12/10/2017
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*Aqui (nesta página) encontra-se também a leitura da Quinta-Feira Da XXVII Semana.
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NOSSA
SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
12 de Outubro
No Brasil é Solenidade, sua Padroeira.
Evangelho: Jo 2,1-11
Naquele
tempo, 1 houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava
presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o
casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não
têm mais vinho”. 4 Jesus respondeu-lhe:
“Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5 Sua mãe
disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis
talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em
cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam
servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse:
“Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala
experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde
vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a
água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve
primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o
vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o
início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a
sua glória, e seus discípulos creram nele.
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Neste dia tragamos de volta aqueles três simples pescadores: Domingos
Martins Garcia, Filipe Pedroso e Joao Alves. Eles estavam pescando no Rio
Paraiba do Sul no lugar chamado Porto Itaguaçu em 1717. No início, em vez de
pegar peixes, eles apanharam na sua rede a imagem de Nossa Senhora sem cabeça.
Na nova tentativa apanharam a cabeça da imagem. Dai em diante, os peixes
chegaram em abundância para os tres humildes pescadores. É o primeiro milagre
para esses simples pescadores para sua vida, pois para os pescadores, peixe
significa vida, significa o pão de cada o qual pedimos no Pai Nossos. Para
vivermos a vida na sua abundância e plenitude precisamos colocar em primeiro
lugar Aquele que é a fonte e o Doador da vida: Deus. Aqui Maria representa
aquele ventre bendito pelo qual nos trouxe a vida. Para vivermos na alegria, no
ânimo, precisamos colocar Deus em primeiro lugar, precisamos viver a Palavra de
Deus e de acordo com Sua Palavra. A vida, antes de ser vivida, precisa ser
rezada para que possamos viver a vida na sua abundância e plenitude.
Para celebrar a
festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida a Igreja (no Brasil) escolhe uma
passagem do evangelho de São João 2,1-11 que fala da festa de casamento em Caná
da Galiléia. No entanto, os protagonistas não são os noivos, mas Jesus e sua
mãe, o que aponta já para dois níveis de leitura: a leitura a partir de Cristo
que converte a água em vinho e a leitura a partir de Maria que faz a
intervenção suplicante nessa festa.
1. Festa De Casamento: Quem É O Nosso Deus Revelado Em Jesus Cristo?
O simbolismo matrimonial é freqüente na
Bíblia (Is 54,6.10; 62,5;Os 2,16-18.21 etc...) para falar da
ternura, da intimidade e do afeto da nova relação de Deus com o seu povo, todos
nós. Isto quer nos dizer que o nosso Deus não é um Deus severo e tirano, e sim
esposo e amigo, capaz de amar com ternura e paixão, de encontrar alegria no
amor a seu povo.
Não é por acaso que o texto diz: “Jesus e
os seus discípulos foram também convidados para o casamento”(v.3). Isto
quer nos dizer que o Deus de Jesus não nos é revelado rodeado de imponente
majestade, mas nas bodas e acompanhado de amigos. É precisamente isto que o que
o evangelista João diz: a presença de Jesus é a manifestação deste Deus novo e
diferente. Não do medo e do castigo, distante das pessoas, mas o Deus próximo,
em meio à festa compartilhando as suas alegrias e preocupações. É um Deus que
nos acompanha, que está sempre no meio de nós (Mt 28,20; 18,20). A religião de
Jesus é, e continua sendo a da alegria e a da festa compartilhada porque Jesus
é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações em que
tudo parece como água, sem sabor nem cor. Quem está com Jesus tem vida
sobrando, pois Jesus que é a Vida (Jo 14,6; 10,10) comunica continuamente vida
e alegria. Para vivermos a vida na sua abundância precisamos ter lugar especial
para Jesus na nossa vida diária.
2. Maria, Nossa Mãe Quem Suplica Por Nós
Maria, Mãe de Jesus também estava presente
nas Bodas de Caná. E nessa festa, ao perceber que estava faltando vinho, Maria
se dirigiu diretamente a Jesus e não ao organizador da festa: “Eles não têm
mais vinho”. O vinho, na Bíblia, representa o amor e a alegria (cf. Ct
1,2;7,10;8,2). Quem são “eles” nesta frase da mãe de Jesus? Aqueles que
basearam a relação com Deus não no amor, mas numa série de normas e regras,
tornando assim essa relação fria e paralisada. Jesus é quem transforma essa
relação cheia de regras para uma relação cheia de amor simbolizada na transformação
da água em vinho.
Depois desta frase, Mãe de Jesus diz outra
frase, mas, desta vez, para os serventes: “Fazei tudo o que ele vos
disser” (v.5). O que leva Maria a dizer esta frase é a fé absoluta em
Jesus Cristo. Ela não exige provas antes de render a seu Filho uma total
confiança. Ela não tem dúvida alguma de que Jesus vai fazer algo. Maria leva
até o limite a sua fé consciente. Ela abandona-se à decisão do Filho. A fé de
Maria é ilimitada em Jesus. A expressão “Fazei tudo o que ele vos disser”, sublinha
a soberania de Jesus, por um lado e a fé absoluta de Maria em Jesus, por outro
lado.
Pela sua atitude e pelas suas palavras, ao
convidar os servidores a adotar a mesma atitude de obediência às palavras de
Jesus, Maria é modelo para todos os que fazem parte do novo Povo de Deus. Maria
não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a
fazerem de acordo com a Palavra de Deus. Maria, como a perfeita discípula e
seguidora de Jesus se torna mestra e guia para todos nós. Sua frase continua
atual. Ela continua nos dizendo hoje: “Para ser feliz, para viver a vida na sua
profundidade e na sua abundância, vale a pena ouvir, ler, meditar e viver de
açodo com a Palavra de Deus”.
Além disso, Maria nos ensina a orar pelos
nossos irmãos, assim como ela fez nas Bodas de Caná. Maria está uma mulher
muito atenciosa e prestativa. Por isso, ela percebe com rapidez as necessidades
dos outros e logo toma providência. Maria é muito atenciosa. A atenção é um
comportamento vigilante do eu sobre os outros; é uma transparência de olhar,
uma prontidão em notar sinais de sofrimento em volta de si, um doar-se. A
atenção é o amor verdadeiro, delicado, desinteressado e previdente. Ela é uma
qualidade humana necessária e preliminar no caminho espiritual.
Revivendo hoje o momento em que o Filho de
Deus transforma a água em vinho para os convivas de Caná, deveríamos ter a
capacidade de perceber que uma das mais exaltantes mensagens do cristianismo é
a mensagem de alegria. Deus quer que haja o vinho nupcial da alegria, a alegria
de permanecer unidos, como irmãos. Cabe a cada um de nós a tarefa de viver e de
anunciar a mensagem de alegria para os outros de que Deus sempre tem a última
palavra. E esta última palavra está cheia de vida, de paz e de alegria. Temos
que proclamar as razões da alegria, não da tristeza; temos que apontar os
motivos do otimismo, não do pessimismo; temos que promover a vida, não a morte.
A alegria deveria ser característica de quem vive na fé e caminha para o Reino
de Deus. A religião de Jesus é e continua sendo a da alegria e da festa
compartilhada porque Jesus é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de
transformar as situações tristes em alegria. Quem está com Jesus tem vida
sobrando, pois ele comunica continuamente vida e alegria.
O papa Gregório Magno, uma vez na sua
pregação, disse a seguinte frase: “Embora tenha quem escute as boas palavras,
falta quem as diga”.
P. Vitus
Gustama,svd
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ORAÇÃO
SER
PERSEVERANTE NA ORAÇÃO
Quinta-Feira
da XXVII Semana Comum
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5 “Se um de vós tiver um amigo e for
procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6 porque um amigo meu chegou de viagem e nada
tenho para lhe oferecer’, 7 e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me
incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me
posso levantar para te dar os pães’; 8 eu vos declaro: mesmo que o outro não se
levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da
impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9 Portanto, eu vos digo:
pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois
quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11 Será
que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12
Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós que sois maus,
sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o
Espírito Santo aos que o pedirem!”
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Continuamos acompanhar Jesus no seu caminho
para Jerusalém ouvindo suas últimas e importantes lições para nossa vida de
cristãos (Lc 9,58-19,28). São suas ultimas lições porque Jesus será
crucificado, morto e glorificado em Jerusalém.
Na passagem do evangelho de hoje, Lucas volta
a falar da necessidade de rezar sempre insistentemente. Rezar é uma maneira
mais eficaz para aproximar a terra ao céu; para encurtar a distância entre a
humanidade e a divindade. A oração derruba o muro que nos separa de Deus, pois
na oração conversamos diretamente com o céu, isto é, com Deus. Distanciar-se da
oração significa distanciar-se do céu. É impossível chamar Deus de Pai sem
conversar com Ele permanentemente. “Orar é sempre possível porque o tempo do
cristão é o tempo de Cristo ressuscitado, o qual «permanece conosco todos os
dias» (Mt 28,20). Oração e vida cristã são, por isso, inseparáveis” (Compêndio
do Novo Catecismo, 576, ou Novo Catecismo, 2742-2745. 2757). Como dizia São João Crisóstomo: “É possível, mesmo no mercado ou
durante um passeio sozinho, fazer oração freqüente e fervorosa. É possível
rezar, mesmo sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, ou até mesmo
a cozinhar”.
Nossa oração é certamente petição, mas não
tem nada a ver com um regateio mercantil. Há que recorrer a Deus como pobre na
necessidade. A oração é antes de tudo uma confissão da própria indigência:
Senhor, eu não consegui alcançar tal objetivo, Senhor, eu ando buscando...,
Senhor, eu não compreendo tudo.., Senhor, eu necessito de Ti.
“A oração é um dom da graça, mas pressupõe
sempre uma resposta decidida da nossa parte, porque o que reza combate contra
si mesmo, contra o ambiente e, sobretudo, contra o Tentador, que faz tudo para
retirá-lo da oração. O combate da oração é inseparável do progresso da vida
espiritual. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza” (Compêndio do
Novo Catecismo, 572; Novo Catecismo, no.
2725).
Jesus nos convida a perseverar em nossa
oração, a dirigir confiadamente nossas súplicas ao Pai. Ele nos recomenda que
sejamos persistentes na oração não porque Deus seja surdo e sim porque nós
necessitamos perseverar para alcançá-Lo. A natureza humana é geralmente
caracterizada pela inconstância. Ficamos desanimados e apavorados diante do
primeiro obstáculo que nos é apresentado na conseqüência de nossos projetos e
metas. Abandonamos a nave diante do menor indício de tormenta. As coisas fáceis
geralmente não são valiosas. Para vencer os obstáculos são necessárias a
humildade, a confiança e a perseverança.
Por isso, o evangelista nos convida a crer em
nossas aspirações e a fortalecer nosso espírito com a oração constante. O Reino
de Deus exige muita qualidade pessoal e muito apoio comunitário que serve
sempre de testemunho perseverante.
Se decidirmos cultivar uma atitude
perseverante, uma entrega decidida, e uma sobriedade diante das dificuldades,
nós veremos que ao término de nosso esforço se encontra a generosa vontade de
Deus que nos tem acompanhado desde o início de nossa vida.
Há três verbos, que se encontram no evangelho
deste dia, que só os simples praticam: pedir, buscar e chamar. Se nestes três
verbos for acrescentado o advérbio “insistentemente” então temos um programa de
vida de um verdadeiro seguidor de Cristo.
Pedir supõe reconhecer que não temos tudo daquilo
que necessitamos. Pedir é um ato de humildade. E a humildade nos faz crescer na
nossa humanidade. É tomar consciência de nossos limites e de nossas limitações,
admitir que alguém tenha muito mais coisas do que as que temos. Os mendigos
pedem. Os pobres pedem. A presença do humilde, do pobre, do necessitado, na
nossa vida, corrige nossa arrogância e acelera nossa humanidade. Eles nos
humanizam. Não pedem os auto-suficientes e arrogantes.
Buscar implica experimentar a atração de algo
valioso, admitir que há um tesouro pelo qual vale a pena arriscar-se, sentir
estimulado pelas perguntas pelas quais não existem respostas pré-fabricadas.
Não buscam os que sucumbem à rotina, os desesperançados, os preguiçosos, os que
não querem melhorar a qualidade de vida.
Bater a porta ou chamar é dirigir-se a alguém com
confiança de que vamos ser escutados. Chamar é invocar uma presença que nos
supera e que ao mesmo tempo se encarrega de nós. Não chamam os que temem que
não haja nada do outro lado da porta, os que não são preparados para um mundo
novo cheio de surpresas de felicidade.
Se Deus nos atender é para nosso bem. Se Deus
não nos “atender” para aquilo que pedimos e que achamos que seja importante é
também para nosso bem maior. Na Sua sabedoria infinita Deus sabe muito bem
daquilo do qual necessitamos. Ser atendido ou “não ser atendido” por Deus é
tudo para nosso bem maior e para a glória de Deus. Em tudo temos que agradecer
a Deus, pois até na oração Ele nos corrige sobre aquilo que devemos pedir a
Ele.
Comparando com os amigos, Jesus quer nos
dizer que Deus é para nós um amigo sempre fiel que atende às nossas
necessidades e é também o Pai bom. Mas desse Amigo fiel e desse Pai bom não
devemos esperar sempre uma resposta idêntica à resposta esperada. Podemos pedir
muitas coisas boas que talvez não sejam atendidas. No entanto, tenhamos certeza
de que Deus responde sempre com um dom que é superior ao que temos pedido: o
Espírito Santo que nos ilumina, purifica, transforma e salva. Com o Espírito
Santo que Deus nos concede podemos ter força necessária para enfrentar as
dificuldades que entrecruzam nossa existência. Acompanhados por Ele podemos
superar as angustias e tudo que nos ameaça. Este é o fruto principal da oração
que justifica nossa Constancia e nossa perseverança em sua prática.
A síntese de tudo que nós podemos receber e
encontrar é o Espírito Santo, isto é, tudo do que necessitamos para dizer
“Abbá”, “Papaizinho nosso no céu” e para reconhecer com nossos lábios nosso
coração que Jesus é nosso Senhor. “Se a nossa oração se une à de Jesus, sabemos
que Ele nos concede muito mais do que este ou aquele dom: recebemos o Espírito
Santo que transforma o nosso coração” (Comp. do Novo Catecismo, 575. Novo
Catecismo, 2734-2741).
P. Vitus Gustama,svd
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