quinta-feira, 18 de julho de 2019

20/07/2019
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JESUS É O AMOR ENCARNADO DE DEUS QUE NOS CHAMA À LIBERTAÇÃO
Sábado da XV Semana Comum


Primeira Leitura: Êx 12,37-42
Naqueles dias, 37 os filhos de Israel partiram de Ramsés para Sucot. Eram cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar as crianças. 38 Além disso, uma multidão numerosa subiu com eles, assim como rebanhos consideráveis de ovelhas e bois. 39 Com a massa trazida do Egito fizeram pães ázimos, já que a massa não pudera fermentar, pois foram expulsos do Egito, e não tinham podido esperar, nem preparar provisões para si. 40 A permanência dos filhos de Israel no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. 41 No mesmo dia em que se concluíam os quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito. 42 Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando os fez sair da terra do Egito: essa noite em honra do Senhor deve ser observada por todos os filhos de Israel em todas as suas gerações.


Evangelho: Mt 12, 14-21
Naquele tempo, 14 os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15 Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16 E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17 para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18 “Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19 Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20 Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21 Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.
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É Preciso Ter Coragem De Sair Da Opressão Porque Deus Quer a Salvação De Todos


A Primeira Leitura nos narra a saída dos israelitas do Egito depois do acontecimento devastador, isto é, a morte dos primogênitos egípcios. A saída dos israelitas do Egito nos é apresentada de maneira numerosa: “Eram cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar as crianças”.   Os numerosos que são citados aqui certamente exagerados para colocar ainda mais em destaque o poder de Deus que os libertou da escravidão. Assim é sublinhada a intervenção prodigiosa de Deus. Além disso se diz que outros muitos, estrangeiros ou emigrantes, inclusive muitos egípcios descontentes da situação acompanharam o êxodo.


O poder da opressão foi destruído pela poderosa ação de Deus em favor do povo, e este saiu. "O povo”, como foi dito, não são apenas os descendentes dos patriarcas, mas também "uma imensa multidão" (12,38). Isto significa que a salvação de Deus não é dirigida apenas a um pequeno grupo de pessoas privilegiadas, mas tem dimensões universais: todos aqueles que sofrem a opressão dos poderosos deste mundo são chamados para que, juntos, se esforcem para sair desta situação. A força de uma pessoa só não é suficiente.


O redator final do texto acrescentou uma pincelada de grande ternura à pintura que a tradição deixou sobre o fato do êxodo. O versículo 42 do texto, seguramente um acréscimo posterioriormente, apresenta Deus (Javé) como um pai ocupado em um trabalho importante e delicado, que exige responsabilidade da execução e do esforço constante. Em outras palavras: o autor nos diz que Deus ficou vigiando a noite toda, já que estava alerta sobre a marcha dos acontecimentos para que nada falhasse e tudo chegasse a um sucesso total. É um modo muito humano de falar sobre Deus e resulta, pedagogicamente, muito apto a expressar o que quer-se dizer: tudo foi obra de Javé, que foi posto aos olhos de todos para acreditarmos nesse Deus libertador.


A história continua.  A salvação, isto é, a libertação por Deus, faz também ato de presença nesta marcha até chegar à plenitude dos tempos. Agora o próprio Deus é o Filho do Homem, Jesus Cristo: Filho do povo e do mundo dos oprimidos. Ele é o primogênito: de Deus e da humanidade.


Jesus como o primogênito dos homens se submete humildemente ao rito de resgate. Mas como o primogênito-unigênito de Deus, Ele mesmo é o resgate autêntico que faz brotar a salvação dentro da família humana. Por Jesus, a humanidade redimida entra no eterno agora de Deus. Ele é a porta, o altar e a vítima. Os primogênitos da opressão (egípcios de Faraó) ficam sepultados ali, na escuridão do tempo e da história. A legião dos oprimidos, inclusive os oprimidos pelo próprio pecado, é redimida por Aquele que é a Verdadeira Luz (Jo 12,8) que, vindo a este mundo, ilumina todo homem. Jesus se fez, por nós, obediente até a morte e à morte na cruz. E com ele, o primogênito da humanidade e o unigentido do Pai, todos os irmãos que somos nós passamos da morte para a vida. Por isso, cada ano a comunidade cristã, na Vigília Pascal, se reúne e faz vigília em honra de Deus e do Ressuscitado, pois, como cantamos no Salmo Responsorial de hoje “Eterna é a Sua misericórdia!”.


Jesus Cristo, Libertador-Salvador Da Humanidade Pecadora


Continuamos com as controvérsias entre Jesus e as autoridades do seu tempo. Nos versículos anteriores do texto do evangelho deste dia Mt relatou a atividade de Jesus de curar muitos doentes no Sábado, dia sagrado para os judeus. Relatou-se que Jesus curou um homem de mão seca dentro da sinagoga (cf. Mt 12,9-13). Era proibido curar no Sábado, o dia sagrado. Para Jesus o sagrado é o ser humano (cf. 1Cor 3,16-17) e não o dia. Por isso, para Jesus salvar um ser humano está acima de qualquer lei religiosa, por mais sagrada que ela pareça ser. A lei religiosa existe em função do ser humano. Naturalmente os dirigentes do povo desaprovaram a atividade de Jesus. Por isso, decidiram matá-lo.


A hostilidade dos fariseus (Mt 12,14) é o ponto terminal do relato referido à atividade de Jesus durante o Sábado numa sinagoga. Diante da hostilidade, Jesus muda seu espaço: “Ao saber disso, Jesus retirou-se dali”, mas continua curando a todos. Sua tarefa é ajudar, socorrer e reviver a todos aqueles que se encontram ameaçadas na sua dignidade.


A maneira de atuar de Jesus é totalmente contrária à maneira de atuar dos fariseus. Observemos o contraste nesta controvérsia entre Jesus e seus adversários: Os adversários planejam matar Jesus, e Jesus planeja um serviço de caridade, de amor e de proximidade dos necessidades. Os adversários tomam atitudes violentas, e Jesus cumpre a visão profética de bendizer e de apreciar todos os detalhes da bondade que estão ao Seu alcance. O mal e o bem, chocando-se mutuamente, caminham em paralelo. O objeto da ação é o mesmo homem tanto para o bem como para o mal. Um coração que ama se enfrenta com um coração maldoso. Jesus será vítima disso, mas Deus bota a vida onde o homem põe a morte. Por isso, Jesus será ressuscitado por Deus, Seu Pai.


Jesus não lhes responde com ações violentas. Como verdadeiro Servidor de Deus, Jesus busca que a verdade brilhe sobre as trevas da morte e da miséria. A missão de Jesus é pacifista, solidária e defensora da justiça e do direito. Somente de um homem assim, sem pretensões mundanas é que o povo pode esperar a salvação.


Por que os dirigentes do povo defendem tanto a lei supostamente sagrada e não defende o ser humano, que é o filho de Deus, templo do Espírito Santo, segundo São Paulo? (cf.1Cor 3,16-17). É por causa do império dos interesses econômicos e sociais. Quando o dinheiro se torna o objetivo da vida de uma pessoa, ela não admite rivais.  E se tiver rivais, será eliminado. Quem se entrega ao dinheiro, não consegue ver mais ninguém senão a si mesmo. O dinheiro se revela uma arma mais letal do que as armas nucleares, quando usado unicamente em vista dos interesses de alguns. É por isso que Jesus disse que, ou se serve a Deus, ou se serve ao dinheiro (cf. Mt 6,24). Quem se preocupa com a própria glória não se preocupa com o bem do outro.


Jesus age como um profeta: falar em nome de Deus na defesa da igualdade e da fraternidade, embora Jesus seja mais do que um profeta, pois ele é a encarnação do amor de Deus, Deus-Conosco. Os profetas do Antigo Testamento com muita freqüência se atiram contra as prepotências dos ricos em relação aos pobres, por sensibilidade social, mas, sobretudo, por sensibilidade teológica no sentido de que as injustiças entre os homens quebram a relação com Deus. O mal que se faz ao homem é mal feito a Deus (cf. Mt 25,40.45).


O verdadeiro objetivo da vida de Jesus é amar para salvar (Jo 3,16). Esse objetivo se expressa da seguinte maneira: “Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito”. Jesus veio não para desencorajar e sim para encorajar. Ele veio não para ameaçar o fraco com condenação e sim com a compreensão. Jesus veio não para apagar “o pavio que ainda fumega” e sim para fortalecer sua luz a fim de clarear mais. Por isso, “Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”. Tudo em Jesus era manifestar o amor de Deus para os homens. Logo, tudo na vida de cada cristão deve ser a manifestação do amor de Deus, porque o amor humaniza e diviniza, cria a fraternidade e a comunhão, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16).


Como cristãos seguidores de Cristo, nós temos em Jesus nosso espelho para podermos nos ver melhor ou para comprovar se aprendemos ou não as principais lições de nosso Mestre Jesus. Temos que fazer chegar para as pessoas a mensagem de amor de Jesus. Mas não devemos impor, e sim propor, não gritar e sim anunciar motivando, respeitando a situação de cada pessoa.


Por isso, como cristãos, nós devemos ser contrários a toda a forma de luta violenta, mas também devemos agir energicamente com todas as iniciativas e meios não violentos, para afirmar a justiça, o respeito pelos direitos humanos, pela fraternidade, pela dignidade de cada pessoa e pela caridade no mundo. Podemos combater o pecado sem eliminar o pecador, pois Deus odeia o pecado, mas não se cansa de perdoar quem se converte: “Porventura, tenho Eu prazer na morte do ímpio? Porventura, não alcançará ele a vida se ele se converter de seus maus caminhos?” (Ez 18,23). A missão de cada cristão, a exemplo do mestre Jesus, é pacifista, solidária e defensora da justiça e do direito. É “Não quebrar o caniço rachado, nem apagar o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito”.
P. Vitus Gustama,svd

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