quinta-feira, 8 de junho de 2017


09/06/2017
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AMOR É O PODER QUE JESUS CRISTO USA PARA SALVAR OS HOMENS


Sexta-Feira Da IX Semana Comum


Primeira Leitura: Tb 11,5-17


Naqueles dias, 5 Ana estava sentada, observando atentamente o caminho por onde devia chegar seu filho. 6 Percebeu que ele se aproximava e disse ao pai: “Teu filho está chegando, e com ele o homem que o acompanhou”. 7 Antes que Tobias se aproximasse do pai, Rafael lhe disse: “Estou certo de que seus olhos se abrirão. 8 Aplica-lhe nos olhos o fel do peixe. O remédio fará com que as manchas brancas se contraiam e se desprendam de seus olhos. Teu pai vai recuperar a vista e enxergará a luz”. 9 Ana correu, atirou-se ao pescoço do filho e disse: “Voltei à ver-te, meu filho, agora posso morrer!” E chorou. 10 Tobit levantou-se e, tropeçando, atravessou a porta do pátio. 11 Tobias foi ao seu encontro, tendo na mão o fel do peixe. Soprou-lhe nos olhos e, segurando-o, disse: “Confiança, pai!” Derramou o remédio e esfregou-o. 12 Depois, com ambas as mãos, tirou-lhe as películas dos cantos dos olhos. 13 Então Tobit caiu-lhe ao pescoço, chorando e dizendo: “Eu te vejo, meu filho, luz de meus olhos!” 14 E acrescentou: “Bendito seja Deus! Bendito seja o seu grande nome! Benditos sejam todos os seus santos anjos por todos os séculos! 15 Porque, se ele me castigou, agora vejo o meu filho Tobias!” A seguir, Tobit entrou com Ana em sua casa, louvando e bendizendo a Deus em alta voz, por tudo o que lhes tinha acontecido. E Tobias contou ao pai como tinha sido boa a viagem deles, por obra do Senhor Deus, como haviam trazido dinheiro e como se tinha casado com Sara, filha de Ragüel. Aliás, ela já se aproximava das portas de Nínive. 16 Tobit e Ana alegraram-se muito e saíram ao encontro da nora, às portas da cidade. Vendo-o andar a passos largos e com toda a firmeza, sem que ninguém o conduzisse pela mão, os ninivitas se admiraram. 17 E diante deles Tobit louvava e bendizia a Deus em alta voz, por ter sido misericordioso para com ele e por lhe ter aberto os olhos. E, aproximando-se de Sara, mulher de seu filho Tobias, abençoou-a e disse: “Bem-vinda sejas, minha filha. E bendito seja o teu Deus, filha, que te trouxe para junto de nós! Abençoado seja o teu pai, abençoado o meu filho Tobias e abençoada sejas tu, minha filha! Entra em tua casa com saúde, a ti bênção e alegria! Entra, minha filha!” E naquele dia foi grande o contentamento entre todos os judeus que se encontravam em Nínive.


Evangelho: Mc 12,35-37


35Naquele tempo, Jesus ensinava no Templo, dizendo: “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? 36O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. 37Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?” E uma grande multidão o escutava com prazer.
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Deus É a Luz Para Nossa Vida e Poderoso Na Sua Misericórdia


Bendito seja Deus! Bendito seja o seu grande nome! Benditos sejam todos os seus santos anjos por todos os séculos! ... Bendito seja o teu Deus, filha, que te trouxe para junto de nós! Abençoado seja o teu pai, abençoado o meu filho Tobias e abençoada sejas tu, minha filha!”, é a oração de agradecimento do velho Tobit ao enxergar novamente seu filho Tobias e Sara, sua esposa, depois de quatro anos de cegueira (cf. Tb 2,10), que lemos no texto da Primeira Leitura que é a continuação do texto do dia anterior.


Após a conclusão das cerimônias de seu casamento, Tobias e Sara partiram em direção à casa do velho Tobit. Ao chegar lá Tobias, por orientação do Anjo Rafael, aplica a medicina (o fel do peixe) nos olhos do seu pai, Tobit, e logo Tobit voltou a enxergar. Imediatamente Tobit dá graças a Deus por sua bondade (Tb 11,14-17). A presença do Anjo Rafael nos comunica que na época havia uma devoção aos anjos representados pelo anjo Rafael que acompanha a viagem e cura os males da humanidade.


O livro de Tobias é a história simbólica das famílias judias no Exílio, submergidas nas trevas, descobrem progressivamente que os olhos do coração são os únicos capazes de permanecer sempre alertas. Um colírio misterioso devolve a luz aos olhos enfermos (cf. Ap 3,18) e lhes permite enfocar os acontecimentos ao estilo de Deus e não ao estilo míope dos homens.


Estou certo de que seus olhos se abrirão. Aplica-lhe nos olhos o fel do peixe. O remédio fará com que as manchas brancas se contraiam e se desprendam de seus olhos. Teu pai vai recuperar a vista e enxergará a luz”, disse o anjo Gabriel a Tobias


Para um hebreu a luz designa fundamentalmente a felicidade que é o dom de Deus como a própria vida é um dom. Javé (Deus) é a luz de seu povo porque ele o ama e espera dele fidelidade em correspondência. Consequentemente o pecado representa o reino das trevas ou da infelicidade. Javé (Deus) espera que o homem se converta para outorgar-lhe definitivamente a luz. Com esta luz o homem vai ampliando sua visão sobre a vida a fim de poder se situar e se posicionar bem na vida. Mas quando se fala da luz não é apenas falar do seu aspecto material, mas principalmente, mas do seu aspecto interno. Pois o que tem quer ser iluminado é o coração do homem para que possa estruturar-se a felicidade requerida e recusar o pecado. Mas o homem jamais conseguirá tudo isso com sua próprio força. Por isso, Deus tem que oferecer ao homem a Sua claridade. Não é por acaso que no evangelho de João Jesus se define como Luz do mundo (cf. Jo 8,12) que faz homem não andar nas trevas do pecado. Quando contemplar o Senhor, a Luz do mundo, o homem se tornará reflexo da luz divina para o mundo (cf. Mt 5,14). O seguidor de Cristo tem uma tarefa permanente de tirar as pessoas do reino das trevas a fim de que elas possam ter a mais visão sobre a vida e a salvação oferecida por Deus.


No Apocalipse, São João fala claramente de um “colírio” misterioso e divino capaz de abrir os olhos: “Aconselho-te que de mim compres ouro purificado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te cubras, e não apareça a vergonha da tua nudez; e colírio para que unjas os olhos e possas enxergar” (Ap 3,18).


A cura do cego de nascença é interpretada explicitamente por Jesus como símbolo desta luz que provém de Deus e que permite olhar os acontecimentos à maneira de Deus (cf. Jo 9,40-41) e faz com que o homem evite o pecado, pois tudo se torna claro.


Jesus Cristo É Poderoso No Amor


O texto do evangelho deste dia pertence ao conjunto de relatos polêmicos entre Jesus e os dirigentes do povo de sua época. Finalmente Jesus se encontrou em Jerusalém e se enfrenta com os representantes do judaísmo oficial em uma série de controvérsias religiosas sobre temas fundamentais da fé.


Neste texto Jesus disse: “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? ... O próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?”.


O título “filho de Davi”, aplicado a Jesus Cristo faz parte da medula do evangelho. Na Anunciação, a Virgem Maria recebeu esta mensagem: “O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará sobre a descendência de Jacó para sempre” (Lc 1,32-33). Os pobres, que pediam a cura a Jesus, clamavam: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim” (Mc 10,48). Em sua entrada solene em Jerusalém, Jesus foi aclamado com o mesmo título (cf. Mc 11,10).


Mas Jesus não é somente filho de Davi. Ele é o Senhor. Jesus afirma isso solenemente ao citar o Salmo 110,1: “Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés”. Em outras palavras, o texto quer esclarecer sobre a verdadeira identidade de Jesus.


Quem é Jesus? Esta é a pergunta que o evangelista Marcos quer responder no seu evangelho. Jesus é Cristo/Messias, o Filho de Deus! É a resposta dada pelo evangelista Marcos logo no início do seu evangelho. No contexto do evangelho de Mc, o Messias é o Filho do Homem e o Filho de Deus.


Jesus é o Filho do Homem e Filho de Deus, o Messias, mas não ostenta o poder. Jesus se afasta de todo poder para instaurar uma realidade nova, onde os que não exercem o poder se sentem importantes e são chamados para a plenitude. Por isso é que Jesus está sempre próximo dos marginalizados, dos empobrecidos, dos excluídos, dos abandonados e faz refeição com eles.


Jesus está consciente de sua Messianidade e de seu ser Senhor e Rei. No entanto, toda sua vida se desenvolve no serviço e na entrega em amor por nós; amor que chega ao extremo de sacrificar sua própria vida por nós, como se nós fôssemos os Senhores. Trata-se de uma maneira de viver que contém uma crítica dura para os escribas e fariseus que vivem a ostentação na maneira de vestir, que adoram as honrarias e o louvor dos homens, mais do que a honra e o louvor a Deus, que amam o dinheiro impulsivamente, e assim por diante. A falsa profissão religiosa e a hipocrisia são uns dos maiores pecados dos homens. É fingir religiosidade, mas na realidade estão servindo ao mundo. Em tudo que o que fizermos no campo religioso, jamais usemos disfarce como os escribas e fariseus. Sejamos sinceros, reais, honestos, humildes e francos no nosso cristianismo. Jamais poderíamos enganar Deus que nos vê. Por isso, Deus não se deixa enganar. O dia do julgamento logo chegará.  


Em que consiste, então, o poder de Deus? Ele é poderoso, mas no amor. Ele está acima de tudo, mas sempre no amor. Ele é onipotente, mas no amor. Ele é onipresente, mas está sempre presente por amor. Ele é onisciente, mas nos conhece no amor e por amor.  Por causa do seu amor por nós, Jesus foi capaz de aceitar ser crucificado na cruz, em vez de derrubar e matar seus adversários. Jesus nos amou, e nos amou até o fim (cf. Jo 13,1). Jesus é amado pelo Pai por causa disso tudo. E para nós Jesus é o amor encarnado do Pai (cf. Jo 3,16).


Cada dia nós somos chamados a entender este Jesus, o Deus próximo do homem. Não podemos continuar sustentando uma teologia nem uma Igreja que apresente um Jesus cheio de poder, já que esta imagem contradiz a experiência que os evangelhos e todo o Novo Testamento nos apresentam de Jesus.


Quanto mais amor dá, tanto mais você se enche de amor: o amor não se gasta ao ser dado; pelo contrário, você se enche cada vez mais de amor. Quando se ama, as diferença se aproximam e se enriquecem mutuamente e as forças se somam. Qualquer um será um bom líder, bom diretor, se for amado mais do que obedecido ou temido. Uma pessoa só terá autoridade, se conseguir fazer o outro crescer.


P. Vitus Gustama,svd

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