sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Domingo,15/12/2019
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OBRAS BOAS FALAM DE DEUS E MANIFESTAM MINHA GRATIDÃO AO DEUS DA BONDADE
III DOMINGO DO ADVENTO ANO “A”


Primeira Leitura: Is 35,1-6a.10
1 ALEGRE-SE a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2 Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4 Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5 Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6aO coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos. 10 Os que o Senhor salvou, voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos; cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto.


Segunda Leitura: Tg 5,7-10
Irmãos: 7 Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera.8 Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10 Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor.


Evangelho: Mt 11,2-11
Naquele tempo, 2 João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3 para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” 4 Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6 Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” 7 Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9 Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10 É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11 Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.
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Tome um sorriso
E presenteie-o a quem
Nunca o recebeu.

Tome um raio de sol
E faça com que atinja
Lá onde reina a noite.
 
Descubra uma fonte
Para banhar
Quem vive no barro.

Derrame uma lágrima
Para colocá-la no rosto
De quem nunca chorou.

Tome sua coragem
Colocando-a no espírito
De quem não sabe lutar.

Descubra a vida
E narre-a a quem
Não consegue entendê-la

Retome a esperança
E viva sob sua luz

Tome a bondade
E presenteie-a a quem
Não sabe doar.

Descubra o amor
E faça o mundo conhecê-lo”.
(Mahatma Ghandi)


Desde a antífona da entrada (“Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos. O Senhor está perto” - Fl 4,4.5) até a oração pós-comunhão, toda a liturgia deste Domingo é um convite à alegria e à festa. Por isso, a cor litúrgica deste domingo é rosa.


A que obedece esta euforia dentro do Advento? Sem dúvida nenhuma, a reforma litúrgica quis conservar o tradicional tom de um domingo que assinala a metade do Advento, de modo semelhante ao Domingo Laetare (IV Domingo da Quaresma) assinala a metade da Quaresma. No entanto, as motivações são mais profundas: o Senhor está perto, está próximo. Ele vem nos salvar. A vinda do Senhor se aproxima inexoravelmente. A liturgia deste domingo joga com os dois significados fundamentais do Advento: expectativa da última manifestação de Cristo ao final da história para nos julgar e a preparação para o Natal, na sua encarnação, para nos redimir. Para as duas vindas do Senhor, a liturgia nos diz: o Senhor está perto. Para Deus nada é longe. Tudo é perto. Tudo é uma presença! Ele é Emanuel!


Toda a liturgia deste Domingo fala da “alegre espera” porque o Senhor está em meio de seu povo e vem nos salvar: “ALEGRE-SE a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. ... seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar’”, disse o profeta Isaías na Primeira Leitura (Is 35,1-6a.10). A chegada da glória de Deus é o fim de todos os sofrimentos, das injustiças, da desigualdade e assim por diante. A vinda do Senhor é o motivo de alegria como o encontro de duas pessoas que se amam. A alegria humana é uma realidade perfeitamente válida para expressar a vontade de Deus de encontrar-se com seu povo: “Como a recém-casada faz a alegria de seu marido, tu farás a alegria de teu Deus” (Is 62,5) e vice-versa.


Por isso, dentro deste convite à alegria, podemos entender a mensagem da Carta de são Tiago, que lemos na Segunda Leitura, para que mantenhamos paciência na base de três imperativos: Tenha paciência; Não se queixe, mantenham firmes! Porque tudo pode parecer morto, como uma semente dentro da terra, porém um dia vai brotar quando a chuva cair: “Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”. O Senhor pode tardar, mas Ele virá nos salvar. Tenhamos o otimismo e a esperança de um agricultor que espera sua semente virar uma planta, cedo ou tarde. O cristão assume o compromisso de trabalhar para que as realidades temporais amadureçam. Como o agricultor ou lavrador espera seguro de que o Senhor realizará a obra. A vinda do Senhor é segura.


Dois grandes temas dominam a Segunda Leitura: a paciência e a Parusia. Estes dois temas se condicionam mutuamente. A paciência vem motivada pela Parusia e a esperança da Parusia pede a paciência. O exemplo perfeito desta atitude de espera é Cristo como modelo da paciência de Deus com os homens. Abrir-se ao próximo exige paciência e disponibilidade para a maturidade das relações.  Se o que se espera é o Senhor que vem nos salvar, então vivamos na alegria!


O mistério de alegria nasce de Deus, é um dom, não se compra em nossos mercados nem se encontra em nossas salas de festa. A alegria brota de dentro e tem sua origem no Espírito de Deus (Cf. Gl 5,22). Se o Reino de Deus é paz, amor e alegria, o cristão deve ser testemunha de alegria: em seus talentos, em sua vida, em suas atividades, em suas conversas, em seus comentários, em suas celebrações e assim por diante.


A alegria cristã é possível na medida em que o cristão vive a fé e da fé, da esperança e na esperança no Senhor, no amor, na paz, na liberdade, na fraternidade com os outros e na comunhão plena com Deus.


Além disso, a alegria começa a partir do momento em que cada um de nós suspender seu esforço de busca da própria felicidade para procurar a dos outros, como enfatiza o Evangelho de hoje: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”. Tudo isso é a obra do Senhor pela humanidade, especialmente pelos homens necessitados. O Senhor devolveu aos necessitados a alegria de viver, a esperança de um futuro melhor, da vida com sentido. O Senhor vem para se dar a fim de nos salvar. Para sermos felizes temos que fazer a felicidade dos outros sem esperar nada em troca, como o Senhor faz o bem pelo bem por causa de seu amor incondicional para com cada um de nós. O bem praticado, a bondade praticada é simplesmente manifestação da minha entrega a Deus, pois Ele se entregou por minha causa. A entrega a Deus é a entrega à alegria.


Estendamos um pouco mais nossa reflexão sobre o texto do Evangelho deste Domingo!


Depois do discurso missionário (Mt 9,35-10,42), Jesus parte para pregar e ensinar nas “cidades daquela região” (Mt 11,1). O texto de nossa reflexão tem três partes: Primeira, a pergunta de João Batista (encarcerado), através de seus discípulos, a Jesus sobre o seu messianismo (João Batista foi encarcerado por Herodes Antipas, filho legítimo de Herodes Grande): vv.2-3.  Segunda, a autodefinição de Cristo pelas suas obras, que são sinal eloqüente da sua identidade messiânica: vv.4-6. Terceira, Jesus fala do perfil de João Batista: vv.7-11.


1. Pergunta Dos Enviados De João Batista


João Batista está na prisão. Ele ouviu falar de Jesus e das suas obras. O comportamento de Jesus não responde ao ideal messiânico de João Batista que ele prega para as pessoas. Para João Batista, o Messias que há de vir é um guerreiro vitorioso, um juiz severo, um rei poderoso e vingador contra os malvados da terra com as severas imagens do machado, a vara e o fogo para insistir à conversão diante do julgamento iminente, como enfatiza o texto do Evangelho de hoje. Por essa razão João Batista envia seus discípulos para perguntar a Jesus se Ele (Jesus) é Messias esperado. Mais tarde é o próprio Jesus quem pergunta a seus discípulos acerca de sua própria identidade (Mt 16,13-20). A pergunta dos enviados de João Batista é esta: “És Tu que há de vir?”.


Jesus apela aos profetas que falaram do Messias: Restauradora da vida e pregadora de uma Boa Notícia para os pobres: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Com esta alusão aos oráculos de Isaías, Jesus está dizendo que suas obras inauguram os tempos messiânicos; porém, como modos de bondade e salvação, não de violência e de castigo.


Até certo ponto a dúvida do Precursor nos surpreende. Será que se sente defraudado por Jesus? Como João Batista, temos nossas interrogações sobre Deus e tantas outras coisas nesta vida.  O homem precisa se interrogar, interrogar e ser interrogado para encontrar o sentido da vida. Perguntar é o início da sabedoria. “Quem perguntar, ficará bobo durante cinco minutos. Quem não perguntar, ficará bobo eternamente”, diz um ditado oriental.


Apesar de suas interrogações, o homem precisa manter sua fé em Deus. O nosso cérebro é pequeno demais para entender a grandeza de Deus e seu infinito mistério. Deus cabe no nosso coração, mas não cabe no nosso cérebro. “O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração. Eis o meu segredo: é muito simples, só se vê bem com o coração.” (Antoine de Saint-Exupéry: o Pequeno Príncipe). É melhor dizer o que Deus não é do que o que Ele é. Por isso, o homem precisa viver sobre a face da terra com fé. Ter fé significa confiar em Deus apesar de nossas dúvidas e obscuridades (Dúvida é o estado de equilíbrio entre afirmação e negação. A incredulidade é a ausência da crença). Ter fé em Deus significa ter coragem de agir apesar de nossos medos. Ter fé em Deus significa acreditar no amanhã apesar de nossos sofrimentos de hoje.


Em segundo lugar, não há, por acaso, muitos cristãos que pedem a Deus que intervenha para castigar os ímpios, esquecendo o que Jesus manda no Sermão da Montanha sobre amar aos inimigos e rezar por eles (Mt 5,44)? Não temos interpretado como castigos de Deus as desgraças que se abatem sobre pessoas, especialmente sobre as pessoas que consideramos más ou das quais não gostamos? Será verdade que Deus sente ira e prazer ao ver os maus sofrerem?


“És Tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?”. O Evangelho deste domingo, em pleno Advento, nos faz presentes no mundo de hoje que busca remédio para seus males. Que remédio que o cristão tem para mundo de hoje diante de seus males? Uma grande massa que vive sem esperança, também encontramos dentro da Igreja. Muitos cristãos não têm verdadeira esperança.


A esperança se distingue da espera. A espera é um desejo de um bem que não depende de nós mesmos. Chegará, e é desejado por nós, mas nós não podemos fazer nada para provar sua chegada. A esperança, pelo contrário, é um desejo de algo que depende pelo menos em parte de nós mesmos, por isso, a esperança verdadeira tem um sentido ativo, concreto e eficaz. Podemos dizer de outra forma, a esperança é desejar provocando o que se deseja. A esperança, por isso, sempre compromete. E no compromisso da pessoas se vê sua esperança. Basta observar nossa própria vida, nossa própria luta, nossos compromissos para ver que esperança nos anima. Onde está teu tesouro, ali está teu coração.


2. A Autodefinição De Jesus Como Messias Pelas Suas Obras


A resposta de Jesus aos enviados de João Batista é uma enumeração de obras que iniciou e fez em Israel, o que soa como paráfrase de Is 61,1-2 (cf. também Is 35,5s; 29,18s): “Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5).


Jesus não dá nenhuma explicação teológica, dizendo quem ele é. A resposta à pergunta de João encontra-se nos feitos que se tornam conhecidos em consequência ou resultado do ministério de Jesus. As obras em favor dos pobres e necessitados identificam Jesus como Messias. Nesta resposta Jesus de Nazaré em nada corresponde ao quadro sanguinário e violento descrito por João Batista. Pelo contrário, ele realiza o que o profeta Isaías profecia. Ele não destrói nada, e sim procura recuperar e consertar o que está quebrado. Ele não queima os pecadores, e sim muda o coração deles e os quer felizes a qualquer custo; ele tem palavras de salvação para todos aqueles que não têm mais esperança e que todos evitam como leprosos. Ele não desanima diante de nenhuma fraqueza do homem, não se entrega nem diante da morte. Todos são sinais da salvação, nenhum de condenação. Portanto, Jesus não tem nada a ver com o homem enérgico severo que o Batista espera. Todos os outros querem nos utilizar para alguma coisa ou vice-versa. Cristo quer nos libertar de tudo, até de nós mesmos, nas nossas dolorosas contingências, e nos abrir para a eternidade de Deus, que será a nossa. Em outras palavras, Jesus estava querendo dizer aos enviados de João Batista: quem me recebe, recebe o Deus da bondade e será bom como eu sou bom, e fará as bondades que eu faço. Quanto mais se faz bondade, mais ela cresce em nós. Toda obra boa para o bem da humanidade e sua salvação fala de Deus independentemente de quem a faz (cf. Mc 9,39-40).


Esta nova imagem e nova aproximação ao mistério de Cristo permitem um otimismo humano. Não é mais importante aquele que angariou maior poder ou maior glória neste mundo, e sim aquele que é mais aberto para a graça do Cristo. Este se torna mais humano, mais puro, mais confiante e mais irmão.


O Deus que se revelou em Jesus Cristo é muito diferente de nós, não pode ser medido pelos nossos sentimentos e pelos nossos cálculos humanos. Ele ama a todos, bons e maus, faz surgir o sol e envia a chuva sobre justos e injustos, porque todos são seus filhos (Mt 5,45). Um Deus assim, bondoso com todos, que não exclui ninguém, questiona nosso comportamento de exclusividade e de exclusão. Nós, muitas vezes, excluímos os outros se não se adaptam às nossas ideias e que não executam as nossas expectativas.


Por isso, podemos nos perguntar: a fé neste Deus, a adesão a Jesus Cristo, é compatível com as dúvidas, com as incertezas, com as dificuldades em acreditar? Que tipo de Jesus Cristo em quem acreditamos e vivemos no nosso dia-a-dia? Que imagem de Cristianismo as pessoas podem ter a partir do que eu faço? Respostas teológicas podem não ser entendidas e não vão parecer relevantes para muitos. Mas, se há sinais concretos como compromisso com a justiça e empenho na construção da paz, a ajuda aos necessitados, o testemunho pode ser mais cativante que qualquer discurso ou pregação. Isso vale para nós e para qualquer grupo, pois nenhum coração resiste à bondade.


Acreditamos que Deus está conosco. É verdade que ele está no meio de nós e jamais nos abandona. Mas apesar desta presença que capaz de tudo transfigurar, o mundo segue o seu curso cheio de contradições, injustiças, corrupções, desonestidades, desigualdades, doenças e mortes. Angustiamo-nos e perguntamos como São João Batista: ”És tu aquele que há de vir ou devemos esperar por outro?” Ou devemos procurar outro Deus? És tu que vai nos libertar? Quando senhor e quando? A resposta que Jesus dá aos enviados de João Batista vem ao encontro de nossa pergunta e nos enche de esperança. Jesus pede que escutemos a sua mensagem e olhemos para as suas obras. Eles deixam claro: ”É Jesus Cristo é nosso Libertador, o nosso Messias e não devemos esperar por um outro. Não devemos procurar o outro. Ele pede para escutar e ler a sua mensagem e olhar para suas obras. Mas não basta ter uma esperança acerca do fim feliz e bom e garantido para todas as dificuldades e para toda a criação. Esta esperança tem que traduzir em esperanças concretas para os problemas concretos. Somos instrumentos vivos de Deus para isso.


Em quase todas as partes de nosso mundo existem vários tipos de problemas. Jesus pede a cada um de nós a ler sua mensagem e a olhar para suas obras. O cristão, aquele que é de Cristo tem que ter a mesma atitude de Jesus de ajudar onde pode e deve e participar na solução dos problemas onde é exigido.


3. Jesus Fala Do Perfil De João Batista


Depois que Jesus deu a resposta aos enviados de João Batista, Jesus começou a elogiá-lo perante a multidão. A declaração de Jesus sobre João Batista utiliza um recurso retórico conhecido: uma série de perguntas que convidam aos ouvintes a dar uma resposta. O povo considera João Batista como profeta (Mt 21,26), mas Jesus vai além: é mais que profeta (v.9). A declaração, que começa com uma referência ao AT (Ex 23,20; Mal 3,1) pretende esclarecer qual é a relação entre ambos e o lugar de João Batista no Reino: João Batista é o Precursor do Messias. João preparará o caminho para o êxodo definitivo, que será obra do Messias, e cuja terra prometida é o Reino de Deus.


Mas com uma introdução solene (“Eu vos digo”) Jesus estabelece uma contraposição. Mesmo sendo maior de todas as personagens da história que o precederam, João Batista é considerado por Jesus como o menor no Reino de Deus. Jesus marca assim a diferença entre a época do AT e a que começa com ele. João Batista estava às portas do Reino de Deus e os homens só podem entrar no reino pela adesão a Jesus. Pode-se dizer que João Batista vê já a terra prometida, mas não pode entrar nela. Os que entram no Reino através de seguimento de Jesus são maiores que João Batista.


João Batista realmente era um profeta cheio de humildade, apesar do seu temperamento austero, penitencial e radical. Ele sabia-se ser servidor da verdade. Por isso, foi sincero até a dureza e à falta de diplomacia; tanto que a sua retidão e amor à verdade lhe custaram a vida ao recriminar a Herodes Antipas por estar casado com Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.


Além disso, ele foi um homem humilde e por isso, sensato, não cedeu à tentação de se mostrar importante. Ele sabia muito bem que a sua pessoa e atividade profética estavam em função de outro superior a ele: Jesus (Jo 3,29s).


A exemplo de João Batista, nós somos convidados à conversão efetiva ao amor e à justiça. Converter-se a Deus e ao homem. Comecemos a optar pela honestidade insubornável no aspecto pessoal e familiar, social e político, administrativo e empresarial, profissional e educativo etc. Pois a justiça social e a igualdade, o amor e o respeito pelos outros não se estabelecerão na sociedade automaticamente com leis e reformas estruturais, sem se converterem as pessoas mediante uma mudança radical de critérios e de conduta.
P. Vitus Gustama,svd

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