domingo, 15 de abril de 2012

AMOR: A PARTIR DE DEUS O MUNDO É GOVERNADO POR AMOR


Quarta-feira, 18 de Abril de 2012

Texto de Leitura: Jo 3,16-21

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.

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 Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Esta frase é uma síntese bíblica que condensa todo o quarto Evangelho (Evangelho de João). O quarto Evangelho foi escrito para que acreditemos em Jesus, oferta de amor e salvação de Deus para a humanidade, e para que, crendo nele, tenhamos a vida em seu nome (cf. Jo 20,31). E esta oferta tem um motivo e uma finalidade e um meio. O motivo da oferta é o amor apaixonado de Deus pela humanidade: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único”. E a finalidade desta oferta é a salvação da humanidade: “...para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. E o meio para que o amor de Deus chegue até a humanidade é a encarnação de Deus em Jesus Cristo. Jesus é a manifestação tangível do amor do Pai (1Jo 4,9). O objeto da fé em Jo é acreditar em um Deus que nos ama e que este Deus acampou no meio de nós (Jo 1,14).

A partir da frase acima mencionada sabemos quem é Deus? Muitas definições foram feitas sobre Deus tanto a partir da filosofia como da teologia em geral e outras disciplinas científicas e exatas, mas nenhuma definição mais certa e curta do que a de São João: “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Esta frase é carregada de mistério e de promessa, toda nossa história. É frase nuclear e radiante. Esta frase, ao meditá-la e vivê-la no dia-a-dia, tem a capacidade de manter a esperança no mundo e tem uma força tremendo para o homem continuar sua luta pela dignidade.

A resposta para o porquê da criação, da encarnação e da redenção é o amor de Deus por todos nós. Toda a atividade de Deus é uma atividade amorosa. Se cria, Ele cria por amor; se governa as coisas, o faz no amor; quando julga, julga com amor. Tudo quanto faz é expressão de sua natureza, e sua natureza é amar. Amar é dar-se a si mesmo. O plano de salvação não tem outro fundamento que o incompreensível amor de Deus por nós todos e por cada um de nós em particular. Por amor anda Deus em nossa busca pelos caminhos do mundo. É um Deus que não tem medo de sacrificar até o próprio Filho para resgatar todos nós, pecadores e perdidos. O homem nenhum na face da terra sacrificaria seu próprio filho para resgatar os outros. Somente Deus.

Deixar de olhar para Deus que se encarna em Jesus será para nós uma perdição eterna e será para nós uma infelicidade sem fim. Levado por seu amor, Deus salta o abismo que nos separava dele e se aproxima de nós para nos dar o que mais quer: seu “único Filho”. Mais ainda, entregou seu único Filho à morte para que todos nós tenhamos vida. E esta vida dada para nós gratuitamente se renova em cada Eucaristia para que sejamos um dom para os outros; para que façamos o bem também para os outros. Jamais um cristão pode fazer o mal ou ser cúmplice do mal.

O melhor comentário para este texto de Jo 3,16 é a primeira carta de São João 4,18-21: “No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro.   Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão”.  Será que amamos realmente Deus?

Num mundo acostumado ao comércio, ao preço das coisas, é difícil entender a gratuidade, é difícil entender a ação de Deus que quer dialogar, amar com liberdade a todos, oferecendo a oportunidade de salvação, graça e vida. Nós, na nossa vida cotidiana, damos uma parte de nossa vida, enquanto Deus dá tudo para a humanidade. Por isso, quando ele pedir do homem, Deus não pede muito do homem, mas pede tudo do homem.

P. Vitus Gustama,svd

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