terça-feira, 30 de abril de 2019

03/05/2019
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PARTILHAR O PÃO COM TODOS É UM ATO SAGRADO, POIS PROLONGA O ATO GENEROSO DO DEUS CRIADOR
Sexta-Feira da II Semana da Páscoa

São Filipe e São Tiago
Primeira Leitura: At 5,34-42
Naqueles dias, 34 um fariseu chamado Gamaliel, levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. 35 Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36 Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37 Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38 Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39 Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40 Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41 Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42 E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.



Evangelho: Jo 6,1-15
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
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Deus Se Serve De Vários Meios e Pessoas Para Revelar-Se




Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” São palavras muitos sábias e inspiradoras do mestre Gamaliel cujo um dos seus discípulos era Paulo (At 22,3) que se converteu (At 9,1-19). Estas sábias palavras foram pronunciadas diante do Sinédrio que estava julgando os apóstolos presos por causa do anúncio de Jesus Ressuscitado.



Gamaliel (Heb. “Deus é minha recompensa”) além de fariseu era um reputado teólogo e doutor da Lei. Era um fariseu altamente educado e um mestre respeitado (At 5,34). Na literatura rabínica, é chamado de “Gamaliel, o Ancião” para distingui-lo de Gamaliel II, seu neto. Como lemos na Primeira Leitura, quando Pedro e outros apóstolos foram presos e levados para o julgamento, Gamaliel argumentou, em termos pragmáticos, que seria melhor libertá-los do que persegui-los, pois a nova “seita” desapareceria rapidamente se não fosse algo de Deus (At 5,34-39). Foi bem sucedido em seu apelo: os apóstolos foram trazidos de volta, açoitados e libertados.



As palavras de Gamaliel eram palavras de profecia. Até hoje as palavras de Jesus e o testemunho de sua ressurreição permanecem (cf. Mt 24,35). Logo é de Deus. Por isso, nenhuma perseguição pode desviar os seguidores de Cristo de seu maior alvo: ver homens e mulheres libertos para Jesus, o Deus que salva.



De Gamaliel aprendemos que devemos estar abertos para escutar o Senhor que nos fala através de qualquer pessoa que Ele escolheu livremente, como Gamaliel e lhe confiou a mensagem de salvação. Jamais podemos apagar o dom que Deus concedeu àqueles que Ele quis escolher livre e amorosamente. Não queiramos nos expor a lutar contra Deus que se revelou através de vários meios e pessoas. “Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” é o recado de Gamaliel para nós todos. Aprendamos a viver e a conviver numa verdadeira comunhão fraterna, de tal maneira que Jesus Cristo e Sua Palavra sejam ocasião de união e não queiramos convertê-los em causa de divisão entre nós. Esforcemo-nos em buscar pontos de convergência que nos ajudem a fortalecer nossa união fraterna em torno do nosso único Senhor e Deus: Jesus Cristo. Anunciemos o Evangelho diariamente apesar de que os outros possam nos ameaçar e nos perseguir ou acabar com nossa vida por causa de Cristo e de seus ensinamentos cheios de amor.



Se nos encontrarmos com Cristo Ressuscitado e verdadeiramente nos alimentarmos d´Ele, então Sua vida estará em nós. A partir de nossa união com Cristo, abriremos nossos olhos diante da fome que padecem muitos irmãos nossos e nos esforçaremos em fazer algo em favor deles, a exemplo da multiplicação dos pães relatada no Evangelho deste dia. Não podemos guardar pães para nós enquanto há milhões de seres humanos que continuam sendo vítimas da fome, da desnudez, da injustiça, da falta de paz, vítimas da enfermidade, da perseguição injusta, da exploração e da escravidão. Oxalá que não sejamos nós próprios os que se convertem em destruidores da vida dos demais.



Se este projeto ou esta atividade é de origem humana, será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los”. É o grande conselho de Gamaliel. Este conselho nos ajuda diariamente diante das dificuldades que parecem insolucionáveis ou as batalhas que parecem perdidas. Com Deus sempre há solução, mesmo que até então aquela solução não compreendamos seu sentido. Muitas vezes somente mais tarde é que entenderemos o sentido de tudo que passou na nossa vida e na vida dos que amamos, como o próprio Senhor disse aos discípulos: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paraclito, o Espirito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16,12-13). O tempo e a ação do Espirito Santo são nossos mestres para captar o sentido de tudo que se passou e que se passa diariamente na nossa vida e ao nosso redor.



Para isso tudo, é preciso querer viver na Casa do Senhor, como rezamos no Salmo Responsorial deste dia: “Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo” (Sl 26). Mas o querer encontrar refúgio, consolo e apoio no Senhor não pode se converter, para nós, num sinal de fuga do mundo e do cumprimento de nossos compromissos temporais a partir de nossa vocação como batizados. Busquemos o Senhor para orar, para escutar Sua Palavra e para viver totalmente comprometidos no trabalho a favor de Seu Reino entre nós. Que o amor fraterno seja o motor principal de nossas ações e trabalhos.



Jesus é o Pão Partido e Repartido Para Nos Alimentar a Fim de Sermos o Mesmo Para Os Irmãos




Começamos hoje a leitura do famoso capítulo de São João que fala do discurso sobre o Pão da Vida. É uma verdadeira síntese teológica sobre a Eucaristia e sobre a fé. Neste capítulo teremos o relato de dois sinais (multiplicação dos pães e Jesus anda sobre as águas) seguido por um longo discurso de Jesus que expressa e prolonga o significado dos gestos de dois sinais prodigiosos (1. Multiplicação dos pães; 2. Jesus anda sobre as águas; 3. Discurso sobre o Pão da vida). A leitura de Jo 6 só terminará na III Semana da Páscoa.



O presente relato de Jo quer destacar o conhecimento sobre-humano de Jesus. Jesus aparece aqui como o Senhor. Desaparecem as marcas humanas como compaixão por uma multidão faminta que estava muito tempo sem comer (cf. Mc 6,34). Os sinóticos destacam mais a dimensão humanitária de Jesus do que sua dimensão divina como no quarto evangelho (evangelho de João). No evangelho de João toda a situação se desenvolve sob o controle de Jesus: ele sabe perfeitamente o que tem que fazer. Jesus tem a iniciativa em todo momento. Acentua-se a sua preocupação pelo homem para responder às suas necessidades mais profundas. O papel dos discípulos é reduzido.



No Evangelho de João, como já sabemos, não se usa o termo milagre, mas sinal. Um sinal nos leva daquilo que vemos para aquilo que não vemos, do conhecido ao desconhecido, isto é, que evoca algo que está muito além de sua própria realidade. O que o evangelista João chama de sinais são os gestos de Jesus. São chamados de Sinais porque remetem a algo mais profundo, ao significado. Somos convidados a descobrir o que tem por além de cada gesto de Jesus e de cada personagem.



O evangelho fala da multiplicação dos pães. Logo no início, ao ver a multidão, Jesus perguntou a Filipe: “Onde vamos comprar pão para eles comerem?” (v.5). Através desta pergunta o texto quer nos dizer que a primeira preocupação de Jesus é com a sobrevivência do povo. Jesus provoca seus seguidores, representado por Filipe sobre como resolver a questão da fome do povo. Para Filipe a fome do povo não tem solução: “Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um recebesse um pedaço” (um denário é a diária de um lavrador: Mt 20,2, isto quer dizer que 200 dias de trabalho não são suficientes para alimentar tanta gente).



Surgiu André, o irmão de Pedro com uma solução: “Aqui há um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes”. André, que significa humano ou homem, representa a nova proposta diante da fome do povo. Pão de cevada e peixe eram a comida dos pobres (arroz e feijão para o povo brasileiro). Os ricos comiam o pão de trigo. O menino e os pães cevadas lembram o profeta do pão, Eliseu, no AT (2Rs 4,42-44). O menino neste relato tem generosidade de entregar seu pão e peixe. Ele não retém para si seu alimento nem pergunta de que ele se alimentará. Ele simplesmente entrega seus pão e peixe. O menino recorda, por isso, os pequenos que estão dispostos a servir e a partilhar os bens da vida, sem submetê-los à ganância. Ele representa todos aqueles que acreditam sempre na providência divina mesmo que estejam cercados pelas dificuldades, e continuam sendo generosos apesar do pouco que eles têm. Se trabalharmos realmente para Deus e por Deus em favor da humanidade, especialmente dos mais necessitados, o próprio Deus vai providenciar o necessário para nossa vida. Tenhamos fé n’Ele!



E Jesus pega o pão e faz a oração de bênção e de agradecimento. Aqui ele não agradece ao menino que ofereceu os pães e sim a Deus. Esse detalhe é importante, pois coloca os bens que sustentam a vida dentro do projeto de Deus. Ao dar graças a Deus, Jesus está tirando os bens da vida das garras da ganância e do acúmulo para colocá-los no âmbito da partilha e da gratuidade. Aqui a bênção sobre o pão é o reconhecimento público da bondade de Deus. Ao agradecer a Deus pelo pão que se tem, Jesus nos ensina a colocarmos os bens que sustentam a vida dentro do projeto de Deus cuja alma é a partilha.



Dar graças a Deus significa reconhecer que algo que se possui é dom recebido de Deus. Nada criamos. Tudo é criado por Deus gratuitamente e nós usufruímos tudo gratuitamente. O preço dessa gratuidade vinda de Deus deve ser a bondade praticada por nós. Dar graças a Deus pelos bens que temos significa reconhecer sua origem última em Deus e que quem os possui é apenas um administrador encarregado de colocá-los à disposição dos irmãos mais necessitados com a mesma gratuidade com que Deus os criou e com que o homem os recebeu de Deus. O sinal operado por Jesus, o pão partilhado, consiste precisamente em libertar a criação do egoísmo que esteriliza a humanidade para que se converta em dom de Deus para todos. Ao restituir a Deus, com sua ação de graças, os bens da comunidade, Jesus restaura seu verdadeiro destino, que é a humanidade inteira. Com sua ação, Jesus ensina seus discípulos e todos os cristãos sobre qual é a missão da comunidade: a de manifestar a generosidade do Pai que criou tudo de graça, compartilhando os dons que d’Ele recebemos.



Jesus saciou concretamente o povo faminto a partir de uma realidade terrestre e retirou-se, depois, da multidão. O pão que ele fornece não é somente o símbolo do pão sobrenatural: não é possível revelar o pão da vida eterna sem se engajar verdadeiramente nas tarefas da solidariedade humana, na partilha dos bens para que não os têm, nem o mínimo. Os pobres e os miseráveis são o teste por excelência da qualidade de nossa caridade. Segundo Santo Agostinho, os pobres que ajudamos na terra vão bater a porta do céu para podermos entrar nele. Na verdade, os necessitados nos transformam em pessoas mais humanas através da partilha que fazemos. Fica o gesto de amor de Jesus no ato de compartilhar o pão, e a nossa tarefa é de continuar esse gesto ao longo da história.



Na eucaristia recebemos o pão da vida eterna. Mas somente existe verdadeira recepção desse pão da vida, quando estamos dispostos a partilhar o que temos e somos para com os necessitados. Ninguém pode reter para si o pão num egoísmo desenfreado enquanto que os outros estão carentes dele. Quando muitos morrem por falta de pão, não é porque Deus deixa de faltar o trigo, e sim porque nós deixamos que falte o amor; porque nós deixamos o egoísmo dominar nossa vida. Em cada pão partilhado ou dado com o amor, o egoísmo é esmagado. Em cada pão partilhado com amor há um gesto sagrado, pois Deus está presente nesse gesto de partilha que é a alma do projeto de Deus. Deus faz festa quando um coração sabe amar, partilhando com o irmão necessitado o pão que se tem. Por isso, que estejamos atentos para que a nossa prática religiosa não seja mais importante do que o próprio Deus e Sua imagem que é o nosso próximo que espera de nós um gesto de bondade. Recebemos o Corpo de Cristo na Eucaristia para que nós sejamos vida para o próximo. Se não, a Eucaristia careceria de sentido. Ao partilhar o que eu tenho para quem não o tem expressa minha riqueza interior. Somente dá-se aquilo que se tem.
P. Vitus Gustama,svd

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SÃO FILIPE E SÃO TIAGO, APÓSTOLOS
03 de Maio

Primeira Leitura: 1Cor 15,1-8
1 Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos preguei e que rece­bestes, e no qual estais firmes. 2 Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele vos foi pregado por mim. De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão. 3 Com efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 que foi sepultado; que, ao terceiro dia, ressuscitou, segundo as Escrituras’; 5e que apareceu a Cefas e, depois, aos Doze. 6 Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram. 7 Depois, apareceu a Tiago e, depois, apareceu aos apóstolos todos juntos. 8 Por último, apareceu também a mim, como a um abortivo.

Evangelho: Jo 14,6-14
Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: 6 “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9 Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11 Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acre­ditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13 e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.
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São Tiago, o Menor, chamado assim pela estatura e pela idade, é parente do Senhor segundo a carne (Mt 13,55). Ele faz parte das listas dos doze Apóstolos escolhidos pessoalmente por Jesus, e é sempre especificado como "filho de Alfeu" (cf. Mt 10, 3; Mc 3, 18; Lc 5; Act 1, 13). Com frequência ele foi identificado com outro Tiago, chamado "o Menor" (cf. Mc 15, 40), filho de uma Maria (cf. ibid.) que poderia ser a "Maria de Cleofas" presente, segundo o Quarto Evangelho, aos pés da Cruz juntamente com a Mãe de Jesus (cf. Jo 19, 25). Também ele era originário de Nazaré e provavelmente parente de Jesus (cf. Mt 13, 55; Mc 6, 3), do qual à maneira semítica é considerado "irmão" (cf. Mc 6, 3; Gl 1, 19).

Foi o líder da primeira comunidade de Jerusalém (At 12,17). No Concílio de Jerusalém, o primeiro Concílio da Igreja, Tiago propôs que os gentios não fossem sobrecarregados da Lei judaica para serem cristãos (At 15,13-23). A sua proposta foi aceita. O próprio São Paulo o denominou, juntamente com Pedro (Cefas) e João, “colunas da Igreja (Gl 2,9). Judeus e cristãos se inclinavam diante de Tiago pelo amor que tinha à ei e pela sua grande austeridade. Conforme uma tradição (testemunhada por Hegesipo e recolhida por Eusébio) os judeus e os cristãos em Jerusalém chamavam Tiago com o apelativo de “o justoporque levou uma vida sem mancha e austeridade. Tiago foi o primeiro apostolo a dar a vida pelo Reino de Deus. Foi martirizado no ano 62 d.C.

A ele é atribuída a Carta de São Tiago dirigida às doze Tribos de diáspora (fora de Palestina). Nesta Carta São Tiago exorta a todos a terem a paciência nas provas e nas tentações pela qual conduz qualquer um à perfeição, a terem o amor fraterno sem acepção de pessoas. Ele instrui todos sobre a doutrina da e das obras: “A sem obras é morta”, diz São Tiago. Ele exorta a todos para que evitem os pecados da língua; ensina a discernir a verdadeira sabedoria da falsa sabedoria (da verdadeira humildade da falsa humildade). Nesta Carta a Igreja encontrou o fundamento do Sacramento da Unção dos Enfermos (na Quinta-Feira Santa o bispo abençoa o óleo para a unção dos enfermos) onde São Tiago escreveu: “Se um de vocês está enfermo, chame o presbítero da Igreja para ungi-lo em nome do Senhor; a oração da o salvará...” (Tg 5,14-15). E São Tiago terminou sua Carta com estas palavras: “Meus irmãos, se alguém dentre vós se desviar da verdade e outro o reconduzir, saiba que aquele que reconduz o pecador desencaminhado salvará sua alma da morte e cobrirá uma multidão de pecados” (Tg 5,19).

Filipe era natural de Betsaida de Galiléia, a cidade de André e Pedro, seus amigos (cf. Jo 1,44), uma pequena cidade pertencente à tetrarquia de um dos filhos de Herodes, o Grande, também ele chamado Filipe (cf.Lc3,1). Nas listas dos Doze, ele é sempre colocado no quinto lugar (assim em Mt 10, 3; Mc 3, 18; Lc 6, 14; Act 1, 13), portanto substancialmente entre os primeiros. Apesar de Filipe ter origens hebraicas, o seu nome é grego, como o de André, e isto é um pequeno sinal de abertura cultural que não se deve subestimar. As notícias que temos sobre ele são-nos fornecidas pelo Evangelho de João.

Segundo o evangelho de São João Jesus o chamou a ser seu discípulo com estas palavras: “Vem e segue-me”. Filipe respondeu esse convite com generosidade e admiração. Mas Filipe não ficou contente em ser discípulo de Jesus. Ele levou Natanael para se encontrar com Jesus. Ao se encontrar pessoalmente com Jesus, Natanael confessou sua em Jesus: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Filipe apareceu na multiplicação dos pães onde ele se mostrou pessimista em dar comida para uma grande multidão com pouco dinheiro que tinha, sem ter consciência de que ele estava com o Senhor dos milagres (Jo 6, 5-7). Diante dos seus olhos Filipe presenciou a multiplicação dos pães. Filipe apareceu também, em outra ocasião, como mediador daqueles prosélitos (recéns-convertidos) que se encontravam em Jerusalém com motivo da Páscoa e que queriam ver Jesus. Filipe e André se dirigiram ao Senhor para contar o desejo dos gregos em quererem ver o Senhor (Jo 12,20). A última intervenção de Filipe se encontra no evangelho deste dia (Jo 14,6-14). Para ele Jesus dirigiu estas palavras: “Quem me viu, viu o Pai”. Isto significa que conhecer Jesus, escutar suas palavras, viver seus mandamentos equivale a conhecer plenamente Deus, a contemplar seu rosto amoroso reflexo na bondade de Jesus Cristo, em sua misericórdia e amor para os pobres e simples.

São três pontos dignos de menção aqui sobre Filipe. Primeiro, Filipe, assim como Pedro e André, é um bom exemplo daquelas pessoas que que “receberam” Jesus rápida e e entusiasticamente numa época em que a maioria dos “seus não O receberam” (Jo 1,11). Segundo, embora existam indicações de que ele era tímido e fraco na fé (Cf. Jo 14,8-11), imediatemente testemunhou de Jesus quando falou sobre Ele para Natanael. Esse tema do testemunho sobre Cristo que é um mandamento dirigido a todos os cristãos, é desenvolvido extensivamente no Evangelho de João (Cf. Por exemplo Jo 5,31-36). Terceiro, o conteúdo desse testemunho se torna evidente quando Filipe testemunhou não somente sobre um homem surpreendente e sim sobre o que estava escrito na Lei de Moisés a respeito de Jesus (Cf. Jo 1,45).

Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!”, disse Filipe a Jesus. “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai”, respondeu Jesus. O mistério de Deus somente pode entrar na mente humana através da fé: “Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acre­ditai, ao menos, por causa destas mesmas obras”.

Para nós cristaos, seguidores de Cristo é incompreensível não termos fé em Deus. É realmente maravilhoso o constatar como as portas do mal não prevalecem contra a Igreja de Cristo (Cf. Mt 16,18).

Se formos generosos ao chamamento do Senhor que nos sussurra: “Vem e segue-me”, seremos também, como Tiago e Filipe, instrumentos e reflexos do Senhor neste mundo para levar mais pessoas ao encontro do Senhor. Muitos continuam esperando palavras de esperança de cada um de nós. Esperar é crer que algo novo e melhor é possível através de cada um de nós e torcer para que aconteça. O Senhor não quer saber de nossas fraquezas nem de nossos limites. Os outros estão ai. Depende de você que se aproxime ou não para torná-los seus irmãos.

Graças aos apóstolos chegou até nós a mensagem de Deus, a mensagem de salvação, a mensagem que nos garante que temos um futuro vitorioso com Deus. Por nossa vez, nós não devemos deixar morrer na nossa mão a semente da Palavra de Deus. Precisamos passar adiante todo bem que sabemos fazer e que devemos fazer.
Jesus: Caminho, Verdade e Vida

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”, disse Jesus no Evangelho deste dia.

Para o Evangelho de João e para todos nós cristãos, o caminho não é mais a Lei como no AT, mas é uma Pessoa. Esta pessoa é Jesus Cristo. Jesus é o único Caminho, porque Sua vida e sua prática conduzem a humanidade ao encontro definitivo com Deus. Ele é o Caminho para o Pai porque na sua pessoa nos revela Deus, e no exemplo da sua vida e na luz da sua palavra nos mostra o itinerário a seguir para a nossa realização definitiva como filhos de Deus e irmãos dos homens.

Ele é a Verdade em virtude de nele residir plenamente a realidade divina e que realizou nele a plenitude da realidade humana. Com sua atividade em favor do homem (Jo 10,37s), que manifesta o amor de Deus, revela ao mesmo tempo a verdade sobre Deus e sobre o homem. A verdade é, por isso, a lealdade absoluta de Deus frente aos homens, de maneira que o homem pode confiar cegamente na sua palavra, na sua promessa, na sua lealdade. Jesus é a Verdade no meio da mentira do mundo, porque ele é a revelação exata do Pai.

Eu sou a Vida. No evangelho de João este termo “Vida” tem um significado inesgotável.

·        Jesus, que recebe a plenitude do Espírito (Jo 1,32s), possui a plenitude da vida divina e dispõe dela, como o Pai (Jo 5,21.26;17,2).
·        A missão de Jesus é comunicar vida ao homem e vida em abundância (Jo 10,10), vida definitiva e indestrutível (Jo 10,28;17,2).
·        Por isso, Jesus é a Vida porque a possui em plenitude e pode comunicá-la para quem acredita nele. Ele é a Vida em plenitude e sem fim num mundo de morte e autodestruição, e, por isso, podemos entrar em comunhão com o Deus vivo através dele.
 A adesão a Jesus e à sua prática em favor da vida faz com que as pessoas se tornem filhas de Deus, formando só uma família com Jesus e o Pai. Para conhecer o Pai e para chegar até Ele faz-se necessário comprometer-se com a prática do Filho e viver de acoedo com seus ensinamentos.
P. Vitus Gustama,svd


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