sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

16/12/2025- Terçaf Da III Semana Do Advento

O DIZER E O FAZER DO CRISTÃO DEVEM ESTAR EM SINTONIA

Terça-feira da III Semana do Advento

 

Primeira Leitura: Sf 3,1-2.9-13

Assim fala o Senhor: 1 “Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. 2 Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus. 9 Darei aos povos, nesse tempo, lábios purificados, para que todos invoquem o nome do Senhor e lhe prestem culto em união de esforços. 10 Desde além-rios da Etiópia, os que me adoram, os dispersos do meu povo, me trarão suas oferendas. 11 Naquele dia, não terás de envergonhar-te por causa de todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; pois eu afastarei do teu meio teus fanfarrões arrogantes, e não continuarás a fazer de meu santo monte motivo de tuas vanglórias. 12 E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres”. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel. 13 Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará.

Evangelho: Mt 21, 28-32

Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32 Porque João veio até vós num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.

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Chamados a Ser Pobre No Espírito

A Primeira Leitura é tirada do livro do profeta Sofonias. Sofonias (hebraico: Deus protegeu) é um dos discípulos do profeta Isaías. Sofonias escreveu um século depois do profeta Isaías (em torno de 640 a.C). Sofonias vê a comunidade de seu tempo dividida em dois grupos. Por um lado, há grupo rebelde que não quer aproximar-se de Deus, porque é um grupo de pessoas arrogantes e que confia muito mais nas suas alianças políticas do que em Deus. Esse grupo ouviu a voz do profeta para que se converta, no entanto não quer se converter. Por outro lado, há outro grupo formado pelos humildes e pobres que confia totalmente em Deus.

Podemos entender que Sofonias é um profeta que denuncia as coisas cotidianas. Ele denuncia as transgressões contra Deus e contra o próximo. Atacou a idolatria cultual, as injustiças, o materialismo, a indiferença religiosa, os abusos das autoridades, as ofensas cometidas pelos estrangeiros contra o povo de Deus.  Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus”. A história do povo eleito é uma grande serie de infidelidades: idolatrias, injustiças sociais, hipocrisias religiosas. O profeta é chamado por Deus para denunciar esse mal.

Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus” (Sf 3,1-2). Estes dois primeiros versículos constituem uma queixa dolorosa de Deus ao ver que Jerusalém, longe de ouvir Sua voz, de buscá-Lo e de arrepender-se com sincera conversão, converteu-se em cidade rebelde, manchada de pecado, opressora, cidade materialista. Israel se crê uma cidade rica, poderosa, autossuficiente e não aceita a voz de Deus. Ainda que oficialmente seja o povo de Deus, de fato, se rebela contra o próprio Deus e se confia somente em si mesmo. Já não conta com Deus em seus planos. Quando o número de nossos bens materiais aumentar, precisamos cerificar se o tamanho de nosso amor a Deus e ao próximo diminui.

A expressão Não obedecem...não aceitam...não confiam...nem se aproximam” é uma maneira de falar sobre a ausência de Deus e do divino na sociedade. Na linguagem atual é o ateísmo prático.

Por isso, na última parte do texto da Primeira Leitura, Deus se transborda generosamente na promessa de restauração messiânica. E não somente para Jerusalém, mas também para todos os povos para os quais serão dados “lábios puros” para que “lhe invoquem e lhe sirvam unanimes”.

Jesus de Nazaré, o Filho amado do Pai é, ao mesmo tempo, o primeiro irmão da humanidade que tem esses lábios puros para invocar o nome de Deus e que tem esse coração obediente para viver cumprindo incondicionalmente a vontade de Deus.

Se meditarmos seriamente sobre o livro do profeta Sofonias, perceberemos que a atualidade de sua denúncia nunca se perde. Tudo aquilo que era cometido na sua época, se repete em qualquer época, inclusive na nossa época. Só mudam seus personagens.

Apesar das denúncias, o profeta Sofonias vê uma esperança, pois a fidelidade de Deus é maior do que a infidelidade dos homens. Apesar de muitos cometerem o mal e a maldade, existe “um punhado de homens justos”: “Deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará”.

Pela primeira vez se emprega na Bíblia, através do profeta Sofonias, a palavra “pobre” com o sentido novo. Não se trata apenas do pobreza econômica e social, mas uma atitude interior que possibilita a entrada do Reino de Deus na vida de quem tem esta atitude (cf. Mt. 5,3). “Pobre em espirito” (e não pobre de espírito) é uma expressão de confiança total em Deus e se submete à Sua vontade em qualquer circunstância da vida.

Se vivermos como humildes, simples, agradecidos e arrependidos (convertidos) de que fala o profeta Sofonias, formaremos também parte do “resto de Israel”, “do resto fiel da Igreja”, “do resto fiel da humanidade”. E seremos fonte da esperança para os demais homens para continuar na luta pela salvação da humanidade.

O Dizer e O Fazer Do Cristão Devem Estar Em Sintonia

Se serves ao Verbo de Deus, tu estás no Santuário”, dizia Orígenes.

A parábola dos dois filhos tem uma função similar à parábola do filho pródigo no evangelho de Lucas (cf. Lc 15,11-32) embora cada evangelista a desenvolva diversamente. Para o evangelista Mateus a mesma parábola é também o eco do Sermão da Montanha que enfatiza o fazer do que o dizer (Mt 7,21-23; cf. Mt 12,50;23,3-4). Atrás da parábola está Aquele que uma vez disse “sim” à vontade de Deus jamais mudou para umnão”. Ele é Jesus Cristo em quem devemos nos espelhar para nossa vida de cristãos. Jesus Cristo é um Filho ideal de Deus para a humanidade.        

Mt começa a parábola com a pergunta: “Que vós parece?” (v.28a). Esta pergunta é típica de Mateus (cf. Mt 17,25;18,12;22,17;26,66). A pergunta não é mais dirigida aos discípulos, mas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, os mesmos interlocutores da unidade anterior (cf. Mt 21,23-27). A pergunta obriga os ouvintes a comprometer-se e a tomar posição. A resposta à pergunta torna-se um julgamento para os ouvintes. E no fim da parábola, mais uma vez, os mesmos interlocutores são obrigados a escolherqual dos dois fez a vontade do pai?” (v.31). A resposta dada a estas perguntas pelos ouvintes será sua salvação ou seu juízo.                     

Os ouvintes de Jesus não tiveram dificuldade de dar uma resposta exata à pergunta de Jesus: “Qual dos dois fez a vontade do pai?”. Sem hesitarem os ouvintes responderam: o primeiro filho, isto é, aquele que falou que não iria, mas de fato foi e fez o que o pai pedia.          

A mensagem, portanto, é muito clara. Entre palavra e ação, a primazia é dada á ação. Entre intenção e ação, a primazia é dada à ação. O homem se salva não pelas palavras, intenções, palavras estéreis e descompromissadas, mas por fatos concretos e precisos.                    

Quando nós não somos fiéis à nossa palavra deixa de respeitarmos a nós mesmos e consequentemente aos outros e a verdade não está em nós, não somos fiéis a nós mesmos, e também aos outros. Deste jeito estamos mentindo para nós mesmos e para os outros. A mentira é a defesa fácil dos fracos, que não são capazes de assumir a responsabilidade de seus atos. Triste é que o mentiroso não somente se condena a si próprio a vergonhosas contradições, mas também priva os demais do direito que têm à verdade, semeando desconfiança entre as pessoas. Uma vez alguém mente, ele será obrigado a inventar outras mentiras para confirmar oudefender” a primeira mentira.        

O fazer ou o agir é tão importante que Jesus Cristo pede aos discípulos o seguimento. Seguir a Jesus é agir com ele e como ele, acompanhá-lo no seu agir. Jesus chama os discípulos convidando-os a segui-Lo (Mt 4,19-22; 8,22; 9,9; 16,24; 19,21.27). O que conta diante de Deus não são as aparências, nem as boas intenções ou palavras, mas a PRÁTICA. Deus olha para o que de fato fazemos, não importa o que pensamos ou dizemos. Aquele que honra a Deus, não é aquele que observa uns ritos exteriores, mas sim aquele que põe em prática a vontade de Deus. Por isso, devemos ficar sempre atentos para que a nossa prática religiosa ou nossos ritos exteriores, não seja mais importante do que nosso Deus e nosso próximo.         

Por isso, o maior escândalo de nossos tempos é a separação da religião da vida. Reza-se, mas não se vive o que se reza. Canta-se mas não se vive o que se canta. Recebe-se a Eucaristia, mas não se vive a comunhão fraterna. Dobra-se os joelhos diante do sacrário, mas despreza-se o irmão, o corpo vivo e imagem de Cristo.          

Numa ocasião o Papa Paulo VI disse: “O grande pecado da moderna cristandade é o vazio entre a e as obras. É o pecado de ser ilógico, inconsciente e infiel. O maior escândalo de nossos tempos é a separação da religião da vida. Reza-se, mas não se vive o que se reza. Canta-se mas não se vive o que se canta. Recebe-se a Eucaristia, mas não se vive a comunhão fraterna. Dobra-se os joelhos diante do sacrário, mas despreza-se o irmão, o corpo vivo e imagem de Cristo. 

A pergunta de Jesus “O que vos parece?” é dirigida a cada um de nós. Você se parece com quem dos dois filhos? O que Jesus não aceita são aqueles que se crêem melhores do que os demais sem necessidade de mudança alguma. Prefere o longo caminho, cheio de liberdade e de fracassos, de buscas de novos horizontes a causa de seu inconformismo com a vida que os rodeia à comodidade dos que dizem “sim” a tudo, mas não se comprometem com nada.

Crer não é saber muito sobre Jesus, ou saber melhor do que os outros, nem saber em cada momento a vontade de Deus nem ter como certas as verdades que a Igreja propõe, e sim levar uma vida coerente com o evangelho. O mais importante no cristianismo é a fraternidade vivida no dia a dia, junto a cada homem e sua necessidade concreta e básica, sua dor pessoal,e assim por diante.                     

Portanto, a parábola dos dois filhos é um convite para fazermos o sério exame de consciência sobre o nosso agir diário. As nossas palavras nunca podem ultrapassar o nosso agir para não sermos chamados de cristãos falsos. Se não nos convertermos continuamente, o mundo vai repetir as palavras de Mahatma Gandhi: “Eu aceito o vosso Cristo, mas não aceito o vosso cristianismo”.

P. Vitus Gustama,svd

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

15/12/2025- Segunda-feira Da III Semana Do Advento

DEUS SE SERVE DE QUALQUER PESSOA PARA REVELAR SUA VONTADE PARA A HUMANIDADE

Segunda-feira da III Semana do Advento

Primeira Leitura: Nm 24, 2-7. 15-17ª

Naqueles dias, 2 Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. O espírito de Deus veio sobre ele, 3 e Balaão pronunciou seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos; 4 oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 5 Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! 6 Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedro junto das águas. 7 A água transborda de seus cântaros, e sua semente é ricamente regada. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão”. 15 E Balaão continuou pronunciando o seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, 16 oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 17ª Eu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”.

Evangelho: Mt 21,23-27

Naquele tempo, 23 Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?” 24 Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25 Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos do céu, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26 Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27 Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

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Deus Pode Usar Como Instrumento Qualquer Pessoa para Se Revelar e Revelar Sua Vontade

A liturgia deste dia nos apresenta dois casos que mostram duas atitudes opostas: a do Balaão, o vidente, e a das autoridades contemporâneas de Jesus.

A Primeira Leitura nos apresenta um dos quatro oráculos de Balaão (cf. Nm 23,7-10; 23,18-24; 24,3-9; 24,15-19). A profecia ou o oráculo de Balaão, que lemos hoje, é bastante surpreendente. A profecia foi pronunciada nas seguintes circunstâncias: Durante o Êxodo, depois de quarenta anos de longa marcha através do deserto de Sinai, o povo de Israel conduzido por Moisés, chegou ao Mar Morto, já perto da terra prometida, mas ainda tem um obstáculo: atravessar o território de Moab. O rei desse país não vê com agrado a tropa de nômadas que querem passar. Manda buscar, então, pelas orlas do Eufrates, um famosos adivinho (vidente) para que amaldiçoe esses inoportunos. No lugar de amaldiçoar, Balaão anuncia o futuro messiânico do povo de Israel.

O quarto oráculo em Nm 24,15-19 onde se encontra a Primeira Leitura de hoje é um dos poemas régios mais antigos de Israel onde se fala do futuro Messias: “Eu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”. A imagem do CETRO é evidentemente real (cf. Gn 49,10). Fala-se também de “UMA ESTRELA”. No Oriente a aparição de uma nova estrela era considerada pelos magos como o prenúncio de um nascimento real (cf. Mt 2,2). A profecia de Balaão evoca, sem dúvida, a dinastia davídica. Com a profecia da Estrela de Belém (sai de Jacó) e o Cetro do pastor de Israel, Balaão serve a Deus. Aponta à esperança futura, não somente de Israel e sim de todo o mundo.

A Primeira Leitura fala da bênção e da profecia de Balaão. Balaão era um vidente (adivinho) das margens do Eufrates da Mesopotâmia. Enigmático personagem, chamado em hebraico Bileoam (bil´am) que irrompe na história de Israel durante a permanência deste nas terras planas de Moab, última etapa de sua peregrinação depois da saída do Egito. Trata-se de um adivinho ou mago pagão a quem o rei de Moab encomenda a maldizer o povo hebreu, mas que, movido pela vontade divina, profere uma bênção e uma bela profecia sobre o futuro dos descendentes de Jacó (Israel). A bênção se expressa em termos de beleza, de abundância e de força, tomado do meio vegetal, do reino animal e do mundo da guerra (Nm 24,5-9). A atividade de Balaão como mestre de maldições terminou. Balaão se converteu em instrumento de Deus que diz somente as palavras de Deus, palavras de bênção dentro da tradição dos profetas de Deus.

Por sua própria condição de um verdadeiro vidente, Balaão, embora não faça parte do Povo eleito, é capaz de reconhecer em Javé, o Deus de Israel cujo poder é capaz de destruir quem pede para amaldiçoar Israel. Por esse reconhecimento, em vez de amaldiçoar, Balaão bendiz ou abençoa Israel. Pelo temor que tem de Javé, o Deus de Israel, Balaão não teve medo de enfrentar o rei de Moab, Balac. E Deus usa Balaão para abençoar Israel, Seu povo. Deus toca o coração de Balaão, o vidente, e esse vidente se converte em um dos melhores profetas do futuro messiânico. Em seus poemas breves, cheios de admiração, em vez de amaldiçoar ou em vez de maldizer, ele bendiz/abençoa o futuro de Israel.

O relato sobre Balaão (adivinho pagão) com sua bênção sobre Isael é uma prova clara que o Espírito de Deus não está encerrado nos limites demasiado estreitos de um povo ou de uma religião ou de uma instituição. Deus não é tão somente o Deus do “Povo eleito”. Ele é o Deus de “todos os homens”. Por isso, a ação de Deus não está limitada no marco das instituições da Lei de Moisés. É verdade que Deus escolheu a Igreja como instrumento de salvação para o mundo. Porém, sua graça, sua ação divina não se limitam às fronteiras visíveis da Igreja. Deus por seu Espírito está presente também no coração dos pagãos, pois todos pertencem a Deus, Criador do universo. Deus trabalha no coração de todos e de cada um dos homens. É preciso contemplar Deus, em silêncio, que continua trabalhando no coração dos homens que não pertencem visivelmente à Igreja. Deus continua trabalhando e falando.

Eu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”, disse Balaão. A fé nos projeta para o que há de vir, para o futuro do mundo. A fé nos faz vermos o que há de vir para nos salvar: Cristo Jesus. Cristo vai crescendo para seu Advento definitivo. Com o coração atento preciso buscar em mim e ao meu redor, os sinais deste crescimento. Todo homem que progride no bem, que sendo melhor cada dia é Cristo que está crescendo nele para que, um dia, se cumpra em cada cristão aquilo que são Paulo escreveu: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Balac, rei de Moab, irado porque da boca de Balaão somente saíam bênçãos para Israel e não maldições como eram seus desejos, bateu palmas em sinal de repulsa e desprezo e mandou Balaão abandonar o país para voltar para sua terra natal sem nada receber pagamento em função de seu oráculo (Nm 24,10-11). Mas Balaão continua manter sua fidelidade à voz divina.

Quantas vezes, para nos afirmar, usamos os outros para derrubar os nossos rivais profissionais, políticos ou sociais, religiosos ou pastorais, como aconteceu com Balaão que foi usado pelo rei Balac para amaldiçoar Israel a fim de que seu reino ficasse forte. Mas Balaão, como um homem de Deus, não se deixou usar como instrumento da maldade. Balaão é fiel à Palavra de Deus. Por essa fidelidade aos mandamentos de Deus, Balaão só pratica o bem e mostra o bem para os outros: “Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedro junto das águas”.  São as surpresas de Deus, que não se deixam manipular nem entram em nossos cálculos. Somos nós que devemos ver e escutar o que Deus quer. Em resumo, não podemos usar os outros para praticar a maldade nem nos deixemos usar pelos outros para praticar o mal. O mal e a maldade não se encontram em Deus e por isso, eles não tem futuro. O bem e a bondade, o amor e a misericórdia se encontram em Deus e podem se encontrar no homem, e, por isso, eles têm futuro. Vale a pena investirmos no bem, na bondade, no amor, na caridade, na solidariedade e assim por diante, pois trata-se de um investimento que nunca falha, pois Deus é envolvido nisto tudo.

Além disso, o testemunho da presença de Deus em nossa história não nos vem sempre através de pessoas importantes e notáveis. Outras pessoas muito mais simples, não contadas pela sociedade, pessoas das quais menos esperamos, mas que nos dão exemplo com sua vida de valores do evangelho, podem ser os profetas que Deus nos envia para que entendamos as intenções de salvação de Deus. Essas pessoas não fazem muito barulho; são silenciosas na vida cotidiana. Podem ser adultos ou jovens, homens ou mulheres, leigos ou religiosos, pessoas de pouca cultura ou grandes doutores, crentes ou distantes da Igreja. A voz de Deus nos pode vir das direções mais inesperadas, como no caso de Balaão. Por isso precisamos estar atentos permanentemente. O Espírito de Deus sopra para onde quer e por quem quer. Balaão, o vidente, sem pertencer ao povo de Israel e sem ser ungido como profeta em Israel é capaz de ser voz da Palavra de Deus para o próprio povo da Israel: “Eu o vejo, mas não é para agora, percebo-o, mas não de perto: um astro sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que fratura a cabeça de Moab, o crânio dessa raça guerreira”, disse Balaão.

Quem Não Tem A Autoridade Usa o Poder Para Ditar (Ser Ditador)

O contrário de Balaão são as autoridades ou gerentes do povo da época de Jesus. Eles, preocupados pela ortodoxia, pela verticalismo, pela segurança da autoridade competente, exigem de Jesus uma prova de sua autoridade: “Com que autoridade tu fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”. Comentou Pseudo-Crisóstomo: “Manifesta nisso que há muitas pessoas que dão seus poderes a outros homens, seja na ordem material, seja na espiritual. Como se dissessem: ‘Não nasceste de família sacerdotal; o senado não o concedeu a ti; César tampouco’. Mas se tivessem acreditado que todo poder vem de Deus, nunca ter-lhe-iam perguntado: ‘E quem te deu este poder?’. Cada homem julga de acordo consigo mesmo os demais: o fornicador não crê que haja alguém possa ser casto; e o casto não suspeita facilmente do fornicador. Assim, aquele que não é sacerdote segundo Deus, não crê no sacerdócio dos demais com respeito a Deus.  ... Como os sacerdotes viram que Cristo havia entrado no templo com grande glória, ficaram atormentados pela inveja. Assim não podendo sofrer em seu coração o ardor da inveja que os dilacerava, levantaram a voz” (Santo Tomás de Aquino: Catena Aurea Vol. l, Evangelho de São Mateus. Ed. Ecclesiae, 2018 p.652).

Vamos imaginar a cena! Há dois grupos no Templo: o dos anciãos e sacerdotes e  os escribas, de um lado, e o grupo de Jesus com seus discípulos, de outro lado.

Jesus na presença dos discípulos revela, através das boas obras, o Deus da bondade: “Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5), que lemos no texto do Evangelho do Domingo anterior (Ano “A”). Ou seja, Jesus se preocupa com a vida do povo: sua dignidade, sua saúde, sua sobrevivência e assim por diante. E Jesus toma a iniciativa para que o povo recupere sua dignidade de filhos e filhas de Deus, pois é a missão d´Ele (cf. Jo 10,10). Por isso é que os discípulos encontram em Jesus “palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Por outro lado, os anciãos e os sacerdotes, os adversários de Jesus, se preocupam com o próprio poder, os próprios interesses, e com o serviço de si mesmos. Por isso, a presença de Jesus e as obras de Jesus a favor dos excluídos, ameaçam o status desses poderosos. E por isso, esses adversários lançam a Jesus uma pergunta referente ao poder: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”. Na ausência do amor, alguém recorre ao poder para se afirmar.  Ao que Jesus responde, envolvendo João Batista: “Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” (Mt 2,25). Para não tornar revelada a sua hipocrisia diante do povo, eles não respondem a pergunta de Jesus. Também Jesus não dá resposta para a pergunta de seus adversários, pois não há espaço nenhum para um bom diálogo. Ao contrário, eles armas suas palavras para atacar Jesus. Onde há confronto, não há encontro. Onde não há diálogo, não há partilha e compartilha. Onde há mútua acusação, não há mútua admiração. Onde há mútuo respeito, há também mútua admiração.

As pessoas simples entendem a mensagem de João Batista como também a mensagem de Jesus. Enquanto que os dirigentes do Povo e os entendidos não querem entender. A pior cegueira é a cegueira voluntária. É fingir não ver. Aquele que finge não é que vê mais do que os outros?! Aqui se cumpre mais uma vez o que Jesus dizia: os que se creem sábios, não sabem nada. Somente são os simples e humildes que alcançam a verdadeira sabedoria. Não sejamos ignorantes militantes em que achamos que sabemos, mas na verdade não sabemos de nada.

Os dirigentes do povo não sabem que a autoridade nem sempre está ligada ao poder, pois, dentro deste contexto, Deus não se manifesta verticalmente e sim a partir dos pobres e excluídos pelas mesmas autoridades (cf. Mt 11,25). O mesmo pensava Balac, rei de Moab que por ter o poder, ele convocava o vidente Balaão para amaldiçoar o povo de Israel. Mas o vidente Balaão é uma pessoa de coração puro e por isso, o Deus de Israel se revelou a ele para abençoar o povo de Israel em vez de amaldiçoá-lo.

Tudo isto quer nos dizer que Deus se manifesta não a partir do poder e sim a partir de Sua própria iniciativa ali onde tem um coração disposto e puro a reconhecê-Lo, como O reconheceu Balaão, o vidente. A revelação de Deus exige um reconhecimento muito além das estruturas e dos canais de autoridades comuns e conhecidas. Onde há simplicidade e coração puro, Deus se faz presente e a pessoa em questão se torna instrumento eficaz de Deus para transmitir Sua Palavra Salvadora para a humanidade.

Nós sabemos que o Enviado de Deus, Jesus Cristo, veio há mais de dois mil anos e como Ressuscitado continua a estar presente na nossa vida (cf. Mt 28,20). O Deus de ontem é o Deus de hoje e o Deus de amanhã (cf. Hb 13,8). Seu amor por nós não muda. Também nós somos ontem, hoje e amanhã. Vivemos um pouco melhor hoje em função da aprendizagem do que aconteceu ontem para ter o futuro melhor. Cada dia, ao longo da jornada, nos pequenos encontros pessoais e nos acontecimentos de cada dia, sucede uma continuada vinda de Deus à nossa vida para nos revelar algo e para fazer algum(s) apelo(s) para cada um de nós. Cada dia devemos nos perguntar: Qual é o apelo de Deus para mim hoje? O que Deus quer de mim através de tantos acontecimentos que eu presencie e eu li nos jornais? Estejamos atentos para o apelo de Deus diariamente. Não há dia sem o apela de Deus para cada um de nós. Os sinais de Deus são numerosos diariamente. Não necessitamos pedir a Deus algum sinal. Basta ler e interpretar os sinais acontecidos na nossa vida cotidiana.

Jesus, no Evangelho de hoje, nos mostra que não é a sabedoria dos homens que vence, e sim o auxílio do Espírito santo (cf. Mt 10,19-20). Algumas vezes temos medo de enfrentar críticas de nossos colegas de trabalho ou saímos em defesa quando a Igreja for atacada, os sacramentos, a vida espiritual e assim por diante. Recordemos que Jesus prometeu a assistência nos momentos difíceis nos quais se põe em jogo nossa vida cristã ou a verdade. Aprendamos a confiar na ação de Deus em todo momento sendo autênticos em nosso testemunho cristão. Deus estará sempre conosco (cf. Mt 28,20).

Que Deus nos conceda a graça de sermos uma bênção para os outros como Balaão, o vidente, a graça de sermos um sinal de amor, da ternura e da misericórdia do Senhor para nossos irmãos convertendo, assim a Igreja num sinal crível do amor do Senhor em meio do mundo. Que não nos deixemos usar pelos outros para praticar o mal e a maldade. Ao contrário, que nos deixemos usar por Deus para praticar o bem e a bondade a exemplo de Balaão.

P. Vitus Gustama,svd

 

Do Tratado sobre a Contemplação de Deus, de Guilher­me, abade do Mosteiro de Saint-Thierry.

(Nn. 9-11: SCh 61,90-96)

“Somente vós sois realmente Senhor, vós para quem dominar sobre nós é salvar-nos; enquanto, para nós, servir-vos nada mais é do que ser salvos por vós.

Senhor, de vós procede a bênção e a salvação para vosso povo. Mas que salvação é esta senão a graça que nos concedeis de vos amar e de ser amados por vós?

Por isso, Senhor, quisestes que o Filho que está à vossa direita, o homem que fortalecestes para vós, fosse chamado Jesus, isto é, Salvador: pois ele vai salvar o povo de seus pecados (Mt 1,21) e em nenhum outro há salvação (At 4,12). Ele nos ensinou a amá-lo, ao nos amar primeiro e até à morte de cruz. Por seu amor e sua dileção, suscita nosso amor por ele, que nos amou primeiro e até o fim.

Foi assim mesmo: vós nos amastes primeiro para que vos amássemos. Não tínheis necessidade de ser amado por nós, mas não poderíamos atingir o fim para o qual fomos feriados se não vos amássemos.

Eis por que, tendo falado outrora a nossos pais muitas vezes e de muitos modos por intermédio dos profetas, nestes últimos tempos nos falastes pelo vosso Filho, pelo vosso verbo; por ele é que os céus foram criados, e pelo sopro de seus lábios, todo o universo (Sl 32,6).

Para vós, falar por meio do vosso Filho não foi outra coisa senão trazer à luz do sol, isto é, manifestar claramente o quanto e como nos amastes, vós que não poupastes vosso próprio Filho, mas o entregastes por todos nós. E ele também nos amou e se entregou por nós.

É essa, Senhor, a Palavra que nos dirigistes, o Verbo todo-poderoso. Quando todas as coisas estavam envolvidas no silêncio (cf. Sb 18,14), ou seja, nas profundezas do erro, ele desceu do seu trono real (Sb 18,15) para combater energicamente todos os erros e fazer triunfar suavemente o amor.

E tudo o que ele fez, tudo o que disse na terra, até aos opróbrios, até aos escarros e às bofetadas, até à cruz e à sepultura, não foi senão a palavra que nos dirigistes em vosso Filho, suscitando pelo vosso amor o nosso amor por vós.

Bem sabíeis, ó Deus, Criador dos homens, que este amor não pode ser imposto, mas que é necessário estimulá-lo no coração humano. Porque onde há coração não há liberdade, e onde não há liberdade também não há justiça.

Quisestes assim que vos amássemos, pois não podería­mos ser salvos com justiça sem vos amar; e não poderíamos amar-vos sem receber de vós esse amor.

Por isso, Senhor, como diz o Apóstolo do vosso amor e nós também já dissemos, vós nos amastes primeiro; e amais primeiro todos os que vos amam.

Nós, porém, vos amamos com o afeto do amor que pusestes em nós. Mas vosso amor, vossa bondade, ó suma­mente bom e sumo bem, é o Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho. Desde o princípio da criação ele pairava sobre as águas, isto é, sobre os espíritos indecisos dos filhos dos homens; ele se oferece a todos, atrai tudo a si, inspirando, encorajando, afastando as coisas nocivas, providenciando as úteis, unindo Deus a nós e unindo-nos a Deus”.

Fonte: Ofício Das Leituras, Segunda-feira Da III Semana Do Advento

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

III Domingo Do Advento, 14/12/2025- Ano "A"

OBRAS BOAS PRATICADAS FALAM DO DEUS DA BONDADE

III DOMINGO DO ADVENTO ANO “A”

Primeira Leitura: Is 35,1-6a.10

1 ALEGRE-SE a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2 Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4 Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5 Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6aO coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos. 10 Os que o Senhor salvou, voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos; cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto.

Segunda Leitura: Tg 5,7-10

Irmãos: 7 Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera.8 Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9 Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10 Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor.

Evangelho: Mt 11,2-11

Naquele tempo, 2 João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3 para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” 4 Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5 os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6 Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!” 7 Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9 Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10 É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11 Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.

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Tome um sorriso

E presenteie-o a quem

Nunca o recebeu.

 

Tome um raio de sol

E faça com que atinja

Lá onde reina a noite.

 

Descubra uma fonte

Para banhar

Quem vive no barro.

 

Derrame uma lágrima

Para colocá-la no rosto

De quem nunca chorou.

 

Tome sua coragem

Colocando-a no espírito

De quem não sabe lutar.

 

Descubra a vida

E narre-a a quem

Não consegue entendê-la

 

Retome a esperança

E viva sob sua luz

 

Tome a bondade

E presenteie-a a quem

Não sabe doar.

 

Descubra o amor

E faça o mundo conhecê-lo”.

(Mahatma Ghandi)

Domingo Gaudete

O Terceiro Domingo do Advento é chamado o Domingo Gaudete (alegria). Não é por acaso que desde a antífona da entrada (“Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos. O Senhor está perto” - Fl 4,4.5) até a oração pós-comunhão, toda a liturgia deste Domingo é um convite à alegria e à festa. Por isso, a cor litúrgica deste domingo é rosa.

A que obedece esta euforia dentro do Advento? Sem dúvida nenhuma, a reforma litúrgica quis conservar o tradicional tom de um domingo que assinala a metade do Advento (Domingo Gaudete), de modo semelhante ao Domingo Laetare (IV Domingo da Quaresma) assinala a metade da Quaresma. No entanto, as motivações são mais profundas: o Senhor está perto, está próximo. Ele vem nos salvar. Ele se tornará nosso próximo (Jo 1,14). A vinda do Senhor se aproxima inexoravelmente. A liturgia deste domingo joga com os dois significados fundamentais do Advento: expectativa da última manifestação de Cristo ao final da história para nos julgar e a preparação para o Natal, na sua encarnação, para nos redimir. Para as duas vinda do Senhor, a liturgia nos diz: o Senhor está perto. Para Deus nada é longe. Tudo é perto. Tudo é uma presença! Ele é Emanuel!

Toda a liturgia deste Domingo fala da “alegre espera” porque o Senhor está em meio de seu povo e vem nos salvar: ALEGRE-SE a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. ... seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar’”, disse o profeta Isaías na Primeira Leitura (Is 35,1-6a.10). A chegada da glória de Deus é o fim de todos os sofrimentos, das injustiças, da desigualdade e assim por diante. A vinda do Senhor é o motivo de alegria como o encontro de duas pessoas que se amam. A alegria humana é uma realidade perfeitamente válida para expressar a vontade de Deus de encontrar-se com seu povo: Como a recém-casada faz a alegria de seu marido, tu farás a alegria de teu Deus” (Is 62,5) e vice-versa.

Por isso, dentro deste convite à alegria, podemos entender a mensagem da Carta de são Tiago, que lemos na Segunda Leitura, para que mantenhamos paciência na base de três imperativos: Tenha paciência; Não se queixe, mantenham firmes! Porque tudo pode parecer morto, como uma semente dentro da terra, porém um dia vai brotar quando a chuva cair: Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”. O Senhor pode tardar, mas Ele virá nos salvar. Tenhamos o otimismo e a esperança de um agricultor que espera sua semente virar uma planta, cedo ou tarde. O cristão assume o compromisso de trabalhar para que as realidades temporais amadureçam. Como o agricultor ou lavrador espera seguro de que o Senhor realizará a obra. A vinda do Senhor é segura.

Dois grandes temas dominam a Segunda Leitura: a paciência e a Parusia. Estes dois temas se condicionam mutuamente. A paciência vem motivada pela Parusia e a esperança da Parusia pede a paciência. O exemplo perfeito desta atitude de espera é Cristo como modelo da paciência de Deus com os homens. Abrir-se ao próximo exige paciência e disponibilidade para a maturidade das relações.  Se o que se espera é o Senhor que vem nos salvar, então vivamos na alegria!

O mistério de alegria nasce de Deus, é um dom, não se compra em nossos mercados nem se encontra em nossas salas de festa. A alegria brota de dentro e tem sua origem no Espírito de Deus (Cf. Gl 5,22). Se o Reino de Deus é paz, amor e alegria, o cristão deve ser testemunha de alegria: em seus talentos, em sua vida, em suas atividades, em suas conversas, em seus comentários, em suas celebrações e assim por diante.

A alegria cristã é possível na medida em que o cristão vive a fé e da fé, da esperança e na esperança no Senhor, no amor, na paz, na liberdade, na fraternidade com os outros e na comunhão plena com Deus.

Além disso, a alegria começa a partir do momento em que cada um de nós suspender seu esforço de busca da própria felicidade para procurar a dos outros, como enfatiza o Evangelho de hoje: Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”. Tudo isso é a obra do Senhor pela humanidade, especialmente pelos homens necessitados. O Senhor devolveu aos necessitados a alegria de viver, a esperança de um futuro melhor, da vida com sentido. O Senhor vem para se dar a fim de nos salvar. Para sermos felizes temos que fazer a felicidade dos outros sem esperar nada em troca, como o Senhor faz o bem pelo bem por causa de seu amor incondicional para com cada um de nós. O bem praticado, a bondade praticada é simplesmente manifestação da minha entrega a Deus, pois Ele se entregou por minha causa. A entrega a Deus é a entrega à alegria.

Algumas Mensagens Do Evangelho Deste Domingo!

Depois do discurso missionário (Mt 9,35-10,42), Jesus parte para pregar e ensinar nas “cidades daquela região” (Mt 11,1). O texto de nossa reflexão tem três partes: Primeira, a pergunta de João Batista (encarcerado), através de seus discípulos, a Jesus sobre o seu messianismo (João Batista foi encarcerado por Herodes Antipas, filho legítimo de Herodes Grande): vv.2-3.  Segunda, a autodefinição de Cristo pelas suas obras, que são sinal eloqüente da sua identidade messiânica: vv.4-6. Terceira, Jesus fala do perfil de João Batista: vv.7-11.

1. Pergunta Dos Enviados De João Batista      

João Batista está na prisão. Ele ouviu falar de Jesus e das suas obras. O comportamento de Jesus não responde ao ideal messiânico de João Batista que ele prega para as pessoas. Para João Batista, o Messias que há de vir é um guerreiro vitorioso, um juiz severo, um rei poderoso e vingador contra os malvados da terra com as severas imagens do machado, a vara e o fogo para insistir à conversão diante do julgamento iminente, como enfatiza o texto do Evangelho de hoje. Por essa razão João Batista envia seus discípulos para perguntar a Jesus se Ele (Jesus) é Messias esperado. Mais tarde é o próprio Jesus quem pergunta a seus discípulos acerca de sua própria identidade (Mt 16,13-20). A pergunta dos enviados de João Batista é esta: “És Tu que há de vir?”.

Jesus apela aos profetas que falaram do Messias: Restauradora da vida e pregadora de uma Boa Notícia para os pobres: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Com esta alusão aos oráculos de Isaías, Jesus está dizendo que suas obras inauguram os tempos messiânicos; porém, como modos de bondade e salvação, não de violência e de castigo.                

Até certo ponto a dúvida do Precursor nos surpreende. Será que se sente defraudado por Jesus? Como João Batista, temos nossas interrogações sobre Deus e tantas outras coisas nesta vida.  O homem precisa se interrogar, interrogar e ser interrogado para encontrar o sentido da vida. Perguntar é o início da sabedoria. “Quem perguntar, ficará bobo durante cinco minutos. Quem não perguntar, ficará bobo eternamente”, diz um ditado oriental. 

Apesar de suas interrogações, o homem precisa manter sua fé em Deus. O nosso cérebro é pequeno demais para entender a grandeza de Deus e seu infinito mistério. Deus cabe no nosso coração, mas não cabe no nosso cérebro. “O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração. Eis o meu segredo: é muito simples, só se vê bem com o coração.” (Antoine de Saint-Exupéry: o Pequeno Príncipe). É melhor dizer o que Deus não é do que o que Ele é. Por isso, o homem precisa viver sobre a face da terra com fé. Ter fé significa confiar em Deus apesar de nossas dúvidas e obscuridades (Dúvida é o estado de equilíbrio entre afirmação e negação. A incredulidade é a ausência da crença). Ter fé em Deus significa ter coragem de agir apesar de nossos medos. Ter fé em Deus significa acreditar no amanhã apesar de nossos sofrimentos de hoje.          

Em segundo lugar, não há, por acaso, muitos cristãos que pedem a Deus que intervenha para castigar os ímpios, esquecendo o que Jesus manda no Sermão da Montanha sobre amar aos inimigos e rezar por eles (Mt 5,44)? Não temos interpretado como castigos de Deus as desgraças que se abatem sobre pessoas, especialmente sobre as pessoas que consideramos más ou das quais não gostamos? Será verdade que Deus sente ira e prazer ao ver os maus sofrerem? 

“És Tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?”. O Evangelho deste domingo, em pleno Advento, nos faz presentes no mundo de hoje que busca remédio para seus males. Que remédio que o cristão tem para mundo de hoje diante de seus males? Uma grande massa que vive sem esperança, também encontramos dentro da Igreja. Muitos cristãos não têm verdadeira esperança. 

A esperança se distingue da espera. A espera é um desejo de um bem que não depende de nós mesmos. Chegará, e é desejado por nós, mas nós não podemos fazer nada para provar sua chegada. A esperança, pelo contrário, é um desejo de algo que depende pelo menos em parte de nós mesmos, por isso, a esperança verdadeira tem um sentido ativo, concreto e eficaz. Podemos dizer de outra forma, a esperança é desejar provocando o que se deseja. A esperança, por isso, sempre compromete. E no compromisso da pessoas se vê sua esperança. Basta observar nossa própria vida, nossa própria luta, nossos compromissos para ver que esperança nos anima. Onde está teu tesouro, ali está teu coração.

A esperança cristã é uma esperança global e transcendente. É elevada acima de todas as pequenas esperanças para depois centrá-las, purifica-las, integrá-las em uma meta transcendente.

2. A Autodefinição De Jesus Como Messias Pelas Suas Obras         

A resposta de Jesus aos enviados de João Batista é uma enumeração de obras que iniciou e fez em Israel, o que soa como paráfrase de Is 61,1-2 (cf. também Is 35,5s; 29,18s): “Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5).

Jesus não dá nenhuma explicação teológica, dizendo quem ele é. A resposta à pergunta de João encontra-se nos feitos que se tornam conhecidos em consequência ou resultado do ministério de Jesus. As obras em favor dos pobres e necessitados identificam Jesus como Messias. Nesta resposta Jesus de Nazaré em nada corresponde ao quadro sanguinário e violento descrito por João Batista. Pelo contrário, ele realiza o que o profeta Isaías profecia. Ele não destrói nada, e sim procura recuperar e consertar o que está quebrado. Ele não queima os pecadores, e sim muda o coração deles e os quer felizes a qualquer custo; ele tem palavras de salvação para todos aqueles que não têm mais esperança e que todos evitam como leprosos. Ele não desanima diante de nenhuma fraqueza do homem, não se entrega nem diante da morte. Todos são sinais da salvação, nenhum de condenação. Portanto, Jesus não tem nada a ver com o homem enérgico severo que o Batista espera. Todos os outros querem nos utilizar para alguma coisa ou vice-versa. Cristo quer nos libertar de tudo, até de nós mesmos, nas nossas dolorosas contingências, e nos abrir para a eternidade de Deus, que será a nossa. Em outras palavras, Jesus estava querendo dizer aos enviados de João Batista: quem me recebe, recebe o Deus da bondade e será bom como eu sou bom, e fará as bondades que eu faço. Quanto mais se faz bondade, mais ela cresce em nós. Toda obra boa para o bem da humanidade e sua salvação fala de Deus independentemente de quem a faz (cf. Mc 9,39-40).          

Esta nova imagem e nova aproximação ao mistério de Cristo permitem um otimismo humano. Não é mais importante aquele que angariou maior poder ou maior glória neste mundo, e sim aquele que é mais aberto para a graça do Cristo. Este se torna mais humano, mais puro, mais confiante e mais irmão.          

O Deus que se revelou em Jesus Cristo é muito diferente de nós, não pode ser medido pelos nossos sentimentos e pelos nossos cálculos humanos. Ele ama a todos, bons e maus, faz surgir o sol e envia a chuva sobre justos e injustos, porque todos são seus filhos (Mt 5,45). Um Deus assim, bondoso com todos, que não exclui ninguém, questiona nosso comportamento de exclusividade e de exclusão. Nós, muitas vezes, excluímos os outros se não se adaptam às nossas ideias e que não executam as nossas expectativas.          

Por isso, podemos nos perguntar: a fé neste Deus, a adesão a Jesus Cristo, é compatível com as dúvidas, com as incertezas, com as dificuldades em acreditar? Que tipo de Jesus Cristo em quem acreditamos e vivemos no nosso dia-a-dia? Que imagem de Cristianismo as pessoas podem ter a partir do que eu faço? Respostas teológicas podem não ser entendidas e não vão parecer relevantes para muitos. Mas, se há sinais concretos como compromisso com a justiça e empenho na construção da paz, a ajuda aos necessitados, o testemunho pode ser mais cativante que qualquer discurso ou pregação. Isso vale para nós e para qualquer grupo, pois nenhum coração resiste à bondade.  

Acreditamos que Deus está conosco. É verdade que ele está no meio de nós e jamais nos abandona. Mas apesar desta presença que capaz de tudo transfigurar, o mundo segue o seu curso cheio de contradições, injustiças, corrupções, desonestidades, desigualdades, doenças e mortes. Angustiamo-nos e perguntamos como São João Batista: ”És tu aquele que há de vir ou devemos esperar por outro?” Ou devemos procurar outro Deus? És tu que vai nos libertar? Quando senhor e quando? A resposta que Jesus dá aos enviados de João Batista vem ao encontro de nossa pergunta e nos enche de esperança. Jesus pede que escutemos a sua mensagem e olhemos para as suas obras. Eles deixam claro: ”É Jesus Cristo é nosso Libertador, o nosso Messias e não devemos esperar por um outro. Não devemos procurar o outro. Ele pede para escutar e ler a sua mensagem e olhar para suas obras. Mas não basta ter uma esperança acerca do fim feliz e bom e garantido para todas as dificuldades e para toda a criação. Esta esperança tem que traduzir em esperanças concretas para os problemas concretos. Somos instrumentos vivos de Deus para isso.          

Em quase todas as partes de nosso mundo existem vários tipos de problemas. Jesus pede a cada um de nós a ler sua mensagem e a olhar para suas obras. O cristão, aquele que é de Cristo tem que ter a mesma atitude de Jesus de ajudar onde pode e deve e participar na solução dos problemas onde é exigido.

3. Jesus Fala Do Perfil De João Batista       

Depois que Jesus deu a resposta aos enviados de João Batista, Jesus começou a elogiá-lo perante a multidão. A declaração de Jesus sobre João Batista utiliza um recurso retórico conhecido: uma série de perguntas que convidam aos ouvintes a dar uma resposta. O povo considera João Batista como profeta (Mt 21,26), mas Jesus vai além: é mais que profeta (v.9). A declaração, que começa com uma referência ao AT (Ex 23,20; Mal 3,1) pretende esclarecer qual é a relação entre ambos e o lugar de João Batista no Reino: João Batista é o Precursor do Messias. João preparará o caminho para o êxodo definitivo, que será obra do Messias, e cuja terra prometida é o Reino de Deus. 

Mas com uma introdução solene (“Eu vos digo”) Jesus estabelece uma contraposição. Mesmo sendo maior de todas as personagens da história que o precederam, João Batista é considerado por Jesus como o menor no Reino de Deus. Jesus marca assim a diferença entre a época do AT e a que começa com ele. João Batista estava às portas do Reino de Deus e os homens só podem entrar no reino pela adesão a Jesus. Pode-se dizer que João Batista vê já a terra prometida, mas não pode entrar nela. Os que entram no Reino através de seguimento de Jesus são maiores que João Batista.          

João Batista realmente era um profeta cheio de humildade, apesar do seu temperamento austero, penitencial e radical. Ele sabia-se ser servidor da verdade. Por isso, foi sincero até a dureza e à falta de diplomacia; tanto que a sua retidão e amor à verdade lhe custaram a vida ao recriminar a Herodes Antipas por estar casado com Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.          

Além disso, ele foi um homem humilde e por isso, sensato, não cedeu à tentação de se mostrar importante. Ele sabia muito bem que a sua pessoa e atividade profética estavam em função de outro superior a ele: Jesus (Jo 3,29s).          

A exemplo de João Batista, nós somos convidados à conversão efetiva ao amor e à justiça. Converter-se a Deus e ao homem. Comecemos a optar pela honestidade insubornável no aspecto pessoal e familiar, social e político, administrativo e empresarial, profissional e educativo etc. Pois a justiça social e a igualdade, o amor e o respeito pelos outros não se estabelecerão na sociedade automaticamente com leis e reformas estruturais, sem se converterem as pessoas mediante uma mudança radical de critérios e de conduta.

4. Ser Cristão De Boas Obras 

Os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,5). A partir do exemplo de Jesus, pode-se dizer que a qualidade do homem, em certo sentido, se aprova pelas suas obras. Jesus demonstra ser enviado e Filho de Deus com as obras de amor que realiza. As únicas coisas que testemunham uma missão divina não são sequer as palavras, e sim as obras. Santo Agostinho dizia: “O homem não se torna bom por possuir coisas boas. Ao contrário, o homem bom torna boas as coisas que possui, ao usá-las bem”. A própria pessoa que pratica as boas obras pode até ficar calada ou ficar em silêncio, mas as obras boas pratiacadas gritam por si e gritam por aquele que as praticou. Das obras boas de Jesus devem deduzir a unidade entre Ele e o Pai. O Pai e Jesus têm o mesmo objetivo: dar vida ao homem: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundancia” (Jo 10,10).

Isto quer nos dizer que não basta rezar; é preciso traduzir nossas orações em ações concretas. É colocar a oração na vida e a vida na oração. A oração não pode nos alienar da vida real que clama nossa resposta concreta. A vida antes de ser vivida precisa ser rezada. Porém a vida deve refletir nossa oração. Isto quer nos dizer também que somente pode ser evangelizadora uma comunidade cristã que atende, que infunde paz e esperança, que liberta, que se mostra cheia de misericórdia, que defende e protege a vida em todas suas instâncias. Quem pratica o bem é de Deus, embora ele não confesse expressamente sua fé em Deus ou embora ele se considere ateu. Quem não é de Deus pratica a violência, o mal e a maldade, a desonestidade, a injustiça embora se declare cristão ou religioso ou adepto de uma religião ou crença. Você é cristão-ateu ou ateu-cristão?

P. Vitus Gustama,svd

16/12/2025- Terçaf Da III Semana Do Advento

O DIZER E O FAZER DO CRISTÃO DEVEM ESTAR EM SINTONIA Terça-feira da III Semana do Advento   Primeira Leitura: Sf 3,1-2.9-13 Ass...