SER EVANGELIZADOR EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA E MOMENTO
Sábado, 26 de Maio de 2012
Textos de Leitura: At 28,16-20.30-31; Jo 21, 20-25
Naquele tempo, 20Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?” 22Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” 23Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?” 24Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.
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As leituras deste dia nos apresentam as conclusões do evangelho de João e do livro dos Atos dos Apóstolos. São conclusões abertas que deixam nas mãos dos cristãos a tarefa de continuarem o trabalho de evangelização.
A ultima passagem dos Atos dos Apóstolos que lemos hoje resume os dois anos que Paulo esteve em Roma em seu primeiro cativeiro. Ele se torna um prisioneiro, mas quando se trata de evangelização ele defende com inteligência para que a Palavra de Deus não fique encadeada. Ele pode ficar preso, mas jamais ele deixa a Palavra de Deus ficar presa. A fé inquebrável que tem em Jesus lhe move em todo momento e dá sentido a toda sua atuação. É um verdadeiro apostolo incansável. Através da Segunda Carta ao Timóteo ele nos dá o seguinte conselho: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra... (Por isso), proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno e no importuno, refuta, ameaça, exorta com toda paciência e doutrina” (2Tm 3,16-17; 4,2). Não há tempo certo para evangelizar, tem que ser o tempo todo. São Filipe Neri, cuja festa é celebrada neste dia, dizia: “Se quisermos nos dedicar inteiramente ao nosso próximo, não devemos reservar a nós mesmos nem tempo nem espaço”.
Nos versículos anteriores do texto do evangelho de João deste dia, Pedro havia recebido uma insinuação de Jesus sobre o seu futuro pessoal: seria pelo martírio. A partir desta insinuação de Jesus, Pedro entrou em curiosidade para saber o futuro de João, seu companheiro: “Senhor, o que vai ser deste?”. Com isto Pedro caiu em tentação de saber do futuro dos demais, descuidando assim de seu papel de evangelizador.
Por isso, a resposta de Jesus a Pedro sobre o destino de João é sábia. Jesus não revela a Pedro o destino de João. Desta maneira, Pedro, diante de qualquer irmão, fica aberto ao amor, ao serviço, à ajuda diária que há que prestar sem saber o caminho que a história vai tomar. Viver no amor e por amor é a melhor maneira de viver na incerteza do tempo. Mario Quintana nos relembra: “Esta vida é uma estranha hospedaria, de onde se parte quase sempre às tontas, pois nunca as nossas malas estão prontas. E a nossa conta nunca está em dia”. A incerteza da história dá espaço para a certeza de Deus. Como diz a Carta aos Hebreus: “A fé é uma certeza a respeito do que não se vê” (11,1).
Como Pedro, muitas vezes, nós caímos na tentação de saber demais da vida alheia. Uma curiosidade sem freio sempre termina no abismo, na destruição da vida alheia, na criação do ambiente pesado, na convivência de mútua suspeita. Quem fica curioso demais sobre a vida alheia é porque não está cuidando da própria vida. Em última analise, é porque a própria vida não está bem. Por isso, precisamos ouvir repetidas vezes o que o Senhor nos diz hoje: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Tu, segue-me” (Jo 21,22). Seguir Jesus é viver aquilo que Ele viveu e fazer aquilo que ele fez. Ele fez tudo com amor e por amor para que todos pudessem conviver na paz e na fraternidade e alcançar a salvação. Isto é a evangelização. Será que estamos seguindo Jesus em todas as circunstâncias de nossa vida?
P. Vitus Gustama,svd
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