SANTO ARNALDO JANSSEN
Festa: 15 de Janeiro


Não há amor que seja maior do que o amor que
Deus tem por nós, porque ele entregou seu Filho único à morte por amor, para
que sejamos salvos (Jo 3,16). O Verbo se fez homem em Jesus de Nazaré (Jo 1,14)
para revelar o nome do Pai e anunciar o Reino do seu amor. Cristo continua a
sua missão através dos seus seguidores: levar a todos a confortadora mensagem e
o amor do Pai que nos liberta e congrega.
Consequentemente, a vocação fundamental de todo homem é abrir-se ao
chamado gratuito do Amor de Deus, um amor que humaniza, personaliza e diviniza
o homem. Se Deus é amor (1Jo 4,8.16), então a única coisa que pode humanizar e
divinizar o homem é viver e conviver, trabalhar e ajudar com amor e por amor. ”Quem
ama a Deus, confia Nele; quem não confia Nele, não O ama” (Santo Arnaldo
Janssen).
Hoje celebramos a festa de santo Arnaldo
Janssen. Pe. Arnaldo nasceu no dia 15/11/1837. É o segundo filho de uma família
de onze irmãos em Goch, uma pequena cidade alemã da Baixada Renância, junto à
fronteira holandesa.
Pe. Arnaldo Janssen é o fundador da SVD
(Societas Verbi Divini, Sociedade do Verbo Divino, uma congregação missionária),
no dia 08 de setembro de 1875, e mais
tarde fundou duas congregações femininas: as Missionárias Servas do Espírito
Santo, SSpS, 8/12/1889 e as
Missionárias Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua, 08/12/1896.
“O Carisma do Fundador, na sua origem mais
alta, é o Verbo Encarnado que se manifesta e se pronuncia. É como uma Palavra
do Evangelho que se faz carne no tempo e no espaço. ‘Ide por todo o mundo e
pregai o Evangelho a toda criatura’ foi a palavra colocada no coração de Arnaldo
com letras de fogo. E, como uma palavra do Evangelho está em relação a todas as
outras, assim também o Fundador está em relação com todos os Carismas e se
torna um homem universal a serviço da humanidade” (Pe. Benito Maurutto SVD).
A SVD é uma congregação internacional que
trabalha na Europa, América, Ásia, Oceania e África. Com o nome “Verbo Divino”
os membros desta congregação são comprometidos, de modo especial, com o Verbo
Divino e sua missão: “Sua vida é a nossa vida, sua missão é a nossa missão”. É
uma missão que é partilhada com todas as outras pessoas. A razão de ser da SVD
é a atividade missionária. “Na qualidade de
membros da Congregação do Verbo Divino consideramos nosso dever anunciar a
Palavra de Deus a todos os povos, criar novas comunidades do Povo de Deus e
promover-lhe o crescimento e a união entre si e com a Igreja inteira.
Trabalhamos, primeiro e, antes de mais nada, onde o Evangelho ainda não foi
anunciado, ou o foi insuficientemente, e onde a Igreja local ainda não é autossuficiente.
Outras tarefas devem ser orientadas para esta meta principal” (Constituições
da SVD no.102).
Para realizar sua finalidade a SVD se engaja em
quatro dimensões características, como o rosto verbita: Apostolado Bíblico, Animação Missionária,
JUPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação) e Comunicação. Estas características
não são mutuamente excludentes, mas permeiam a vida e o trabalho da SVD. Cada
uma das características implica em uma atitude básica na vida e no serviço. No
Apostolado Bíblico, a atitude básica é a de se viver centrado em Deus,
resistindo à tentação de ser "envergonhados do Evangelho" (Rm 1,16).
A postura fundamental na Animação Missionária é envolver outras pessoas,
animá-las com o entusiasmo e ser animado por elas, para o caminho rumo ao
Reino, em vez de cair na tentação de pensar que se pode fazer tudo sozinho. A
atitude essencial da JUPIC é comprometer-se com a transformação da sociedade e
do mundo, analisando estruturas injustas e promovendo a dignidade humana, bem
como a preservação do meio-ambiente, ao invés de guardar silêncio diante das
tragédias humanas e da violência ao meio-ambiente, que continuam a afligir o
nosso mundo. A Comunicação envolve uma atitude de sair de nós mesmos, que nos
ajuda a superar a inércia e o medo que, às vezes, pode nos alcançar e impedir
que nos engajemos em diálogo com os nossos interlocutores. ”O anúncio do Evangelho é a primeira e a mais sublime das
obras de caridade. E não são as longas orações e sim as ações generosas que
comovem o coração de Deus” (Santo Arnaldo Janssen).
Estas são as características do nosso fundador,
Arnaldo Janssen:
1.
Busca incansável da Vontade de Deus, mesmo
sofrendo muitos dissabores. “Quanto mais santa
é uma obra, tanto maiores as dificuldades normalmente se apresentam. ... Que a santa vontade de Deus seja bendita
para sempre! Temos que adorar esta vontade e abraçá-la com amor, se queremos
agradar a Deus. Peço ao bom Deus que nos permita reconhecer sua santa vontade e
nos conceda uma alegre serenidade em cumpri-la. Senhor, seja feita sempre a
vossa vontade! A batalha da vida consiste em sacrificar muito daquilo que
tínhamos desejado e planejado. Mesmo que a vontade de Deus não corresponda aos
nossos próprios desejos, ela é sempre proveitosa para nós”, dizia Pe.
Arnaldo.
2.
Profunda vida de oração: Suas decisões eram
fruto de oração sincera e genuína, que sustentava sua perseverança e tenacidade
em segui-las. ”Quem reza, prende a Terra
ao Céu. Quem vive sempre unido a Deus, o mundo lhe pertence e cada dia é um
milagre”, dizia ele.
3.
Vida de fé e união com Deus: por meio destas ele
via o mundo e a vontade de Deus.
4.
Era capaz de perceber as necessidades do
futuro da Igreja.
Com uma visão do mundo além dos limites da Província geográfica, ele provou
estar bem além do seu tempo.
5.
Sinceridade nas suas observações: ele insistia com seus
colaboradores para serem dignos de confiança, corresponsáveis.
6.
Caridade e humildade: Quando criticado e
combatido, ficava calado em vez de contestar a seus rivais.
7.
Amor à verdade: ele era correto em todas
as suas palavras e ações.
8.
Visão clara Sobre os vocacionados: na seleção de
candidatos, manteve os seguintes critérios que julgava essenciais à vida
religiosa: Amor à oração e união com Deus; Humildade como sinal da verdadeira
adesão ao Senhor; e Amor aos companheiros na prontidão de servir aos outros.
Santo Arnaldo sabia ler os sinais dos tempos e
dar respostas viáveis aos desafios de sua época a partir de sua vida de fé. Ele
reconheceu a situação como vinda da mão de Deus, de Sua Divina Providência e
estava disposto a ser seu instrumento ou colaborador. Uma vez que percebesse
uma ação como Vontade de Deus, não perdia de vista seu objetivo e a decisão de
realizá-lo. Por isso, no decreto de sua
Beatificação em 1975, o Papa Paulo VI
louvava sua perseverança na busca incansável da Vontade de Deus dizendo: “Aberto aos sinais dos tempos e atento, procurava a
Vontade do Senhor... Uma vez que reconhecesse o chamado do alto, deixava tudo,
esquecia-se de si mesmo e dedicava todo o seu ser na sua realização...”
Pe. Arnaldo
Janssen sempre se colocou conscientemente sob a direção do Espirito Santo para
que Ele o tornasse capaz de cumprir as tarefas que Deus lhe designaria
Tudo começou em Steyl, uma pequena aldeia da
Holanda. Humanamente falando, foi difícil descobrir a grandeza do Padre Arnaldo
Janssen. “Sabemos muito bem que com as forças
que possuímos não podemos resolver os nossos problemas. Esperamos em Deus,
nosso Senhor, que nos vá conceder tudo o que for necessário, fazendo de nós o
que melhor lhe convier. Se sair algo de bom desta casa, vamos atribuir à graça
de Deus. Se não sair nada de bom, vamos bater, humildes, no peito e reconhecer
que fomos indignos da graça de Deus”, dizia Pe. Arnaldo Janssen na
inauguração da casa missionário em Steyl. A maioria das pessoas duvidaram de
suas habilidades e qualificações para fundar uma congregação missionária. Até o
próprio Pe. Arnaldo teve tentação do demônio ao sussurrar no seu ouvido: “Você
já fez demais! e, claramente, Deus não quer esta obra!”. Mas Pe. Arnaldo resiste, dizendo a si mesmo:
“Se eu tivesse de dizer a mim mesmo: ‘Você é um covarde!’, eu já teria
abandonado tudo. Mas Deus me deixa espernear e não me abandona fazendo-me
passar por grandes dissabores”. Além disso, um bispo chamado dom Paredis dizia:
“Arnaldo Janssen ou é um louco ou é um santo”. Mas com toda a sua
humildade disse no início da fundação da casa SVD: “Se
é que a casa der alguma coisa, agradeceremos a Deus; se fracassar, aí resta-nos
bater no peito, reconhecendo que não fomos dignos da graça”. De
fato, Pe. Arnaldo Janssen foi digno dessa obra e da graça de Deus.
Por que é que Pe. Arnaldo Janssen tinha tanta
vontade de ser instrumento ou de ser colaborador da obra missionária de Deus? Os
pais do Pe. Arnaldo, Gerhard Janssen e Anna Katharina Janssen, educaram seus filhos numa atmosfera de
profunda fé e oração.
·
A
mãe foi, acima de tudo uma mãe orante no sentido mais pleno da palavra.
·
E
o pai, tinha uma profunda adoração à Santíssima Trindade e especialmente ao
Espírito Santo.
·
Na
oração da tarde a família lia muitas vezes o
Prólogo do Evangelho de João.
·
O
rosário era rezado fielmente.
·
Além
disso, era uma prática comum ler, em voz alta, revistas das missões e das
atividades missionárias durante encontro da família, à noite. A família já
tinha um grande interesse pelas missões.
Assim, foi no contexto da família que a semente
da vida de oração do Pe. Arnaldo Janssen foi semeada. E ele a nutriu e
desenvolveu ao longo da vida.
”Que a santa
vontade de Deus seja bendita para sempre! Temos que adorar esta vontade e abraçá-la
com amor, se queremos agradar a Deus. Peço ao bom Deus que nos permita
reconhecer sua santa vontade e nos conceda uma alegre serenidade em cumpri-la.
Senhor, seja feita sempre a vossa vontade! A batalha da vida consiste em
sacrificar muito daquilo que tínhamos desejado e planejado. Mesmo que a vontade
de Deus não corresponda aos nossos próprios desejos, ela é sempre proveitosa
para nós. A vontade de Deus é sempre salutar, mesmo quando não corresponde aos
nossos desejos”, dizia Pe. Arnaldo Janssen.
Outras frases do santo Pe. Arnaldo Janssen:
”Se não formos um só coração e uma só alma,
a obra não poderá prosperar”.
”A amabilidade é a palavra que anima,
levanta, consola e fortalece. Assim como o orvalho refresca e embeleza as
plantas que murcham”.
”O verdadeiro amor e a autêntica confiança
em Deus são a base de todo trabalho em equipe”.
”Quanto mais santa é uma obra, tanto maiores
as dificuldades que, normalmente, se apresentam”.
P.
Vitus Gustama,SVD
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