terça-feira, 21 de janeiro de 2020


28/01/2020
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PERMANECER COMO MEMBRO DA FAMÍLIA DE JESUS PARA VIVER NA PAZ DO SENHOR
Terça-feira Da III Semana Comum


Primeira Leitura: 2Sm 6,12b-15.17-19
Naqueles dias, 12 Davi pôs-se a caminho e transportou festivamente a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi. 13 A cada seis passos que davam, os que transportavam a arca do Senhor sacrificavam um boi e um carneiro. 14 Davi, cingido apenas com um efod de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor. 15 Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de júbilo e tocando trombetas. 17 Introduziram a arca do Senhor e depuseram-na em seu lugar, no centro da tenda que Davi tinha armado para ela. Em seguida, ele ofereceu holocaustos e sacrifícios pacíficos na presença do Senhor. 18 Assim que terminou de oferecer os holocaustos e os sacrifícios pacíficos, Davi abençoou o povo em nome do Senhor todo-poderoso. 19 E distribuiu a toda a multidão de Israel, a cada um dos homens e das mulheres, um pão de forno, um bolo de tâmaras e uma torta de uvas. Depois todo o povo foi para casa.


Evangelho: Mc 3,31-35
Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. 33Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
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Jerusalém e a Arca Da Aliança: Deus Está No Meio Do Povo


Davi pôs-se a caminho e transportou festivamente a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi. Davi, cingido apenas com um efod de linho, dançava com todas as suas forças diante do Senhor. Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca do Senhor, soltando gritos de júbilo e tocando trombetas”. É o que lemos na Primeira Leitura de hoje.


A Primeira Leitura de ontem contava dois fatos muito importantes: a unção de Davi como rei de todo Israel e a conquista de Jerusalém, a Primeira Leitura de hoje descreve a trasladação da Arca da Aliança para Jerusalém.


Coroado rei de Judá e de Israel, Davi conquista Jerusalém, onde constrói seu palácio e transforma Jerusalém em capital política. Vencidos os filisteus, a Arca da Aliança (que estava nas mãos dos filisteus-1Sm 4) é traslada para a cidade de Jerusalém. Com esta trasladação Davi transforma também Jerusalém em capital religiosa. A trasladação da Arca tem uma finalidade religiosa: transformar a nova capital em cidade santa (2Sm 5-6).


Ao mandar transferir a Arca para Jerusalém, Davi atua mais uma vez com fins políticos: a antiga cidade neutra, admiravelmente situada entre os dois reinos (Norte e Sul), passa a ser sua capital política. Mas Davi  quer que Jerusalém seja também sua capital religiosa, a fim de conferir ao poder real e à unidade, uns cimentos mais profundos e mais sagrados: cidade respeitada não somente como a capital do reino, mas também como a capital religiosa, pois nesta cidade é guardada a Arca da Aliança.


Todo o povo de Israel sabia que a Arca era sinal visível da presença de Deus no meio do povo. E para a religião javista a Arca da Aliança era símbolo mais qualificada. Por isso, eles fizeram uma grande festa na trasladação da Arca. Consequentemente, ao depositar a Arca da Aliança em Jerusalém, por iniciativa de Davi, essa cidade transformou-se em cidade santa por excelência. A Arca era especialmente significativa para as tribos do Norte, visto que recordava as tradições do êxodo, do Sinai e do deserto, particularmente amadas e veneradas essas tradições pelas tribos do centro e do norte do país. De alguma maneira, a trasladação da Arca da Aliança para Jerusalém significava a fusão e a fraternidade entre as antigas tradições do êxodo e do deserto, próprias das tribos do norte e as novas tradições hierosolimitanas (tradições de Jerusalém) e davídicas, próprioas de Judá, a tribo do sul. Com a trasladação da Arca para Jerusalém percebemos muito bem a grande inteligência do rei Davi capaz de unir todas as tribos para formar uma só nação. Essa união é a chave geral e principal para muitas conquistas para a nação israelita.


A partir de Davi, o tema da cidade santa se une, como um novo artigo de fé, como um objeto de promessas e fonte de esperança (e uma vez destruída, como tema da oração), ao conjunto das tradições religiosas de Israel. Jerusalém! A cidade de Deus: o próprio símbolo da vontade de Deus de ser "presente" na humanidade, implantar-se, encarnar-se, "plantar sua tenda entre nós".


Para Jerusalém é que Jesus subirá para ser morto lá pelos seus adversários, mas será ressuscitado por Deus. E em Jerusalém nascerá a Igreja e a partir de Jerusalém se espalhará o Evangelho para o resto do mundo (cf. Lc 24,46-42; At 1,8), isto é, para todas as nações, e com a visão da nova Jerusalém (Cf. Ap 21).


Jerusalém, Cidade da paz! É lá, naquela cidade que Davi escolheu, que o Senhor instituirá a Ceia Eucarística para simbolizar sua presença entre nós. Jerusalém! Nessa cidade é que Jesus será morto e ressuscitado como foi dito. Através da eleição histórica de Davi, não podemos deixar de pensar que toda a humanidade tem, no futuro, uma capital, um símbolo de sua unidade: aquele lugar, a colina onde se plantou uma cruz ... essa rocha, esse túmulo onde o corpo de Jesus descansou ... esse ponto de gravidade da humanidade, aquele momento em que a história mudou quando a morte foi derrotada, ali mesmo pela primeira vez por Jesus Cristo.


Jerusalém, uma cidade constantemente rasgada e desgarrada, e que permanece como um sinal da busca da humanidade: viver juntos ... viver com Deus. Jerusalém, que volte a ser como seu nome: Cidade da paz. Que Jerusalém seja para nós uma recordação que todos nós somos chamados a ser construtores da paz. Que todos nós somos chamados a forma uma nova Jerusalém, uma cidade de paz, onde um conisera o outro como irmão. Onde houver a justiça, a honestidade, a igualdade, a fraternidade, ali haverá a paz. Antes de sua morte o Senhor não somente nos deixou o mandamento de amor (Jo 13,34-35), mas também a paz: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14,27ª).


A cidade de Jerusalém foi estabelecida como uma capital religiosa também, além de ser uma capital politica, pois a Arca da Aliança é guardada nesta capital. A presença da Arca da Aliança é, para o povo eleito,a presença de Deus. Por isso, o povo visita frequentemente esta cidade.


Apesar de que Deus está presente em todas as parte deste universo e por isso, podemos rezar também fora de nossas igreja ou de nossos templos, porém necessitamos lugares de oração que nos ajudem também psicologicamente em nossos momentos de culto e de reunião diante de Deus. Ainda que em todo momento de nossa vida possamos estabelecer contato com Deus, a igreja ou a capela, como lugar de reunião e de celebração, nos favorece em nosso encontro com Deus. O altar, no qual somos convidados a celebrar o memorial de Cristo e participar em seu Corpo e Sangue; o ambão onde a Palavra de Deus é proclamada; o sacrário onde se conserva o Pão eucarístico onde podemos fazer nossa adoração individualmente.


Viver De Acordo Com a Palavra de Deus Nos Torna Membros Da Família de Jesus


O evangelista Marcos vai relatar mais tarde em Mc 4,1-9 a parábola da semente que cai em diferentes terrenos. Mas de antemão ele ilustra dizendo-nos que a família de Jesus não é necessariamente o ideal terreno. A fé não se pode confundir com o contexto sociológico nem se pode reduzir a sentimentos humanos ainda que sejam fraternos ou familiares.


Pela segunda vez, até agora, Jesus é procurado pelos parentes seus (cf. Mc 3,21). “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”, disse alguém para Jesus. Aqui, a mãe, sem nome, representa a origem de Jesus onde se criou; seus irmãos são os membros dessa comunidade ligados à instituição judaica.


Como resposta Jesus disse: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Para Jesus os laços de sangue, os laços familiares, os laços sociais são indispensáveis e reais, porém não é licito encerrar-se neles. Aprendemos da afirmação de Jesus que o Reino é um agrupar-se, como irmãos e companheiros, unidos agora por uma força “familiar” que é distinta da “carne e o sangue”: a opção convencida pela Causa de Jesus como a Causa absoluta da própria vida. Se essa Causa se converter verdadeiramente em meu ideal máximo, então eu vou sentir e considerar todos os que lutam pela mesma Causa como “minha mãe e meus irmãos”.


No Reino de Deus, a fraternidade cristã não se funda nos vínculos de carne e sangue e sim no espírito comum: fazer a vontade do Pai. Levaram o nome de Jesus os que vivem em seu coração o que foi para Jesus a razão de ser de sua vida: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). O amor fraterno ou o amor mútuo é a norma de vida do cristão.


É surpreendente o tamanho do coração de Jesus: universal e grande como o universo, pois é aberto para toda a humanidade: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.  Jesus se sente irmão de todos aqueles que fazem a vontade do Pai que se resume no amor fraterno (ágape). Graças ao coração de Jesus que nos possibilita a fazermos parte da família de Jesus ao fazermos a mesma vontade de Deus. Graças a Jesus, cada cristão tem um numero grande de irmãos, de irmãs, de mães e de pais no mundo inteiro ao fazer algo comum: a vontade de Deus. É uma felicidade sem limite ter Jesus como nosso irmão. Tudo isso nos enche de alegria. Somos filhos e filhas de Deus em Jesus e somos irmãos entre nós, como rezamos no Pai Nosso (Mt 6,9-15). Ao aceitarmos Jesus Cristo e ao vivermos seus ensinamentos, entramos na comunidade nova do Reino.


E nesta comunidade nova temos como Mãe comum: Maria, a Mãe de Jesus, o grande exemplo na vivência da Palavra de Deus. Ela é a mulher crente totalmente disponível para e diante de Deus. Maria acolheu antes o Filho de Deus, o Verbo de Deus (Jo 1,1-2) em seu coração por meio da fé e depois ela acolheu-O em seu seio por sua maternidade. Ela O educou a ponto de seu filho crescer “na sabedoria e na graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Neste sentido, Maria é duplamente a Mãe de Jesus: dela ele nasceu e ela é a primeira discípula de Jesus por causa de seu “Fiat”: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc 1,38). Maria, antes de ser Mãe fisicamente foi a Mãe espiritualmente. Antes de o Anjo do Senhor lhe anunciar a grande mensagem, ela vivia aberta a Deus. Ela colaborou ativamente durante toda sua vida no plano de salvação. “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.  Por isso, Maria é, para nós, nossa boa Mestra porque foi a melhor discípula na escola de Jesus. Ela nos assinala o caminho da vida cristã: escutar a Palavra de Deus, meditá-la no coração e levá-la à prática.


Por isso, cada cristão jamais pode se sentir solitário, pois ele tem, no mundo inteiro, seus irmãos e irmãs, pais e mães que rezam por ele em qualquer celebração eucarística e em outras celebrações. Conseqüentemente, cada cristão deve ter um coração universal e do tamanho do universo no qual possam caber todos. Um coração que ama é sempre espaçoso. Quanto mais o cristão ama, mais espaço ele terá no seu coração para todos como o coração de Jesus.


Será que faço parte da família de Jesus? Será eu estou consciente de que todo homem é meu irmão? Será que tenho consciência de que toda mulher é minha irmã, minha mãe por causa de Deus que é o Pai de todos? Será que a fidelidade à vontade de Deus ocupa primeiro lugar na minha vida e em todas as minhas decisões? Será que posso afirmar que eu sou membro da família de Jesus?


Para Refletir Mais
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


É certo que a família é a célula básica da sociedade ainda que ela sempre se encontre em crises. É certo também que na família recebemos normalmente amor, cuidados, educação e apoio. Porém, não é menos certo que abramos nossa família para uma família mais extensa, se quisermos amadurecer e assumir nossa própria existência: transformar nossa família em família de Jesus onde cada um de seus membros vive de acordo com os ensinamentos de Jesus. A família definitiva é a família dos filhos e filhas de Deus, os homens e as mulheres que querem construir uma família justa e pacífica, solidária e compassiva de acordo com o querer divino. A porta de entrada para a casa de Jesus, para a nova família de Jesus é fazer a vontade de Deus. Tudo o mais fica relativizado: a família, propriedades, pátria, estado até mesmo a própria vida. Por isso, no evangelho de Mateus Jesus disse: “Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10,37).


No circulo de Jesus somente há lugar para a fraternidade, a nota característica dos membros dessa sociedade alternativa que Jesus vem implantar com a Judá de seus novos “irmãos, irmãs e mãe”. Da “sociedade alternativa” ou comunidade de seguidores de Jesus somente podem fazer parte dela aqueles que cumprem o desígnio de Deus, Seu projeto, Sua utopia que não é outra que fazer do mundo uma família, uma fraternidade universal. Para fazer do mundo uma família, temos que viver profundamente a espiritualidade familiar: um se preocupa com o outro, um protege o outro, um se solidariza com o outro, um ama o outro incondicionalmente como uma mãe ou um pai de uma família que ama seus filhos gratuitamente, sem mérito algum. Se o Deus em quem acreditamos é Uno e Trino, logo esse mesmo Deus quer que todos formem uma família. Toda família humana tem, então, em Deus Uno e Trino seu espelho perfeito. A própria família humana de Jesus, conhecido como a Sagrada Família de Nazaré é um grande exemplo para qualquer família humana. Todos na família humana de Jesus vivem de acordo com a vontade de Deus: Maria obedeceu totalmente à vontade de Deus (cf. Lc 1,38) e exemplo como uma mãe educadora, pois “Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52); José, pai adotivo de Jesus não mostrou nenhuma resistência diante do plano de Deus (cf. Mt 1,18-25; 2,13-23; e o próprio Jesus faz da vontade de Deus seu alimento diário (cf. Jo 4,34). E no fim de sua vida terrestre, Jesus rezou tanto pela união e unidade de todos (cf. Jo 17,20-23).
P. Vitus Gustama,svd

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