03/05/2019
PARTILHAR O PÃO COM TODOS É UM ATO SAGRADO, POIS
PROLONGA O ATO GENEROSO DO DEUS CRIADOR
Sexta-Feira
da II Semana da Páscoa
São Filipe e São Tiago
Primeira Leitura: At 5,34-42
Naqueles
dias, 34 um fariseu chamado Gamaliel, levantou-se no Sinédrio. Era mestre da
Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um
instante. 35 Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer
contra esses homens. 36 Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar
por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens.
Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37
Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou
o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se
dispersaram. 38 Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não
vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto
ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39 Mas, se vem de Deus,
vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra
Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40 Chamaram
então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de
Jesus, e depois os soltaram. 41 Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes
por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42
E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho
de Jesus Cristo.
Evangelho: Jo 6,1-15
Naquele
tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também
chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os
sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e
sentou-se aí, com seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa
dos judeus. 5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão
estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão
para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois
ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem
duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um
dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um
menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta
gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva
naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus
tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto
quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram
satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram,
para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze
cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo
o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é
verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas,
quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se
de novo, sozinho, para o monte.
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Deus
Se Serve De Vários Meios e Pessoas Para Revelar-Se
“Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” São palavras muitos sábias e inspiradoras do mestre Gamaliel cujo um dos seus discípulos era Paulo (At 22,3) que se converteu (At 9,1-19). Estas sábias palavras foram pronunciadas diante do Sinédrio que estava julgando os apóstolos presos por causa do anúncio de Jesus Ressuscitado.
Gamaliel (Heb. “Deus é
minha recompensa”) além de fariseu era um reputado teólogo e doutor da Lei.
Era um fariseu altamente educado e um mestre respeitado (At 5,34). Na
literatura rabínica, é chamado de “Gamaliel, o Ancião” para distingui-lo de
Gamaliel II, seu neto. Como lemos na Primeira Leitura, quando Pedro e outros
apóstolos foram presos e levados para o julgamento, Gamaliel argumentou, em
termos pragmáticos, que seria melhor libertá-los do que persegui-los, pois a
nova “seita” desapareceria rapidamente se não fosse algo de Deus (At 5,34-39).
Foi bem sucedido em seu apelo: os apóstolos foram trazidos de volta, açoitados
e libertados.
As palavras de Gamaliel eram palavras de
profecia. Até hoje as palavras de Jesus e o testemunho de sua ressurreição
permanecem (cf. Mt 24,35). Logo é de Deus. Por isso, nenhuma perseguição pode
desviar os seguidores de Cristo de seu maior alvo: ver homens e mulheres
libertos para Jesus, o Deus que salva.
De Gamaliel aprendemos que devemos estar
abertos para escutar o Senhor que nos fala através de qualquer pessoa que Ele
escolheu livremente, como Gamaliel e lhe confiou a mensagem de salvação. Jamais
podemos apagar o dom que Deus concedeu àqueles que Ele quis escolher livre e
amorosamente. Não queiramos nos expor a lutar contra Deus que se revelou
através de vários meios e pessoas. “Cuidado
para não vos pordes em luta contra Deus!” é o recado de Gamaliel para nós
todos. Aprendamos a viver e a conviver numa verdadeira comunhão fraterna, de
tal maneira que Jesus Cristo e Sua Palavra sejam ocasião de união e não
queiramos convertê-los em causa de divisão entre nós. Esforcemo-nos em buscar
pontos de convergência que nos ajudem a fortalecer nossa união fraterna em
torno do nosso único Senhor e Deus: Jesus Cristo. Anunciemos o Evangelho
diariamente apesar de que os outros possam nos ameaçar e nos perseguir ou
acabar com nossa vida por causa de Cristo e de seus ensinamentos cheios de
amor.
Se nos encontrarmos com Cristo Ressuscitado e
verdadeiramente nos alimentarmos d´Ele, então Sua vida estará em nós. A partir
de nossa união com Cristo, abriremos nossos olhos diante da fome que padecem
muitos irmãos nossos e nos esforçaremos em fazer algo em favor deles, a exemplo
da multiplicação dos pães relatada no Evangelho deste dia. Não podemos guardar
pães para nós enquanto há milhões de seres humanos que continuam sendo vítimas
da fome, da desnudez, da injustiça, da falta de paz, vítimas da enfermidade, da
perseguição injusta, da exploração e da escravidão. Oxalá que não sejamos nós
próprios os que se convertem em destruidores da vida dos demais.
“Se este projeto ou esta atividade é de
origem humana, será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis
eliminá-los”. É o grande conselho de Gamaliel. Este conselho nos ajuda
diariamente diante das dificuldades que parecem insolucionáveis ou as batalhas
que parecem perdidas. Com Deus sempre há solução, mesmo que até então aquela solução
não compreendamos seu sentido. Muitas vezes somente mais tarde é que entenderemos
o sentido de tudo que passou na nossa vida e na vida dos que amamos, como o
próprio Senhor disse aos discípulos: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas
não as podeis suportar agora. Quando vier o Paraclito, o Espirito da Verdade,
ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16,12-13). O tempo e a ação do
Espirito Santo são nossos mestres para captar o sentido de tudo que se passou e
que se passa diariamente na nossa vida e ao nosso redor.
Para isso tudo, é preciso querer viver na
Casa do Senhor, como rezamos no Salmo Responsorial deste dia: “Ao
Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no
santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e
contemplá-lo no seu templo” (Sl 26). Mas o querer encontrar refúgio,
consolo e apoio no Senhor não pode se converter, para nós, num sinal de fuga do
mundo e do cumprimento de nossos compromissos temporais a partir de nossa
vocação como batizados. Busquemos o Senhor para orar, para escutar Sua Palavra
e para viver totalmente comprometidos no trabalho a favor de Seu Reino entre
nós. Que o amor fraterno seja o motor principal de nossas ações e trabalhos.
Jesus
é o Pão Partido e Repartido Para Nos Alimentar a Fim de Sermos o Mesmo Para Os
Irmãos
Começamos hoje a leitura do famoso capítulo de São João que fala do discurso sobre o Pão da Vida. É uma verdadeira síntese teológica sobre a Eucaristia e sobre a fé. Neste capítulo teremos o relato de dois sinais (multiplicação dos pães e Jesus anda sobre as águas) seguido por um longo discurso de Jesus que expressa e prolonga o significado dos gestos de dois sinais prodigiosos (1. Multiplicação dos pães; 2. Jesus anda sobre as águas; 3. Discurso sobre o Pão da vida). A leitura de Jo 6 só terminará na III Semana da Páscoa.
O presente relato de Jo quer destacar o
conhecimento sobre-humano de Jesus. Jesus aparece aqui como o Senhor.
Desaparecem as marcas humanas como compaixão por uma multidão faminta que
estava muito tempo sem comer (cf. Mc 6,34). Os sinóticos destacam mais a
dimensão humanitária de Jesus do que sua dimensão divina como no quarto
evangelho (evangelho de João). No evangelho de João toda a situação se
desenvolve sob o controle de Jesus: ele sabe perfeitamente o que tem que fazer.
Jesus tem a iniciativa em todo momento. Acentua-se a sua preocupação pelo homem
para responder às suas necessidades mais profundas. O papel dos discípulos é
reduzido.
No Evangelho de João, como já sabemos, não se
usa o termo milagre, mas sinal. Um sinal nos leva daquilo que vemos para aquilo
que não vemos, do conhecido ao desconhecido, isto é, que evoca algo que está
muito além de sua própria realidade. O que o evangelista João chama de sinais
são os gestos de Jesus. São chamados de Sinais porque remetem a algo mais
profundo, ao significado. Somos convidados a descobrir o que tem por além de
cada gesto de Jesus e de cada personagem.
O evangelho fala da multiplicação dos pães.
Logo no início, ao ver a multidão, Jesus perguntou a Filipe: “Onde vamos comprar pão para eles comerem?” (v.5). Através desta
pergunta o texto quer nos dizer que a primeira preocupação de Jesus é com a
sobrevivência do povo. Jesus provoca seus seguidores, representado por Filipe
sobre como resolver a questão da fome do povo. Para Filipe a fome do povo não
tem solução: “Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um
recebesse um pedaço” (um denário é a diária de um lavrador: Mt 20,2, isto
quer dizer que 200 dias de trabalho não são suficientes para alimentar tanta
gente).
Surgiu André, o
irmão de Pedro com uma solução: “Aqui há um menino
que tem cinco pães de cevada e dois peixes”. André, que
significa humano ou homem, representa a nova proposta diante da fome do povo.
Pão de cevada e peixe eram a comida dos pobres (arroz e
feijão para o povo brasileiro). Os ricos comiam
o pão de trigo. O menino e os pães cevadas lembram o profeta do pão, Eliseu, no
AT (2Rs 4,42-44). O menino neste relato tem generosidade de entregar seu pão e
peixe. Ele não retém para si seu alimento nem pergunta de que ele se
alimentará. Ele simplesmente entrega seus pão e peixe. O menino recorda, por
isso, os pequenos que estão dispostos a servir e a partilhar os bens da vida,
sem submetê-los à ganância. Ele representa todos aqueles que acreditam sempre na
providência divina mesmo que estejam cercados pelas dificuldades, e continuam
sendo generosos apesar do pouco que eles têm. Se trabalharmos realmente para
Deus e por Deus em favor da humanidade, especialmente dos mais necessitados, o
próprio Deus vai providenciar o necessário para nossa vida. Tenhamos fé n’Ele!
E Jesus pega o pão e faz a oração de bênção e
de agradecimento. Aqui ele não agradece ao menino que ofereceu os pães e sim a
Deus. Esse detalhe é importante, pois coloca os bens que sustentam a vida
dentro do projeto de Deus. Ao dar graças a Deus, Jesus está tirando os bens da
vida das garras da ganância e do acúmulo para colocá-los no âmbito da partilha
e da gratuidade. Aqui a bênção sobre o pão é o reconhecimento público da
bondade de Deus. Ao agradecer a Deus pelo pão que se tem, Jesus nos ensina a
colocarmos os bens que sustentam a vida dentro do projeto de Deus cuja alma é a
partilha.
Dar graças a Deus significa reconhecer que
algo que se possui é dom recebido de Deus. Nada criamos. Tudo é criado por Deus
gratuitamente e nós usufruímos tudo gratuitamente. O preço dessa gratuidade
vinda de Deus deve ser a bondade praticada por nós. Dar graças a Deus pelos
bens que temos significa reconhecer sua origem última em Deus e que quem os
possui é apenas um administrador encarregado de colocá-los à disposição dos
irmãos mais necessitados com a mesma gratuidade com que Deus os criou e com que
o homem os recebeu de Deus. O sinal operado por Jesus, o pão partilhado,
consiste precisamente em libertar a criação do egoísmo que esteriliza a
humanidade para que se converta em dom de Deus para todos. Ao restituir a Deus,
com sua ação de graças, os bens da comunidade, Jesus restaura seu verdadeiro
destino, que é a humanidade inteira. Com sua ação, Jesus ensina seus discípulos
e todos os cristãos sobre qual é a missão da comunidade: a de manifestar a
generosidade do Pai que criou tudo de graça, compartilhando os dons que d’Ele
recebemos.
Jesus saciou concretamente o povo faminto a
partir de uma realidade terrestre e retirou-se, depois, da multidão. O pão que
ele fornece não é somente o símbolo do pão sobrenatural: não é possível revelar
o pão da vida eterna sem se engajar verdadeiramente nas tarefas da
solidariedade humana, na partilha dos bens para que não os têm, nem o mínimo.
Os pobres e os miseráveis são o teste por excelência da qualidade de nossa
caridade. Segundo Santo Agostinho, os pobres que ajudamos na terra vão bater a
porta do céu para podermos entrar nele. Na verdade, os necessitados nos
transformam em pessoas mais humanas através da partilha que fazemos. Fica o
gesto de amor de Jesus no ato de compartilhar o pão, e a nossa tarefa é de
continuar esse gesto ao longo da história.
Na eucaristia recebemos o pão da vida eterna.
Mas somente existe verdadeira recepção desse pão da vida, quando estamos
dispostos a partilhar o que temos e somos para com os necessitados. Ninguém
pode reter para si o pão num egoísmo desenfreado enquanto que os outros estão
carentes dele. Quando muitos morrem por falta de pão, não é porque Deus deixa
de faltar o trigo, e sim porque nós deixamos que falte o amor; porque nós
deixamos o egoísmo dominar nossa vida. Em cada pão partilhado ou dado com o
amor, o egoísmo é esmagado. Em cada pão partilhado com amor há um gesto
sagrado, pois Deus está presente nesse gesto de partilha que é a alma do
projeto de Deus. Deus faz festa quando um coração sabe amar, partilhando com o
irmão necessitado o pão que se tem. Por isso, que estejamos atentos para que a
nossa prática religiosa não seja mais importante do que o próprio Deus e Sua
imagem que é o nosso próximo que espera de nós um gesto de bondade. Recebemos o
Corpo de Cristo na Eucaristia para que nós sejamos vida para o próximo. Se não,
a Eucaristia careceria de sentido. Ao partilhar o que eu tenho para quem não o
tem expressa minha riqueza interior. Somente dá-se aquilo que se tem.
São Tiago, o Menor , chamado assim pela estatura e pela
idade , é parente
do Senhor segundo
a carne (Mt 13,55). Ele faz parte das
listas dos doze Apóstolos escolhidos pessoalmente por Jesus, e é sempre
especificado como "filho de Alfeu" (cf. Mt 10, 3; Mc 3, 18; Lc 5; Act
1, 13). Com frequência ele foi identificado com outro Tiago, chamado "o
Menor" (cf. Mc 15, 40), filho de uma Maria (cf. ibid.) que poderia ser a
"Maria de Cleofas" presente, segundo o Quarto Evangelho, aos pés da
Cruz juntamente com a Mãe de Jesus (cf. Jo 19, 25). Também ele era originário
de Nazaré e provavelmente parente de Jesus (cf. Mt 13, 55; Mc 6, 3), do qual à
maneira semítica é considerado "irmão" (cf. Mc 6, 3; Gl 1, 19).
Segundo o evangelho de São
João Jesus o chamou a ser seu
discípulo com
estas palavras : “Vem e segue-me”. Filipe
respondeu esse convite
com generosidade
e admiração . Mas
Filipe não ficou contente
em ser discípulo de Jesus. Ele
levou Natanael para se encontrar
com Jesus. Ao se encontrar
pessoalmente com
Jesus, Natanael confessou sua fé em Jesus: “Mestre , tu és o
Filho de Deus ,
tu és o rei
de Israel” (Jo 1,49). Filipe apareceu na multiplicação
dos pães onde
ele se mostrou pessimista
em dar comida para uma grande multidão
com pouco
dinheiro que tinha , sem ter consciência de que ele estava com o Senhor dos milagres (Jo 6, 5-7). Diante
dos seus olhos
Filipe presenciou a multiplicação dos pães . Filipe apareceu também ,
em outra
ocasião , como
mediador daqueles prosélitos
(recéns-convertidos) que se encontravam em Jerusalém com
motivo da Páscoa
e que queriam ver
Jesus. Filipe e André se dirigiram ao Senhor para contar o desejo dos gregos
em quererem ver
o Senhor (Jo 12,20). A última
intervenção de Filipe se encontra no evangelho
deste dia (Jo 14,6-14). Para
ele Jesus dirigiu estas palavras : “Quem
me viu, viu o Pai ”.
Isto significa que
conhecer Jesus, escutar
suas palavras ,
viver seus mandamentos equivale a conhecer
plenamente Deus ,
a contemplar seu
rosto amoroso
reflexo na bondade
de Jesus Cristo , em
sua misericórdia
e amor para
os pobres e simples .
Graças aos apóstolos chegou até
nós a mensagem
de Deus , a mensagem
de salvação, a mensagem que nos garante
que temos um
futuro vitorioso
com Deus .
Por nossa
vez , nós
não devemos deixar
morrer na nossa
mão a semente
da Palavra de Deus .
Precisamos passar adiante
todo bem que sabemos fazer e que devemos fazer .
P. Vitus Gustama,svd
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SÃO
FILIPE E SÃO TIAGO, APÓSTOLOS
03 de Maio
Primeira Leitura: 1Cor 15,1-8
1
Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos preguei e que recebestes, e no
qual estais firmes. 2 Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele
vos foi pregado por mim. De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão. 3 Com
efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo tinha recebido, a
saber: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 que foi
sepultado; que, ao terceiro dia, ressuscitou, segundo as Escrituras’; 5e que
apareceu a Cefas e, depois, aos Doze. 6 Mais tarde, apareceu a mais de
quinhentos irmãos, de uma vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já
morreram. 7 Depois, apareceu a Tiago e, depois, apareceu aos apóstolos todos
juntos. 8 Por último, apareceu também a mim, como a um abortivo.
Evangelho: Jo 14,6-14
Naquele
tempo, Jesus disse a Tomé: 6 “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai
ao Pai senão por mim. 7 Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.
E desde agora o conheceis e o vistes”. 8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o
Pai, isso nos basta!” 9 Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não
me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o
Pai’? 10 Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que
eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras. 11 Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim.
Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade
vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores
do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13 e o que pedirdes em meu nome, eu o
realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se pedirdes algo
em meu nome, eu o realizarei”.
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Foi o líder
da primeira comunidade
de Jerusalém (At 12,17). No Concílio de
Jerusalém, o primeiro Concílio
da Igreja , Tiago propôs que os gentios não fossem sobrecarregados da Lei
judaica para
serem cristãos (At 15,13-23). A sua proposta
foi aceita. O próprio São
Paulo o denominou, juntamente com Pedro (Cefas) e João, “colunas
da Igreja (Gl 2,9). Judeus
e cristãos se inclinavam diante de Tiago pelo amor que tinha à ei e pela
sua grande
austeridade . Conforme
uma tradição (testemunhada por Hegesipo e recolhida por
Eusébio) os judeus e os cristãos em
Jerusalém chamavam Tiago com o apelativo de “o justo ”
porque levou uma vida
sem mancha e austeridade . Tiago foi o primeiro
apostolo a dar a vida
pelo Reino de
Deus . Foi martirizado no ano 62 d.C.
A ele
é atribuída a Carta de São Tiago dirigida às doze Tribos
de diáspora (fora
de Palestina ). Nesta Carta São Tiago
exorta a todos a terem a paciência nas provas
e nas tentações pela
qual conduz qualquer
um à perfeição ,
a terem o amor fraterno
sem acepção
de pessoas . Ele
instrui todos sobre
a doutrina da fé
e das obras : “A fé
sem obras
é morta ”, diz São
Tiago. Ele exorta a todos
para que
evitem os pecados da língua ; ensina
a discernir a verdadeira sabedoria
da falsa sabedoria
(da verdadeira humildade da falsa humildade ).
Nesta Carta a Igreja
encontrou o fundamento do Sacramento da Unção
dos Enfermos (na Quinta-Feira
Santa o bispo
abençoa o óleo para
a unção dos enfermos )
onde São
Tiago escreveu: “Se um de vocês está enfermo ,
chame o presbítero da Igreja para ungi-lo em nome do Senhor ; a oração da fé o salvará...” (Tg 5,14-15). E São
Tiago terminou sua Carta
com estas palavras :
“Meus irmãos ,
se alguém dentre
vós se desviar
da verdade e outro
o reconduzir , saiba
que aquele
que reconduz o pecador
desencaminhado salvará sua alma da morte e cobrirá uma
multidão de pecados ”
(Tg 5,19).
Filipe
era natural
de Betsaida de Galiléia, a cidade de
André e Pedro, seus amigos
(cf. Jo 1,44), uma pequena cidade pertencente à tetrarquia de um dos filhos de
Herodes, o Grande, também ele chamado Filipe (cf.Lc3,1). Nas listas dos Doze,
ele é sempre colocado no quinto lugar (assim em Mt 10, 3; Mc 3, 18; Lc 6, 14;
Act 1, 13), portanto substancialmente entre os primeiros. Apesar de Filipe ter origens hebraicas, o seu nome é
grego, como o de André, e isto é um pequeno sinal de abertura cultural que não
se deve subestimar. As notícias que temos sobre ele são-nos fornecidas pelo
Evangelho de João.
São três pontos dignos de menção aqui sobre
Filipe. Primeiro,
Filipe, assim como Pedro e André, é um bom exemplo daquelas pessoas que que
“receberam” Jesus rápida e e entusiasticamente numa época em que a maioria dos
“seus não O receberam” (Jo 1,11). Segundo, embora existam indicações de que ele
era tímido e fraco na fé (Cf. Jo 14,8-11), imediatemente testemunhou de Jesus
quando falou sobre Ele para Natanael. Esse tema do testemunho sobre Cristo que
é um mandamento dirigido a todos os cristãos, é desenvolvido extensivamente no
Evangelho de João (Cf. Por exemplo Jo 5,31-36). Terceiro, o conteúdo desse
testemunho se torna evidente quando Filipe testemunhou não somente sobre um
homem surpreendente e sim sobre o que estava escrito na Lei de Moisés a respeito
de Jesus (Cf. Jo 1,45).
“Senhor,
mostra-nos o Pai, isso nos basta!”, disse Filipe a Jesus. “Há tanto tempo estou convosco, e não me
conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai”, respondeu Jesus. O mistério de
Deus somente pode entrar na mente humana através da fé: “Acreditai-me: eu estou
no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras”.
Para nós cristaos, seguidores de Cristo é
incompreensível não termos fé em Deus. É realmente maravilhoso o constatar como
as portas do mal não prevalecem contra a Igreja de Cristo (Cf. Mt 16,18).
Se formos generosos
ao chamamento do Senhor que
nos sussurra :
“Vem e segue-me”, seremos também , como
Tiago e Filipe, instrumentos e reflexos do Senhor neste mundo para levar
mais pessoas
ao encontro do Senhor .
Muitos continuam esperando palavras de esperança
de cada um
de nós . Esperar
é crer que algo novo e melhor é possível
através de cada
um de nós
e torcer para que aconteça. O Senhor não quer saber de nossas fraquezas
nem de nossos
limites . Os outros
estão ai. Depende de você que
se aproxime ou não
para torná-los seus
irmãos .
Jesus: Caminho, Verdade e Vida
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim”, disse Jesus no Evangelho deste dia.
Para o Evangelho de João e para todos nós
cristãos, o caminho não é mais a Lei como no AT, mas é uma Pessoa. Esta pessoa
é Jesus Cristo. Jesus é o único Caminho,
porque Sua vida e sua prática conduzem a humanidade ao encontro definitivo com
Deus. Ele é o Caminho para o Pai porque na sua pessoa nos revela Deus, e no
exemplo da sua vida e na luz da sua palavra nos mostra o itinerário a seguir
para a nossa realização definitiva como filhos de Deus e irmãos dos homens.
Ele é a Verdade
em virtude de nele residir plenamente a realidade divina e que realizou nele a
plenitude da realidade humana. Com sua atividade em favor do homem (Jo 10,37s),
que manifesta o amor de Deus, revela ao mesmo tempo a verdade sobre Deus e
sobre o homem. A verdade é, por isso, a lealdade absoluta de Deus frente aos
homens, de maneira que o homem pode confiar cegamente na sua palavra, na sua
promessa, na sua lealdade. Jesus é a Verdade no meio da mentira do mundo,
porque ele é a revelação exata do Pai.
Eu sou a Vida. No evangelho de
João este termo “Vida” tem um significado inesgotável.
·
Jesus, que recebe a plenitude do Espírito (Jo
1,32s), possui a plenitude da vida divina e dispõe dela, como o Pai (Jo
5,21.26;17,2).
·
A missão de Jesus é comunicar vida ao homem e
vida em abundância (Jo 10,10), vida definitiva e indestrutível (Jo 10,28;17,2).
·
Por isso, Jesus é a Vida porque a possui em
plenitude e pode comunicá-la para quem acredita nele. Ele é a Vida em plenitude
e sem fim num mundo de morte e autodestruição, e, por isso, podemos entrar em
comunhão com o Deus vivo através dele.
A adesão a Jesus e à sua prática em favor da
vida faz com que as pessoas se tornem filhas de Deus, formando só uma família
com Jesus e o Pai. Para conhecer o Pai e para chegar até Ele faz-se necessário
comprometer-se com a prática do Filho e viver de acoedo com seus ensinamentos.
P.
Vitus Gustama,svd
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