Isaías não pode ser outra a não ser a mensagem de consolação: “Consolai o meu povo, consolai-o! — diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados”. A consolação do Senhor põe fim para a situação de angústia, de transgressões, e de culpa em que se encontra o povo. O profeta recebeu a missão de comunicar ao povo a consolação de Deus que se aproxima.


Consolai o meu povo, consolai-o!”. Palavras de Deus tão humanas, cheias de emoção e nos comovem muito! Estamos nos preparando a festa da Encarnação de Deus, um Deus que vem nos consolar, um Deus que “fala ao coração”. Estas palavras de consolação devem se tornar carne e sangue em cada cristão. O cristão é chamado a animar os outros a viverem com a esperança em Deus apesar da situação encontrada. Pois a última palavra será sempre de Deus. Mas o que Deus quer nos dizer? O que Deus tem que nos dizer tão importante e tão doce?


A resposta é “Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados”. Deus quer nos falar da misericórdia de seu Coração. Os deportados para Babilônia terminaram agora seu duro exílio, pagaram bastante caro sua redenção. De imediato serão libertados e voltaram para sua pátria. Deus está comovido. Seu coração não quer o castigo do pecador e sim somente seu arrependimento. Os profetas sempre interpretaram o desterro a Babilônia como um castigo pelos pecados do povo de Israel. Mas agora tudo está perdoado. Na verdade estamos diante da experiência muito humana de um pai ou de uma mãe que sofre por ter que permitir um dano a seu filhos pelo seu próprio bem. Muitas das vezes aprendemos mais rápido pela dor, pois demoramos a aprender pelo bem.


Contemplemos em silêncio os sentimentos de Deus! Contemplemos profundamente a misericórdia de Deus por mim, por você e por todos nós! Deus ama os pecadores de tal modo que Deus amou o mundo que lhe entregou seu Filho unigênito para que o mundo seja salvo (Jo 3,16). Deus detesta o pecado, mas está do lado do pecador. É preciso que o pecado seja destruído, expiado para que a alegria de viver volte a nós. Deus quer destruir o pecado e não o pecador. Não se combate o mal com o mal. Não se destrói o pecado, destruindo o pecador.


“Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou”.


Os deportados a Babilônia foram obrigados a duros trabalhos de remoção de terras para nivelar o terreno e construir a “via sagrada” de Marduk, deus de Babilônia. Durante seus trabalhos forçados, a voz do profeta lhes convida a esperar. Está se abrindo um “caminho para Deus”. Deus vem! João Batista repetirá exatamente esta palavra (cf. Lc 3,4-6; Mc 1,3; Mt 3,3).


“Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas”. Isto quer nos dizer que não deveria ter entre nós o complexo de superioridade que permite o crescimento da arrogância. O nascimento e a morte nos nivelam. O modo de viver no intervalo é diferente para cada um. Mas o início e o fim é a mesma coisa para todos. Porém, como cristãos, resta o julgamento divino no fim da caminhada neste mundo (Cf. Hb 9,27). Somos todos da mesma substância humana. Teologicamente falando, somos todos o templo do Espírito Santo (Cf. 1Cor 3,16-17). Somos todos fruto do hálito/sopro divino.


HOJE Deus vem a nós, a mim, a você! Também HOJE sou convidado a preparar e a abrir um caminho na minha vida para Ele. A vida cheia de obstáculos para a vinda do Senhor à minha vida devo eliminar imediatamente. Por isso, devo reconhecer quais são as minhas montanhas, os meus vales, as minhas colinas que atrapalham a graça, a bênção de Deus para minha vida, minha família, meu casamento, minha convivência, minhas amizades, minha profissão? É preciso estarmos no mesmo nível da humanidade, do respeito humano, pois todos nós somos iguais porque todos são da mesma natureza humana.


É Preciso Salvar e Proteger Os Pequenos, Pois Deus Os Ama


 
O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”.


O texto do Evangelho de hoje quer acentuar sobre o interesse de Jesus pelos pequenos, e, ao mesmo tempo, Jesus quer que seus seguidores se vistam dos mesmos sentimentos.


A comparação que se faz neste texto entre a atuação de Deus e a de um pastor é muito eficaz. Em Lc 15,4-7, que fala da mesma parábola, o que se acentua é a alegria. Enquanto que em Mt 18,12-14 o que se destaca é o fato de que Deus não quer “que se perca nenhum desses pequeninos”. Por isso, viver os mesmos sentimentos de Deus significa atuar para salvar; trabalhar em qualquer comunidade cristã é trabalhar para salvar as pessoas para Deus, sobretudo aqueles que estão em perigo, os pequeninos. Concretamente, há que evitar ser ocasião de pecado para eles (Mt 18,6) e não se pode desprezá-los (Mt 18,10), porque Deus os ama.


Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas para procurar aquela que se perdeu?” (Mt 18,12). É a pergunta de Jesus para seus ouvintes e para todos nós. Ele quer que nos coloquemos no lugar do pastor das ovelhas para entender a maneira de Deus de tratar o ser humano, especialmente de um pecador. Aqui percebemos a “matemática” de Deus. Para nós um não é igual a noventa e nove, pois nossa matemática é quantitativa. Para Deus, um é igual a noventa e nove. Para Jesus, uma pessoa tem o mesmo valor de noventa e nove. Trata-se de uma “matemáticaqualitativa. Por isso, Jesus não mede seu esforço em buscar oi procurar uma ovelha perdida. Por causa do valor de cada um de nós, a misericórdia do Senhor se estende para todos e em todos os momentos de nossa vida.


Deixar noventa e nove ovelhas para buscar uma é uma loucura. Mas assim é a loucura de Jesus e deve ser assim também a loucura da comunidade e de cada cristão, seguidor de Cristo. A comunidade não deve deixar-se guiar pelos critérios de eficiência e sim pelo cuidado com o pequeno, com o insignificante, com o desviado, com o abandonado, com o marginalizado e assim por diante, pois todos são filhos do mesmo Pai do céu.


Um verdadeiro pastor vai procurar a ovelha perdida. É a resposta que se espera da pergunta. Deus é assim, diz Jesus. De sua parte nãojamais ruptura. É um Deus que mantém o contato com o homem, com cada um de nós. A alegria de Deus é encontrar novamente seu filho perdido. A matemática de Deus é diferente totalmente da minha matemática. Para mim como para o resto da humanidade um não é igual a noventa e nove. Para Deus, um é igual a noventa e nove, pois ele ama cada um dos homens na sua individualidade. Por isso, Deus vai atrás do perdido. A felicidade de Deus que é o Pai de todos é perdoar, é salvar, é devolver a felicidade a quem carente dela. É um Deus que não condena. É o Deus que Jesus nos revelou. É um Deus que se preocupa comigo. É um Deus que se alegra com minhas alegrias. É um Deus que meforças e ânimo no momento do meu desespero. É um Deus que me procura no momento em que estou perdido. É um Deus que está ao meu lado e dentro de mim na minha dor para me fortalecer (cf. Mt 28,20). É um Deus que merece meu amor e minha confiança.


Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”, disse-nos Jesus (Mt 18,14). Esta é uma frase absolutamente capital. É a culminação do Evangelho. É o coração ou o centro do evangelho. É o que explica o resto: a Encarnação, a Paixão, a Morte na Cruz e a Ressurreição de Jesus. O amor é a resposta para todos os porquês da Bíblia. Por que a criação? Por que a encarnação? Por que a redenção? A resposta é esta: amor. “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). A partir de Deus a lei que governa o mundo é o amor. Consequentemente, a lei que deve governar a vida de cada cristão é a lei do amor (Jo 13,34-35; 15,12-14).


“O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos (Mt 18,14). Deus não quer que eu me perca. Eu preciso meditar esta verdade que Jesus me revelou. Aqui está a vontade de Deus! Aqui está o Seu querer! Não pode nem quer perder um dos pequeninos. O mais insignificante em aparência é importante nos olhos ou para os olhos de Deus.


O que me faz perder é o pecado. “Toda corrupção leva o homem à própria destruição. Pecar é desmoronar o próprio ser e caminhar para o nada”, dizia Santo Agostinho (De mor. manich. 6,8). “O defeito moral não se define pelo mal que se intenta, mas pelo bem que se abandona”, acrescentou Santo Agostinho (De civ. Dei 2,8).


Mesmo que eu me perca, a misericórdia de Deus é muito maior do que a minha miséria. Por isso, posso me levantar novamente, pois a misericórdia está me chamando para voltar ao caminho de Deus que é o caminho da salvação. A misericórdia me chama a caminhar. A misericórdia me devolve o sentido da vida. O amor de Deus pelo homem é um amor essencialmente misericordioso, pois é dado a alguém que se tornou indigno, pela soberba, pela desobediência, pela ingratidão, pela maldade, pela rebelião, pela injustiça, pela falta de amor e assim por diante. Nesse gesto extremo do seu amor evidenciam-se duas verdades: a grande consideração de Deus pelo homem; Deus sempre está do lado do homem e contra o mal; e o amor infinito que ele derrama sobre o homem. Este amor misericordioso de Deus sempre persegue o homem na sua aventura espiritual, nas suas fugas de Deus, nas suas rebeldias, na sua perversa ingratidão e na sua profunda miséria. O amor de Deus é tão grande pelo homem até o salmista fica maravilhado ao dizer: Senhor, nosso Deus, quem é o homem para te lembrares dele? Quem é o homem para com ele te preocupares?” (cf. Sl 8). E Deus tanto ama o homem a ponto de fazer-se homem em Jesus Cristo (cf. Jo 1,14): ele veio para o nosso meio, viveu como nós e ofereceu sua vida por nós. Assim ele revela esse traço de Deus misericordioso.


Por esta razão, Jesus Cristo aparece nas páginas do Evangelho como compreensivo, misericordioso, benigno com os pecadores, disposto sempre a perdoar. Aos discípulos “extraviados” que abandonaram a comunidade de Jerusalém e, desanimados, queriam se refugiar em sua casa em Emaús, o Ressuscitado saiu ao encontro deles, os recuperou pacientemente e lhes enviou de volta para a comunidade de Jerusalém (cf. Lc 24,13-35). Ele veio para salvar, para recuperar, para resgatar e não para condenar. Jesus é sempre o Bom Pastor. É um Deus de ternura. Vale a pena depositar toda nossa vida e nossa esperança nele! Ele é nosso Salvador. Ele é o Bom Pastor que nos carrega nos seus ombros no momento em que perdemos força para caminhar.


Que atitudes nós adotamos diante de um irmão que falhou muito na vida moral e ética? Será que ficamos contentes e tranquilos apenas com as noventa e nove ovelhas?


A comunidade cristã deve sersinal do rosto de Deus”, de Deus que vai atrás da ovelha perdida com uma solicitude pastoral pelopequeno” e mais ainda, por aquele que se extraviou pelo pecado. A comunidade cristã não deve deixar-se guiar pelos critérios de eficiência e sim pelocuidadocom o pequeno, com o insignificante no critério da sociedade, com o excluído, com o isolado ou afastado.


Toda a experiência profunda de Deus, toda a consolação espiritual autêntica nos leva à prática eficaz da misericórdia. As nossas pequenas mortificações e exercícios ascéticos têm valor na medida em que servirem de treino para o exercício da misericórdia e para a consequente prática da auto-renúncia em função do amor que salva. A via que conduz ao Pai celeste é o caminho do amor. Diante deste apelo, caem todas as barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas e assim por diante. “Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento”, alerta-nos São Tiago (Tg 2,13).


Quanto mais rico o nosso conhecimento de Deus (Deus nos ama) e de nós mesmos (somos amados de Deus), mais sensíveis nos tornamos em relação à miséria humana. Passamos a recusar a atitude de resignação diante do que agride e oprime os “pequeninos”. O sentimento de insegurança cresce quando aumentamos nosso poder. E o poder não se preocupa com os “pequeninos”.


Vem, Senhor Jesus, busca o teu servo, busca a tua ovelha invalida. Deixa as noventa e nove e vem buscar esta que está perdida... Busca-me, porque eu te busco. Encontra-me, levanta-me, leva-me. Tu podes encontrar o que buscas. Tu aceitas carregar sobre ti o que encontraste (Santo Ambrósio, Comentário ao Salmo 118).
P. Vitus Gustama,svd

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